sábado, 26 de janeiro de 2019

Escritório do crime abriu filial no Planalto



Escritório do crime abriu filial no Planalto

Xavier: a Casa Grande queria outro. Se não tem tu...
publicado 25/01/2019
Conversa Afiada publica artigo sereno (sempre!) de seu colUnista exclusivo Joaquim Xavier:
Após as postagens ridículas de Jair Bolsonaro abraçado ao “menino” Flávio, não restam dúvidas: a engrenagem milicianos/assessores fantasmas/enriquecimento ilícito/suspeita de assassinatos expandiu seus tentáculos e chegou a Brasília. 

Mais uma vez, o chefe da “famiglia” recua em suas declarações e atitudes. Antes de fugir de uma entrevista coletiva na Suíça e submeter o Brasil a um vexame internacional, Bolsonaro havia dito a uma rede americana que, se o filho errou, “tem que pagar”. Os mercados adoraram. No dia seguinte, porém, o paizão estende as asas sobre o “menino” de apenas...37 anos! 

As evidências contra Flávio Bolsonaro & cia. estão longe de implicância da oposição. Tanto que as principais denúncias partem da mídia gorda, entusiasta da candidatura do pai depois que Alckmin, Meirelles e cia. naufragaram nas pesquisas. Criou-se uma situação curiosa: o grande capital conseguiu o objetivo maior de se livrar de Lula, mas não encontrou ninguém para colocar no lugar. Sobrou Bolsonaro: “se não tem tu, vai tu mesmo”. 

Só que o militar não é exatamente do “esquema”. É rústico, ignorante, despreparado e estranho no salões da direita cheirosa do PSDB, DEM e assemelhados. (...) 

Bolsonaro montou um governo às pressas, com o auxílio de um astrólogo, militares que fracassaram no Haiti, familiares truculentos e uma equipe econômica especializada em rapinas financeiras. É nesta última, aliás, que os mercados apostam. Como retaguarda, rezam para que a fatia militar mantenha o ex-capitão sob controle e o povo, domesticado. 

Está difícil. Embora condicionada à realidade dos fatos, a política se faz com gente de carne e osso e com uma história no lombo. O clã carrega uma capivara de ilicitudes que só não havia sido exposta ao grande público porque o “mito” fugiu dos debates. O prontuário da famiglia Bolsonaro ostenta um modus operandi velho de 20, 30 anos. Não se muda isso com uma eleição. Os métodos permanecem os mesmos. Os cariocas que o digam. 

As rusgas no PiG são apenas um novo capítulo deste enredo. Só tolos ansiosos por enganos sonham que a grande mídia está interessada de fato em apurar verdades e defender a democracia. A briga tem outro tamanho. Quem vai ficar com o butim da publicidade oficial? 

A famiglia Bolsonaro adota a mesma tática dos milicianos, na qual são experts. Oferece proteção aos obedientes. A mensagem: defendam o governo e terão oxigênio garantido. Caso contrário, torneira fechada. Quem vai ganhar a queda de braço? 


Joaquim Xavier

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