domingo, 29 de janeiro de 2017

Novíssima proposta para dividir o Brasil em sete países independentes, por Sebastião Nunes | GGN

Novíssima proposta para dividir o Brasil em sete países independentes, por Sebastião Nunes | GGN



Novíssima proposta para dividir o Brasil em sete países independentes, por Sebastião Nunes










 
 
 
 



por Sebastião Nunes


Do jeito que está não pode ficar. Isto aqui está uma zona, ninguém se
entende e as coisas tendem a piorar. Assim, proponho que se faça um
plebiscito nacional para criar sete países absolutamente independentes,
menores e mais administráveis.


            Os novos países serão:


            1) República da Pauliceia Desvairada (capital em São
Paulo, abrangendo os  territórios de São Paulo, Paraná e Santa
Catarina).


            2) República do Jaburu Maroto (capital em Brasília, abrangendo os territórios de Brasília e Região Metropolitana).


            3) República dos Inconfidentes Saudosistas (capital em
Belo Horizonte, abrangendo os territórios de Minas Gerais, Goiás e
metade do Espírito Santo).


            4) República dos Farroupilhas Enfezados (capital em Porto
Alegre, abrangendo o território do Rio Grande do Sul e, se assim
decidirem, Uruguai e Paraguai).


            5) República das Araras e Papagaios (capital no Rio de
Janeiro, abrangendo o território do Rio e metade do Espírito Santo).


            6) República do Maracatu Agreste (capital em Aracaju, abrangendo os territórios de todos os estados nordestinos).


            7) República do Saci Pererê (capital em Manaus,
abrangendo os territórios do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins.


            Os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul escolherão
internamente e, se possível, amigavelmente, a qual das repúblicas acima
desejarão pertencer ou, em caso de conflito, indecisão ou demora na
escolha, sua filiação (sic) será decidida por sorteio durante o
Fantástico, da TV Globo, sem direito a recurso.


            Como não tenho espaço para apresentar todas as imensas e
indiscutíveis vantagens da nova configuração geopolítica nacional, farei
apenas duas breves considerações.


            Primeira consideração:


            A divisão proposta evitará que o Brasil continue como
certos países europeus que, constituídos de povos e nações intolerantes e
beligerantes, vivem às turras.


            Segunda consideração:


            Em vista das naturais dificuldades de alinhavar todas as
vantagens de tal divisão, limito-me a expor em linhas gerais as notáveis
consequências da formação da República da Pauliceia Desvairada, que
servirá de parâmetro para as demais.





AOS PAULISTANOS O QUE É DE CÉSAR


            No novo país predominará, social, política e culturalmente, a direita.


            O guru máximo será o ex-filósofo, ex-sociólogo,
ex-historiador e ex-quase-tudo Fernando Henrique Cardoso, tendo à
direita José Serra, no papel de Lúcifer, e à esquerda Geraldo Alckmin,
representando o arcanjo Gabriel.


            Lula se exilará no ex-Nordeste, Fernando Haddad na
ex-Minas e assim por diante. Coxinhas de todo o país serão convidados a
se mudar para o novo e notável país, com empregos vitalícios bem
remunerados, de modo a aliviar as demais repúblicas de sua presença e
fortalecer (sic) o pensamento político nacional direitista paulistano.


            Na direção ideológica do povo bandeirante, ainda que
alguns sejam estrangeiros, continuarão atuando os insignes pensadores
José Luiz Datena, Regina Duarte, Lobão e Edir Macedo, entre outros
sábios.


            Aécio Neves integrará a lista quádrupla de aspirantes a
reitor da USP e, embora último colocado na votação interna, será
escolhido pelo futuro presidente paulistano Geraldo Alckmin, que assim
se verá livre dele, pelo menos durante alguns anos.


            O STF paulistano terá como ministros titulares Sérgio
Moro, Pelé, Alexandre de Moraes e outros luminares da direita pátria.
Gilmar Mendes será convidado a integrar a notável corte na qualidade de
conselheiro vitalício.


            Grafiteiros serão banidos para sempre, depois de limparem com a própria língua seus malfeitos.


            A cor nacional será o cinza, permitindo-se no máximo três gradações.


            A bandeira continuará quase a mesma, embora cinzenta, com
o acrescido de um tucano cinzento no círculo branco, cercado de
tucaninhos cinzentos nas ciclovias.


            A sede do governo será transferida para o Templo de Salomão.


            Será constituída uma Guarda de Honra para proteger as
autoridades de eventuais atentados, constituída por membros dos Gaviões
da Fiel. Para evitar ciúmes, um terço da Guarda será provido com
torcedores do São Paulo e do Palmeiras.


          


CONSIDERAÇÕES FINAIS


            Como se percebe, trata-se de um esboço do como será
organizada uma das sete novas repúblicas independentes. Preferimos
começar pela Pauliceia Desvairada tendo em vista a notável capacidade de
sua população de não enxergar um palmo adiante do nariz, extraindo do
próprio umbigo toda a sua ética, para não falar de sua estética.


            Espero que o plebiscito seja realizado com a maior brevidade possível.



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