Quanto do valor de um CD vai para o artista. Uma defesa do MP3 | Se Discute: "Quanto do valor de um CD vai para o artista. Uma defesa do MP3
CD estimativa
A imagem acima foi postada no twitter pelo Marcelo Branco, organizador do Campus Party Brasil e ativista pró-software livre. Ela nos mostra que mais de 70% do valor de um CD de música fica para a indústria fonográfica.
Todos concordamos que o artista tem de ser remunerado por seu trabalho. Ocorre que, como vemos na imagem acima, quem menos ganha é o artista, já que seu trabalho é apropriado pelos donos dos meios de produção (gravadoras) – uma típica relação capitalista.
A revolução.
Penso eu que houve uma revolução gerada pela informática, pela internet e o MP3. Assim, não faz sentido, pelo menos no âmbito virtual, adaptar as regras do pré-revolução a este novo momento que vivemos.
O sistema capitalista vive da escassez. O “problema” é que a tecnologia e a internet solaparam a escassez de música. Se eu transfiro um arquivo mp3 para você, eu não perdi uma música – mas você ganhou. É um novo paradigma, em que há incentivos para a “solidariedade”, o compartilhamento dos arquivos. Quanto mais “altruísta” as pessoas forem, mais todos ganharão – na medida em que os acervos musicais disponíveis a todos serão cada vez maiores.
Quem perde e o ganho incalculável.
É óbvio que nessa história há os que perdem. No caso das gravadoras, infelizmente para elas, creio que a '”revolução digital” não permitirá a volta à era dos enormes lucros, ou seja, não conseguirão impor escassez novamente ao campo da música. A não ser que queiramos transformar bilhões de pessoas no mundo inteiro, que baixam músicas na internet, em “criminosos”, o que não faz sentido. Se todos estão errados em relação à regra, a regra é que está errada.
A mesma revolução da tecnologia tornou a gravação de um CD por uma banda algo bastante acessível. Hoje qualquer computador cumpre o papel que antes era monopólio da indústria fonográfica. Portanto, os meios de produção (de um álbum de músicas), antes disponíveis apenas às gravadoras, hoje estão ao alcance de todos.
A internet, por sua vez, facilita em muito a divulgação da banda – que pode ficar conhecida sem ter um produtor, empresário – e sem o “jabá” (dinheiro – ilegal - que as gravadoras pagam às rádios para que elas toquem determinadas bandas).
Assim, a importância das gravadora diminuiu bastante com essa “revolução” da tecnologia.
No caso das perdas dos artistas, pelo menos em termos de Brasil, o direito autoral nunca foi fonte de sobrevivência para a esmagadora maioria dos músicos. Com o livre compartilhamento de músicas na internet, há sim uma perda de renda por parte da classe dos compositores, porém há que se ressaltar:
1. Enquanto as perdas dos artistas são ínfimas; os ganhos às pessoas do mundo todo são incalculáveis.
2. O próprio compartilhamento das músicas na internet torna-se um meio de divulgação – gratuita - do artista.
3. Os shows continuam a ser a principal fonte de renda das bandas.
4. Com a internet, as bandas podem eliminar as gravadoras como intermediárias, e vender seus álbuns ao preço que julgarem justo. Nesse sentido o Radiohead abriu novos caminhos, disponibilizando um álbum para que as pessoas baixassem, ouvissem e pagassem o quanto julgassem ser justo.
5. As bandas e gravadoras continuarão vendendo CD´s e DVD´s “originais”. Ou alguém presentearia outra pessoa com um CD do Michael Jackson gravado em casa? Não.
6. Quem, das novas gerações, conheceria Led Zeppelin ouvindo rádio ou assintindo TV? Ninguém. Portanto, a internet ajuda a divulgar bandas de décadas passs 93 o que, indiretamente, faz com que gravadoras e artistas ganhem.
Por fim, creio que se possa resumir a situação “pós-revolução” da seguinte maneira. Com o livre compartilhamento de músicas:
* Os artistas perdem pouco (mas ganham de outras formas);
* As gravadoras perdem muito;
* e as pessoas, no mundo todo, tem um ganho incalculável.
É por tudo isso que considero ser inaceitável voltarmos a uma ordem em que os artistas ganhem pouco, as gravadoras ganhem muito e o mundo seja privado do acervo musical disponível livremente na internet hoje.
Houve uma revolução e a velha ordem não faz mais sentido. Mas como toda revolução, deve ser defendida. Portanto, olho vivo!
– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"
CD estimativa
A imagem acima foi postada no twitter pelo Marcelo Branco, organizador do Campus Party Brasil e ativista pró-software livre. Ela nos mostra que mais de 70% do valor de um CD de música fica para a indústria fonográfica.
Todos concordamos que o artista tem de ser remunerado por seu trabalho. Ocorre que, como vemos na imagem acima, quem menos ganha é o artista, já que seu trabalho é apropriado pelos donos dos meios de produção (gravadoras) – uma típica relação capitalista.
A revolução.
Penso eu que houve uma revolução gerada pela informática, pela internet e o MP3. Assim, não faz sentido, pelo menos no âmbito virtual, adaptar as regras do pré-revolução a este novo momento que vivemos.
O sistema capitalista vive da escassez. O “problema” é que a tecnologia e a internet solaparam a escassez de música. Se eu transfiro um arquivo mp3 para você, eu não perdi uma música – mas você ganhou. É um novo paradigma, em que há incentivos para a “solidariedade”, o compartilhamento dos arquivos. Quanto mais “altruísta” as pessoas forem, mais todos ganharão – na medida em que os acervos musicais disponíveis a todos serão cada vez maiores.
Quem perde e o ganho incalculável.
É óbvio que nessa história há os que perdem. No caso das gravadoras, infelizmente para elas, creio que a '”revolução digital” não permitirá a volta à era dos enormes lucros, ou seja, não conseguirão impor escassez novamente ao campo da música. A não ser que queiramos transformar bilhões de pessoas no mundo inteiro, que baixam músicas na internet, em “criminosos”, o que não faz sentido. Se todos estão errados em relação à regra, a regra é que está errada.
A mesma revolução da tecnologia tornou a gravação de um CD por uma banda algo bastante acessível. Hoje qualquer computador cumpre o papel que antes era monopólio da indústria fonográfica. Portanto, os meios de produção (de um álbum de músicas), antes disponíveis apenas às gravadoras, hoje estão ao alcance de todos.
A internet, por sua vez, facilita em muito a divulgação da banda – que pode ficar conhecida sem ter um produtor, empresário – e sem o “jabá” (dinheiro – ilegal - que as gravadoras pagam às rádios para que elas toquem determinadas bandas).
Assim, a importância das gravadora diminuiu bastante com essa “revolução” da tecnologia.
No caso das perdas dos artistas, pelo menos em termos de Brasil, o direito autoral nunca foi fonte de sobrevivência para a esmagadora maioria dos músicos. Com o livre compartilhamento de músicas na internet, há sim uma perda de renda por parte da classe dos compositores, porém há que se ressaltar:
1. Enquanto as perdas dos artistas são ínfimas; os ganhos às pessoas do mundo todo são incalculáveis.
2. O próprio compartilhamento das músicas na internet torna-se um meio de divulgação – gratuita - do artista.
3. Os shows continuam a ser a principal fonte de renda das bandas.
4. Com a internet, as bandas podem eliminar as gravadoras como intermediárias, e vender seus álbuns ao preço que julgarem justo. Nesse sentido o Radiohead abriu novos caminhos, disponibilizando um álbum para que as pessoas baixassem, ouvissem e pagassem o quanto julgassem ser justo.
5. As bandas e gravadoras continuarão vendendo CD´s e DVD´s “originais”. Ou alguém presentearia outra pessoa com um CD do Michael Jackson gravado em casa? Não.
6. Quem, das novas gerações, conheceria Led Zeppelin ouvindo rádio ou assintindo TV? Ninguém. Portanto, a internet ajuda a divulgar bandas de décadas passs 93 o que, indiretamente, faz com que gravadoras e artistas ganhem.
Por fim, creio que se possa resumir a situação “pós-revolução” da seguinte maneira. Com o livre compartilhamento de músicas:
* Os artistas perdem pouco (mas ganham de outras formas);
* As gravadoras perdem muito;
* e as pessoas, no mundo todo, tem um ganho incalculável.
É por tudo isso que considero ser inaceitável voltarmos a uma ordem em que os artistas ganhem pouco, as gravadoras ganhem muito e o mundo seja privado do acervo musical disponível livremente na internet hoje.
Houve uma revolução e a velha ordem não faz mais sentido. Mas como toda revolução, deve ser defendida. Portanto, olho vivo!
– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"
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