domingo, 6 de agosto de 2017

Indignados reagem cedo contra os bilhões empenhados por Temer

Indignados reagem cedo contra os bilhões empenhados por Temer para compra de votos - 06/08/2017 - Janio de Freitas - Colunistas - Folha de S.Paulo



Janio e Barroso se referem ao Gilmar?

Quem pode estar nos lugares onde a gente menos imagina?



















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O Conversa Afiada reproduz trecho de magnífico artigo de Janio de Freitas ("Mais bilhões") na Fel-lha
e ousa propôr uma saída para enigma que se esconde (mal) em corajosa
declaração do Ministro Barroso: será que os dois - Barroso e Janio - se
referem ao Ministro Gilmar Mendes, alvo de pedido de impeachment que o Supremo breve julgará?

Indignados reagem cedo contra os bilhões empenhados por Temer para compra de votos













Reagem muito cedo os indignados com os R$ 4,1 bilhões do Tesouro Nacional empenhados pelo denunciado Michel Temer para compra de votos na Câmara contra o seu afastamento.





Deputados esfregam as mãos e abrem os bolsos: o que a Câmara derrubou
foi só o primeiro dos processos criminais contra o denunciado Temer
previstos pelo procurador-geral Rodrigo Janot. A pirataria no Tesouro
não está completada, portanto. Os deputados devem votar outra vez. E
segundos votos queimativos na opinião do eleitorado, a caminho de ano
eleitoral, não dispensam o aumento de preço.





Os R$ 4,1 bilhões deram gorda contribuição ao rombo, estimado em R$ 10 bilhões, nas previsões de Henrique Meirelles.
Tiveram, assim, presença pesada nas causas do aumento de impostos nos
combustíveis. Logo, o assalto para a vitória de Temer foi duplo, ao
Tesouro e aos que o desejam fora do governo. O que virá da compra de
mais votos e, depois, da necessidade de cobrir novo rombo, aí, sim, dará
a escala da indignação merecida. Esta seria uma questão para
discutir-se agora, em tempo de impedir o assalto enquanto Janot recheia a
nova denúncia, diz ele, "sem ter pressa". Depois, será apenas pagar em
dinheiro, em custo de vida, em desemprego.





A par de uma espera estratégica, a atividade de Janot foi um tanto deslocada do denunciado Temer, por força da recondução de Aécio Neves ao Senado
pelo ministro Marco Aurélio. Daí resultou que Janot veio a ser, à
revelia e talvez sem saber até agora, o solucionador do impasse no PSDB,
que os próprios peessedebistas não conseguiam dissolver. Aécio Neves
articulara para a última sexta-feira o seu retorno à presidência do
partido, com o objetivo de mantê-lo atrelado ao denunciado Temer. Janot,
no entanto, reiterou a Marco Aurélio inesperado e irritado pedido de
prisão de Aécio.





A articulação não resistiu ao vexame moral e aos riscos de repor na
presidência do partido alguém ameaçado de suspensão do mandato e até de
cadeia. No racha do PSDB, Janot fez a vitória de Tasso Jereissati. Mas
Aécio Neves tem muito futuro. De problemas.





As más relações entre o denunciado Temer e escrúpulos já puderam ser
vistas –pelos que se dispuseram a vê-las– na conspiração para o
impeachment de Dilma Rousseff. Agora são de conhecimento geral. Não
surpreenderá ninguém que apareçam, em breve, indícios de que passou do
Congresso à Presidência a discussão de ações para salvar certos
implicados em inquéritos. Um acréscimo ao que levou o ministro Luis
Roberto Barroso a dizer, há pouco, que "a operação abafa é uma realidade
visível e ostensiva".





Sobre esses que "não querem ser punidos" e "os que continuam com o
mesmos 'modus operandi' de achaque", a observação de Barroso inclui uma
pedra rara: "Essas pessoas têm aliados importantes em toda parte, nos
altos escalões da República, na imprensa e nos lugares onde a gente
menos imagina". Por suas implicações óbvias, esse é um tipo raro de
citação à imprensa por alguém da hierarquia institucional e não movido
por ressentimento. Raro, mas fundado. Necessário, mas raro.





E, quando ocorre, admirável.





BRASILEIRINHAS





– A falência da Varig consumou-se devido à recusa de atenção do governo
Lula, empenhado em favorecer a TAM, à época com seus velhos e arrendados
Fokker de tantos desastres. A Varig venceu agora no Supremo, ao fim de
duas décadas, sua queixa por prejuízos decorrentes de planos "de
ajuste", sobretudo o Cruzado. É uma decisão de Justiça. Deixará de
sê-lo, porém, se as compensações financeiras não forem destinadas a
pagamento das indenizações ao corpo de funcionários e ao fundo de
aposentadoria Aerus.





– Caso faltem providências contra o corte nos recursos do CNPq para 100
mil bolsas de estudo e pesquisa científica, não se tratará de uma
contenção de gasto imposta pelo plano "de ajuste" Meirelles/Temer, o
denunciado. Será um crime contra o país.



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