Fator Putin - efeito Trump, por Arkx
nada é exatamente o que parece ser. tudo é teatro de sombras. jogo de
espelhos, miragens distorcidas. tudo são performances. manipulação de
manipulações. reflexo infinito.
um reality show dentro de uma gigantesca bolha, como num bizarro conto sci-fi.
através da gestão da percepção e da elaboração do simbólico, a
política e a arte se unem, garantindo acesso direto ao inconsciente
social. quem domina a linguagem, domina o mundo.
mas entre as narrativas e o fato, uma evidência se acentua: o Império do Caos e a Tirania Financeira Global perderam a guerra para impor uma governança mundial unilateral.
não haverá mundo unipolar. nenhum algoritmo cibernético
automaticamente calculando uma nova ordem para governar um mundo
previsível e estável, do qual a política foi extirpada.
as peças do grande tabuleiro de xadrez da geopolítica mundial foram derrubadas.
o projeto de uma USA Incorporation pós-nacional está ruindo
pelo próprio caos que instalou e através do qual pretendeu se
consolidar. com a I Guerra Fria, desmoronou a URSS. a II Guerra Fria
implodiu com o Império do Caos.
guerra perdida, ainda mais uma vez a solução será política!
“Nós não buscamos impor nossa maneira de viver sobre ninguém,
mas, em vez disso, deixar que ela brilhe como um exemplo a ser seguido.”
Trump – discurso de posse – 20/01/2017
"Não foi um discurso presidencial, foi uma verdadeira declaração de guerra".
Gabor Steingart, Editor Chefe do Handelsblatt, principal jornal econômico da Alemanha
um complexo realinhamento que não será pacífico. a solução política
para configurar um mundo multipolar será a continuidade da guerra, por
outros meios. indo além da guerra híbrida, avançamos agora no
desconhecido teatro de operações de uma guerra de mundos.
um pântano profundo que resistirá a ser drenado. um imenso e ingovernável Estado paralelo que não fará imediatamente nenhum fácil armistício.
uma diversificada coalizão terrorista de Daesh & CIA:
gestores de fundos hedge e cartéis de narcotraficantes, ONG
corporativas e comércio de exportação e importação de órgãos humanos,
agências de risco e empresas midiáticas de controle mental.
todas as armas de destruição em massa da globalização neoliberal “progressista”. um admirável mundo novo erguido sobre o choque e pavor.
como um rei coroado sobe ao palco e brada performaticamente: “Uma nação sem fronteiras não é uma nação!”.
mas apenas com uma frase mágica, de algum showman em Las Vegas, é
possível fazer desaparecer o TPP e o Nafta? muralhas de concreto podem
impedir o livro fluxo do narco-capital financeirizado?
como se fosse algum um líder bárbaro, um King Kong topetudo do alto de sua torre bilionária anuncia: “estamos transferindo o poder de Washington, D.C., e o devolvendo a vocês, o povo”. mesmo tendo sido eleito por um sistema viciado, concebido para manter sob controle a soberania do voto popular.
como um remake do Dr. StrangeLove, pregando o plano de uma nova corrida armamentista, apenas para o mundo se recuperar da loucura de ter perdido a noção de uma mútua destruição garantida (MAD), no caso de uso de armas nucleares.
enquanto o Vale do Silício viajava nas nuvens, na busca de um definitivo upload da neo aristocracia para a web, Putin modernizou em segredo suas forças armadas, tornando a Rússia território fora de alcance para os mísseis dos EUA.
numa das ironias da História, foi o complexo industrial-militar russo
o grande obstáculo no caminho do capitalismo cognitivo-cultural.
se a queda das torres gêmeas
marca o ato de inauguração da estratégia de uma guerra sem fim,
provavelmente levando ao fim de todas as guerras com o armagedon
termonuclear, talvez agora pode ser finalmente o 11/9 começando a cair.
assim como acontecera na derrota no Vietnam, a guerra contra o terror
consumiu em vão trilhões de dólares. mais uma vez a economia mundial
está disfuncional. do mesmo modo que em 1971 era insustentável o padrão monetário Ouro-Dólar, agora um novo sistema Bretton Woods terá que ser estabelecido.
um mundo multipolar, no qual os EUA ainda serão a liderança, mas não isoladamente.
todos os associados a USA Incorporation, desde corporações como a Rede Globo no Brasil,
até países inteiros, como a Alemanha com sua despótica subordinação da
Europa, todos serão brutalmente atingidos. não apenas em seus negócios,
mas politicamente em sua identidade.
como a plutocracia brasileira será afetada? o que vai fazer? nem ela mesmo sabe!
a plutocracia colonial e escravocrata do Brasil sempre foi comandada
de fora, nunca teve projeto próprio, pensamento estratégico ou qualquer
visão de futuro.
um de nossos maiores perigos é surgir um populista nacionalista de
Direita, carismático, articulado e bem assessorado, para ser no Brasil o
representante desta outra nova ordem mundial que se anuncia.
o poder que dá o golpe, não é o poder que consolida o golpe. mas
desta vez, ao se descascar camada por camada, nada restou no centro da
cebola. um vácuo que só pode ser preenchido de fora, por um outsider. um
outsider saído de dentro do próprio sistema.
“Nós criamos uma organização. Nós planejamos a insurreição da
pessoas simples e bidimensionais contra os astuciosos e complexos.
Contra, aqueles que não poderiam responder ‘sim’ ou ‘não’. Aqueles que
não podiam dizer: ‘preto’ ou ‘branco’. Aqueles que sabiam uma terceira
palavra. Muitas, muitas terceiras palavras. Palavras vazias e falsas.
Caminhos enredados que escurecem a verdade. Nesta teia de escuridão,
nestas complexidades fugazes – se esconde e se reproduz todo o mal no
mundo. Eles são a casa de Satanás. Lá, eles fazem dinheiro e bombas.
Falam: ‘Isto é o dinheiro para o bem dos honestos; Estas são bombas para
a defesa do amor’. Vamos nos engajar amanhã. Seremos vitoriosos. Ou
pereceremos. Não existe uma terceira via.”
“Without Sky”, Nathan Dubovitsky, também conhecido como Vladislav Surkov, consultor particular de Putin.
Fiquei meio reticente
sab, 28/01/2017 - 14:25
Mas ao cabo, acabei concordando.Até porque identifico a esperteza dos tucanos, que desde a eleição do
Covas, montaram um projetro de poder em São Paulo, talvez estimulado
pela obsessão dos caciques do partido a nível federal que fizeram parte
dos governos FHC.
O Sergião Mota sempre disse que o psdb estavam elaborando um projeto de governo para vinte anos.
Talvez a vaidade, mais a vaidade do que a incompetência de FHC, fez o projeto ruir, acrescido pela morte do Trator.
Mas em São Paulo, o "santo" Covas e seus comparsas fizeram na surdina o projeto prosperar.
Estão a vinte e três anos governando São Paulo. Algo impensável se estivéssemos realmente numa democracia.
O que tem a ver tudo isso com o artigo do sopa de letrinhas?
Tudo o que ele escreveu, vou tentar resumir para a área doméstica do Estado de São Paulo.
A dinâmica da dominância do poder se estrutura com o poder do dinheiro.
Mas são necessárias certas condicionantes para que isso dê certo.
A nível mundial o Arkx já explicou.
Então, o poder do dinheiro faz a diferença, e não por acaso os
tucanos se aproveitaram do poder de São Paulo, o estado mais poderos do
país para consolidar o seu projeto..
O que mais?
Uma classe média acéfala politicamente e extremamente preconceituosa.
A grande mídia dando total apoio em troca de generosos acertos
financeiros com publicidade estatal num período crucial em que a
internet veio para arrebentá-la, e também porque ela sempre se
identificou com o modo de governar dos tucanos.
Todas as escolas da rede estadual de edecuação foram agraciadas com
assinaturas das suas publicações, Folha, Estadão, Veja e todo o lixo
publicado por esses veículos para manipular o ensino degradante de São
Paulo.
Passado vinte e três anos, São Paulo acabou com a eduação estadual,
mas fortaleceu a grande mídia que publica só o que interessa dos
governos tucanos.
Só isso?
Não. Tem mais.
Venderam tudo que era competência do estado para o setor privado.
Desde coleta de lixo (Tejofran) até o setor de saúde, passando pela
privatizações das concessões da rodovias, o que restou das ferrovias,
setor de energia, bancos estatais todos privatizados, etc. etc. etc.
Tudo isso foi milimetricamente calculado. Foram entregues para os amigos do poder.
Na eduacação quem é João Carlos Di Genio?
Nas concessões das rodovias quem são os donos?
As Fundações das universidades são terrenos férteis para todo o tipo de maracutaia.
Os hospitais universitários entregue para a administração da
Secretaria da Saúde que não faz mais concurso e deixou para as fundações
contratarem funcionários para ocuparem e substituirem os cargos
efetivos que existiam nas universidades e estão sendo extintos. Salários
oferecidos? É para passar fome mesmo.
Todos esses setores são administrados por pessoas que de alguma forma
são diretamente ligados ao governo ou até testas de ferros de forma
indireta.
A gama de terceirização em São Paulo é monumental. É só parar para analisar.
Merenda escolar, quentinhas para os presídios, serviços de limpezas
para órgãos públicos, hospitais, serviços burocráticos que eram
mastodônticos foram terceirizados para o Poupatempo.
Ele tiraram dos órgãos públicos, principalmente do SSP e do Detran,
os funcionários ladrões propineiros e tomaram para si, governo, a
administração da roubalheira.
A classe média acéfala não enxerga isso.
O bolo da cereja seria a cooptação do judiciário e MPE.
Ciclo completo, protegido pela grande mídia, judiciário e MPE que não acata nenhuma denúncia envolvendo seus comparsas.
Os exemplos estão ai para quem quiser ver.
Então, há algo parecido com a nova ordem mundial?
Com esse poderio, é viável um candidato progressista ganhar as próximas eleições para governador?
João Dória explica.
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