Quando a pátria é pária
Como o Brasil virou um maluco estúpido, motivo de pena e deboche
Entre o pária e a pátria há uma letra de
distância na grafia, mas não na cartografia política e moral do mundo.
Nesta, que desde o fim da União Soviética não passava por redesenhos tão
profundos, aconteceu de se fundirem.
Os sinais amarelos de que o Brasil estava a caminho de se tornar um pária global —um país sem amigos, sem educação, inconveniente, motivo de pena ou deboche e por todos evitado— começaram a piscar quando uma pequena maioria de seus eleitores achou boa ideia eleger Jair Bolsonaro.
Com um deputado do baixo clero alçado a presidente populista de extrema direita, o gigante sul-americano —quase sempre visto com simpatia, embora rude e às vezes meio atrapalhado— exibia os primeiros sintomas de desequilíbrio.
Aos olhos do mundo, ainda não havia motivo para pânico. Muita gente quis acreditar que um homem que já tinha ido à TV
pregar uma guerra civil que matasse "uns 30 mil" poderia dar ao país uma estabilidade política —autoritária, e daí?— propícia ao bom andamento dos negócios.
Desse modo, entregue a uma cepa especialmente virulenta de gente
desclassificada e disposta a tudo, o Brasil terminou 2018 na zona de
rebaixamento do mundo, caindo da série B para a C.
A terceira divisão do planeta é aquela onde se agrupam as ditaduras e as nações instáveis, de democracia relativa ou sob ataque, nas quais a violência pode explodir a qualquer momento.
Contudo, embora a carta da tragédia social tenha entrado no jogo naquela hora, ainda era cedo. Foi preciso esperar mais de um ano até rolarem os dados que, virando a mesa, fizessem a trama amadurecer.
Com a entrada em cena do Sars-CoV-2, ficou claro que aquela não seria mais uma história de meios-tons, de oscilações reversíveis no caráter e no destino de uma nação. Seria uma história trágica, um fracasso épico, da série C para série nenhuma.
A história de como o Brasil —tão chucro e cheio de problemas, mas também de recursos, de lampejos, de uma certa alegria e portanto de esperança— degenerou de vez num maluco estúpido que mata seu próprio povo em massa e com indiferença.
Os sinais amarelos de que o Brasil estava a caminho de se tornar um pária global —um país sem amigos, sem educação, inconveniente, motivo de pena ou deboche e por todos evitado— começaram a piscar quando uma pequena maioria de seus eleitores achou boa ideia eleger Jair Bolsonaro.
Com um deputado do baixo clero alçado a presidente populista de extrema direita, o gigante sul-americano —quase sempre visto com simpatia, embora rude e às vezes meio atrapalhado— exibia os primeiros sintomas de desequilíbrio.
A terceira divisão do planeta é aquela onde se agrupam as ditaduras e as nações instáveis, de democracia relativa ou sob ataque, nas quais a violência pode explodir a qualquer momento.
Contudo, embora a carta da tragédia social tenha entrado no jogo naquela hora, ainda era cedo. Foi preciso esperar mais de um ano até rolarem os dados que, virando a mesa, fizessem a trama amadurecer.
Com a entrada em cena do Sars-CoV-2, ficou claro que aquela não seria mais uma história de meios-tons, de oscilações reversíveis no caráter e no destino de uma nação. Seria uma história trágica, um fracasso épico, da série C para série nenhuma.
A história de como o Brasil —tão chucro e cheio de problemas, mas também de recursos, de lampejos, de uma certa alegria e portanto de esperança— degenerou de vez num maluco estúpido que mata seu próprio povo em massa e com indiferença.
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