quinta-feira, 31 de março de 2016

O golpe de 1964 não foi um golpe

O golpe de 1964 não foi um golpe | Brasil 24/7



Emir Sader





O golpe de 1964 não foi um golpe





:





Os golpes nunca se dizem golpes, os golpistas nunca se fazem chamar
de golpistas. Há sempre vários tipos de nomes, pelos quais os golpistas
tentam disfarçar seu golpe.


Aqui mesmo o golpe de 1964 pretendeu se chamar "Revolução", que iria
acabar com a subversão e com a corrupção no Brasil. "Revolução", para
justificar o uso da força. Mas diziam que iriam salvar a democracia, que
estaria em perigo. Os jornais imediatamente reproduziram essa versão,
tanto O Globo, quanto O Estado de São Paulo, a Folha de São Paulo e os
outros: a democracia foi salva pelo movimento dos militares. Isso
justificaria os "excessos" que seriam cometidos.


O golpe de 1964 também disse que era um movimento legal, que defendia
a Constituição, contra os planos subversivos do presidente da
República. O presidente da Câmara, Ranieri Mazilli, assumiu, empossado
pelo presidente do Senado, Áureo de Moura Andrade, pelo "vazio de
poder", já que o presidente da República havia abandonado o palácio
presidencial em Brasília.


Acontece que tropas militares tinham se sublevado em Minas Gerais
contra o presidente legal do Brasil na noite anterior e deram inicio a
um plano golpista planejado há tempos, de tal forma que esse movimento
foi sucedido imediatamente por pronunciamentos dos chefes das várias
regiões militares do país de adesão ao golpe. João Goulart tentou apoio
no sul do pais, da mesma forma que o havia logrado em 1961, porque
estava deposto pelos militares golpistas.


Na sequência, os laranjas da época (Mazzilli e Moura Andrade, como
agora seriam Michel Temer e Eduardo Cunha) cederam o poder a quem havia
dado efetivamente dado o golpe – os militares. E desapareceram na poeira
da história, como estes de agora também desapareceriam, caso lograssem
dar o golpe.


Ser golpista, assim como ser de direita, é feio. Ninguém é golpista,
mesmo que planeje e dê um golpe, interrompa o processo democrático e
imponha uma ditadura. Ele sempre se pretende imbuído de uma missão
nobre: limpeza ética do país, combate à subversão, resgate da economia
dos riscos do estatismo.


As Marchas que ajudaram à desestabilização do governo assumiam os
valores que estariam em perigo: "Deus, família, propriedade". O direito à
crença religiosa e a existência mesmo de escolas religiosas, a
existência da família (com os fantasmas da guerra fria de que as
crianças seriam retiradas da família e mandadas estudar na URSS), a
propriedade, pelo riscos do Estado se apropriar de todos os bens das
pessoas.


Mesmo com a repressão imediatamente desatada – lembremos da imagem de
Gregório Bezerra, negro, nordestino, comunista, arrastado pelas ruas do
Recife amarrado a um jipe do exercito, para mostrar a sorte que
correriam os que ousassem enfrentar os golpistas -, a mídia não chamou o
golpe de golpe. A democracia foi destruída, instalou-se um regime de
ditadura militar, o Estado tornou-se o quartel general das FFAA para
controlar o país e reprimir tudo o que caracterizassem como subversivo. O
Legislativo e o Judiciário foram depurados sucessivamente dos seus
membros, o poder foi controlado completamente pelos altos mandos das
FFAA. Todo tipo de violência e de arbitrariedade foi cometido pelo
regime militar.


Mais tarde o nome de golpe militar foi se generalizando no lugar do
de "Revolução" e a palavra "golpe" ganhou conotações claramente
negativas. A ponto que O Globo, na parodia de autocritica, e A Falha,
quando tentou passar a ideia de que o que teria havido seria uma
"ditabranda", usaram explicitamente a palavra golpe.


Golpe é a ruptura do processo democrático por vias não previstas pela
Constituição. A ditadura de 1964 passou a decretar atos institucionais,
que se sobrepunham à Constituição. A democratização demandou uma nova
Constituição para o país.


O movimento golpista atual pretende interromper o processo
democrático, tirando do governo a uma presidenta eleita pelo voto
popular, sem nenhum crime de responsabilidade. Uma ação abertamente
golpista. Mas, como todo golpe, ele não gosta de ser chamado de golpe,
os golpistas não querem ser chamados de golpistas.


Os golpistas de 1964 tampouco queriam ser chamados de golpistas, o golpe de 1964 não seria um golpe.


Aquele, como este, tem tudo de golpe: cara, jeito, ação, projeto. Só
não aceita o seu verdadeiro nome: golpe. Não querem aparecer e oposição
ao que querem destruir: a democracia.

'New Yorker' diz que será trágico se crise afetar Bolsa Família

'New Yorker' diz que será trágico se crise afetar Bolsa Família - 30/03/2016 - Poder - Folha de S.Paulo



'New Yorker' compara Dilma a Nixon e diz que será trágico se crise afetar Bolsa Família













A revista semanal americana "The New Yorker" comparou nesta quarta-feira
a presidente Dilma Rousseff ao ex-presidente americano Richard Nixon
(1969-1974) –mandatário reeleito ao posto em 1972 que, menos de dois
anos depois, acabou renunciando em meio a um processo de impeachment
contra ele.





Assim como ocorre no Brasil com a operação Lava Jato, nos Estados Unidos
também houve um escândalo que levou a uma crise política sem
precedentes à época.





O chamado escândalo do Watergate levou Nixon a deixar o cargo na
Presidência mais cedo do que planejava. Watergate era o nome do prédio
onde ficava a sede do Comitê Nacional Democrata, que foi grampeado
durante a campanha eleitoral de 1972, e as investigações apontaram para
Nixon.





"Richard Nixon foi reeleito de maneira esmagadora em novembro de 1972 e
renunciou em agosto de 1974. Dilma Rousseff, presidente do Brasil,
parece estar seguindo o mesmo caminho: reeleita (não de maneira
esmagadora) em outubro de 2014, ela corre tanto perigo um ano e meio
depois que não parece que vai conseguir finalizar seu mandato", afirma a
revista.





Pedro Ladeira/Folhapress
Dilma e o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no lançamento da 3ª etapa do programa "Minha Casa, Minha Vida", em Brasília (DF)
Dilma e o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no lançamento do 'Minha Casa, Minha Vida 3'
A publicação opina que quem tem mais a perder com a crise e a instabilidade é a população carente.





"A revolta contra Rousseff é da classe média, em um país onde a classe
média ainda não é maioria, como é nos Estados Unidos", diz.





"Os verdadeiros perdedores na reformulação política que deve acontecer
no Brasil não serão os políticos corruptos. As dezenas de milhões de
beneficiários dos programas sociais criados nos governos de Lula e
Dilma, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, estão sob risco
também. (...) Será uma tragédia se, na corrida louca para formar uma
nova coalizão política, ela (coalizão) se torne mais favorável aos
negócios e deixe para trás o eleitorado".





CORRUPÇÃO CONSTANTE





Na reportagem, a "New Yorker" cita a operação Lava Jato, que traz "a
cada dia mais notícias de mais autoridades envolvidas na investigação,
mais delações premiadas, mais esquemas de corrupção".





"Escândalos de corrupção são uma característica constante da política no
Brasil. O governo tem um papel bem maior na economia do que costuma ter
no mundo desenvolvido: há muito negócios controlados pelo Estado,
outros subsidiados e outros protegidos legalmente de qualquer
competição", diz a publicação.





Outra crítica da revista é ao sistema político "complexo" do Brasil, que permite a presença de inúmeros partidos no Congresso.





"Há um sistema parlamentar especialmente complexo e caótico –atualmente,
mais de duas dezenas de partidos ocupam cadeiras no Congresso, o que
significa que a única forma de conseguir um governo de coalizão é sob
uma troca de favores, que muitas vezes é feita na distribuição de
ministérios em troca de apoio."





GOLPE





Nesta quarta-feira, no lançamento da terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff voltou a chamar de "golpe" o processo de impeachment contra ela.





"A Constituição de 1988 tem de ser honrada porque reflete nossas lutas.
Não existe essa conversa: 'Não gosto do governo, então ele cai'.
Impeachment está previsto na Constituição. Mas é absolutamente má-fé
dizer que todo impeachment está correto. Para isso, precisa haver crime
de responsabilidade. Impeachment sem crime de responsabilidade é o quê? É
golpe."





Enquanto isso, os trabalhos para analisar o pedido de impeachment da
presidente –baseado nas acusações sobre as pedaladas fiscais e omissão
no escândalo da Petrobras seguem na Câmara.



Fiesp vai ter de pagar o pato a artista holandês roubado

Fiesp vai ter de pagar o pato a artista holandês de quem roubou o o pato gigante - TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”



Fiesp vai ter de pagar o pato a artista holandês de quem roubou o o pato gigante

pato roubado


Da BBC, agora há pouco, reportagem de Ricardo Senra:


O
artista plástico holandês Florentijn Hofman acusa a Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo) de plagiar, em sua campanha contra
aumento de impostos chamada “Não vou pagar o pato”, a obra
Rubber Duck(ou pato de borracha), exposta em São Paulo, em 2008, e em cidades como Amsterdã e Hong Kong.
A BBC Brasil entrou em contato com a
fábrica de Guarulhos (SP) que produziu a obra para o artista holandês em
2008 e descobriu que se trata da mesma que tem produzido os patos em
contrato com a Fiesp.
Denilson Sousa, dono da Big Format
Infláveis, reconheceu que empresa produziu os dois patos e disse que a
Fiesp enviou uma foto da obra do artista como “referência”, mas que “nem
sabe mais se tem o projeto de Hofman”.
À BBC Brasil, a equipe de Hofman
afirmou que a Fiesp transformou o projeto artístico original em uma
“paródia política” e que o uso do desenho é “ilegal” e “infringe
direitos autorais”.
Como, por óbvio, não foi a fábrica de infláveis que “teve a ideia” da
campanha, fica evidente que algum marqueteiro da Fiesp viu trabalho e
“meteu a mão” não apenas na ideia, mas nos moldes do holandês.


Ou seja, além de não pagar pelos direitos do artista, sequer o consultou sobre o propósito com que ia usá-lo.


No meu tempo isso era crime e quem praticava crime era criminoso.


E. além do mais, para ficar diferente ou em homenagem àqueles que
querem enganar com sua campanha pelo golpe, tiraram os olhos do patinho.
Ceguinho, coitado, não pode ver que está sendo usado para enganar os
“patos”.

Gilmar Mendes, Rodrigo Janot e Deltan Dallgnol e o jogo político no Judiciário | Marcelo Auler

Gilmar Mendes, Rodrigo Janot e Deltan Dallgnol e o jogo político no Judiciário | Marcelo Auler




Gilmar Mendes, Rodrigo Janot e Deltan Dallgnol e o jogo político no Judiciário




Marcelo Auler


Em
uma decisão de 2002 concedeu liminar suspendendo duas ação dereparação
de danos por improbidade contra três ministros de FHC, de quem ele foi
Advogado Geral da União. Em 2008, mandou arquivá-las. Seus colegas do
STF reabriram os dois casos agora. Quem obstruiu a Justiça?
Nesses tempos em que a intolerância grassa e muitos agem mais com o
emocional do que com a razão, nada melhor do que um dia atrás do outro
para que algumas máscaras caiam. Na quarta-feira, 16, o ministro Gilmar
Mendes, sob os holofotes da tribuna do Supremo Tribunal Federal
queixou-se da nomeação de Luis Inácio Lula da Silva para ministro por
entendê-la como uma forma de obstar a Justiça.


Na avaliação do ministro, a nomeação de Lula para o primeiro escalão
do governo ocorre “a pretexto, a dar sobrevida ao governo e dar algum
conforto no foro privilegiado” ao ex-presidente. “É quase uma acusação
de que esta Corte será complacente com malfeitos”, disse Mendes durante
sua manifestação no julgamento de recursos ao rito do processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff, como noticiou o jornal Valor Econômico, naquele mesmo dia, na reportagem Nomeação de Lula para ministério gera desconforto, diz Gilmar Mendes,


Dois dias depois, ao se manifestar nos processos movidos pelo PSDB e
PPS contra a nomeação de Lula, Mendes, transformou em decisão o
pré-julgamento que fizera. Como estivesse lendo o futuro numa bola de
cristal, explicou: “Pairava cenário que indicava que, nos próximos
desdobramentos, o ex-presidente poderia ser implicado em ulteriores
investigações, preso preventivamente e processado criminalmente. A
assunção de cargo de Ministro de Estado seria uma forma concreta de
obstar essas consequências. As conversas interceptadas com autorização
da 13ª Vara Federal de Curitiba apontam no sentido de que foi esse o
propósito da nomeação”, expôs ao determinar a suspensão da posse de Lula
e a remessa das investigações contra ele para o juiz Sérgio Moro.
Medida inócua, pois na segunda-feira seguinte, Teori Zavascki avocou
esses casos para análise do STF.


Não precisou muito tempo para a máscara cair. No sábado, (26/03),  O Estado de S. Paulo noticiou
a reabertura “de duas ações de reparação de danos por improbidade
administrativa contra os ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), José Serra
(Planejamento) e Pedro Parente (Casa Civil), Gustavo Jorge Laboissiére
Loyola, Alkimar Andrade, Gustavo Henrique Barroso Franco e Francisco
Lafaiete de Pádua Lopes (ex-presidentes e ex-diretores do Banco
Central), no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)”.


Impetradas em 1995 e 1996, pelo então
procurador-geral das República, Antônio Fernando Souza, estas ações
estavam paralisadas desde 2002 (quando Mendes as avocou) e foram
arquivadas em 2008 por decisão dele mesmo, pouco antes de assumir a
presidência da Corte. Lembrem-se, Mendes ingressou no STF em 2002,
nomeado por FHC, após ser seu Advogado Geral da União. Pelo jeito, o
arquivamento – em uma decisão monocrática – foi indevido pois, agora,
seus colegas do Supremo entenderam que as ações devem continuar.
Passaram 14 anos paralisadas. Cabe perguntar, quem mesmo obstruiu a
Justiça?
As duas ações propostas pelo ex-procurador-geral da República – hoje
advogado de defesa de Eduardo Cunha – eram de ressarcimento de valores
ao erário por Improbidade Administrativa. Cobrava-se o ressarcimento aos
cofres públicos dos valores gastos pelo Banco Central com a ajuda aos
bancos Econômico e Bamerindus, além de outros atos do Programa de
Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro
Nacional – Proer. A ação da 22ª Vara Federal de Brasília (nº
95.00.20884-9)  chegou a ter uma sentença em que os réus foram
condenados a ressarcirem o erário em R$ 202.965.000,00, corrigido
monetariamente pelos índices do IPCA/IBGE, a contar da data do
ajuizamento até a data do efetivo pagamento.


Independentemente da discussão em torno dos valores a que os réus
foram condenados, uma das motivações que levaram o ministro Mendes a
avocar o caso para o STF, ele se apegou ainda a duas teses que há muito
foram derrubadas pela jurisprudência do Supremo. A primeira de que
 “atos de improbidade, enquanto crimes de responsabilidade, os Ministros
de Estado estão sujeitos exclusivamente ao regime da Lei no 1.079, de
10 de abril de 1950, de modo que a apuração de atos de improbidade
atribuídos a tais agentes, nos termos do art. 102, I, “c”, da
Constituição, encontra-se sujeita à competência do Supremo Tribunal
Federal”.



Outro argumento usado e que também já não encontra respaldo nas
decisões de seus colegas da Corte é o de que o fato de os réus não
estarem mais em função pública não desautorizaria o julgamento pelo STF.
Na decisão, Mendes expôs: “Não há outro juízo competente para processar
e julgar os reclamantes pela prática de crime de responsabilidade, já
que os atos supostamente ilícitos a eles imputados referem-se à época em
que ocupavam cargos de agentes políticos”.  Isso, como se sabe, há
muito não é aceito pelo Supremo. A prática mostra que quando o réu perde
a função pública ou o mandato que lhe garantia o foro especial, o
processo é redistribuído. Exemplo mais recente e foi do ex-governador e
ex-deputado, o tucano Eduardo Azeredo, que renunciou ao mandato na
Câmara dos Deputados para não ser julgado pelo Senado no caso do
Mensalão Mineiro. (ou Mensalão Tucano).


Janot e seu público interno –
Justamente por todos estes precedentes do Supremo é que soa
completamente estranha a tese defendida pelo Procurador Geral da
República, Rodrigo Janot, que os ministro da corte devem autorizar o
ex-presidente Lula a ser empossado como ministro da Casa Civil de Dilma,
mas manter as ações contra o mesmo na 13ª Vara Federal de Curitiba, do
juiz Sérgio Moro. Não existe qualquer precedente nesse sentido.



Em seu blog, hoje, Fernando Brito – que usa um endereço alternativo por conta dos ataques que tem sofrido – diz que Janot joga para a platéia: Lula será ministro, mas caso segue com Moro.
Na verdade, mais do que jogar para o grande público – embora também o
esteja fazendo – Janot está jogando para seu público interno,
principalmente os procuradores da Força Tarefa da Lava Jato que em
passado não muito longínquo tiveram uma queda de braço com o
Procurador-geral. E ganharam.
Foro especial não é mais impunidade
– Todos fala da questão do for especial como se fosse sinônimo de
impunidade. Esta foi uma verdade em passado não muito distante. Antes,
parlamentares, por exemplo, quando no exercício do mandato, só podiam
ser processados com autorização de suas respectivas Casas Legislativas.
Isto acabou através da Constituição de 1988. O próprio Janot, na sua
argumentação sobre a posse de Lula, fala que os tribunais superiores
demoram mais a julgar. É fasto, que em muitos casos, há quem sente em
cima dos processos de políticos, como famosos antecessor do atual
procurador-geral, Geraldo brindeiro, costumava engavetar os casos
envolvendo políticos do governo. Também o processo do Mensalão, com
todos os erros e possíveis anomalias, demonstrou que não é difícil ao
Supremo, apreciar os casos com a agilidade necessária. Há ainda exemplos
de parlamentares e pessoas que, mesmo com foro especial, acabaram sendo
julgados e condenados. No caso de Lula, podem ter certeza, ninguém
deixará o processo parado por 14 anos…
Não se pode esquecer que Lula, neste caso, está fazendo justamente o
caminho inverso que a maioria dos políticos fazem. Ele abre mão de ser
julgado pela Justiça de Primeiro Grau, o que lhe garante, pelo menos,
três instâncias acima para recorrer das decisões e, consequentemente,
postergar qualquer sentença, para ver suas acusações apreciadas por um
colegiado que é a última e mais alta instância do Judiciário.


Muitos dizem que ele quer a impunidade, como se o juiz Sérgio Moro
fosse mais capaz juridicamente do que cada um dos onze ministros daquela
corte. Na verdade, por tudo o que se tem visto nos últimos dias, a
diferença entre Moro e a maioria dos ministros do Supremo, não é apenas o
saber jurídico acumulado deles, dado o tempo de militância que acumulam
na área jurídica. Há ainda a questão da sensatez, que parece estar
faltando em alguns setores de Curitiba.



O esquecimento de Deltan Dallagnol - Coincidentemente, no mesmo sábado 26 em que o Estadão publicava
a notícia do desarquivamento de um processo que se iniciou em 1995, ou
seja, 21 anos atrás, O Globo retransmitia, sem contestar nem questionar,
as explicações do procurador chefe da Força Tarefa da Lava Jato, Deltan
Dallagnol para justificar porque não são investigados casos envolvendo
outros governos e outros partidos. Foi na reportagem: ‘Vivemos em um ambiente polarizado’, diz coordenador da Lava-Jato:


Essa crítica não tem o menor sentido para quem tem um mínimo de
conhecimento jurídico. Não é viável investigar fatos tão antigos por
duas razões. Em primeiro lugar, fatos praticados há mais de doze anos
estão, na prática, prescritos, ou seja, é como se o crime fosse
cancelado pelo decurso do tempo. Nosso sistema tem muitas brechas que
devem ser fechadas, uma das quais é um sistema de prescrição leniente.
Em segundo lugar, a investigação de fatos tão antigos não tem
viabilidade prática, porque a guarda de documentos fiscais ou bancários
não alcança tanto tempo. A lei exige que dados fiscais, por exemplo,
sejam guardados só por cinco anos, o que libera as empresas de guardarem
os documentos que embasam os lançamentos e colocaria empecilhos
significativos à investigação. Dentro de um contexto de recursos humanos
e financeiros limitados do Estado, devemos orientar os esforços
investigativos sobre fatos que tragam um resultado útil para a
sociedade”
, disse.


O pensamento é perfeito para o estudante de Direito ou o leigo que
vive com a cabeça no Código Penal e pensa apenas em prender, processar e
condenar, preferencialmente a uma pena alta, para que o réu mofe nas
cadeias ou, o que é mais comum, acabe sendo mandado para casa por falta
de vaga no Sistema Penitenciário. Certamente, no momento da entrevista, o
procurador esqueceu-se do artigo 37, parágrafo 5º da Constituição que
reza:


Art. 37  – § 5º- A lei estabelecerá os prazos de prescrição
para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
causem prejuízos ao erário,
 ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. (grifei)


Ou seja, os prejuízos causados ao erário por atos de improbidade
administrativa são imprescritíveis. Tanto assim que o Supremo acaba de
mandar reabrir um processo que é de 1995, cujos atos que geraram o
possível dano ao erário – a ajuda a bancos falidos, mal administrados,
em nome de se manter todo o sistema – foram praticados antes disso,
portanto, há mais de duas décadas.


O procurador está certo ao dizer que documentos fiscais só são
guardados por um quinquênio. Mas ele sabe também que variação
patrimonial não se verifica apenas com documentos fiscais e que bancos
conseguem reaver informações passadas,. Da mesma forma como cartórios
imobiliários mantêm os registros de compra e venda de imóveis para o
resto da vida. Inclusive no exterior, para aqueles casos de políticos
com apartamento em Paris.



Na verdade, o viés político está se
impondo nas investigações atuais em torno de fraudes e corrupção
governamental. Não apenas na Lava Jato, muito embora nela seja algo
visto a olho nu, por quem não estiver usando óculos escuros. Vem a
calhar o depoimento do delegado da Polícia Federal, Marlon Cajado, na
CPI do Carf. Como se sabe, ele intimou o ex-presidente Lula para que
explicasse os motivos que lhe levaram a reeditar (grifei)
Medidas Provisórias, colocadas sob suspeita, que beneficiaram o setor
automobilístico. Lula reeditou o que Fernando Henrique Cardoso editara
antes. Cajado não conseguiu justificar o porquê de não ter convocado o
ex-presidente Fernando Henrique para explicar as MPs que ele editara e
que seu sucessor apenas reeditara. Na descrição do deputado Paulo
Pimenta (PT-RS) deu-se da seguinte forma:
Você chamou o ex-presidente Fernando Henrique, como autoridade
da época, para explicar porque foi editada e a importância dessa Medida
Provisória? Você não entendeu que era importante chamar o presidente que
editou a MP original, só quem reeditou?”



Sem respostas, o delegado se limitou a responder “não”, seguidas vezes, aos questionamentos feitos pelo deputado Pimenta.

Lula ao NY Times: foram me investigar e acharam a Globo.

Lula ao NY Times: foram me investigar e acharam a Globo. - TIJOLAÇO |





Lula ao NY Times: foram me investigar e acharam a Globo.





No Facebook, Lula divulga trecho de sua entrevista, dada ontem aos
correspondentes estrangeiros, onde responde a uma pergunta de Simon
Romero, do The New York Times,  sobre como se sentiu com a divulgação de suas conversas pessoais ao telefone, grampeadas e publicadas por Sérgio Moro.


Depois de falar do constrangimento de qualquer pessoa em ter
devassada sua privacidade em conversas que nada tinham a  ver com as
investigações, Lula conta o que está publicado hoje no Viomundo
e só apareceu porque os blogs investigaram: que a apreensão de papéis
que procuravam vinculá-lo ao apartamento no Guarujá encontrou foi a
presença da Globo no misterioso caso da mansão de Parati.


A gravação mostra um Lula sereno, sem ira. Mas, com motivos,
angustiado com o papel que a Justiça, através de Sérgio Moro, vem
assumindo em relação a ele.




Wagner Moura: Dilma é vítima de um golpe clássico

Wagner Moura: Dilma é vítima de um golpe clássico | Brasil 24/7





247 – Para o ator Wagner Moura, a presidente Dilma Rousseff é vítima de um golpe clássico em um Estado policialesco.


‘O que está em andamento no Brasil hoje é uma tentativa revanchista
de antecipar 2018 e derrubar na marra, via Judiciário politizado, um
governo eleito por 54 milhões de votos. Um golpe clássico’, diz.


Segundo ele, o país vive um Estado policialesco movido por ódio
político: “Sergio Moro é um juiz que age como promotor. As investigações
evidenciam atropelos aos direitos consagrados da privacidade e da
presunção de inocência. São prisões midiáticas, condenações prévias,
linchamentos públicos, interceptações telefônicas questionáveis e
vazamentos de informações seletivas para uma imprensa controlada por
cinco famílias que nunca toleraram a ascensão de Lula”, acrescenta.




Leia abaixo o artigo de Wagner Mora sobre o assunto:




Pela legalidade


Ser legalista não é o mesmo que ser governista, ser governista não é o
mesmo que ser corrupto. É intelectualmente desonesto dizer que os
governistas ou os simplesmente contrários ao impeachment são a favor da
corrupção.


Embora me espante o ódio cego por um governo que tirou milhões de
brasileiros da miséria e deu oportunidades nunca antes vistas para os
pobres do país, não nego, em nome dessas conquistas, as evidências de
que o PT montou um projeto de poder amparado por um esquema de
corrupção. Isso precisa ser investigado de maneira democrática e
imparcial.


Tenho feito inúmeras críticas públicas ao governo nos últimos 5 anos.
O Brasil vive uma recessão que ameaça todas as conquistas recentes. A
economia parou e não há mais dinheiro para bancar, entre outras coisas,
as políticas sociais que mudaram a cara do país. Ninguém é mais
responsável por esse cenário do que o próprio governo.


O esfacelamento das ideias progressistas, que tradicionalmente
gravitam ao redor de um partido de esquerda, é também reflexo da
decadência moral do PT, assim como a popularidade crescente de políticos
fascistas como Jair Bolsonaro.


É possível que a esquerda pague por isso nas urnas das próximas
eleições. Caso aconteça, irei lamentar, mas será democrático. O que está
em andamento no Brasil hoje, no entanto, é uma tentativa revanchista de
antecipar 2018 e derrubar na marra, via Judiciário politizado, um
governo eleito por 54 milhões de votos. Um golpe clássico.


O país vive um Estado policialesco movido por ódio político. Sergio
Moro é um juiz que age como promotor. As investigações evidenciam
atropelos aos direitos consagrados da privacidade e da presunção de
inocência. São prisões midiáticas, condenações prévias, linchamentos
públicos, interceptações telefônicas questionáveis e vazamentos de
informações seletivas para uma imprensa controlada por cinco famílias
que nunca toleraram a ascensão de Lula.


Você que, como eu, gostaria que a corrupção fosse investigada e
políticos corruptos fossem para a cadeia não pode se render a esse
vale-tudo típico dos Estados totalitários. Isso é combater um erro com
outro.


Em nome da moralidade, barbaridades foram cometidas por governos de
direita e de esquerda. A luta contra a corrupção foi também o mote usado
pelos que apoiaram o golpe em 1964.


Arrepio-me sempre que escuto alguém dizer que precisamos "limpar" o
Brasil. A ideia estúpida de que, "limpando" o país de um partido
político, a corrupção acabará remete-me a outras faxinas horrendas que
aconteceram ao longo da história do mundo. Em comum, o fato de todos os
higienizadores se considerarem acima da lei por fazerem parte de uma
"nobre cruzada pela moralidade".


Você que, por ser contra a corrupção, quer um país governado por
Michel Temer deve saber que o processo de impeachment foi aceito por
conta das chamadas pedaladas fiscais, e não pelo escândalo da Petrobras.
Um impeachment sem crime de responsabilidade provado contra a
presidente é inconstitucional.


O nome de Dilma Rousseff não consta na lista, agora sigilosa, da
Odebrecht, ao contrário dos de muitos que querem seu afastamento. Um
pedido de impeachment aceito por um político como Eduardo Cunha, que o
fez não por dever de consciência, mas por puro revide político, é teatro
do absurdo.


O fato de o ministro do STF Gilmar Mendes promover em Lisboa um
seminário com lideranças oposicionistas, como os senadores Aécio Neves e
José Serra, é, no mínimo, estranho. A foto do juiz Moro com o tucano
João Doria em evento empresarial é, no mínimo, inapropriada.


E se você também achar que há algo de tendencioso no reino das
investigações, não significa que você necessariamente seja governista,
muito menos apoiador de corruptos. Embora a TV não mostre, há muitos
fazendo as mesmas perguntas que você.

É hoje, para o Brasil ter um amanhã!

É hoje, para o Brasil ter um amanhã! - TIJOLAÇO | 



É hoje, para o Brasil ter um amanhã!

mapainterativo


Ficou famosa a frase de John Kennedy, em um de seus discursos, onde
ele diz “não pergunte o que o seu país pode fazer por você, mas o que
você pode fazer por seu país”.


Hoje é um daqueles dias em que cada um de nós terá de responder a esta questão.


Mas, ainda que eu queira, por ideais, seguir apenas o que diz Kennedy, posso muito bem responder à pergunta primeira.


Meu país fez muito por mim, quase tudo, aliás.


Fez-me ser quem eu sou, deu-me uma língua, deu-me um conjunto de
sentires e pensares que me fazem ser de algum lugar: ser brasileiro.


Deu-me o privilégio de ser de uma terra mestiça, onde nem na cara, na
cor, nos cabelos somos todos clones quase iguais e, por isso, deu-me a
chance de estar na Europa, na África, na Ásia e no mundo inteiro mesmo
sem tirar os pés daqui.


Deu-me a chance de encontrar iguais em diferentes e diferentes entre os iguais.


Mesmo quando ainda éramos uma colônia, nossa identidade multirracial
já despontava nos Guararapes e começava a se forjar o Brasil que seria,
quase dois séculos depois, independente, ainda que tão injusto  e tantas
vezes cruel com os índios de Felipe Camarão e os negros como Henrique
Dias.


A esta unidade na diversidade chama-se democracia, com todas as
imperfeições que ela contém, como imperfeições contêm todos os seres
humanos e isso não será nunca razão para que se os extermine.


A democracia é o inverso do ódio, pois ela supõe ver no outro – mesmo
meu mais ferrenho adversário – o princípio básico de que ele tem os
mesmo direitos que eu.


Meu país deu-me ainda mais. Deu-me a chance de viver em uma das
maiores nações do planeta, um grande povo num grande território e, por
isso, ter o destino de ser grande e de buscar uma grande felicidade,
daquelas que o Tom Jobim cantou que é impossível ter sozinho.


E isso me dá também, um doloroso privilégio: o de ter um país a construir.


Um país onde não pode faltar emprego, porque há trabalho a fazer;
onde não pode faltar casa para morar, porque a terra é imensa; onde não
pode faltar educação, porque a necessidade de aprendermos é vital; onde
não pode faltar saúde, porque somos um gigante composto por 205 milhões
de células e a nenhuma delas  se pode deixar degenerar-se, para que não
nos corroa um câncer.


É por essas ideias e mais, para que tenhamos, a cada dia, um país que
não seja apenas privilégio de uma casta, seja ela de políticos ou de
magnatas, que cada brasileiro precisa hoje mostrar na rua que não somos
um bando de selvagens, mas um país que se moderniza, que pode crescer,
que pode ser justo e que isso, nestes tempos, só se faz com democracia.


Mesmo os que se consideram detentores de posições de mando ou poder,
quantas vezes deveriam se perguntar: o que é possível sem que se ame a
todos?


Pode um professor ensinar, se não ama o aprendizado de seus alunos?
Um médico curará se não amar o direito a viver de seus pacientes? Um
general pode comandar se não ama suas tropas e acha que a maior  parte
delas pode ser queimada, como carne de canhão, sem que isso comprometa
todo o seu exército?


Pois a democracia é isso: o regime onde cada um é comandante de si
mesmo, mas aprende que sozinho não será nada, mesmo com todo o sucesso
pessoal que a sorte ou o talento lhe permita alcançar, a menos que
queria viver dentro de jaulas, em meio a uma selva.


Citei aquele presidente dos EUA porque é bom lembrar do que são
capazes os loucos, os fanáticos, os homens que acham que uma bala
resolve seu problema porque suprime outro homem. Naquele mesmo discurso,
ele disse que  “aqueles que tolamente buscaram o poder cavalgando no
dorso de um tigre acabaram devorados”.


É por isso que te peço o que Kennedy pediu aos norte-americanos.


Teu país, tua liberdade, teu direito de votar e escolher – certo ou
errado – os rumos de  sua pátria não valem um gesto? Um telefonema, um
e-mail, um pedido a mais alguém para que hoje o Brasil mostre que temos
de deixar para trás a sucessão de golpes da história?


Pa sermos um país onde a gente possa dizer: nasci numa democracia,
meus filhos nasceram livres e meus netos e bisnetos assim nascerão
quando eu já não estiver aqui.


Hoje é dia de fazer algo por nosso país.

Conexão Jornalismo

Conexão Jornalismo



Jornalão russo afirma que EUA estariam por trás das manifestações contra Dilma

Da Redação


Os ingredientes para o roteiro de uma grande trama internacional
estão todos aí: conspiração, jogo sujo, cinismo, espionagem, política e
dinheiro, muito dinheiro. É nesta linha que a reportagem do jornal
Pravda RU., um dos principais jornais da terra de Vladimir Putin,
analisa em tom de denúncia as manifestações contra Dilma. Para os
russos, os Estados Unidos (sim, sempre eles) estão por trás das ações
golpistas e por uma única razão: Pré-Sal.


Leia a reportagem traduzida :

O
Jornal Russo "Pravda" em seu editorial, destaca as manifestações que
irão acontecer neste domingo. Segundo o jornal , Washington age apara
derrubar a presidente Dilma e manipula os protestos impeachment; o
jornal também conta como os norte-americanos patrocinaram e apoiaram
Aécio Neves nas eleições de 2014

Em seu editorial, o jornal russo
"Prvda.ru" destacou as manifestações que irão ocorrer neste domingo no
Brasil pedindo o impeacheament da presidente Dilma Rousseff. Segundo o
jornal, os Estados Unidos agem para derrubar a presidente Dilma e
manipula os protestos pró-impeachment.

O jornal também cita a oposição do país como "hipócrita" e reproduz uma fala do senador por São Paulo Aloysio Nunes.

O
Jornal lembra sobre as disputadas eleições de 2014 entre Dilma e Aécio,
em trecho, o jornal explica como os EUA patrocinaram e apoiaram Aécio
nas eleições.

Segundo o Jornal, o motivo pelos quais Washington
quer ver Dilma fora do comando do Brasil é o desenvolvimento do BRICS e o
pré-sal, tão cobiçado pelos norte-americanos.

A matéria também
traz uma revelação, em 2013, o vice-presidente dos EUA veio ao Brasil
pedir a Dilma acesso aos campos de petroléo brasileiros, mas Joe Biden
voltou de mãos vazias, e a partir dai pouco tempo depois estourou a onda
de protestos contra Dilma.

Confira a reportagem publicada no dia 03 de março, por Lyuba Lulko no Pravda Russo

CIA, FBI, NSA e todos os homens do rei trabalhar para derrubar a presidente brasileira Dilma Rousseff

No
Brasil, a oposição vai realizar marchas de protesto contra o presidente
do Brasil, Dilma Rousseff. Ações de protesto são esperados para ocorrer
em mais de 25 cidades em todo o país em 15 de março. Em São Paulo, uma
manifestação de 200.000 é esperada sob o slogan "Fora Dilma." É possível
mobilizar a população contra o partido que tem sido capaz de melhorar
significativamente a vida no país durante 12 anos no poder?

É bem
possível que a CIA está envolvida no plano para encenar tumultos no
Brasil em todo o país. Ao longo dos últimos anos, o BRICS se tornou a
principal ameaça geopolítica para os Estados Unidos.

Um dos
principais problemas de hoje para a imprensa ocidental é recuperar o
equilíbrio no sistema monetário e financeiro global. Esta é uma ameaça
potente que BRICS representa para os EUA e ao dólar americano.

Os
EUA vêm tentando destruir e esmagar a Rússia através da crise na
Ucrânia, as sanções e a queda dos preços do petróleo. Eles levaram
esforço para quebrar a estabilidade na China através da "revolução de
guarda-chuvas" em Hong Kong. Na Índia, festa do homem comum está
tentando abrir caminho para o poder.

No Brasil, os americanos
tentam implementar o cenário da mola da América Latina, de forma
semelhante ao que fazem em outros países soberanos da região - Argentina
e Venezuela.

Em 15 de março, cerca de 20 organizações vão tomar
as ruas das cidades brasileiras, sob os auspícios da oposição para um
protesto nacional contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e a presidenta
- Dilma Rousseff. Eles são os movimentos das redes sociais. Muitos vão
estar carregando slogans sobre o impeachment do presidente. Estrelas de
mídia, como o cantor Lobão, um Makarevich russo, são esperados para
participar também. Oposição senador de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB-SP), disse que ele preferiria ver a presidente Dilma "sangrar".

O plano da CIA contra a presidente Dilma

As
razões para as quais Washington quer se livrar de Dilma Rousseff, são
fáceis de entender. Ela assinou o acordo sobre a criação do Banco de
Desenvolvimento de Novos com o capital social inicial no valor de fundo
de 100 bilhões de reservas, bem como adicional de US $ 100 bilhões.
Rousseff também apoia a criação de uma nova moeda de reserva mundial.
Em
outubro de 2014, Dilma Rousseff iniciou a construção de 5.600 sistema
de telecomunicações de fibra óptica quilômetros de extensão através do
Atlântico para a Europa. Se for bem sucedido, o projeto, realizado com a
participação da empresa estatal Telebras, vai minar o monopólio
americano no campo da comunicação, incluindo a Internet.

O novo
sistema de comunicação irá garantir a proteção contra a espionagem da
NSA. Telebras presidente disse aos meios de comunicação locais que o
projeto seria desenvolvido e implementado sem a participação de qualquer
empresa americana.

Dilma Rousseff também impede o retorno de
grandes empresas de mineração de petróleo dos EUA para o mercado de
petróleo e gás do Brasil. O país é rico, com enormes depósitos de
petróleo, as reservas não confirmadas de que exceder 100 bilhões de
barris. No entanto, foi durante a presidência de Lula, quando o Brasil
optou pela empresa estatal chinesa Sinopec.


Em maio de 2013,
o vice-presidente dos EUA, Joe Biden fez uma visita ao Brasil, a fim de
convencer a Dilma Rousseff a conceder acesso a campos de petróleo
brasileiros. Biden voltou aos EUA de mãos vazias. Imediatamente depois,
uma onda de protestos varreu o Brasil como pessoas protestavam contra o
aumento dos preços para o transporte público em dez por cento.
Classificação colapso de Dilma Rousseff 70-30 por cento. Tudo o que
aconteceu um ano antes da eleição presidencial.

Durante este
período, os americanos foram consistentemente destruindo regime de Dilma
através de outros protestos. Eles incluíram protestos em grande escala
contra os custos excessivos para a Copa do Mundo e financiamento
insuficiente de programas de assistência social e de saúde. Houve
confrontos com a polícia e violência.

De repente, os brasileiros
se esqueceu de que o Partido dos Trabalhadores tinha tomado cerca de 30
por cento da população a sair da pobreza com a ajuda de programas de
apoio público. A fome eo analfabetismo tornou-se história. Era tornou-se
de memória curta? Não, como a CIA sabe muito bem como a lavagem
cerebral nas pessoas através da mídia subordinados.

Imediatamente
após a saída de Biden do Brasil, foi noticiado que Dilma Rousseff foi
implicado no escândalo relacionado com a companhia petrolífera estatal
Petrobras. Rousseff foi acusado de receber uma comissão sobre os
contratos com a empresa de petróleo. O dinheiro teria sido usado para
comprar votos no parlamento.

A mais recente tentativa de remover
Rousseff do poder foi feita nas eleições de Outubro de 2014, quando o
candidato do PSDB, Aécio Neves poderia tomar posse como Presidente. Se
Neves havia sido eleito presidente, novo ministro da Fazenda do Brasil
teria sido Arminio Fraga Neto. Neto tem dupla cidadania (segunda - EUA);
ele é um grande amigo e ex-sócio de George Soros e seu fundo de hedge
Quantum. O Ministro dos Negócios Estrangeiros teria sido Rubens Antonio
Barbosa, ex-embaixador em Washington, que atualmente atua como diretor
do Albright Stonebridge Group (ASG), em São Paulo.

EUA quer Dilma fora do comando do país há todo custo

De
acordo com o Wikileaks, José Serra, um dos líderes do PSDB, prometeu a
sua proteção a Chevron em caso de vitória eleitoral. No entanto, apesar
da manipulação voto em São Paulo, Dilma Rousseff ganhou um segundo
mandato.
Gene Sharp, autor de "da ditadura para a democracia",
descrito 198 ações não-violentas para derrubar governos legítimos. Se
generalizada, eles podem explicar formulada da seguinte maneira.

Passo
1: Processamento de opinião pública com base em desvantagens reais,
promovendo descontentamento através da mídia, enfatizando tais
perturbações como déficit, crime, sistema monetário instável,
incapacidade de líderes do estado e suas denúncias de corrupção.

Passo
2: demonizar autoridades através da manipulação de preconceito dizendo,
por exemplo, que todos os brasileiros (russos, chineses) são todos
corruptos, segurando as ações públicas em defesa da liberdade de
imprensa, direitos humanos e as liberdades civis, condenando o
totalitarismo, revisando a história em favor das forças que devem ser
levados ao poder.

Passo 3: Trabalhando na rua: canalizar os
conflitos, promover a mobilização de oposição, o desenvolvimento de
plataformas de combate, que englobam todas as demandas políticas e
sociais, a compilação de todos os tipos de protestos, habilmente jogar
nos erros do Estado, organizando manifestações, a fim de bloquear e
captura instituições do Estado para a radicalização de confrontos.

Passo
4: A combinação de diferentes formas de luta: a organização de piquetes
e captura simbólica das instituições do Estado, guerra psicológica nos
meios de comunicação e promoção de confrontos com a polícia, para criar
uma impressão de incontrolabilidade, desmoralizando as agências
governamentais e policiais legítimos.

Passo 5: Staging um golpe institucional, com base em protestos de rua, pedindo a renúncia do presidente.

Em
que fase da revolução cor está acontecendo no Brasil hoje? Cabe ao
nosso querido leitor decidir. A situação agrava na frente de nossos
olhos e parece que as autoridades brasileiras fecham os olhos sobre as
atividades de inteligência dos EUA debaixo de seus narizes. No Brasil, a
CIA, DEA e os oficiais do FBI trabalhar legalmente, sob o pretexto da
luta contra o tráfico de drogas. ONGs e fundações que patrocinam
revoluções coloridas trabalhar no país também.

Jornalista
venezuelano José Vicente Rangel informou que cerca de 500 funcionários
dos serviços de inteligência dos EUA chegou a embaixadas dos EUA na
Venezuela, Bolívia, Argentina, Brasil, Equador e Cuba para trabalhar
como uma rede para desestabilizar regimes democráticos nesses países. O
que vai acontecer depois? Já podemos ver um exemplo de que na Ucrânia.

Veja aqui a matéria original

"Não ficará sem resposta"

"Não ficará sem resposta" — CartaCapital



Bastou o novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão,
cobrar limites à atuação da Polícia Federal para despertar a ira de
delegados e ser acusado de obstrução da Justiça. O PPS, satélite dos
tucanos na campanha pró-impeachment, entrou com ação no Supremo Tribunal Federal para impedi-lo de mudar o comando da polícia.
Aragão não se intimida. “O ministro da
Justiça tem um poder hierárquico sobre a PF, que também se consubstancia
no controle disciplinar”, afirma em entrevista a CartaCapital. Com 29 anos de experiência no Ministério Público Federal, ele avalia que o juiz Sergio Moro agiu à margem da lei ao tornar pública a conversa telefônica entre Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.
CartaCapital: Como classificar a divulgação da conversa telefônica entre Lula e Dilma Rousseff? 
Eugênio Aragão: Vamos
entender antes o teor da conversa. Aconteceu ali uma coisa singela. Da
mesma forma que o ministro Jaques Wagner não pôde vir para a posse, Lula
talvez não pudesse comparecer. Dona Marisa estava doente. A presidenta
Dilma agiu, então, da mesma forma como no caso Wagner. Vou mandar alguém
aí, que vai lhe entregar o termo de posse, e você assina só em “caso de
necessidade”. Ou seja, se você não puder vir, podemos completar o ato. É
isso. Aí surgiram as especulações: “Ah, eles queriam dar um
salvo-conduto para o Lula, para o caso de ser preso”. Sinto muito, é de
uma asneira sem tamanho. Como é possível alguém se preservar com uma
posse clandestina?
CC: Do ponto de vista jurídico, é legal a divulgação dos áudios?
EA: A
questão passa pelo interesse político. Há um desvio claro da utilização
do poder jurisdicional. Primeiro, pois o caso em si não tem substância,
mas seu uso político causa uma comoção se é alimentada a suspeita, sem
pé nem cabeça, de que aquele termo de posse era um salvo-conduto. O juiz
Sergio Moro determinou o fim das interceptações às 11 e pouco da manhã,
o que já é estranho. A escuta teria mais dois dias, ele encerrou antes
do tempo previsto. Parece que o objetivo era exatamente criar algum tipo
de comoção, dois dias antes de uma manifestação convocada pelos
movimentos em favor da legalidade.

CC: Moro agiu politicamente?
EA: Agiu. Ele encerrou as escutas com o objetivo de tornar públicas as interceptações. Então é certificado nos autos que a Polícia Federal
foi notificada do encerramento, mas a prestadora de serviço continuou a
mandar sinal para o Sistema Guardião. Até a companhia telefônica cessar
a replicação do sinal leva algum tempo. Ela continuou a abastecer o
Guardião com outros telefonemas. Então, às 13h32, vem esse diálogo entre
Dilma e Lula. Qual é o procedimento-padrão? A PF manda tudo ao juiz,
até para não ser acusada de fazer seleção de diálogo.
CC: A PF não tem responsabilidade nesse episódio?
EA: À primeira vista, não.
Eles estavam dentro do padrão. Esse material foi remetido ao juiz, que,
ciente de um resto de interceptação fora do período autorizado, mandou
fazer um laudo. A transcrição é feita às pressas e, por volta das 17
horas, ele torna público. Moro sabia muito bem que aquele diálogo, se
tivesse alguma relevância, deveria ser incluído nos autos e remetido ao
Supremo, pois a presidenta da República tem foro privilegiado. Pior: ele
deu publicidade a uma prova que não lhe pertencia. 
CC: Usurpou uma competência do Supremo. É isso?
EA: É
extremamente grave. Moro demonstrou intenção política, desprezo no que
diz respeito à autorização da escuta, que não valia mais, e, por fim,
divulgou, sem antes remeter os autos para o Supremo. Evidentemente, isso
configura um claro acinte à Segurança Nacional. Em país nenhum do mundo
alguém pode sair escutando diálogos de um presidente da República ao
telefone. Um juiz não tem esse poder.
CC: Quais providências o governo pretende tomar?
EA: Estamos
avaliando, mas não ficará sem resposta. Algumas medidas foram tomadas. A
Advocacia-Geral da União conseguiu trazer a investigação relacionada ao
ex-presidente para o Supremo, e o relator determinou que todos os
diálogos voltassem a ser sigilosos, como manda a lei. A legislação é
muito clara: o ato de levantar o sigilo depois da escuta é para garantir
a defesa dos acusados. Mas o conteúdo continua sigiloso para o grande
público, não está liberado.
O artigo 10 da Lei de Interceptações incrimina quem tomar
esse tipo de atitude. Escutas que não se prestam ao processo devem ser
destruídas. Aquele diálogo peculiar da ex-primeira-dama (em que Marisa critica os paneleiros)
não tem nenhuma utilidade processual. É conversa reservada. Se a gente
não pode falar o que quer em conversas privadas, em que país vivemos?
CC: Em que medida esse episódio compromete a Lava Jato?
EA: Quero
deixar bem claro que isso não compromete as conclusões e o trabalho
regular da operação. Não se trata de atacar o juiz Moro com a finalidade
de atacar a investigação. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra
coisa. Precisamos ser republicanos. O governo tem todo interesse de
preservar a Lava Jato, mas no que diz respeito aos abusos, que maculam a investigação, deve demonstrar a sua preocupação.
CC: Como o senhor
pretende conter os vazamentos, se isso parece ser uma estratégia da
força-tarefa para angariar apoio da opinião pública?
EA: Temos
três atores: a PF, sob a supervisão do Ministério da Justiça, o
Ministério Público e o Judiciário, que têm seus órgãos de controle. Cada
um que faça o seu dever de casa. O ministro da Justiça não tem nenhuma
ingerência sobre a atividade fim da Polícia Judiciária. Em relação à
coleta de provas e à investigação propriamente dita, os agentes da PF
prestam satisfação ao Judiciário. Mas o ministro da Justiça tem um poder
hierárquico sobre a PF, que também se consubstancia no controle
disciplinar. Se nós verificamos que um agente desvia as suas
atribuições, é claro que temos de garantir que esse tipo de atuação seja
coibido. Queremos uma polícia de excelência, e isso não se compraz com o
vazamento clandestino de informações.
RR_Policia-Federal-realiza-buscas-na-Odebrecht-durante-23-etapa-operacao-lava-jato_22022016002.jpg
A respeito da disciplina na Polícia Federal: O Ministério da Justiça tem poder hierárquico (Foto: Rovena Rosa/ABr)
CC: Em que circunstâncias um policial pode ser afastado?
EA: Sei
que a grande maioria dos policiais é séria, e sei também que, se
vazamento houve, não necessariamente partiu de nossos agentes. A lei
permite o afastamento em caso de motivada e razoável suspeita. Quando
digo que não precisa de prova, é porque a suspeita é suficiente. É o
poder administrativo cautelar que a gente tem, até para não permitir
máculas na investigação. Apenas demos uma chamada, para cessar qualquer
tipo de intenção de transformar a Lava Jato num factoide político.
CC: O senhor planeja alguma mudança no comando da PF?
EA: Cheguei
há uma semana, estou conhecendo os atores, observando seu modo de
trabalhar. Também pergunto se desejam continuar. A relação de confiança é
bilateral. Ninguém pode ser obrigado a se submeter a um ministro em
quem não confia. É perfeitamente possível que alguns não queiram
trabalhar comigo, assim como posso não querer trabalhar com eles.
CC: Delegados
se manifestaram contra uma possível interferência do senhor. Um partido
político entrou até com uma ação para impedi-lo de mudar cargos na PF. O
senhor se sente intimidado?
EA: Não, absolutamente não.
Apenas não permito que os agentes não observem as normas disciplinares.
Entrevistas só podem ser feitas com autorização da direção-geral da PF.
Se um delegado der uma entrevista não autorizada, isso pode lhe trazer
consequências. Não me refiro à Associação Nacional dos Delegados da
Polícia Federal. Seus integrantes estão no papel de fazer política.
Agora, um policial que, em atividade regular, venha fazer publicamente
críticas à administração, isso tem outra conotação. Tenho 29 anos de
Ministério Público Federal e sempre atuei dentro das regras. Jamais
interferi em investigações, jamais.
CC: O senhor acredita que o procurador-geral Rodrigo Janot deu aval à divulgação dos grampos?
EA: Não
acredito que ele tivesse conhecimento dos conteúdos divulgados, até
porque esse material não chega ao procurador-geral com essa pressa toda.
Isso é do conhecimento da força-tarefa. Se os autos sobem para o STF,
aí ele toma conhecimento.
CC: Recentemente,
um juiz de Brasília expediu uma liminar contra a posse de Lula em tempo
recorde, após ter participado de manifestações pró-impeachment. O
ministro Gilmar Mendes tampouco esconde seu antipetismo. Essa
politização da Justiça é saudável para o País?
EA: Quem
tem de se preocupar com a politização do Judiciário é o Conselho
Nacional de Justiça e o STF. Como cidadão brasileiro, posso ficar muito
preocupado com essa tendência de politização. Parece-me que isso não
contribui muito para a superação da crise em que nos encontramos.
CC: Como o senhor avalia o argumento de que o ex-presidente Lula aceitou o cargo de ministro apenas para obter foro privilegiado?
EA: É
lenda urbana. Há tempos o governo precisa de alguém com interlocução
mais efetiva com os atores do Legislativo, e o ex-presidente tem esse
perfil. Não há vantagem nenhuma em ser julgado pelo Supremo. Além de ter
demonstrado nesses anos que não compactua com a impunidade, o STF não
oferece instância revisional. Tanto é assim que muitos dos réus do
“mensalão” clamaram para ser julgados em primeira instância, onde tinham
mais chances de reverter decisões desfavoráveis.

‘Ela tem razão, impeachment sem crime é golpe’

‘Ela tem razão, impeachment sem crime é golpe’ | Brasil 24/7



 Ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello concordou com o
argumento da presidente Dilma de que se não houver crime de
responsabilidade, o impeachment configura golpe; "Acertada a premissa,
ela tem toda razão. Se não houver fato jurídico que respalde o processo
de impedimento, esse processo não se enquadra em figurino legal e
transparece como golpe", afirmou; para ele, afastar Dilma do cargo não
vai resolver a crise política e econômica do País; ao "contrário",
haverá possibilidade de conflitos sociais, acrescentou; para o
magistrado, governo e oposição deveriam juntar-se para "combater a crise
que afeta o trabalhador, a mesa do trabalhador, que é a crise
econômico-financeira"; Marco Aurélio quis saber "por que insistem em
inviabilizar a governança pátria. Nós não sabemos"



247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Marco Aurélio Mello disse considerar "uma esperança vã" que o
impeachment da presidente Dilma Rousseff acabe por resolver os problemas
do Brasil e concordou com os argumentos de Dilma de que seu afastamento
sem comprovação de crime de responsabilidade "transparece como golpe".


"É uma esperança vã (que o impeachment resolva a crise). Impossível
de frutificar. Nós não teremos a solução e o afastamento das mazelas do
Brasil apeando a presidente da República. O que nós precisamos, na
verdade, nessa hora, é de entendimento, é de compreensão, é de visão
nacional", disse Marco Aurélio. "Acertada a premissa, ela tem toda
razão. Se não houver fato jurídico que respalde o processo de
impedimento, esse processo não se enquadra em figurino legal e
transparece como golpe", observou.


O ministro disse acreditar ainda que o afastamento seria o
"contrário" da solução, e que poderia resultar em conflitos sociais.
"Precisamos aguardar o funcionamento das instituições. Precisamos, nessa
hora, de temperança. Precisamos guardar princípios e valores e
precisamos ter uma visão prognostica. Após o impedimento, o Brasil
estará melhor? O que nós teremos após o impedimento? A situação é
diversa de 1992, porque temos dois segmentos que se mostram, a essa
altura, antagônicos, e não queremos conflitos sociais. Queremos a paz
social", destacou.


Caso o Congresso opte por levar adiante o processo de impeachment,
acrescentou o magistrado, o governo ainda poderá recorrer ao STF. "O
Judiciário é a última trincheira da cidadania. E pode ter um
questionamento para demonstrar que não há fato jurídico, muito embora
haja fato político, suficiente ao impedimento. E não interessa de início
ao Brasil apear esse ou aquele chefe do Executivo nacional ou estadual.
Porque, a meu ver, isso gera até mesmo muita insegurança", avaliou.


"O ideal seria o entendimento entre os dois poderes, como preconizado
pela Constituição Federal para combater-se a crise que afeta o
trabalhador, a mesa do trabalhador, que é a crise econômico-financeira.
Por que não se sentam à mesa para discutir as medidas indispensáveis
nesse momento? Por que insistem em inviabilizar a governança pátria. Nós
não sabemos", propôs o ministro do STF.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Lula não é réu, não cometeu crime e não é investigado, diz instituto | Valor Econômico

Lula não é réu, não cometeu crime e não é investigado, diz instituto | Valor Econômico

‘Marechais do golpe ainda não têm votos e combatem a palavra golpe’ | Brasil 24/7

‘Marechais do golpe ainda não têm votos e combatem a palavra golpe’ | Brasil 24/7



 Jornalista Luís Costa Pinto publica um texto em que afirma que "os
golpistas não contam, ainda, com 342 votos na Câmara. Não contam. Não
têm ainda a certeza da vitória"; o ex-editor de Veja e Época também
aponta que "os marechais do golpe detestam, abominam, que se dê a esse
golpe travestido de impeachment (impeachment sem razão jurídica de ser,
frágil como a defesa brasileira com ou sem David Luiz) a única
classificação que ele merece: golpe"

Leia abaixo a íntegra:


Há hoje duas certezas envoltas na névoa golpista que obscurece o horizonte do Planalto Central:
1-
os marechais do golpe detestam, abominam, que se dê a esse golpe
travestido de impeachment (impeachment sem razão jurídica de ser, frágil
como a defesa brasileira com ou sem David Luiz) a única classificação
que ele merece: golpe. Definir o golpe como golpe não só desqualifica
quem o comanda, mas também trinca a imagem externa deles e os compromete
perante a História. As entrevistas de Dilma e de Lula para a imprensa
estrangeira, os textos publicados lá fora e os ensaios de resistência na
Academia, no exterior, chamando o golpe de golpe, é o que mais os
irrita. Se o Le Monde, ou a Le Point, ou qualquer outra publicação
externa escrever em francês que há aqui Un Coup D'etat, então, em
francês, vai ter prócer golpista cortando os pulsos com estilhaços de
taça de champanhe.

2- os golpistas não contam, ainda, com
342 votos na Câmara. Não contam. Não têm ainda a certeza da vitória -
daí ser necessário classificar as legítimas articulações do Governo em
busca de votos em "toma lá, dá cá" e tentar envergonhar com adjetivos
quem assim age. Ora, o Governo precisa de 172 votos. A oposição, de 342.
Ambos estão loteando os espaços de poder em busca de votos. O Governo
age com a legitimidade de quem conquistou o poder pelo voto e detém a
caneta nas mãos. A oposição precisa retalhar tudo. Imagine o Governo
como um pernil: é melhor consumi-lo fatiado em 342 pedaços ou em 172? Em
resumo, é disso que se trata. É claro que em 172 ainda sobrará alguma
carne próxima ao osso, e a partir daí pode-se reconstruir um caminho.
Entregar o pernl a 342 urubus famintos será uma carnificina e não
produzirá uma ceia, mas sim uma tragédia.

Moro interferiu politicamente contra Dilma e Lula | Blog do Kennedy

Moro interferiu politicamente contra Dilma e Lula | Blog do Kennedy



Moro interferiu politicamente contra Dilma e Lula

Temer não é inimigo do governo, mas o impeachment
1



Kennedy Alencar


BRASÍLIA
O juiz federal Sérgio Moro reconheceu perante o STF
(Supremo Tribunal Federal) que errou ao gerar polêmica quando decidiu
tornar públicos grampos de conversas do ex-presidente Lula.


Ora, só pede desculpa, somente solicita “respeitosas escusas”, quem
admite que errou. É importante que Moro tenha tomado tal atitude.
sinaliza maturidade. É bom para a Lava Jato.


No entanto, Moro fez uma tremenda interferência no processo político
que foi desfavorável a Lula e à presidente Dilma Rousseff. Isso não é
papel de juiz.


Ao se justificar para o Supremo, Moro afirmou que “não haviam sido
alcançadas condutas criminais” das autoridades com foro privilegiado e
que precisam de autorização do Supremo para serem investigados.


Se não havia crime, por que divulgar? Isso gerou desgaste para Dilma e o ministro Jaques Wagner, por exemplo.


Em relação ao diálogo entre Dilma e Lula, Moro disse que a presidente
“não mostrou propósito de influenciar, intimidar ou obstruir a
Justiça”. Ora, esse aúdio foi gravado às 13h32 e à noite serviu para um
julgamento sumário de Dilma perante o tribunal da opinião pública. Desde
então, piorou a situação política da presidente.


Sobre Lula, Moro diz ver tentativa de obstruir a Justiça e de
influenciar autoridades. Essa manifestação dele serviu depois para
barrar a posse do ex-presidente na Casa Civil, fundamentando decisão
liminar do juiz Gilmar Mendes.


Há também diálogos sem interesse público nenhum, como uma conversa
entre dona Marisa e um filho dela. Mas é algo constrangedor para  a
pessoa. É preciso ter cuidado com o que se divulga porque, uma vez
causado um dano, fica difícil a reparação em caso de erro.


A mão de Moro pesou contra Dilma e Lula politicamente. Os juízes têm
garantias especiais, como cargo vitalício e proteção contra remoção de
vara, justamente porque são importantes para a sociedade e precisam ser
imparciais. Numa democracia, a Justiça tem a última palavra. A última
palavra é do Supremo, que é o guardião da Constituição. Portanto, um
erro da Justiça tem peso grande.


No caso em questão, a ação de Moro deu mais força ao impeachment da presidente e enfraqueceu Lula publicamente.


*


Estratégia arriscada


Após o rompimento do PMDB com o governo, o impeachment deixa de ser
possível, de ser uma ameaça à presidente Dilma Rousseff, e passa a ser
provável. Outros partidos da base de apoio da presidente poderão se
sentir mais à vontade para votar o impedimento.


Nas palavras de um ministro, uma das principais linhas de reação do
governo deverá ser o que ele chamou de “varejão”. Leia-se: oferecer
cargos e verbas para quem quer ficar. O governo avalia que Temer tem
expectativa de poder. Dilma ainda tem poder.


O risco dessa reação é ser uma negociação parecida com a que foi
feita com o PMDB da Câmara para manter Leonardo Picciani na liderança do
partido. O governo entregou dois ministérios para Leonardo Picciani,
mas o pai dele, Jorge Picciani, se acertou com Temer.


O governo vai lidar com o PSD, o PR, o PP e o PRB. Todos são tanto
quanto ou até mais fisiológicos do que o PMDB. Logo, podem fazer jogo
duplo. Pegar cargos agora, acompanhar o ritmo dos acontecimentos e trair
o governo. Mas não há alternativa. Dilma precisa de votos na Câmara.


Ontem à noite em reunião no Palácio da Alvorada, Dilma e Lula tiveram
uma reunião para avaliar os riscos dessa estratégia, entre outras
linhas de reação. Alguns deputados e senadores petistas já estão
adotando a linha de ataques a Temer. Subir ainda mais o tom pode ser
arriscado.


Essa estratégia agressiva de desconstrução pode se voltar contra o
governo. Como escolheram alguém que teria tantos defeitos para ser
companheiro e vice durante cinco anos? É perigoso.


O inimigo do governo não é Temer. É o impeachment. Dilma não está
nessa situação porque Temer conspirou, mas porque ela errou muito na
política e na economia. Ela explodiu sua base no Congresso e agora tem
de buscar apoio na bacia das almas. Ela está colhendo o que plantou.


O Supremo dá sinais de que não deverá entrar no mérito do pedido de
impeachment. Ou seja, não deverá dizer se houve crime de
responsabilidade ou não. Isso deixará a decisão nas mãos dos deputados e
senadores.


O governo avalia pedir uma manifestação do Supremo sobre isso. Se o
Supremo confirmar que não vai se intrometer, pode ser mais gasolina na
fogueira do impedimento. Isso daria mais contornos políticos ao
impeachment.


Há ainda o peso da crise econômica. Os empresários não estão
defendendo a presidente, como fizeram no ano passado. O mercado aposta
na queda de Dilma.


Logo, há um clima para se votar um impeachment por incompetência. E a
História vai julgar se houve um claro crime de responsabilidade e Dilma
foi deposta legalmente ou se ele não existe e ocorreu um golpe
jurídico.


Por isso, é muito importante avaliar a consistência jurídica do
parecer que será dado pela comissão da Câmara. Se prevalecer um fator
político, a tendência é predomine no longo prazo a versão de que Dilma
teria sido derrubada por um gol de mão.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Lava Jato: a narrativa sai dos trilhos

Lava Jato: a narrativa sai dos trilhos






Lava Jato: a narrativa sai dos trilhos

















A Operação Lava Jato desenrolou-se, nos últimos dois anos, seguindo
uma narrativa com início, meio e fim. Uma história que devia terminar
com Lula preso e responsabilizado pela montagem de um mega-esquema de
corrupção para financiar a manutenção do PT no poder. Caracterizado como
podre e corrupto, o partido, no final da história, também poderia ter
seu registro cassado e desaparecer de cena. De Dilma, cuidaria o
Congresso com o impeachment.  Alguns fatos recentes, entretanto,  estão
ameaçando o o curso da narrativa. Por isso a lista da Odebrecht agora
foi posta pelo Juiz Moro sob sigilo, depois de ele ter autorizado a
divulgação do grampo Dilma-Lula. Por isso o Ministério Público
praticamente dispensou a “colaboração definitiva” da empreiteira.


Em agosto do ano passado, quando José Dirceu foi preso às vésperas do
protesto do dia 16 daquele mês contra Dilma e o governo, a narrativa
fez uma forte inflexão. Registramos neste blog, no dia 25 de agosto:
 “Lava Jato muda narrativa para chegar a Lula”.  Falando sobre a 17ª.
Fase, em que Dirceu foi preso, o procurador Carlos Fernando dos Santos
Lima, porta voz mais frequente do comando de Curitiba, afirmou repetidas
vezes em relação a Dirceu: "Chegamos a um dos líderes principais,
que instituiu o esquema, permitiu que ele existisse e se beneficiou
dele". E estabeleceu a comparação com o mensalão de 2005: “O DNA é o
mesmo: compra de apoio político”.  
Com muita insistência afirmou
que o esquema “teve início no governo Lula” e perguntado se o
ex-presidente também seria investigado respondeu:"nenhuma pessoa no regime republicano está isenta de ser investigada". A frase inteira em que ele responsabiliza Dirceu foi claramente insinuante: "Não
descarto que existam outros cabeças mas chegamos a um dos líderes
principais, que instituiu o esquema, permitiu que ele existisse e se
beneficiou dele".



Vieram as outras fases. A Odebrecht foi a única empreiteira
que, mesmo tendo seu principal executivo e herdeiro preso, recusou-se a
fazer acordo de delação. Nas fases seguintes, não foram encontradas
provas de que Lula era “o outro cabeça” ou a principal cabeça do esquema
Petrobrás. Ele então começou a ser investigado pelas obras no sítio de
Atibaia e por reformas no apartamento que não chegou a comprar. Dava no
mesmo, ou quase.



 O cerco a Lula foi se fechando ao mesmo tempo que o
Congresso avançava contra Dilma com o impeachment. Quando ela chama Lula
para ajuda-la a resistir e a soerguer o governo, e o nomeia ministro, 
Moro dá o tiro de escopeta da divulgação ilegal dos grampos. Foi aí que a
narrativa começou a sair dos trilhos. Moro expôs-se mais que o devido,
para além do previsto no script.



 A base social de Lula e do PT também foi às ruas. A
consciência jurídica manifestou-se contra o impeachment por razões
políticas, que assim sendo, ganha outro nome, como disse Renan
Calheiros. O nome de golpe.



E para completar, com a operação Xepa invandindo suas sedes
em várias cidades, a Odebrecht informa em nota que está disposta a fazer
uma “colaboração definitiva” sobre fatos que se relacionam com a
existência “de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema
partidário-eleitoal”. Opa, de um sistema? Na narrativa original estava
escrito “um partido”.



E começa o vazamento da lista com mais de 300 nomes do
“sistema” que receberam dinheiro da empreiteira. Doações legais ou
ilegais? Não importa, pois as doações das empreiteiras ao PT não são
consideradas como “propinas”.



O “sistema”, segundo a lista, é antigo, remonta aos anos
1980. Opa, isso contradiz o procurador que afirmou sem sombra de dúvida
que ele “foi instituído no governo Lula”.



O Ministério Público então avisa que não tem interesse pela delação da Odebrecht. Ela poderia ser um tiro fatal na narrativa.


Mas aí vem Pedro Correa, um velho político das franjas do
sistema, com uma delação em que espalha bala para todo lado. Afirma até
que FHC comprou a emenda da reeleição com a ajuda do Banco Itaú.



Encalacra o PSDB, o TCU e todo mundo.


O país também tem direito à delação de Pedro Correa. Só falta ela ser protegida por sigilo, como nenhuma outra foi.


Definitivamente, a narrativa está saindo do script original.


Está se caracterizando a existência de um “sistema” de
financiamento da política a partir do Estado mas não um financiamento
público transparente e lícito. Tal sistema se baseia no financiamento
pelo Estado a partir dos contratos com grandes empresas fornecedoras, e
nele os operadores de dentro e fora do Estado embolsam uma boa parte.
Baruscos e companhia. Um sistema que gera e realimenta a corrupção,
qualquer que seja o partido no poder.



Esta verdade não interessa à Lava Jato e aos que dela se valeram para fomentar a crise. Não interessa ao “sistema”.


Mas é a partir dela que poderemos realmente passar o sistema
político a limpo para o bem da democracia.  Se ele for mantido,  mesmo
com Lula defenestrado da cena política, Dilma afastada e o PT banido
para a terra do mal, mesmo com as empreiteiras sangradas, abrindo espaço
para empresas estrangeiras, outras crises virão.



A palavra do momento é acordão. Faz-se o impeachment e na
poeira todos escapam. Com isso, as ruas não podem concordar. Nem as que
estão contra Dilma, nem as que combatem o golpe.

O nascimento da tragédia

O nascimento da tragédia - 25/03/2016 - Fernanda Torres - Colunistas - Folha de S.Paulo



O nascimento da tragédia











Uma das maiores dificuldades de escrever para um caderno de cultura, hoje, é escrever sobre cultura.





Os livros se acumulam na cabeceira. Leio, trabalho, insisto, mas a cabeça vaga, escrava dos acontecimentos.





Dentre todos os grampos da Lava Jato, um, de menor relevância, me causou impressão.





Nele, dona Marisa solta um palavrão para desabafar com o filho o
incômodo com o panelaço. É uma conversa íntima, cuja reprodução em rede
aberta só serve a um desejo hediondo de satanizá-la.





Nenhum de nós sobreviveria a uma exposição pública dessa ordem, não é aceitável, não pode ser.





Mas o desconforto que experimentei não aplaca meu mal-estar com a
retórica populista de que a classe média não quer que o povo coma ou
ande de avião.





Trata-se de um primarismo tão nocivo quanto a vilania da divulgação da escuta.





Lula provou que a classe C é uma força econômica maior do que as classes
A e B reunidas, e deixou o Planalto com 83% de aprovação.





Empresas, produtores de conteúdo, o mercado publicitário –sou atriz,
vivi isso–, todos correram para retratar, satisfazer, conquistar a massa
de consumidores que ascenderam com Lula.





A classe média apoiou seu mandato.





A rejeição veio depois, com a Nova Matriz Econômica; com a queda do
barril do petróleo aliada à Lava Jato, que expuseram a gestão criminosa
da Petrobras. O descompasso veio com a seca e o aumento do custo de
energia, com a política fiscal irresponsável e a incapacidade de
articulação do Executivo.





Uma crise que culminou numa campanha eleitoral que retesou preços para
garantir votos, obrigando o governo recém-empossado a descumprir com sua
promessa de não reajustar juros e tarifas, empurrando a inflação para
dois dígitos.





Lula deveria ter assumido a Casa Civil há um ano; Dilma foi escolha
pessoal dele. Empossado, teria condições de refazer as bases do partido e
estaria, hoje, tão blindado quanto outros políticos ameaçados pelas
investigações.





Assusta ver um impeachment conduzido a toque de caixa por Cunha, mentor
das pautas-bomba, com o apoio de uma oposição que, muitas vezes, colocou
os próprios interesses acima dos do país.





Mas o PT alimentou o fogo amigo, preferindo nadar no sentido oposto ao
das demandas do governo a comprometer sua imagem com a reforma da
previdência.





Espanta a ausência de outras legendas na investigação, já que as
empreiteiras costumam distribuir benesses à direita e à esquerda. Agora,
com todas ameaçadas pela planilha de apelidos da Odebrecht, a chance de
acórdão é grande.





Afundada num buraco a céu aberto, em meio aos conchavos e trincheiras
armadas, resolvi consultar o oráculo e reler "O Nascimento da Tragédia",
de Nietzsche.





O homem dionisíaco, assim como Hamlet, diz ele, se defronta com a incapacidade de modificar a essência daquilo que o rodeia.





Para ambos, é ridículo e humilhante endireitar o mundo, pois só é
possível agir quando se está cego por uma ilusão. Tal consciência leva a
um estado de paralisia que não vê sentido na ação.





Soa familiar?





"Neste supremo perigo da vontade", conclui o filósofo, "aproxima-se qual feiticeira da salvação, a arte".





Só ela teria o poder de transformar o horror em sublime e o absurdo em comédia.





Urge recuperar esse poder transcendente.