sábado, 20 de novembro de 2010

Náufrago da Utopia: FOLHA FORÇA A BARRA PARA ENVOLVER DILMA COM AÇÕES ARMADAS... DE NOVO!!!

Náufrago da Utopia: FOLHA FORÇA A BARRA PARA ENVOLVER DILMA COM AÇÕES ARMADAS... DE NOVO!!!: "FOLHA FORÇA A BARRA PARA ENVOLVER DILMA COM AÇÕES ARMADAS... DE NOVO!!!
Bem que, há quatro dias, eu antecipei: depois de tanto haver lutado para obter o processo a que Dilma Rousseff respondeu durante o regime militar em tempo de produzir algum factóide capaz de influir na eleição presidencial, a Folha de S. Paulo seria agora 'obrigada a soltar alguma reportagem' baseada no entulho ditatorial que tardiamente desencavou.

A edição deste sábado (20) confirma tal previsão e também a que fiz em seguida:

'Pela qualidade atual do jornalismo da Folha, canto a bola desde já: vai ser imensamente inferior à da Época'.

Ou seja, a revista Época publicou em agosto uma matéria de capa sobre Dilma que, se não foi perfeita, pelo menos tentou manter tanto equilíbrio e isenção quanto são possíveis em nossa grande imprensa.

Os questionamentos dos partidários de Dilma foram muito mais quanto ao momento escolhido para se dar tamanho destaque a seu passado de resistente e presa política, do que à forma como ele foi abordado.

Bem diferente da Folha, que produziu texto tão malicioso quanto aquele com o qual tentou vincular Dilma a um mirabolante plano de sequestro, nem sequer tentado; ou quanto o ridículo e rapidamente desmoralizado artigo de um seu colunista, tomando ao pé da letra uma piada de mau gosto do Lula sobre estupro.

Desta vez, o jornal intriguento força a barra para dar a impressão de que Dilma estava envolvida com as ações armadas da VAR-Palmares, embora as informações que encontrou no inquérito sem a mais remota credibilidade dos órgãos repressivos da ditadura só permitam depreender que ela era a militante a quem caberia cuidar da transferência do arsenal da Organização para outro local caso fossem presos os militantes incumbidos das operações militares.

Enfim, o que o jornal quis foi martelar na cabeça dos leitores uma mensagem subliminar: a de que Dilma pertencia a uma organização que enfrentava policiais com metralhadoras e bombas caseiras.

Para despistar, faz alusões às torturas contra resistentes, mas elas não chocam tanto, já até hoje continuam sendo largamente utilizadas contra suspeitos de ocorrências policiais.

Ficou faltando, claro, a caracterização do inimigo combatido pela VAR-Palmares como a mais bestial ditadura que o Brasil já conheceu, responsável não só por sevícias as mais violentas e degradantes, como também por centenas de assassinatos (incluindo a execução a sangue frio de prisioneiros que deveriam estar sob a proteção do Estado), estupros, ocultação de cadáveres e outras abominações.

Sem tal contextualização, o que prevalece e transparece é a visão dos esbirros da ditadura sobre aqueles a quem combatiam, pois a isto se resumiam os Inquéritos Policiais Militares do regime de exceção: peças concebidas para causar impacto na opinião pública, seguindo a orientação dos serviços de guerra psicológica das Forças Armadas.

A verdade e a verossimilhança era o que menos importava nesses papeluchos ensanguentados (pois se tratava de uma síntese, ademais tendenciosa, do que os prisioneiros confessavam ou inventavam sob brutais torturas).

Tratando-se de um jornal que, nos anos de chumbo, cedia suas viaturas para a captura de resistentes e outros serviços sujos da repressão política, faz todo sentido que esteja até hoje espalhando a versão dos déspotas.

É apenas uma nova forma de tentar justificar seu passado vergonhoso: ora afirma que a ditadura era branda, ora carrega nas tintas para que os resistentes fiquemos parecendo muito mais violentos do que éramos.

E, aliás, tínhamos todo direito de ser, já que enfrentávamos uma tirania -- a de usurpadores do poder, que recorriam ilimitadamente ao terrorismo de estado para nele se manter, contra a vontade do povo brasileiro.

– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

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