domingo, 29 de abril de 2012

Usando a Veja para chantagem

Usando a Veja para chantagem

Usando a Veja para chantagem

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A partir de dica de Celso Madureira, pelo Twitter
É surreal o jogo de sofismas para explicar o envolvimento da Veja com Carlinhos Cachoeira. Pega-se um diálogo aqui ou ali para se tirar conclusões taxativas sobre a lisura das relações com o bicheiro.
Mesmo ainda sem as gravações de Policarpo Jr. – o que apareceram até agora foram relatórios sobre o senador Demóstenes Torres, tem-se todo o quadro de crime organizado: comando central, influência no Judiciário, Legislativo e Executivo e braço midiático.
O que diferencia Carlinhos Cachoeira de tantas outras organizações criminosas foi sua extraordinária influência política. E ela se devia, na maior parte, ao acesso que tinha à revista Veja, à possibilidade de detonar adversários ou recalcitrantes com matérias escandalosas – mesmo, muitas delas, não obedecendo sequer aos critérios de verossimilhança.
Confira aí no Apenso 1, Volume 7, página 6 (ou 110) a conversa do Cláudio, da Delta, com Carlinhos Cachoeira (PJ é Policarpo Jr):
CLÁUDIO: Deixa eu falar, o DADA me posicionou aqui, aquela história, nós não pediu nem nada, mas, deu uma reviravolta na turma lá, tudo desesperado né ? O DADA já me falou que você falou pra ele "botou a cabeça, agora deixa!" eles que tem que resolver, não resolvem minhas coisas lá, bicho.

CARLlNHOS:Falei pro DADA, eu liguei pro nosso amigo, falei: "ó solta o bete" (...) é ao contrário, vai bater, aí, depois de arrumar os seus negócios, ele para, entendeu?
CLÁUDIO: É, exatamente (...).
(...)
CLÁUDIO: Arrebentou, hein, o bicho arrebentou, hein.

CARLlNHOS:Foi bom demais, hein.

CLÁUDIO: Mas eu já tinha falado isso pro PJ lá: "PJ, vai nesse caminho", bicho se o PJ for no em cima do cara que eu falei do "alcoforado (?)" , rapaz do céu, vai estourar trem pra cacete.
Há jornalistas experientes que, no afã de mostrar serviço à casa, estão desmoralizando-se, interpretando esses jogos como mera oferta para publicar notinhas inofensivas em colunas de fofocas.
Aí estão provas insofismáveis de crime, de organização criminosa. Cadê a lógica da tal “delação premiada” – tese estapafúrdia desenvolvida pela Veja para justificar esses crimes?
A cada divulgação do inquérito vai se comprovando que o poder de Cachoeira residia no acesso que tinha à revista. E que ela a utilizava recorrentemente para chantagear adversários.

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