Gaspari: Trensalão ultrapassa de longe mensalão
27 de outubro de 2013 | 08:53
Elio Gaspari arriscou-se a dar uma sopradinha mais forte no trombone. Em sua coluna dominical, publicada nos dois jornais de maior circulação no país (Folha e Globo), encontrei a seguinte nota, de potencial altamente explosivo:
ALSTOM
Ou o tucanato paulista tem uma estratégia capaz de causar inveja ao comissariado petista que pretende livrar seus caciques das penitenciárias pelo mensalão, ou está numa tática suicida, jogando o escândalo do propinoduto denunciado pela Siemens para dentro da campanha eleitoral do ano que vem.
Pelas provas, depoimentos e cifras, esse caso ultrapassa, de longe, o mensalão. Ali não há domínio do fato, o que há são fatos dominantes.
*
Bem, se o trensalão “ultrapassa, de longe, o mensalão”, como diz Gaspari (e eu concordo), teríamos de ver o seguinte:
1) O Ministério Público Federal teria de publicar em seu portal uma “historinha para crianças” sobre o trensalão igual àquela que fez para o mensalão petista.
2) Os jornais deveriam escalar a mesma quantidade de repórteres que usaram no mensalão para sondar os bastidores das campanhas tucanas abastecidas com dinheiro do trensalão.
3) A quantidade de editoriais sobre o trensalão, e suas implicações morais, teria que ser multiplicada por cem para chegar perto do mensalão.
4) Os jornais têm de publicar enormes infográficos, a ocupar páginas inteiras dos jornais, trazendo os rostos de todos os implicados no trensalão tucano.
5) Chico Caruso, chargista d’O Globo, teria que fazer umas duzentas charges sobre o trensalão.
6) Os movimentos anticorrupção, sobretudo no Facebook, tem que começar a fazer pressão nas autoridades, para que o trensalão chegue à cúpula do poder, e aos financiamentos de campanha.
7) Os ministros do STF deitarão discursos raivosos e épicos sobre o trensalão, dizendo que se trata do maior escândalo de corrupção da república. E que, à diferença do mensalão, não há necessidade de se usar nenhuma teoria do “domínio do fato”, porque há provas abundantes.
8) Ex-ministros do STF, como Ayres Brito, e ex-procuradores gerais da república, como Antônio Fernando de Souza e Roberto Gurgel, que atuaram de maneira tão virulenta no mensalão, darão entrevistas dizendo que o trensalão tucano é um caso muito pior, porque há provas, emails, depoimentos, além de uma investigação internacional em curso.
9) Roberto Freire denunciará essa “ignomínia” e dirá que o PPS se decepcionou profundamente com o PSDB paulista, que achava ser um grande bastidão da ética.
Eremildo, o idiota criado por Gaspari, acredita piamente que tudo isso pode acontecer.
Por: Miguel do Rosário
ALSTOM
Ou o tucanato paulista tem uma estratégia capaz de causar inveja ao comissariado petista que pretende livrar seus caciques das penitenciárias pelo mensalão, ou está numa tática suicida, jogando o escândalo do propinoduto denunciado pela Siemens para dentro da campanha eleitoral do ano que vem.
Pelas provas, depoimentos e cifras, esse caso ultrapassa, de longe, o mensalão. Ali não há domínio do fato, o que há são fatos dominantes.
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Bem, se o trensalão “ultrapassa, de longe, o mensalão”, como diz Gaspari (e eu concordo), teríamos de ver o seguinte:
1) O Ministério Público Federal teria de publicar em seu portal uma “historinha para crianças” sobre o trensalão igual àquela que fez para o mensalão petista.
2) Os jornais deveriam escalar a mesma quantidade de repórteres que usaram no mensalão para sondar os bastidores das campanhas tucanas abastecidas com dinheiro do trensalão.
3) A quantidade de editoriais sobre o trensalão, e suas implicações morais, teria que ser multiplicada por cem para chegar perto do mensalão.
4) Os jornais têm de publicar enormes infográficos, a ocupar páginas inteiras dos jornais, trazendo os rostos de todos os implicados no trensalão tucano.
5) Chico Caruso, chargista d’O Globo, teria que fazer umas duzentas charges sobre o trensalão.
6) Os movimentos anticorrupção, sobretudo no Facebook, tem que começar a fazer pressão nas autoridades, para que o trensalão chegue à cúpula do poder, e aos financiamentos de campanha.
7) Os ministros do STF deitarão discursos raivosos e épicos sobre o trensalão, dizendo que se trata do maior escândalo de corrupção da república. E que, à diferença do mensalão, não há necessidade de se usar nenhuma teoria do “domínio do fato”, porque há provas abundantes.
8) Ex-ministros do STF, como Ayres Brito, e ex-procuradores gerais da república, como Antônio Fernando de Souza e Roberto Gurgel, que atuaram de maneira tão virulenta no mensalão, darão entrevistas dizendo que o trensalão tucano é um caso muito pior, porque há provas, emails, depoimentos, além de uma investigação internacional em curso.
9) Roberto Freire denunciará essa “ignomínia” e dirá que o PPS se decepcionou profundamente com o PSDB paulista, que achava ser um grande bastidão da ética.
Eremildo, o idiota criado por Gaspari, acredita piamente que tudo isso pode acontecer.
Por: Miguel do Rosário
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