sábado, 31 de outubro de 2015

Bispos denunciam

Bispos denunciam que “propaganda derrotista” gera “pessimismo contaminador” | Portal Fórum



Bispos denunciam que “propaganda derrotista” gera “pessimismo contaminador”:

Não se deixe tomar pela “sensação de derrota que nos
transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de
vinagre” (Papa Francisco – Alegria do Evangelho, 85).






outubro 30, 2015 15:11








“É inadmissível alimentar a crise econômica com uma
crise política irresponsável e inconsequente”, diz a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em nota



Por Adital


Os bispos do Brasil apontam dificuldades e oportunidades na atual
conjuntura social e política.A Presidência da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) divulgou esta semana uma nota sobre “A realidade
sociopolítica brasileira: dificuldades de oportunidades”. O texto foi
aprovado pelo Conselho Permanente da instituição, que esteve reunido em
Brasília, de 27 a 29 deste mês.


Na nota, a CNBB manifesta-se a respeito do momento de crise na atual
conjuntura. “A permanência e o agravamento da crise política e
econômica, que toma conta do Brasil, parecem indicar a incapacidade das
instituições republicanas, que não encontram um modo de superar o
conflito de interesses que sufoca a vida nacional, e que faz parecer que
todas as atividades do país estão paralisadas e sem rumo”, declaram os
bispos.


Para a entidade católica, a frustração presente e a incerteza no
futuro somam-se à desconfiança nas autoridades e à propaganda
derrotista, gerando um pessimismo contaminador. “Porém, equivocado, de
que o Brasil está num beco sem saída”. Os bispos alertam para que a
população não se deixe tomar pela “sensação de derrota que nos
transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de
vinagre” (Papa Francisco – Alegria do Evangelho, 85).


Os bispos chamam a população a garantir a governabilidade do país,
que implica no funcionamento adequado dos três poderes; recuperar o
crescimento sustentável; diminuir as desigualdades; exigir profundas
transformações na saúde e na educação; ampliar a infraestrutura; cuidar
das populações mais vulneráveis, que são as primeiras a sofrerem com os
“desmandos e intransigências dos que deveriam dar o exemplo”.


Para a CNBB, cabe à sociedade civil exigir que os governantes do
Executivo, Legislativo e Judiciário recusem, terminantemente, mecanismos
políticos que, disfarçados de solução, aprofundam a exclusão social e
alimentam a violência, entre os quais o estado penal seletivo, as
tentativas de redução da maioridade penal, a flexibilização ou revogação
do Estatuto do Desarmamento e a transferência da demarcação de terras
indígenas para o Congresso Nacional.


Os bispos defendem que a superação da crise passa pela recusa
sistemática de toda e qualquer corrupção; pelo incremento do
desenvolvimento sustentável e pelo diálogo que resulte num compromisso
comum entre os responsáveis pela administração dos poderes do Estado e a
sociedade. “O Congresso Nacional e os partidos políticos têm o dever
ético e moral de favorecerem a busca de caminhos que recoloquem o país
na normalidade. É inadmissível alimentar a crise econômica com uma crise
política irresponsável e inconsequente”.


Leia a nota na íntegra.


Foto de capa: Divulgação CNBB


Querem minar a credibilidade de Lula

Querem minar a credibilidade de Lula para depois prendê-lo, diz Carvalho - 31/10/2015 - Poder - Folha de S.Paulo



Querem minar a credibilidade de Lula para depois prendê-lo, diz Carvalho

















Gilberto Carvalho, 64, ex-chefe de gabinete de Lula e ex-ministro de Dilma Rousseff, reage fortemente aos pedidos de quebra de sigilo
de sua família por investigadores da Operação Zelotes e acusa uma
espécie de complô para "desmoralizar" e "prender" o ex-presidente da
República.





Em entrevista à Folha, o petista afirmou que seu partido tem de reconhecer os erros cometidos no passado, mas não pode ser alvo de perseguição.




*
Folha - O sr. foi chamado a prestar depoimento na PF...

Gilberto Carvalho - Considero natural que, tendo vivido 10 anos
na vida pública, minha vida possa ser investigada. O que não pode é o
atropelamento dos direitos individuais. Fiz parte de um governo que
conseguiu estabelecer uma autonomia dos procedimentos da Polícia
Federal. Tenho orgulho de termos contribuído para o aumento da
transparência mesmo que o nosso partido seja, hoje, por erros que nós
cometemos, vítima desse processo, mas isso é natural.





O que não pode, em defesa da democracia, é o atropelamento dos direitos
individuais, e é isso que está em jogo. E tenho uma longa vida pública e
já me habituei a enfrentar, mas ver os seus filhos expostos desse modo é
um golpe duro.





Fala de vazamento de informações sigilosas?

Exatamente. Critico o cidadão da Receita Federal que recomenda a quebra
de sigilo bancário e fiscal dos meus familiares sem que contra mim haja
nenhum indício real, efetivo, de que eu tenha sido beneficiário de
qualquer propina ou ação dessas pessoas que estão presas hoje. É uma
leviandade e uma exposição desnecessária. Não condeno a investigação,
condeno a irresponsabilidade dessas pessoas.





Como foi a tramitação no governo das medidas provisórias hoje investigadas?

Estávamos em 2008, 2009, no meio da crise internacional, e foram tomadas
uma série de medidas para estimular a produção e o consumo. Havia uma
proposta do setor automobilístico para que se editasse uma MP para
estimular o desenvolvimento econômico em diversas regiões. Essa MP foi
construída com diversos setores empresariais, entre eles a Anfavea, que
naturalmente tinha interesse.





Só quem não conhece, quem ignora o processo de tramitação de uma MP,
pode dar crédito a essa picaretagem que esses caras fizeram de vender
uma influência que eles não tinham e nem poderiam ter. Dizer que eu e
ministros tenhamos influenciado ou obtido vantagem é de uma ignorância
alarmante. Me estranha muito que um servidor público da Receita Federal,
que sabe desse processo, se deixe levar por esse tipo de procedimento.





Não tinha acesso a essas discussões?

Eu fazia o filtro das pessoas que vinham falar com o presidente Lula.
Esse senhor Mauro Marcondes, que já tinha um conhecimento com presidente
Lula no tempo da negociação das greves do ABC, porque ele representava
na época uma das empresas automobilísticas, se apresentou no gabinete
com o cartão da Anfavea, vice-presidente, uma entidade nacional
reconhecida. E foi nessa condição que ele foi recebido defendendo a
importância dessa MP como representante do setor. Isso era a coisa mais
comum do mundo. O presidente Lula cansou de receber presidentes de
empresas sempre no intuito de estimular economia.





O sr. participou de algum conluio, como aponta a PF, ou recebeu alguma vantagem?

Nunca participei de conluio nenhum. Nunca esse senhor apareceu para mim
para fazer qualquer proposta nem tratar de nenhuma oferta. Até porque,
no meu papel de chefe de gabinete, eu não acompanhava as audiências em
sua imensa maioria. Esse senhor nunca me ofereceu qualquer beneficio
pecuniário.





Aliás, nos 12 anos de Planalto, nunca passei por esse constrangimento.
Tenho orgulho de não ter enriquecido neste período. Espero que o mesmo
tratamento dado a mim se dê àqueles que são os verdadeiros alvos da
Operação Zelotes, grandes empresas brasileiras, redes de comunicação no
Brasil. Só espero que a Zelotes não sirva apenas para construir esse
circo político.





Que circo?

Se a Operação Zelotes tiver apenas esse foco, não passará tristemente de
um circo político. Agora, com relação ao presidente Lula, é muito
estranho que essa sanha toda se volte contra ele e sua família. Já é o
segundo filho dele alvo sem os devidos cuidados, sem uma investigação
preliminar adequada, não interpretativa.





É muito importante, para o bem desse novo processo que nós estamos
fazendo no Brasil de passar o país a limpo, que as autoridades ajam com
responsabilidade. Porque essa irresponsabilidade acaba levando a um
descrédito e fazendo com que as investigações se transformem muito mais
em perseguição política do que em averiguação real.





E sua relação com Mauro Marcondes?

Eu o atendi a primeira vez no gabinete [de Lula]. Mais tarde, quando
essa MP estava vencendo, ele me procurou já como ministro da
Secretaria-Geral pedindo que eu o ajudasse no debate, na intervenção,
junto ao gabinete presidencial em relação à renovação dessa MP, que era
importante. Disse a ele que o máximo que poderia fazer era abrir uma
possibilidade de levar esse debate para o lugar adequado, que era a
Fazenda.





Acabei nem falando com Guido [Mantega, ministro da época]. Morreu aí
também essa história. No gabinete do presidente Lula não houve nunca,
nos oito anos dele, nenhum tipo de procedimento dessa natureza.





Que conexão faz entre Zelotes, Lava Jato e crise política?

A Lava Jato é um processo necessário para o país para a descoberta de
falcatruas que estavam acontecendo. O problema é ferir princípios
constitucionais e sagrados princípios de defesa quando se busca combater
a corrupção. Não se pode transformar juízes em personagens de destaque
midiático porque isso efetivamente corrompe o processo. E toda vez que
se transforma o combate à corrupção na perseguição a um só partido,
também há um prejuízo ao combate.





Por que a Lava Jato, em toda delação premiada, não levantou sequer uma
questão do financiamento das campanhas de outros políticos? Onde estão
as informações do financiamento da campanha do senhor Aécio Neves, que
recebeu mais dinheiro dessas empresa da Lava Jato do que Dilma Rousseff?
Por que isso não vem a público?





A PF diz que só investiga desvio de verba pública federal.

Quero fazer a seguinte pergunta a esses senhores. O dinheiro que saiu
das empresas públicas eram marcados, essas notas para Dilma, essas para o
Aécio? Ou as empresas fazem então uma separação de que o dinheiro
obtido da Petrobras vai para Dilma e o dinheiro obtido de maneira
correta vai para o Aécio?





Isso é uma palhaçada. Eles não perguntam para os delatores essa questão.
O alvo é só um, é o PT, é o presidente Lula. Eles querem desmoralizar o
presidente Lula para depois realizarem a prisão dele e o tirarem fora
de 2018, é disso que se trata. A tática está definida, está clara. É a
tentativa de ir aos poucos minando o partido, a credibilidade do
presidente Lula, para depois levá-lo a um processo de condenação e
prisão.





Se o país não tiver consciência disso, nós seremos conduzidos a um
processo que vai enganar todo mundo. Em nome do combate à corrupção, os
grandes corruptores continuarão soltos e impunes, mas grande parte vai
continuar praticando o mesmo assalto aos cofres públicos, como fizeram
no Brasil no caso da privataria [privatizações da era tucana], da emenda
da reeleição [de Fernando Henrique Cardoso].





Por essa análise, juízes, delegados e procuradores atuariam todos com esse propósito?

É muito mais complexo que isso. É evidente que há contradições no seio
de qualquer instituição. O que quero afirmar é que nitidamente
transparece uma intenção muito clara neste momento de dar prioridade a
todos os temas que dizem respeito à desmoralização do PT e do presidente
Lula. Eu sempre digo o seguinte: o meu partido errou e tem que
reconhecer e pagar por isso. Não tenho problema de pagarmos preços
duríssimos desde que, de fato, se deem passos no sentido de um combate
efetivo à corrupção.





O que me espanta e me dói é ver gente como o ministro do Supremo Gilmar
Mendes e próceres do PSDB que denunciam a corrupção mas defendem com
unhas e dentes o principal instrumento indutor da corrupção que é o
financiamento empresarial de campanha. É uma hipocrisia. Se passar a
Lava Jato, com tudo o que ela está provocando, e o PT pagar o seu preço,
e todos esses mecanismos continuarem, a nação terá perdido muito.





O PT diz que o ministro da Justiça não controla a PF. Deveria controlar?

Eu não partilho dessas críticas. Tenho orgulho de que nenhum dos nossos
ministros controlaram a PF. O PT não pode ter medo de ser investigado,
porque nós tomamos essa iniciativa, que não havia no governo Fernando
Henrique, quero deixar claro. O chefe da Polícia Federal no governo FHC
era uma pessoa estreitamente ligada ao PSDB. Não podemos querer quebrar
uma virtude nossa. Então que não partilho sinceramente dessa crítica.





O Zé Eduardo Cardozo, a meu juízo, zela para uma condução republicana.
Por isso seria de se esperar dos investigadores e da própria Receita
Federal um comportamento consequente disso. Minha insurgência é contra
dados serem publicados de maneira irresponsável e citações nos
relatórios sem base fundamentada. Não defendo sua demissão.





Por essa linha, o PT está certo ao presumir a inocência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha?

O grande cuidado que temos de tomar sempre é não sermos contraditórios,
defender a presunção de inocência da gente e não dos nossos adversários.
Temos razões de sobra para desejar que a justiça se faça o quanto antes
em relação ao Eduardo Cunha pelas provas que têm surgido, mas concordo
com a posição do PT enquanto a denúncia não for aceita. O que não pode
ser confundido com nenhum tipo de negociação de tentar trocar uma
atitude moderada em relação a ele pelo não andamento do impeachment,
isso seria, além de indigno, de uma ignorância enorme, porque não
acredito que o senhor Eduardo Cunha tenha condições de a gente fazer
qualquer acordo dessa natureza, não prosperaria.





Uma coisa é uma atitude institucional em relação a ele como presidente
da Câmara, outra coisa é qualquer acordo de troca, o que seria de
redonda burrice, porque não acredito que ele honraria qualquer
compromisso. Acho que ele não tem condição de deflagrar um impeachment
porque não tem nenhum pedido sustentado em mínimas condições adequadas.
Segundo que, politicamente, ele perdeu qualquer credibilidade para
conduzir qualquer processo. Se eu fosse o presidente da Câmara teria
pedido afastamento do cargo porque ele sabe o que ele fez e os dados que
estão aparecendo, muito concretos, a cada dia derrotam a tese dele.

Acreditando nas pessoas de olhos fechados - Economia - Estadão

Acreditando nas pessoas de olhos fechados - Economia - Estadão





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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Matéria da Rede Globo distorce Operação Zelotes | O Cafezinho

Matéria da Rede Globo distorce Operação Zelotes | O Cafezinho




Matéria da Rede Globo distorce Operação Zelotes



globo-e-rbs-escandalo-zelotes
Para o parlamentar petista, a Rede Globo “mentiu
descaradamente” ao informar que a Zelotes seja uma operação para
investigar compra e venda de Medidas Provisórias para o setor
automobilístico 



Da Agência PT


Edição dos telejornais da Rede Globo sobre a Zelotes é criminosa, denuncia Pimenta


O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) denunciou hoje (27) a
manipulação da imprensa brasileira na cobertura da Operação Zelotes,
deflagrada pelo Ministério Público Federal e a Polícia Federal. De
acordo com Pimenta, que é relator da subcomissão na Câmara dos Deputados
que apura o escândalo de corrupção no Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais da Receita Federal (Carf), a Rede Globo “mentiu
descaradamente” ao informar que a Zelotes seja uma operação para
investigar compra e venda de Medidas Provisórias para o setor
automobilístico.


“A edição dos telejornais da Rede Globo foi criminosa”, protestou
Pimenta. “Estão forçando a barra para dizer que houve pagamento a uma
empresa do filho do Lula, mas se esquecem de um detalhe importante: a MP
471 foi editada em 2009, e empresa do filho do Lula só foi criada em
2011. E não dá para vincular a MP a contrato que só iria ocorrer em 2014
e um pagamento realizado em 2015, seis anos depois. Não faz sentido
relacionar o contrato do filho do Lula com a MP”, afirmou Pimenta.


O parlamentar explicou que a Operação Zelotes foi deflagrada em março
de 2015 para apurar um esquema criminoso de sonegação fiscal que
provocou prejuízo aos cofres públicos da ordem de R$ 21 bilhões, um dos
mais escandalosos casos de corrupção da história do País. O esquema para
reduzir valor de multas envolve conselheiros do Carf e grandes
empresas, a maior parte delas anunciantes da mídia brasileira. E entre
as empresas há uma do setor de comunicação, a RBS, afiliada da própria
Rede Globo e que é acusada de praticar corrupção.


Pimenta lembrou que a Zelotes, desde que foi deflagrada, sempre foi
escondida pelos jornais brasileiros, já que é um escândalo que envolve,
justamente, o poder econômico que a mídia atua para proteger. Agora,
“criaram essa história sem pé nem cabeça para atingir o ex-presidente
Lula na véspera do seu aniversário”, observou o deputado. Ontem (26), a
Polícia Federal realizou busca e apreensão no escritório da empresa LFT
Marketing Esportivo, de propriedade de Luis Cláudio Lula da Silva, filho
de Lula.


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O deputado Pimenta desmontou o factoide midiático expondo as
fragilidades da cobertura da imprensa. “Se alguém comprou, como dizem os
jornais, é por que alguém vendeu? Mas quem? Isso não está no jornal,
não está no inquérito, não está no despacho da juíza, não está na CPI,
não está em lugar nenhum”, lembrou Pimenta.


“Medida Provisória não nasce da cabeça do presidente. Aliás, nenhuma
política pública nasce sem um bom debate, sem muitas discussões.
Governadores, deputados, empresários, sindicalistas. Todos os
interessados conversam nos ministérios, na Casa Civil, na Fazenda. E
muitas vezes contratam escritórios para defender seus interesses. É
assim em qualquer governo democrático. E depois tem o Congresso, que
pode modificar e acrescentar”, esclareceu Pimenta.


A MP 471 prorrogou incentivos fiscais para a indústria automotiva no
Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Na época, a medida era uma reivindicação
forte dos estados, para gerar empregos, arrecadação e fortalecer o
desenvolvimento regional. E não era nenhuma invenção: a MP apenas
prorrogava o prazo de vigência de uma Lei de 1999, do governo do PSDB.


A MP 471 teve como relatores parlamentares da oposição na Câmara e no
Senado e foi aprovada com voto unânime, por acordo de líderes do
governo e da oposição, sem nenhuma emenda ou alteração. “Então
compararam o Congresso inteiro? Governo e oposição?”, questionou
Pimenta. “Esse episódio combina ignorância sobre como funciona uma
democracia com a má-fé da imprensa que promove uma desleal, autoritária e
vergonhosa perseguição política ao ex-presidente Lula”, disse o
deputado petista.


Pimenta destaca ainda que “estranhamente” e de forma “privilegiada” a
imprensa teve acesso aos documentos da 4ª fase da Operação Zelotes,
enquanto aos advogados de defesa de Luís Cláudio Lula da Silva o acesso
aos autos foi negado.

sábado, 10 de outubro de 2015

Dólar, o passado e o presente

Dólar, o passado e o presente — CartaCapital



Dólar, o passado e o presente

Nos últimos 35 anos, o Brasil balançou três vezes ao ritmo
das crises cambiais

por Luiz Gonzaga Belluzzo



publicado
09/10/2015 03h14








Os jornalões e os comentaristas da
“mídia eletrônica” emitem lancinantes advertências a respeito do curso
do dólar. Descontados os efeitos sobre a inflação e o adiamento das
viagens para Miami, nossos especialistas estão preocupados com as
consequências da disparada do dólar sobre a dívida contratada pelas empresas e bancos brasileiros em moeda americana ou em euros.
Nos últimos 35 anos, o Brasil balançou
três vezes ao ritmo das crises cambiais. Primeiro, a crise da dívida
externa do início dos anos 1980. Sem reservas, em 1981, a queda do PIB
foi de 4,3%. Depois, o colapso do câmbio semifixo de 1999. As reservas
caíram de 59 bilhões de dólares em 1996 para 35,5 bilhões em 1999, com
direito a um empréstimo de 40 bilhões do FMI. Finalmente, o colapso da
confiança de 2015, provocado pelas avaliações catastrofistas dos
funcionários dos mercados financeiros, a despeito dos 376 bilhões de
dólares em reservas.
Antes e depois da crise financeira global,
a dívida externa corporativa dos emergentes cresceu aceleradamente.
Saltou de 4 trilhões de dólares em 2004 para 18 trilhões em 2014. Na
posteridade do colapso do Lehman Brothers, afrontados por rendimentos
modestos que acompanharam a inundação de liquidez nas metrópoles, os
senhores da grana universal encontraram guarida nos emergentes. Ainda
bafejado pelos últimos suspiros dos preços das commodities, sustentados
pela reação chinesa de 2008-2009, o Brasil valeu-se, ademais, do
ingresso de capitais, ainda turbinados pelo otimismo dos mercados.
Recebemos a unção do investment grade.
Com um pé atrás, escrevi, ainda em 2011, no jornal Valor:
é recomendável cautela e modéstia quando o ambiente internacional
transita de uma conjuntura excepcionalmente favorável para outra em que
prevalece a incerteza. A valorização do real e os diferenciais de taxas
de juro reais incentivaram a elevação do endividamento de bancos e
empresas em moeda estrangeira.
O relatório Global Financial Stability do
FMI de setembro de 2015 advertiu, um tanto tardiamente: a festança do
endividamento em moeda estrangeira quase sempre termina na ressaca da
Quarta-Feira Cinzas, castigada pela expiação dos pecados cometidos
contra os balanços de empresas, bancos, governos e famílias. Quando o
pessimismo se instaura, o lixo tóxico vem à tona.
É ilusório supor que o regime de câmbio
flutuante vai resistir à reversão do fluxo de capitais. Ainda pior é
imaginar que uma ulterior elevação da Selic ou a utilização das reservas
no mercado do dólar “pronto” vai frear os desatinos nos mercados
cambiais. Dèja vu de 1998.
As análises convencionais a respeito dos fluxos financeiros internacionais ignoram completamente o papel perturbador da função reserva de valor do
dinheiro na economia “monetária capitalista”. O sistema monetário
internacional de nossos dias está fundado no “privilégio exorbitante” do
país gestor do dinheiro universal.  As turbulências cambiais nos países
de moeda não conversível, com suas graves consequências fiscais e
monetárias domésticas, exibem a assimetria fundamental do sistema
monetário-financeiro global ancorado na função de reserva de valor do
dólar, um perigoso agente da “fuga para a liquidez”. Isso, como é
sabido, submete as demais moedas nacionais às políticas monetárias dos
Estados Unidos, tal como observamos agora às vésperas das reuniões do
Federal Open Market Committee.
Os títulos de riqueza denominados na
moeda não conversível e os carimbados com o selo da moeda-reserva são
substitutos muito imperfeitos. A hierarquia de moedas determina que o
dólar é mais “líquido” do que o peso argentino, o won coreano ou o real
brasileiro.
No mundo da hierarquia de moedas, às políticas econômicas
“internas” pouco resta além de acomodar as relações câmbio/juros para
seduzir os capitais em movimento. Assim, mesmo num ambiente
internacional de taxas de juro negativas, a trajetória da dívida pública
está submetida, em primeiríssima instância, aos prêmios de risco
exigidos pelos investidores para manter, mesmo em “situações de
estabilidade”, suas carteiras carregadas com papéis denominados na moeda
“emergente” não conversível.
Em tais condições, os juros reais mais
elevados impõem a obtenção de superávits fiscais permanentes. Veja o
leitor a combinação perversa: as taxas de juro reais mais elevadas do
que as praticadas no resto do mundo impõem uma política fiscal
restritiva para acomodar as expectativas dos mercados a respeito da
“solvência” da dívida soberana. Tudo muito natural.

Quem paga mais imposto no Brasil?

 Quem paga mais imposto no Brasil?



Quem paga mais imposto no Brasil?


Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

Estratificação, em Sociologia, é o processo de diferenciação das
diversas camadas sociais que compõem uma sociedade, agrupadas a partir
de suas relações e dos valores culturais, o que vem a constituir sua
separação em classes, estados ou castas. É também a operação que, em uma
sondagem estatística, consiste em distribuir previamente por estratos
determinado conjunto que se quer estudar.



Tenho achado o conceito de castas mais útil para entender a
estratificação social brasileira. Ele é mais abrangente do que classe,
segmentando os vários tipos de grupos funcionais, desde os burocratas e
sacerdotes até os capitalistas e trabalhadores. Quem fica de fora? O
pária – ele é o indiano não pertencente a qualquer casta, considerado
impuro e desprezível pela tradição cultural hinduísta. Casta inclui a
perspectiva cultural, além dos interesses econômicos.



As castas constituem-se por membros de diversas redes
e instituições de poder, cada uma apresentando sua própria cultura e
incentivando determinado estilo de vida. Elas tendem a dar a seus
integrantes determinadas atitudes para com a autoridade, a organização e
a política. Permitem ilustrar melhor a complexidade social de toda a
História da Humanidade do que o simplista modelo dicotômico – tipo “nós”
(pobres) contra “eles” (ricos) – do século 19.



Como eu resumo, em números, a estratificação social no Brasil? Em uma
população economicamente ativa em torno de 100 milhões de pessoas, 9
milhões aplicam no mercado financeiro e recebem também renda do capital.
É o mesmo número de pessoas (8.979.706) que tem formação universitária
completa.



Além dessas, 451.209 pessoas têm mestrado e 170.247 têm doutorado. Pelos
cálculos da OCDE, um adulto com idade entre 25 e 64 anos que termina o
ensino superior, no Brasil, receberá em média 157% mais renda do que
quem só terminou o ensino médio. Essa média nos países da OCDE é de 57%.



Nos últimos 13 anos, a taxa de juros média real foi de 6,6% aa, cinco
vezes maior do que o aumento anual do salário médio real, isto é, da
renda do trabalho (1,3% aa). Reconhecendo esta dependência de trajetória
em relação ao juro real médio de 0,5% am, os profissionais com ensino
superior estabelecem sua estratégia de complementar a Previdência
Social. Com investimento perseverante de 20% de sua renda mensal, em 360
meses (30 anos) eles já obtêm renda do capital equivalente à renda do
trabalho.



Se, a cada 10 anos, ele muda de faixa salarial (graduado com R$ 5.000,
mestre com R$ 10.000 e doutor com R$ 15.000), devido à titulação
(mestrado-doutorado) ou à experiência, fazendo aporte inicial com o
acumulado na faixa anterior, com mais 18 anos ele terá acumulado o
suficiente para poder se aposentar com renda do capital similar à renda
de trabalho dessa última faixa salarial.



Essa classe média se distingue da maioria da população brasileira em
investimentos financeiros. Em março de 2015, 8.940.787 pessoas
(descontando dupla contagem de CPFs) investiam em fundos e títulos e
valores mobiliários (ações, títulos públicos e privados). A média de
cada qual era de R$ 79.299,53.



Enquanto isso, eram cerca de 98 milhões de depositantes de poupança com a
média individual de R$ 6.690,33. Deles, 87,4% do total de clientes
(cerca de 85 milhões) tinham depósitos em média per capita de apenas R$
481,79, ou seja, a grande maioria das cadernetas de poupança tinha
apenas uma espécie de saldo de conta corrente. Era forma de evitar o
pagamento de tarifas bancárias.



O top dos investidores pessoas físicas era constituído de 57.919
clientes de Private Banking. A média per capita de investimentos
financeiros dessa casta era de – pasmem – R$ 11.507.492,23.



Pelas declarações de Imposto de Renda, os “super-ricos” no Brasil
representam só 0,3% do total de contribuintes do IR ou 0,05% da PEA do
país. Os 71.440 indivíduos que receberam no mínimo 160 salários mínimos
(R$ 126.080,00) ao mês ou R$ 1,5 milhão no ano, obtiveram renda anual
média, no ano-base de 2013, de R$ 4,170 milhões.



Sem abater as dívidas, a média per capita de bens e direitos desta faixa
mais rica atingiu R$ 17,7 milhões. Este patrimônio líquido (contendo
imóveis registrados em valores históricos) desse reduzido grupo equivale
a 22,7% de toda a riqueza em bens e direitos no DIRPF 2014/13.



No entanto, o imposto de renda pago por essa faixa de rendimento acima
de 160 salários mínimos equivale apenas a 6,51% de sua renda total. A
faixa entre 20 e 40 salários mínimos (com renda anual per capita de R$
226.273,37) é a que paga percentual maior: 11,96%.



Quanto à reforma tributária, imposto sobre herança e/ou doação os demais
grandes países emergentes do BRIC não cobram, o que incentivará a fuga
de capital caso o Brasil eleve suas alíquotas. Imposto sobre grandes
fortunas quase nenhum país adota, devido ao mesmo risco de fuga. Porém,
isenção sobre lucros e dividendos pagos por Pessoa Jurídica para Pessoa
Física, só a Estônia, além do Brasil, concede! Cerca de 51 mil daqueles
71 mil “super-ricos” recebem essa isenção. Esta casta de
comerciantes-financistas deveria dar sua contribuição ao ajuste fiscal.



O fim dessa isenção evitaria a ressurreição da CPMF. Esta, de fato,
representa aumento da carga tributária. Mas, devido a seus poucos
defeitos – cumulatividade e regressividade – as castas dos sábios e
comerciantes-financistas usam a ignorância econômica das outras castas
como massa de manobra, escondendo as maiores virtudes desse “imposto do
cheque”: fácil arrecadação e difícil sonegação; tributar o setor
informal; combater a sonegação de outros impostos pelo cruzamento de
dados de movimentações financeiras; permitir a arrecadação
independentemente de ciclo econômico.



Com alíquota de 0,38%, as receitas com a CPMF, antes de 2007, eram
praticamente constantes, em torno de 1,3% do PIB ao ano. Esse montante
arrecadado hoje seria o suficiente para o cobrir o déficit orçamentário.

Falso brilhante

Falso brilhante - 10/10/2015 - André Singer - Colunistas - Folha de S.Paulo













Falso brilhante











A operação cênica do Tribunal de Contas da União, encerrada minutos
antes de começar o "Jornal Nacional", merece entrar para a história dos
escândalos políticos-midiáticos. Um órgão de assessoria parlamentar que
se passa por corte para, em dizeres altissonantes, condenar
unanimemente, e em rede de TV, a presidente da República por
"desgovernança fiscal". Pode ser que o impeachment não prospere nunca,
mas do ponto de vista ideológico Dilma Rousseff foi impedida na noite de
quarta (7).





Os fundamentos objetivos da condenação, no entanto, passam batidos.
Desculpe-me o leitor por obrigá-lo a assunto tão árido, porém não há
outro modo de abordar o tema. Tomarei apenas um exemplo, referente às
supostas "pedaladas fiscais", para indicar como as evidências são
fracas.





Vazado em linguagem cifrada, o voto do relator busca fixar a ideia de
que em 2014 a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) teria sido burlada de
maneira criminosa por meio das pedaladas. Como prova, menciona-se a
páginas tantas que as contas relativas à Bolsa Família, ao Seguro
Desemprego e ao Abono Salarial, gerenciadas pela Caixa Econômica Federal
(CEF), teriam ficado negativas em 59% dos dias daquele ano.





O TCU considera que, ao deixar no vermelho o saldo dos referidos
pagamentos, a União estaria usando dinheiro emprestado da CEF, o que
seria proibido pela LRF. Com efeito, produzida, entre outras coisas,
para conter o uso dos bancos públicos, ela proíbe que o Estado receba
crédito de casa bancária por ele controlada.





Ocorre que a resposta do Advogado-Geral da União, neste particular, foi
precisa. Na defesa oral apresentada perante os ministros, Luís Inácio
Adams lembrou que, ao final de 2014, o Tesouro tinha a receber da CEF
141 milhões de reais. Onde já se viu tomador de empréstimo receber em
lugar de pagar dívida contraída?





A charada se resolve se pensarmos que não houve empréstimo algum. Os
ministérios têm um contrato de serviço com a CEF, que administra as
sobrecitadas contas. Nos dias em que ela fica negativa, produz-se um
haver em favor do banco, quando positiva, em favor do Tesouro,
procedendo-se a um ajuste entre uns e outros. No caso de 2014, quem
devia era a Caixa e não a presidente. Onde o crime, então?





A imprensa, se quiser prestar um serviço à democracia, tem a obrigação
de destrinchar o que está contido nas milhares de páginas oficiais
escritas sobre o caso. Diferentemente dos episódios de corrupção, tudo
está à mostra e pode-se chegar a conclusões claras.





Ao governo cabe promover ampla campanha de esclarecimento. Se não o
fizer, deixará o principal argumento pró-impeachment tomar conta do
público por mera repetição.



sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Lei de Responsabilidade Fiscal serviu para garantir pagamentos de juros

Adriano Benayon: Lei de Responsabilidade Fiscal serviu para garantir pagamentos de juros -

 Viomundo - O que você não vê na mídia



Cair na real – LRF e juros


Adriano Benayon * – 03.10.2015


O  senador Cristovam Buarque divulgou mensagem em que manifesta
preocupação com o risco de os gestores públicos, diante da crise e da
queda da arrecadação, descumprirem a Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF).


2. Referiu-se aos projetos de lei aprovados na Câmara e no Senado que
acrescentavam despesas ao Orçamento da União. A presidente Dilma buscou
impedir sua passagem, com 32 vetos, dos quais 26 foram mantidos pelo
Congresso, mas seis foram rejeitados, o que elevará gastos.


3. Os que se preocupam com os déficits públicos alarmam-se com a
situação, porquanto os déficits já vinham crescendo e, desse modo,
tendem a aumentar ainda mais, também porque as receitas estão em baixa
significativa.


4. Há que colocar os pingos nos is. A LRF não passa de instrumento 
destinado a acelerar o empobrecimento do Brasil, assegurando a
perpetuação de sua condição de economia primarizada e de zona de
extração de recursos naturais, para entregá-los a preço vil aos carteis
transnacionais.


5. Trata-se de lei complementar, de maior hierarquia que as leis
ordinárias, ditada pelo império angloamericano, via FMI. Data de 2000,
quando FHC reinava na satrápia chamada Brasil.


6. Essa lei dá total prioridade ao pagamento dos juros da dívida
pública, tanto no âmbito federal, como no dos Estados e municípios, os
quais, com a federalização da dívida (lei 9.496/1997), se tornaram
vassalos  de absurdas taxas de juros e índices de correção monetária,
que devem pagar à União. Esta ficou responsável pelo total das dívidas
públicas.


7.  As taxas de  juros e os índices de correção monetária devidos
pelos governos locais são semelhantes àqueles com os quais o governo
federal provê estupenda acumulação de dinheiro  em favor dos
concentradores financeiros (banqueiros estrangeiros e locais, e demais
rentistas,  como as empresas transnacionais).


8. Desse modo, o Brasil tem perdido recursos que possibilitariam
alçar sua taxa de investimentos produtivos (contando os do setor
privado), a taxas de 35% do PIB, mesmo com proporcional crescimento do
consumo.


9. Ora,  se se endireitassem também as estruturas e infraestruturas,
notadamente corrigindo a patológica desnacionalização da economia, não
seria difícil progredir no ritmo observado na China dos últimos 30 anos.


10. Demonstremos, com base nas estatísticas do Tesouro Nacional, a
quanto têm montado os recursos saqueados do Brasil,  a título do
“serviço da dívida pública”.


11. Somente de janeiro de 1995  — 1º ano após o plano Real, que
proclamou a mentirosa estabilização monetária – até agosto de 2015,  a
dívida pública interna multiplicou-se 24 vezes, de  R$ 135,9 bilhões
(contando então as dívidas de estados e municípios) para R$ 3,83
trilhões. Isso significa que a dívida interna foi multiplicada por 28,
no período.


12. Isso significa crescimento médio anual de 18,65% aa., decorrente
da capitalização dos juros e da inflada correção monetária, ambos
decretados pelo BACEN, para gáudio dos sistemas financeiros privados,
mundial e local.


13. Desde a Constituição de 1988, os gastos com a dívida pública, atualizados monetariamente, superam em muito R$ 20 trilhões.


14.  Se os gastos com a dívida interna, cujo montante passa de R$ 3,8
trilhões, continuarem crescendo com a taxa efetiva anual presente —  aí
nos  18% aa. – essa dívida subirá, em 30 anos, para 1/2 quatrilhão de
reais. Um quatrilhão são mil trilhões: 1.000.000.000.000 x 1.000.


15. Na finança mundial, os derivativos voltaram a superar US$ 600
trilhões, como nas proximidades do colapso financeiro de 2007/2008. 
Agora já passam de US$ 1 quatrilhão.


16. Iludem-se grandemente os que acreditam nos bancos e em
economistas das universidades famosas e das que as copiam, quando caem
na conversa de  que os juros são  elevados para conter a inflação!


17. Ao contrário, o crescimento exponencial das dívidas, expressas em
títulos,  significa inflação  ainda maior do que causaria a emissão de
moeda, tão anatematizada pelos economistas “ortodoxos” (e pela opinião
geral, por eles influenciada). Os títulos financeiros são dinheiro, como
a moeda, e ainda turbinado pelos juros.


18. Um dia, a explosão da massa de títulos insuscetíveis de serem
liquidados, leva a reformas monetárias. Então se consolida o poder
absoluto dos concentradores, mesmo em relação aos cidadãos aparentemente
abastados.


19. Imaginemos, num caso limite, que o patrimônio financeiro dos
grandes concentradores atinja vários quatrilhões de dólares e que
individualmente tenham, em média, ativos de 100 trilhões de dólares.


20. Ao acontecer o “saneamento”, a reforma monetária faz que um novo
dólar valha um milhão dos antigos. Então, um oligarca que acumulou US$
100 trilhões, ficará com 100.000.000 (cem milhões) de dólares novos. Já
um empresário, dono de patrimônio de  US$ 100 milhões, ficará reduzido
a 100 dólares novos. Que chance tem alguém com 100 unidades de moeda,
diante de quem tem 100 milhões delas?


21. A reforma mostrará como o empresário empobrece, enquanto a
composição dos juros e as demais jogadas do mercado financeiro fazem
expandir os ativos dos banqueiros e demais concentradores.


22. Torna-se, assim,  abissal a diferença de poder econômico entre
estes e os demais mortais,  mesmo os  ricos, cuja maioria, como também a
classe média, é convertida às ideologias de interesse dos
concentradores e, assim,  julga normais as manipulações de juros, câmbio
e outras, praticadas pelo sistema financeiro.


23. No Brasil, esse sistema é criminosamente privilegiado pela fraude
no artigo 166, § 3º, II, b), e pela sacralização suicida dos gastos com
juros injustificados, assegurada pelo art. 164. Esse confere
exclusividade ao Banco Central (BACEN), para emitir moeda – somente 
para servir os bancos – colocando o Tesouro Nacional à mercê destes.


24. Por lei, o BACEN está subordinado ao governo federal. Portanto,
os governantes que se têm sucedido, deveriam explicar por que o BACEN
age em favor da finança dos concentradores privados estrangeiros e
locais e, em detrimento da economia e da sociedade.


25. Criaram um círculo vicioso: a dívida pública cresce devido a
despesas financeiras, priorizadas pela LRF. A perspectiva de déficits
orçamentários serve de desculpa para elevarem mais os juros. Daí minguam
os investimentos produtivos e sociais da  União e dos entes
federativos.


26. É, pois,  incrível que a LRF seja defendida como sagrada por
tanta gente, até com o primarismo flagrante na mensagem de Cristovam: 
“a revogação da Lei de Responsabilidade Fiscal é o mesmo que revogar as
quatro operações aritméticas, é dizer que dois mais dois é igual a
cinco.”


27. Para o senador, o brasileiro está acostumado a querer receber
aposentadoria jovem, e a crise estrutural exige reforma da Previdência.
Traduzindo o jargão da “esquerda” reacionária: ”que assalariados e
aposentados paguem a conta; não se toque nos trilhões de reais  de juros
para os bancos!” É de estarrecer.


28.  Conquanto as despesas financeiras não sejam a causa única do
subdesenvolvimento acelerado, o vulto delas comprova, de sobra, seu 
peso na ruína financeira do País. Acarretam também a miséria da
estrutura produtiva e social, além de reforçarem a tirania dos oligarcas
concentradores sobre o sistema político.


29.  Há mais causas da degringolada. A principal delas, inclusive por
ser a fonte da dívida,  é a desnacionalização da economia, com os
carteis transnacionais subsidiados pela política econômica, aplicando
preços absurdos aos consumidores, privando o País de tecnologias
próprias, e transferindo quantias estratosféricas ao exterior.


30.  Os déficits nas transações correntes com o exterior —  mesmo com
o País a exportar quantidades brutais e crescentes,  via agronegócio e
mineração —  cresceram para valor próximo a US$ 100 bilhões anuais, e
não mostram sinais de cair muito, nem com a depressão e com o dólar a 4
reais.


* Adriano Benayon é doutor em economia pela Universidade de Hamburgo e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.

O caos "pós-bomba" da turma do impeachment

O caos "pós-bomba" da turma do impeachment - TIJOLAÇO |



O caos “pós-bomba” da turma do impeachment

cogumelo





O físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite, uma das grandes glórias da ciência nacional, sabe do que está falando.





Acostumado a refletir sobre o movimento das partículas, escreve hoje
um interessante (e terrificante) artigo onde analisa o  que resultaria
se as forças  que se alinharam ao projeto de afastamento da Presidenta
Dilma Rousseff, hipoteticamente, perdessem o alvo do ódio que as
magnetiza.





Pelas as ambições, apetites e métodos destes corpúsculos, todos de
baixa densidade social, Cerqueira Leite nos conduz a imaginar o caos que
se seguiria à perda do que parece ser, agora, a sua única referência: o
projeto selvagem de derrubada do governo.





Porque, de fato, é este o único ponto que os une e, se o
ultrapassassem, teríamos, na política e na sociedade, uma aula prática e
mortal do que a fissão atômica produz…





A vingança apocalíptica

Rogério Cezar de Cerqueira Leite, em seu Blog
Hoje estão em consonância no Brasil forças extremas da sociedade,
que em tempos mais serenos ficariam em campos opostos. O PSDB abraça os
descontentes chantagistas do PMDB, enquanto o vampiresco Eduardo Cunha e
sua horda de zumbis dão beijocas no sanguinário deputado Carlos
Sampaio.






Hoje a reacionária alta burguesia paulista faz afagos na pelega
Força Sindical, enquanto a elite janota do Rio de Janeiro se aconchega
aos plebeus da zona norte.






Hoje dão as mãos o direitista ªO Estado de S. Pauloº, a minha querida quase imparcial Folha,
o oportunista ªO Globoº e a histérica revista ªVejaº. Hoje se alinham
para panelaços a população alienada e a estudantada militante.






Tudo isso porque elegeram um inimigo comum, o PT, e sua
representante mítica, Dilma Rousseff. Ah, como é reconfortante encontrar
um bode expiatório, alguém que, como Cristo, acolha todas as culpas,
embora a contragosto. Ah, como é gostoso ter um inimigo comum.






É pena que a presidente Dilma Rousseff seja tão obstinada, tão
voluntariosa. É pena que seja ela tão patriota, tão irredutivelmente
profissional. Pois, o que aconteceria se inopinadamente esse inimigo
comum fosse removido?






Apenas por razões de ordem acadêmica, vamos supor que a
presidente Dilma decidisse abdicar. Vocês já imaginaram a balbúrdia que
se instalaria no Brasil? Sem um inimigo comum, um bode expiatório geral?
Como iriam comportar-se esses atores tão individualistas, tão
egocêntricos da política nacional?






Imaginemos apenas que, se não para manter sua dignidade, mas
apenas por macabra vingança, a presidente Dilma Rousseff resolvesse
passar umas longas e merecidas férias em Côte d’Azur, na França.






José Serra mandaria mísseis ªexocetsº e outros petardos para Belo
Horizonte. Eduardo Cunha mandaria seu exército pentecostal aniquilar o
estarrecido Michel Temer, que, acossado de todos os lados e sem a
têmpera de uma Dilma, não resistiria muito até desmoronar.






A mídia, confusa, já não saberia a quem hostilizar. Eduardo
Cunha? José Serra? Fernando Henrique Cardoso? O PMDB, acostumado a
aderir ao mais forte, ficaria sem orientação, sem rumo.






Os ‘pit bulls’ da oposição (Rodrigo Maia, Carlos Sampaio, Álvaro
Dias, Aloysio Nunes Ferreira), viciados e sem ter a quem morder,
passariam a se mastigar entre si ou passariam a atacar outros aliados? E
quem governaria essa Câmara prenhe de cobiças e de extorsões?






FHC disse que é inoportuno o impeachment da presidente Dilma
porque não há lideranças adequadas. Talvez o que ele queira dizer é que
haja muitos candidatos medíocres para a substituição de Dilma. Com isso,
agride seus correligionários Serra e Aécio Neves e outros opositores
dos demais partidos, antes mesmo de qualquer processo de impedimento da
presidente.






Ah, que pena que Dilma não é vingativa. Que pena, mas que sorte!


domingo, 4 de outubro de 2015

Futuro está bloqueado pela ditadura do curtoprazismo

Futuro está bloqueado pela ditadura do curtoprazismo - 04/10/2015 - Poder - Folha de S.Paulo



Entrevista Marcio Pochmann

Futuro está bloqueado pela ditadura do curtoprazismo



PARA ECONOMISTA LIGADO AO PT, PAÍS NÃO AGUENTA RECESSÃO PROLONGADA E MEDIDAS DE AJUSTE DEVERIAM SER GRADUAIS
ELEONORA DE LUCENA

DE SÃO PAULO




"Por quanto tempo a população sustentará medidas que apontam para o rebaixamento de seu padrão de vida?".





Quem faz o alerta é o economista Marcio Pochmann, 53, presidente da
Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT. Para ele, o ajuste do governo é um
equívoco, reforça o baixo dinamismo da economia e ameaça direitos
conquistados.





Ex-presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada),
Pochmann diz que a agenda de futuro do país está sendo bloqueada pela
"ditadura do curtoprazismo", lógica do mercado financeiro.





Contra essa corrente, ele e dezenas de intelectuais lançaram, na semana
passada, um documento com sugestões de mudanças políticas e econômicas:
"Por um Brasil Justo e Democrático".





Nesta entrevista, ele avalia que o governo pode dar uma virada à esquerda e encampar as ideias do texto.





Folha - Qual é o foco do documento "Por um Brasil Justo e Democrático"?





Marcio Pochmann - É olhar o futuro. O Brasil se enfraqueceu do
ponto de vista produtivo. Nosso projeto é de reindustrialização
nacional. No início dos anos 1980, desenvolvimentistas fizeram o
documento "Esperança e Mudança", com um projeto para o Brasil, que
estava em recessão por três anos (1981-83). Foi nossa referência.





Por que o governo deu uma guinada e adotou ajuste que, diz o documento, segue a lógica do mercado financeiro?





A nova equipe econômica convenceu a presidente de que era mais
importante adotar uma terapia de choque, que, diziam, teria efeitos
negativos, mas de curto prazo. Fizeram choques fiscal, monetário,
cambial e de preços. Tudo no mesmo momento. Isso alterou dramaticamente
as expectativas e jogou a economia numa recessão. O impacto foi talvez
surpreendente para a equipe econômica.





Surpresa? A recessão não foi deliberadamente fabricada?





As questões principais não estão resolvidas. Qual o projeto pós-ajuste? A
lógica do ajuste é um fim em si mesmo. Não fixa pontes para o futuro.
Está queimando pontes com o presente e passado. As sugestões que ganham
força são de corte em despesas obrigatórias, estabelecidas como direitos
e conquistas. A oposição, que não tem projeto para o futuro, diz que a
Constituição não cabe no PIB.





Como o senhor rebate essa afirmação?





Temos uma despesa que não gera nenhum ganho e é improdutiva, que é a com
os juros da dívida. Eles são campeões do mundo para uma dívida
relativamente baixa em relação ao PIB. Defendemos finanças públicas
saudáveis. As opções que estão sendo tomadas não levam a isso.





O ajuste não era necessário?





Medidas deveriam ter sido tomadas de forma gradual. O choque
desorganizou a capacidade de o governo liderar os investimentos.
Precisamos reindustrializar. A agenda que é a ponte para o futuro vai
sendo bloqueada pela ditadura do curtoprazismo. Estamos na lógica do
mercado financeiro, especulativo.





O empresariado está muito contrariado com o ajuste?





Não estão satisfeitos. É insustentável uma recessão prolongada. A se
manter o quadro, os protestos contra a recessão vão crescer, como
cresceram nos anos 1980, quando um grupo de trabalhadores derrubou as
grades do Palácio dos Bandeirantes. Temos agravamento porque as pessoas
percebem a piora, o rebaixamento do padrão de vida. Por quanto tempo o
povo vai sustentar medidas que apontam para o rebaixamento de seu padrão
de vida? É um caldo de cultura que favorece situações políticas que não
sabemos muito bem.





O sr. considera a hipótese de o governo encampar as ideias do documento e dar uma virada à esquerda?





Sim. Estamos no início de um governo que tem quatro anos pela frente. A
maioria hoje é muito frágil e a mudança ministerial vai no sentido de
recompor uma maioria política para sustentar o governo para os próximos
anos.





A mudança ministerial pode significar uma virada à esquerda? Não é o que parece.





A recomposição da maioria pode apontar para um caminho à esquerda.
Juscelino Kubitschek foi eleito e não tinha maioria nas esferas
institucionais –tinha só um terço dos votos no Congresso. E foi
construir a maioria fora dessas esferas. Fez o programa de metas fora do
governo e o executa fora da administração pública tradicional, cria
grupos executivos. Esse movimento lhe permitiu reconstruir as bases no
congresso.





O documento afirma que são os pobres que pagam a conta do social. Por quê?





Os pobres pagam mais impostos proporcionalmente do que os ricos. Para os
pobres foi criado o Bolsa Família. Mas para a classe média e os ricos
que podem declarar o Imposto de Renda há abatimento com gastos privados
em instrução. Dá mais do que o Bolsa Família atual.





Há uma 'Bolsa Rico'?





Se houvesse um esforço concentrado só na questão da sonegação, não
precisaria do ajuste. Sonegação, subsídios, desonerações: o Estado
brasileiro é muito corajoso para cobrar imposto de pobre e paternalista
para cobrar imposto de rico. Quem mais paga imposto não reclama e quem
menos paga, reclama.





Krugman analisa o PSDB e o PMDB

Krugman analisa o PSDB e o PMDB 








Krugman analisa o PSDB e o PMDB

Postado por Juremir em 29 de setembro de 2015 - Uncategorized

A bancada da chantagem, também conhecida como Partido Republicano

Paul Krugman  

Paul Krugman/Folha de S. Paulo

John Boehner foi um presidente da Câmara terrível, horrível,
horroroso. Sob a liderança dele, os republicanos buscaram uma
estratégia sem precedente de obstrucionismo de terra arrasada, que
causou danos imensos à economia e minou a credibilidade dos Estados
Unidos em todo o mundo.


Mesmo assim, as coisas poderiam ter sido piores. E sob seu sucessor
quase certamente serão. Por pior que Boehner fosse, ele era apenas um
sintoma do mal por trás, a loucura que consumiu seu partido.


Para mim, o momento definidor de Boehner continua sendo o que ele
disse e fez como líder da minoria na Câmara no início de 2009, quando o
recém-empossado presidente Barack Obama tentava lidar com a recessão
desastrosa que teve início sob seu antecessor.


Havia e há um forte consenso entre os economistas de que um período
temporário de gastos deficitários pode ajudar a atenuar uma recessão
econômica. Em 2008, um plano de estímulo foi aprovado pelo Congresso
com apoio bipartidário e era forte o argumento a favor de um estímulo
adicional em 2009. Mas com um democrata na Casa Branca, Boehner exigiu
que a política seguisse na direção oposta, declarando que “as famílias
americanas estão apertando seus cintos. Mas elas não veem o governo
apertando seu cinto”. E pediu para que o governo fizesse “uma dieta”.


Foi uma posição econômica de quem não sabe nada e foi incrivelmente
irresponsável em um momento de crise. Há não muito tempo seria difícil
imaginar uma figura política importante fazendo uma declaração dessas.
Boehner de fato acreditava no que estava dizendo? Ou era apenas contra
qualquer coisa que Obama fosse a favor? Ou estava promovendo uma
sabotagem deliberada, tentando bloquear medidas que ajudariam a
economia, porque problemas econômicos seriam bons para as perspectivas
eleitorais republicanas?


Provavelmente nunca saberemos ao certo, mas esses comentários deram o
tom para tudo o que se seguiu. A era Boehner foi uma na qual os
republicanos não aceitaram nenhuma responsabilidade em ajudar a
governar o país, na qual se opunham a tudo e qualquer coisa proposta
pelo presidente.


Além disso, foi uma era de chantagem orçamentária, na qual ameaças
de que os republicanos paralisariam o governo ou o obrigariam a dar
calote a menos que a vontade deles fosse feita se tornou o procedimento
padrão.


No todo, os republicanos durante a era Boehner justificaram
plenamente a caracterização oferecida pelos analistas políticos Thomas
Mann e Norman Ornstein, no livro deles “It’s Even Worse Than You Think”
(“É ainda pior do que você pensa”, em tradução livre). Sim, o Partido
Republicano se transformou em um “insurgente isolado”, que é
“ideologicamente extremo” e ” impérvio ao entendimento convencional dos
fatos, evidências e ciência”. E Boehner não fez nada para combater
essas tendências. Pelo contrário, ele atendeu e alimentou o extremismo.


Então por que ele saiu? Basicamente, porque o obstrucionismo fracassou.


Os republicanos não conseguiram frear severamente os gastos federais,
que cresceram menos sob Obama do que sob George W. Bush, ou mesmo sob
Ronald Reagan. A fraqueza dos gastos contribuiu muito para a demora
para o país se recobrar da crise, provavelmente o maior motivo
individual para o retardamento da recuperação da recessão de 2007-2009.


Mas mesmo assim a economia se saiu bem o suficiente para Obama
conquistar a reeleição com uma maioria sólida em 2012, e sua vitória
assegurou que sua principal iniciativa política, a reforma da saúde
–aprovada antes dos republicanos assumirem o controle da Câmara–
entrasse em vigor no prazo, apesar das várias tentativas de Boehner para
derrubá-la. Além disso, a reforma da saúde está funcionando: o número
de americanos não segurados caiu acentuadamente enquanto os custos do
atendimento de saúde parecem estar sob controle.


Em outras palavras, apesar de todos os esforços de Boehner para
derrotá-lo, Obama parece cada vez mais como um presidente altamente
bem-sucedido. Para a base, que nunca considerou Obama como sendo um
presidente legítimo –pesquisas sugerem que muitos republicanos
acreditam que ele nem mesmo nasceu no país– isso é um pesadelo. E um
grande número de políticos republicanos ambiciosos está disposto a
dizer para a base que isso é culpa de Boehner, que ele não se empenhou
mais em chantagear.


Isso é tolice, é claro. Na verdade, a controvérsia em torno da
Planned Parenthood (organização que presta assistência à saúde da
mulher, de exames de HIV até aborto) que provavelmente provocou a saída
de Boehner –paralisar o governo em resposta a vídeos obviamente
manipulados?– serve como uma ilustração sob medida de quão loucos os
extremistas republicanos se tornaram, quão fora da realidade estão
sobre o que políticas de confronto podem realizar.


Mas os líderes republicanos que encorajaram a base a acreditar em
todo tipo de coisas inverídicas não estão em posição de começar a
pregar a racionalidade política.


Boehner está deixando seu cargo porque se viu pego entre os limites
do politicamente possível e uma base que vive em uma realidade própria.
Mas não chore por Boehner (ou com ele), mas sim pelos Estados Unidos,
que precisam encontrar uma forma de conviver com um Partido Republicano
enlouquecido.


Tradutor: George El Khouri Andolfato