sábado, 24 de fevereiro de 2018

Colunistas da Globo receberam da Fecomércio. Serão todos investigados?



Pimenta: Adriana Ancelmo prestou serviços à filha de João Roberto Marinho; colunistas da Globo receberam da Fecomércio. Serão todos investigados?

24 de fevereiro de 2018 às 02h05

Da Redação - Blog Viomundo
Os telejornais noturnos seguiram o roteiro desenhado pela Lava Jato: tudo sobre os R$ 68 milhões recebidos pelo escritório de Roberto Teixeira, (leia aqui a nota divulgada pelo escritório) nada sobre os pagamentos feitos pela Fecomércio a jornalistas da Globo.
Para quem não sabe, o presidente da Fecomércio, Orlando Diniz, foi preso em operação da Lava Jato.
Pagou, por exemplo, R$ 375 mil a Merval Pereira, o colunista mor da Globo.
Procure — e você não vai encontrar uma linha sobre isso na cobertura.
Ou seja, o dinheiro dos advogados de Lula é sujo; aquele destinado aos globais, limpinho.
O líder do PT na Câmara observou, no twitter:
Está muito claro que o ataque da #LavaJato ao escritório de Roberto Teixeira é retaliação pela revelação do esquema Zucolotto denunciado por Tacla Durán. Delegados e procuradores expuseram para todo o Brasil um escritório de advocacia antes mesmo de investigar. Qual o nome disso? Novamente vemos delegados e procuradores da #LavaJato usarem prerrogativas funcionais para coagir e tentar intimidar escritório que defende o presidente Lula, cujos serviços prestados para a Fecomercio NÃO TÊM NADA A VER com a Lava Jato. É pura retaliação pelo trabalho da defesa! Método #LavaJato é atirar primeiro e perguntar depois. Em coletiva (parte do espetáculo) um delegado da PF citou escritório de Roberto Teixeira como suspeito na investigação da Fecomercio, mas logo admitiu que NÃO SABE se os serviços jurídicos foram ou não prestados à entidade.
Mais tarde, acrescentou:
Adriana Ancelmo prestava serviços a Paula Marinho de Azevedo, filha do João Roberto Marinho da @RedeGlobo. A Globo recebe patrocínio da Fecomércio, Sesc-RJ e Senac-RJ. O mesmo vale para colunistas da TV Globo que faziam palestras para a Fecomércio. Serão todos investigados?
A resposta, óbvia para quem acompanha a política brasileira nos últimos 15 anos, é não: ao mesmo tempo em que criminaliza alguns, a mídia corporativa protege outros.
Mas, quem é Paula Marinho, cliente de Adriana Ancelmo, a advogada casada com Sérgio Cabral?
Ela e o ex-marido, que quando casados eram concessionários do estádio de remo da Lagoa de Rodrigo de Freitas, sem concorrência pública, aparecem em documentos da própria Lava Jato associados a três empresas offshore, a Vaincre, a A Plus Holdings e a Juste, sediadas respectivamente em Nevada (Estados Unidos), Panamá e ilhas Seychelles.
Como concessionários de um espaço público que recebeu dinheiro público para promover atividades privadas, Paula e o agora ex-marido Alexandre certamente ganharam dinheiro. Mas, em se tratando de alguns cinemas e restaurantes, seria o suficiente para justificar a operação de TRÊS offshore? Ou há mais nisso?
Nunca saberemos.
Obviamente, as informações que constam de documentos apreendidos pela própria Lava Jato, neste caso específico, morreram.
Não houve interesse em saber, por exemplo, quem eram os clientes da Mossack — centenas deles — que criaram empresas no Exterior para fins de lavar dinheiro ou esconder bens.
O ímpeto inicial era localizar alguma empresa criada através da Mossack sob a qual estivesse escondida a posse do triplex do Guarujá atribuído ao ex-presidente Lula. Mas, como o tiro não encontrou o alvo, a investigação sucumbiu — ao menos publicamente, que é o que realmente interessa à Lava Jato
Fica claro, portanto, que a operação obedece a uma agenda política, que avança com o objetivo de desmoralizar — ou ao menos tentar — os críticos: ora o blogueiro Eduardo Guimarães, ora o advogado Tacla Duran, ora a defesa de Lula.
Merval pode descansar em paz, desde que siga o fluxo: caso contrário, a Lava Jato tem uma arma apontada contra a cabeça dele. Os R$ 375 mil de Orlando Diniz.
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