domingo, 29 de janeiro de 2012

Blog de Ricardo Noblat: colunista do jornal O Globo com notícias sobre política direto de Brasília - Ricardo Noblat: O Globo

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Política

O homem dos Bric está otimista

Elio Gaspari, O Globo

Para quem não aguenta mais as notícias ruins da economia mundial, apareceu uma voz otimista. É a de Jim O’Neill, o economista da casa bancária Goldman Sachs que, em 2001, cunhou o acrônimo Bric. Ele chamava atenção para a emergência das economias de Brasil, Rússia, Índia e China. Hoje, acredita que o mundo vive “os primeiros anos de algo que provavelmente será o maior deslocamento de riqueza e das desigualdades de renda da História”. O motor do progresso serão os Bric, mais o grupo dos “Próximos Onze”, os “N-11”.

Seu principal argumento é o de que, no ano passado, a economia mundial crescia a 4% ao ano, contra 3,7% dos 30 anteriores. Numa ponta desse progresso estão os novos ricos. A BMW tem fila de espera na Alemanha porque a fábrica está atendendo pedidos chineses. Na outra ponta, estão centenas de milhões de pessoas que saem da pobreza. Ele estima que em 2025 o Brasil terá mais carros que Alemanha e Japão juntos.

Num novo indicador, que reúne variáveis macro e microeconômicas, tais como telefones, internet, computadores, respeito aos contratos, corrupção, estabilidade política, expectativa de vida e educação, em 2010 o Brasil ultrapassou a China e tomou-lhe o primeiro lugar.

O’Neill juntou suas previsões no livro “Growth Map” (“O Mapa do Crescimento — Oportunidades Econômicas nos Bric e Além Deles”, com o e-book a US$ 14,99).

Veterano da Goldman Sachs, estava lá em 2002, quando produziu-se na casa o “Lulômetro”, um indicador terrorista que permitia estimar o preço do dólar se Nosso Guia fosse eleito. Passou o tempo e, depois de destacar que o Brasil saiu do atoleiro graças às reformas de Fernando Henrique Cardoso, ele coloca Lula como “o maior político do G-20 na primeira década do século”.

O’Neill conta que em 2003, quando esteve em Pindorama, ouviu o seguinte de seu anfitrião: “Você só incluiu o Brasil porque tornava o acrônimo atraente”. Não foi bem assim, uma testemunha do diálogo relembra: “Não sei se foi ele quem disse isso ou se, tendo ouvido o comentário, concordou”. À época, O’Neill teria ficado em dúvida entre o Brasil e o México, mas Mric soaria como um grunhido.

Ele reconhece que “B foi a maior e mais audaciosa aposta que fiz” e revela ter sido influenciado pela qualidade do futebol brasileiro. (Em 2002, numa brincadeira de futurologia esportiva, O’Neill estimou que o Brasil não chegaria à final da Copa da Ásia.)

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