Vazamento de informações
Protógenes diz que Sergio Moro fez o mesmo que ele, mas não foi punido
O
vazamento de informações sigilosas levou à condenação do ex-delegado e
ex-deputado federal Protógenes Queiroz. Por esse motivo, ele foi expulso da Polícia Federal e condenado à prisão,
com sentença que já teve trânsito em julgado. Asilado na Suíça, o homem
da famigerada operação satiagraha vê uma nova chance para permitir sua
volta ao Brasil: o juiz Sergio Moro, juiz que conduz a “lava jato”,
vazou de forma ilegal, como já foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal, conversa entre a então presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva e não foi punido por isso.
Se Moro vazou e não foi punido, Protógenes afirma que deve ser
anistiado, já que, em sua visão, os casos são idênticos. O ex-delegado
entrou com uma ação de revisão criminal junto ao STF pedindo a anulação
de sua pena, reincorporação à PF e indenização por danos morais.
O
ex-deputado demonstra concordar com a atitude de Moro. Assim como ele, o
homem da “lava jato” teria vazado intencionalmente os áudios “para
garantir a investigação criminal” e “ambos agiram para o interesse
público, interesse da nação, interesse do povo brasileiro”.
Na
vida real, as situações não são exatamente iguais. O que se constatou na
satiagraha é que a ação policial tinha objetivos privados, embora tenha
sido tutelada pelo Palácio do Planalto. Protógenes atuou junto com um
dos grupos que disputava a posse da Brasil Telecom para prejudicar
outro. Além de trabalhar com investigadores privados e empresários, o
delegado dispensou as próprias instalações da Polícia Federal para
trabalhar em hotéis e escritórios de seus parceiros. Invocar "vazamento
de informações para a imprensa" foi a forma canhestra e fácil de
encerrar o assunto.
Crime admitido
O advogado de Protógenes defende as atitudes que ele e Moro tomaram.
Mas, ao mesmo tempo, também afirma categoricamente que ambos cometeram
crime: "Incontestavelmente, essa conduta se amolda, com perfeição, à
mesmíssima prática vedada ao agente público, reprimida no artigo 325,
parágrafo 2º, do Código Penal (crime formal, próprio, na forma
qualificada), exatamente a conduta reprovável que foi determinante,
fatal e terminativa para a condenação e o decreto de perda do cargo
público do também agente público Protógenes Queiroz".
Ele ainda
lembra que as 10 medidas que o Ministério Público Federal elaborou e
nomeou de anticorrupção estabelecem que não será crime o agente público
que vazar informações para a imprensa, caso o conteúdo seja de interesse
público.
Após admitir o crime, o ex-delegado mostra que a
solidariedade para com o colega tem seu limite. Protógenes mostra
ressentimento com a diferença de tratamento praticada no Supremo, “onde
um agente público juridicamente desprotegido sofre os rigores da lei, ao
passo que outro agente público, praticando igual conduta, recebe as
benesses da lei e de seus pares”.
Ineditismo falso
Protógenes se sente ferido com o argumento de que Moro lidou com uma
situação inédita no Brasil. Para ele, não se pode dizer que o juiz
condenou altos agentes públicos e empresários até então intocáveis, pois
muitos foram sim investigados pela satiagraha.
“A situação
política do país hoje é idêntica à época da satiagraha. A corrupção
deflagrada na operação ‘lava jato’ já vem de muito tempo, muitos de seus
protagonistas já faziam parte da satiagraha, ou já estavam ligados a
todo este cenário político que estourou agora, tais como: banqueiros,
políticos, empresários”, afirma a defesa do ex-deputado federal, feita
pelo advogado Adib Abdouni.
Outro trecho
insólito é quando o morador da Suíça afirma que a participação da
imprensa em processos jurídicos é aceitável e até desejável. Para ele,
Moro também precisou da ferramenta. “É claro que o Revisionando [Prótogenes] precisou, sim, como precisou também o juiz Moro, do apoio da mídia, precisou desta força para sacudir o povo”.
Trânsito em julgado
A sentença contra Protógenes, assinada em 2010 pelo juiz Ali Mazloum,
transitou em julgado no ano passado. O Supremo manteve parte da decisão
que o considerou responsável por vazar informações sigilosas para
concorrentes do banqueiro Daniel Dantas — por ele investigado — e para a
imprensa.
Com base na condenação, ele foi ainda demitido da Polícia Federal
por “prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial”,
revelar “segredo do qual se apropriou em razão do cargo” e “praticar
ato lesivo da honra ou do patrimônio da pessoa, natural ou jurídica, com
abuso ou desvio de poder”.
Asilo na Suíça
Protógenes pediu asilo político
na Suíça alegando ser perseguido no Brasil, onde por uma falha
administrativa teria sido condenado à prisão. As autoridades do país
europeu aceitaram a solicitação.
Clique aqui para ler a petição.
vazamento de informações sigilosas levou à condenação do ex-delegado e
ex-deputado federal Protógenes Queiroz. Por esse motivo, ele foi expulso da Polícia Federal e condenado à prisão,
com sentença que já teve trânsito em julgado. Asilado na Suíça, o homem
da famigerada operação satiagraha vê uma nova chance para permitir sua
volta ao Brasil: o juiz Sergio Moro, juiz que conduz a “lava jato”,
vazou de forma ilegal, como já foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal, conversa entre a então presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva e não foi punido por isso.
Se Moro vazou e não foi punido, Protógenes afirma que deve ser
anistiado, já que, em sua visão, os casos são idênticos. O ex-delegado
entrou com uma ação de revisão criminal junto ao STF pedindo a anulação
de sua pena, reincorporação à PF e indenização por danos morais.
O
ex-deputado demonstra concordar com a atitude de Moro. Assim como ele, o
homem da “lava jato” teria vazado intencionalmente os áudios “para
garantir a investigação criminal” e “ambos agiram para o interesse
público, interesse da nação, interesse do povo brasileiro”.
Na
vida real, as situações não são exatamente iguais. O que se constatou na
satiagraha é que a ação policial tinha objetivos privados, embora tenha
sido tutelada pelo Palácio do Planalto. Protógenes atuou junto com um
dos grupos que disputava a posse da Brasil Telecom para prejudicar
outro. Além de trabalhar com investigadores privados e empresários, o
delegado dispensou as próprias instalações da Polícia Federal para
trabalhar em hotéis e escritórios de seus parceiros. Invocar "vazamento
de informações para a imprensa" foi a forma canhestra e fácil de
encerrar o assunto.
Crime admitido
O advogado de Protógenes defende as atitudes que ele e Moro tomaram.
Mas, ao mesmo tempo, também afirma categoricamente que ambos cometeram
crime: "Incontestavelmente, essa conduta se amolda, com perfeição, à
mesmíssima prática vedada ao agente público, reprimida no artigo 325,
parágrafo 2º, do Código Penal (crime formal, próprio, na forma
qualificada), exatamente a conduta reprovável que foi determinante,
fatal e terminativa para a condenação e o decreto de perda do cargo
público do também agente público Protógenes Queiroz".
Ele ainda
lembra que as 10 medidas que o Ministério Público Federal elaborou e
nomeou de anticorrupção estabelecem que não será crime o agente público
que vazar informações para a imprensa, caso o conteúdo seja de interesse
público.
Após admitir o crime, o ex-delegado mostra que a
solidariedade para com o colega tem seu limite. Protógenes mostra
ressentimento com a diferença de tratamento praticada no Supremo, “onde
um agente público juridicamente desprotegido sofre os rigores da lei, ao
passo que outro agente público, praticando igual conduta, recebe as
benesses da lei e de seus pares”.
Ineditismo falso
Protógenes se sente ferido com o argumento de que Moro lidou com uma
situação inédita no Brasil. Para ele, não se pode dizer que o juiz
condenou altos agentes públicos e empresários até então intocáveis, pois
muitos foram sim investigados pela satiagraha.
“A situação
política do país hoje é idêntica à época da satiagraha. A corrupção
deflagrada na operação ‘lava jato’ já vem de muito tempo, muitos de seus
protagonistas já faziam parte da satiagraha, ou já estavam ligados a
todo este cenário político que estourou agora, tais como: banqueiros,
políticos, empresários”, afirma a defesa do ex-deputado federal, feita
pelo advogado Adib Abdouni.
Outro trecho
insólito é quando o morador da Suíça afirma que a participação da
imprensa em processos jurídicos é aceitável e até desejável. Para ele,
Moro também precisou da ferramenta. “É claro que o Revisionando [Prótogenes] precisou, sim, como precisou também o juiz Moro, do apoio da mídia, precisou desta força para sacudir o povo”.
Trânsito em julgado
A sentença contra Protógenes, assinada em 2010 pelo juiz Ali Mazloum,
transitou em julgado no ano passado. O Supremo manteve parte da decisão
que o considerou responsável por vazar informações sigilosas para
concorrentes do banqueiro Daniel Dantas — por ele investigado — e para a
imprensa.
Com base na condenação, ele foi ainda demitido da Polícia Federal
por “prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial”,
revelar “segredo do qual se apropriou em razão do cargo” e “praticar
ato lesivo da honra ou do patrimônio da pessoa, natural ou jurídica, com
abuso ou desvio de poder”.
Asilo na Suíça
Protógenes pediu asilo político
na Suíça alegando ser perseguido no Brasil, onde por uma falha
administrativa teria sido condenado à prisão. As autoridades do país
europeu aceitaram a solicitação.
Clique aqui para ler a petição.
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