quarta-feira, 13 de novembro de 2013

folha esp 2

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Na ânsia de bajular, Folha revela conexão com a CIA. Da PF ou dela própria?

11 de novembro de 2013 | 08:42
A Folha publica hoje uma destas historinhas de espionagem que se pode ler em qualquer livrinho destes que a gente compra em “sebo-camelô”, para enfrentar uma dura e engarrafada viagem de ônibus.
É aquela história do agente da CIA que tem uma cobertura com alguma função na Embaixada e. ao perceber que está sendo vigiado, chama a polícia usando sua condição diplomática. E a polícia local, ao “dar uma dura” nos que faziam a vigilância, descobre que eles são do Serviço de Inteligência de seu próprio país.
A matéria, portanto, não contém nada além do que serviria como “passatempo” no engarrafamento que espera o sujeito do ônibus, se não fosse…
Bem, a Folha diz que “os americanos Alejandro Nuñez e Guillermo de las Heras, então lotados no consulado dos EUA no Rio” – o primeiro como funcionário administrativo e o segundo como um dos cônsules do corpo diplomático – “eram oficiais da CIA em atuação no Brasil.”.
Portanto, faziam espionagem, pois sua condição não era a de adidos para colher informações, militares ou de inteligência. Não faziam isso de forma regular, oficial, que lhes autorizasse, inclusive, a pedir cooperação das instituições brasileiras, policiais ou de informações.
Numa palavra, eram espiões.
Ocorre que estes espiões, a perceberem que estavam sendo seguidos, apelaram para a Polícia Federal para montar uma operação para prender os “perseguidores” e descobriu-se, então, quando foram levados para a delegacia, que estes eram da Abin, fazendo o que são pagos para fazer, entre outras coisas: vigiar os espiões estrangeiros no Brasil.
Bem, a Folha descreve isso, hoje, com se fosse uma “trapalhada da Abin”,  que quase criou “uma crise de contornos internacionais” com os EUA.
Não entendi. Ou melhor, não estou acreditando que entendi.
“Uma crise de contornos internacionais” com os EUA por estes terem mandado dois agentes da CIA clandestinamente ao país,registrando-os como “funcionário administrativo” e “cônsul” de sua Embaixada?
Diz que “os oficiais mantinham contatos regulares “com o Departamento de Inteligência da Polícia Federal”.
A troco de quê?
O Departamento de Inteligência da Polícia Federal mantém “contato regular” com qualquer funcionário administrativo de embaixadas?
Imaginem o diálogo curioso:
- Alô?
-Hello, I am the “continuous” of the USA embassy, did you undestand me? I´m looking for the chefe, may be?
- Momentim, que vou passar…Ô chefe, é o contínuo da Embaixada, querendo falar com o senhor, o senhor atende? Tá…vou passar…
- Good morning, I’m the boss, Doctor Joel Santana, delegate. Can I help you?
- Oh, thank you. The parade is this: I’m “da CIA” and have two suspicious men following me and my friend “da CIA” too, but registered as a consul. 
-Let”s comigo, brou. I´m coming to give uma “dura” in this safades. Where’s já se viu follow nossos brous da CIA…
Só tratando assim, não é?
Porque tratar de outra forma seria admitir que a Polícia Federal  estivesse mantendo “contatos regulares” com agentes da CIA agindo clandestinamente no Brasil. Não eram agentes de inteligência ou antidrogas que estivessem em cooperação regular contra o terrorismo ou o tráfico – o que justificaria o “contato regular” com a PF, mas simples funcionários administrativos, que não teriam razão ou autoridade nenhuma para isso.
Ou será que existe uma conexão entre a Polícia Federal e a CIA, onde a instituição pública brasileira  ”tem contato regular” com agentes encobertos no Brasil?
Com a palavra o Ministro da Justiça e chefe da Polícia Federal, José Eduardo Cardoso.
Há uma segunda hipótese, mais inacreditável ainda: a história ter sido relatada à Folha pela própria CIA, e eu duvido que eles fossem abrir assim o nome de dois de seus espiões, embora um deles, Guillermo de las Heras, já conste desde maio numa lista de espiões americanos, mas servindo em Angola.
Neste caso, o 007 aí já perdeu a cobertura, e não importaria “queimá-lo”.
Portanto, se já começou a temporada de visitas jornalísticas à embaixada americana para 2014, como ocorreu em 2010, a historia pode ter vindo daí.
O fato concreto é que, na ânsia de enfraquecer o protesto brasileiro contra as escutas clandestinas feitas pelo Governo dos Estados Unidos no Brasil – e no mundo inteiro – nossa Folha tupiniquim perdeu os cuidados.
A Abin faz muitas trapalhadas, como a de ter agentes que vazam informações para a Folha e um chefe, o General José Elito (não é um trocadilho com Joselito) que é sem-noção ao ponto de convidar a imprensa para conhecer a “sala secreta” de onde eram monitoradas(?) as tentativas de arruaça no Sete de Setembro.
Mas, pela narrativa da Folha, a Abin estava cumprindo seu dever de monitorar espiões estrangeiros no Brasil, tendo atividades clandestinas sob cobertura diplomática. Se alguém agiu de maneira cúmplice ou trapalhona foi a Polícia Federal.
Pior ainda é um jornal que trata como vítimas dois “coitadinhos” que não estavam fazendo nada de mais no Brasil, só espionando para a CIA, não é?
PS. Trapalhada da Abin, mesmo, é ter um agente da Folha infiltrado, procurando fazer escândalos e desmoralizar a inteligência brasileira, como na matéria de ontem, onde se “denuncia” que a Abin investigou o agora falecido Reverendo Moon, que tinha comprado terras imensas no Mato Grosso do Sul, numa área de fronteira. O que era para fazer, diante de um cara que tinha sido preso seis vezes nos Estados Unidos, por sonegação fiscal e respondeu por crimes como tráfico de armas e aliciamento de jovens? Mandar uma assinatura da Folha de presente de boas-vindas?
Por: Fernando Brito

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