A vingança conservadora | Brasil 24/7
É falsa a tese de que o Judiciário se sobrepôs ao Executivo e ao 
Legislativo. A verdade aterradora é que um grupo de procuradores e 
juízes-bomba acuou as três instituições da ordem democrática usando a 
chantagem de se auto explodir, instalando, no ato, o estado natural da 
desordem.
Utilizando um sistema estalinista de espionagem pública e doméstica, 
sem exceção de pessoas, investigadas ou não, conseguiu a adesão de 
corpos profissionais, agora sem pudor de promover farsas nazistas de 
julgamentos prévios e sumários. Sentenças proferidas antes de exame 
processual, degradação acusatória como substanciação das peças da 
promotoria, leviandades jornalísticas arroladas como provas 
irrefutáveis, fatos consumados com apelos à emoção popular, levaram 
associações profissionais e empresariais a aderir à ilegalidade, 
tentativa de salvar a face da impotência e medo de seus anéis.
Com técnicas de bombardeio durante vinte e quatro horas por dia, 
pânico psicológico e duplo discurso afirmando fazer o oposto do que 
efetivamente faz, o grupo de fanáticos já defende sem disfarce a 
doutrina tirânica de que os fins justificam os meios, subscrita pelos 
órgãos de comunicação, crônicos sócios das aventuras ditatoriais do 
País.
É verdadeira a tese de que parte considerável da sociedade brasileira
 e das autoridades de que depende a integridade democrática tem se 
mostrado conivente com medidas de duvidoso fundamento jurídico, buscando
 apaziguar as bestas, tal como os primeiros ministros europeus diante do
 nazismo e fascismo ascendentes.
As redes sociais festejam a próxima caça às bruxas do meio artístico,
 intelectual, sindical e de profissionais liberais, sem que sejam 
denunciadas e punidas, sim, punidas, porque convidam à violência e à 
destruição. Não é recente a revelação das sementes fascistas de parte da
 opinião pública brasileira. O fenômeno é consubstancial às sociedades 
capitalistas, e só contido por condições econômicas favoráveis e 
instituições democráticas vigilantes. À intolerância do irracionalismo 
sucumbem todos os países, se a oportunidade se lhe oferece, como o 
provam os péssimos espetáculos contemporâneos das civilizadas sociedades
 nórdicas, pós-crise de 2008.
A dignidade conquistada pelos pobres e miseráveis, negros, mulheres e
 minorias discriminadas, não seria esquecida pelo reacionarismo 
nacional, cultivador de ressentimento e ódio, semeador de ameaças, à 
espreita da primeira ocasião para vingança. Ela veio de contrabando em 
investigação pertinente e fundamentada, substituindo personagens e 
acrescentando ao contingente de comprovados vilões os responsáveis 
políticos pelo combate à miséria e à discriminação.
A sanha vingativa repudia a legalidade e dispensa os ritos jurídicos,
 certa do silêncio cúmplice dos liberais brasileiros. Estes, outra vez, 
consomem a ilusão de que não é com eles. Pois a eles chegarão todos os 
excessos cometidos em nome da purificação política. A vingança 
conservadora promete cobrar enorme preço pela ousadia de quem a ignorou.
 Prometem fogo e prometem sangue. Os liberais serão corresponsáveis pela
 insanidade coletiva, programada pelo grupo de arruaceiros judiciários e
 inflamada pela imprensa totalitária.
 
 
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