sábado, 28 de fevereiro de 2015

Por que mídia escondeu a sonegação de R$ 502 bilhões em 2014?

Por que mídia escondeu a sonegação de R$ 502 bilhões em 2014? | TIJOLAÇO 




Por que mídia escondeu a sonegação de R$ 502 bilhões em 2014?

28 de fevereiro de 2015 | 06:00 Autor: Miguel do Rosário
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A confirmação de abertura da CPI do Suiçalão no Senado pode ser uma grande oportunidade.


Aliás, doravante podemos até mudar o nome dela para CPI da Sonegação.


Há algumas semanas, o Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), divulgou um estudo em que estimava a sonegação tributária no ano passado em R$ 502 bilhões.


Para efeito de comparação, os estudos oficiais sobre a corrupção no
Brasil costumam estimar um prejuízo em média de R$ 70 a 80 bilhões por
ano.


Um estudo da Câmara Federal estimou precisamente em R$ 85 bilhões por ano.


A Veja, que tem interesse em apresentar o Brasil como o país mais corrupto do mundo, estima que a corrupção no Brasil atingiu R$ 82 bilhões por ano.


Procurei a informação sobre o estudo do Sinprofaz na grande mídia.


Nada.


Por que “sonegaram” essa informação?


Os procuradores estimam que a redução da sonegação poderia permitir uma queda brutal da carga tributária.


Eu prefiro nem pensar assim.


Prefiro pensar que poderíamos, ao invés de reduzir a carga
tributária, aprimorar de maneira extraordinária a qualidade dos serviços
públicos oferecidos aos brasileiros.


Esse mais de meio trilhão de reais por ano dá para bancar, para
início de conversa, uma revolução na infra-estrutura, construindo
metrôs, trens, vlts, novas estradas, portos, aeroportos em todo país.


Por que a mídia abafa obsessivamente as denúncias e os debates sobre a
sonegação e evasão fiscal no país, notadamente a maior do mundo,
segundo a ONG Tax Justice?


(Leia o post: O Brasil é o país que mais sonega impostos no mundo).


Diante deste quadro, que arrasa as contas públicas nacionais, o
escândalo do HSBC oferece excelente oportunidade para combatermos a
cultura da sonegação.


A mesma coisa vale para a sonegação da Globo.


As eleições do ano passado, extremamente turbulentas, sobretudo por
causa da morte trágica de Eduardo Campos, abafaram um pouco a divulgação
dos documentos completos da sonegação da Globo.


Entrem neste post do Cafezinho, baixem os arquivos e me ajudem a estudar o processo da Receita Federal contra a Globo.


Há vários documentos com as assinaturas dos irmãos Marinho, proprietários da Globo.


Não é nenhuma “delação premiada”.


São provas materiais, concretas, de crime contra o sistema tributário nacional.


Um crime cometido por uma concessão pública de TV que ganha bilhões e
bilhões de recursos públicos, de todos os governos, municípios,
estatais, e todo o tipo de órgão público nacional.


A Globo é a última empresa que poderia sonegar impostos e evadir recursos para o exterior ilegalmente.


E, no entanto, ela fez isso.


A Globo não pode sair impune tão facilmente de uma operação que
envolveu a tentativa criminosa de escamotear recursos que pertencem ao
povo brasileiro.


Não adianta falar que pagou o Darf.


Evasão fiscal e lavagem de dinheiro não podem ser perdoados porque se pagou uma dívida.


A Justiça e o Ministério Público não zelam, de maneira tão rígida,
pelo bem público, a ponto de pretenderem fechar e quebrar todas as
grandes empreiteiras nacionais em nome disso?


Por que um zelo obsessivo, até mesmo destruidor, de um lado, e
nenhuma disposição para investigar os grandes sonegadores nacionais?


A nossa mídia faz uma campanha sistemática contra os impostos, sem
jamais explicitar que a sonegação representa o crime mais lesivo aos
cofres públicos.


Por que isso, se a sonegação é a seis vezes maior que a corrupção?


Queremos mais informações sobre o estranho roubo do processo da
sonegação da Globo, um roubo que resultou em grande vantagem para a
emissora, porque postergou a sua transferência para a esfera criminal do
Ministério Público.


Esperemos que a CPI do Suiçação, enfim, abra uma brecha neste mórbido
pacto de silêncio da mídia quando o assunto é o principal problema
brasileiro, aquele que atinge diretamente as contas públicas nacionais.


Também estamos curiosos para entender porque o PSDB não assinou o requerimento da criação da CPI do Suiçalão?


O PSDB não acha que a sonegação brasileira seja um problema nacional?


E a mídia, por quanto tempo vai bloquear o debate sobre a evasão fiscal brasileira?

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O Brasil não vai aceitar ser destruído pela mídia | O Cafezinho

O Brasil não vai aceitar ser destruído pela mídia | O Cafezinho







O Brasil não vai aceitar ser destruído pela mídia



Incrível.



O juiz Sergio Moro já concedeu três delações premiadas a Alberto Youssef.



Sempre que o noticiário da Lava Jato começa a esfriar, ele é chamado
novamente, ou o próprio se convoca para depor, para fazer novas revelações
bombásticas (e sem provas, claro) contra o PT.



A relação entre Sergio Moro e Youssef é promíscua.



Ambos são do Paraná.



Aliás, todo o circo da Lava Jato gira em volta de figurões do Paraná.



Youssef estava envolvido com o prefeito tucano Jairo Gianoto, de Maringá,
condenado por um pesadíssimo esquema de corrupção.



Nessa época, o senador Alvaro Dias voava para lá e para cá no jatinho do
doleiro.



Aí Sergio Moro vira juiz e vai cuidar do caso Banestado.



Quem é o doleiro envolvido? O mesmo Youssef.



Moro “perdoa” Youssef através da concessão da delação premiada.



Youssef dedura bagrinhos e protege os tubarões.



Volta a roubar.



É preso de novo. Dedura de novo.



Volta a roubar.



É preso pela terceira vez.



Delação premiada novamente.



Me perdoem se eu erro alguma coisa. Não sou biógrafo, nem quero ser, de
Alberto Youssef.



Youssef se tornou uma espécie de coringa da oposição.



(Leia os posts: a história do doleiro que a mídia não contou e Youssef operava para FHC, Serra e Fernandinho Beira Mar,
sobre as históricas relações de Youssef com o PSDB).



Sempre que querem um dedo-duro seletivo, alguém que entenda o jogo político
da mídia, chamam ele.



E agora a imprensa nos informa que ele quer fazer “novo depoimento”, e a
Veja já sabe até o que é.



Claro, tudo é combinado previamente com o advogado de Youssef, um
tucaníssimo que desfrutou, por anos, de uma sinecura especial no governo do
Paraná.



Enquanto isso, centenas de milhares de empregos são ameaçados porque alguns
procuradores e um juiz, almofadinhas criados a leite de cabra, com o salário
garantido ao fim do mês, querem “passar a limpo” o Brasil.



O Ministério Público, como instituição, perdeu o bom senso há tempos, desde
a Ação Penal 470, uma farsa ridícula que começou por uma peça de acusação
inteiramente fictícia.



Não canso de repetir: estão tentando o mesmo golpe. E usando os mesmos
cérebros, os filhos mais brilhantes da direita aristocrática.



Sergio Moro foi o juiz que escreveu o voto de Rosa Weber, no qual ela
condenou Dirceu com uma frase positivamente fascista: “não tenho provas para
condená-lo, mas a literatura assim o permite”.



A frase de Weber me parece, inclusive, nascer de uma consciência
desesperada, como se ela quisesse mandar um recado à história: estou
encurralada; senão condenar Dirceu, minha cabeça estará em jogo.



Vladimir Aras, outro cérebro brilhante, foi o procurador que ajudou Gurgel a
escrever a peça de acusação da AP 470.



É Aras que vai à Itália coordenar a extradição de Pizzolato. Aliás, é
impressionante o esforço do MP para trazer o petista de volta da Itália. Usaram
toda a sua estrutura.



Se tivessem usado um décimo dessa estrutura para investigar o trensalão, a
sonegação da Globo, o Banestado, a privataria, o Brasil estaria bem melhor
hoje.



Não, preferiram usar toda a sua estrutura para pegar Pizzolato, condenado
por um crime que não cometeu.



A mesma coisa vale para João Paulo Cunha, condenado mesmo diante de provas
cabais de sua inocência.



Agora, não nos enganemos.



Não sejamos tolos ou demagógicos.



Às vezes ouço críticas: “Engraçado, ver a esquerda defendendo empreiteiros”.



A esquerda democrática jamais pode defender prisões arbitrárias ou violência
judicial, mesmo contra o homem mais rico do mundo.



A Constituição garante direitos iguais para todos.



No Brasil, parece garantir apenas para os amigos da Globo.



Não é amigo da Globo, pode ser o cara mais rico do Brasil: dê adeus a seus
direitos e liberdades.



As ditaduras adoram patrocinar esse tipo de demagogia fascista. Prendem
ricos para manipular os ódios de classe da população pobre e da classe média.



Não prendem todos os ricos, claro.



Apenas alguns cordeiros gordos, cujo sacrifício vem em nome do bem maior.



O Judiciário brasileiro se tornou uma instância política, arbitrária,
conservadora, e alegremente submissa aos ditames de uma mídia golpista.



Como esquecer que Ayres Brito, presidente do STF, ainda no cargo, escreveu o
prefácio de um livro de Merval Pereira sobre o mensalão?



E que saiu do STF diretamente para os quadros da Globo?



Hoje, além de funcionário da Globo, é colunista do Estadão…



A mídia é cada dia mais e mais golpista.



Veja o que acontece hoje.



Centenas de milhares de empregos estão ameaçados.



Setores estratégicos da economia estão paralisados, demitindo pessoas.



Se o desmonte da indústria de construção civil se consumar, haverá um efeito
cascata que afetará toda a economia brasileira.



A mídia fez alguma matéria sobre isso?



Você viu o Fantástico alertando para os exageros e a irresponsabilidade da
Operação Lava Jato?



Não.



O que você viu no Fantástico foi apenas a tal da menina veneno da Petrobrás
atacando Graça Foster sem provas.



O STF, por sua vez, novamente começa a se acovardar.



Os ministros do Supremo não tem instrumentos políticos ou mesmo psicológicos
para resistir à violência midiática.



Afinal, quem pode resistir aos tanques da mídia. Eles chantageiam qualquer
um.



Vivemos a era da mídia. O fim dela, mas um fim apocalíptico, que ela tenta
adiar desesperadamente através de um golpe branco de Estado.



A mídia sabe que precisa de um golpe, de qualquer jeito, para sobreviver aos
desafios que as mudanças tecnológicas lhe impuseram.



Ela precisa de um governo aliado para lhe dar dinheiro.



Se houver um golpe e a direita assumir o poder, o primeiro ato será em favor
da grande mídia corporativa.



A partir do momento em que blogs, feitos quase artesanalmente, começam a
ameaçar o seu poder; a partir do momento em que milhares de pessoas acreditam
muito mais num punhado de blogueiros malucos; que enxergam nesses blogueiros um
comprometimento com a verdade e um senso de responsabilidade muito superior ao
que vêem nos sisudos e engravatados colunistas de jornal; aí sim entendemos o
desespero da mídia.



Entendemos também a sua agressividade contra os blogs, arrumando qualquer
pretexto para processá-los e tentar intimidá-los e asfixiá-los judicial e
financeiramente.



Mas a sociedade está reagindo.



Até porque o momento é grave.



Oxalá tenhamos tempo de evitar o pior.



Entretanto, o mais importante é isso, que a sociedade começa a reagir a essa
mídia odiosamente fascista que prefere destruir o país a suportar mais alguns
anos de governo trabalhista.



O governo, por sua vez, tenta inutilmente passar a imagem de menino
obediente e comportado.



A gente critica duramente a Dilma, por várias razões.



Ela é ruim de política, um verdadeiro desastre.



Indecisa, muda, convencional.



Entretanto, diante da ofensiva conservadora, liderada por setores
completamente descompromissados com a questão social, e que mobiliza um
exército de analfabetos políticos, e uma classe média de espírito violento e
sectário, as forças progressistas voltam a se reunir em defesa da presidenta
Dilma.



Bem que ela podia ajudar um pouco, contudo.



Nem precisa falar nada, já que ela não gosta de aparecer.



Basta assinar algum decreto em prol da Petrobrás, como o uso das reservas
para comprar ações da estatal, o que nos daria uma extraordinária injeção de
ânimo.



Antes da privatização branca de FHC, a participação da União na Petrobrás
era de 82% e caiu para 55%. Com Lei da Partilha de Lula subiu para 64%.
Podíamos voltar aos 80% agora.



Enfim, a história brasileira está viva.



A direita quer se vingar do país como um todo, pela humilhante derrota que sofreu
em 2014.



Mauricinhos arrogantes e violentos são maus perdedores.



Quer se vingar dos empreiteiros, que fizeram vultosas doações ao PT, doações
que permitiram ao partido ganhar as eleições.



(E ao mesmo tempo são contra uma reforma política que liberte os partidos
dessa relação promíscua com o poder econômico. Querem que as doações continuem,
mas só para legendas de direita.)



Os empreiteiros doaram porque entendem que o PT tinha um plano de grandes
obras de infra-estrutura que os tucanos nunca tiveram.



Os tucanos só queriam saber de vender o que possuíamos, não de construir
algo novo.



Na era tucana, a Petrobrás foi sucateada. As descobertas de novas reservas
minguaram e o número de trabalhadores caiu. Os recursos investidos em pesquisa
e tecnologia eram ridículos.



A indústria naval, naqueles tristes anos, foi destruída.



E agora, que a indústria naval renasceu, com uma força extraordinária, a
direita midiática, com ajuda de cúmplices nos estamentos aristocráticos do
Estado, querem destruir tudo?



Não vão conseguir.



E se, Deus nos livre, conseguirem, será uma vitória suja.



Uma vitória que os comprometerá para sempre, porque já não existe censura
para denunciar suas patranhas.



Se destruírem o Brasil, nós o reconstruiremos, tijolo por tijolo.



Mas seremos doravante bem menos ingênuos. E faremos os culpados pagar caro,
muito caro, pelo sofrimento imposto ao povo brasileiro.



Mauro Santayana

Mauro Santayana



A "NOTA" DA PETROBRAS E A "NOTA" DA MOODY´S



(Jornal
do Brasil) - A agência de classificação de “risco" Moody´s acaba de
rebaixar a nota de crédito da Petrobras de Baa2 para Ba2, fazendo com
que ela passe de "grau de investimento" para "grau especulativo".


Com
sede nos Estados Unidos, o país mais endividado do mundo, de quem o
Brasil é, atualmente, o quarto maior credor individual externo, a
Moody´s é daquelas estruturas criadas para vender ao público a ilusão de
que a Europa e os EUA ainda são o centro do mundo, e o capitalismo um
modelo perfeito para o desenvolvimento econômico e social da espécie,
que distribui, do centro para a "periferia", formada por estados ineptos
e atrasados, recomendações e "notas" essenciais para a solução de seus
problemas e a caminhada humana rumo ao futuro.


O que faz a Petrobras ?


Produz
conhecimento, combustíveis, plásticos, produtos químicos, e,
indiretamente, gigantescos navios de carga, plataformas de petróleo,
robôs e equipamentos submarinos, gasodutos e refinarias.


De que vive a Moody´s ?


Basicamente,
de “trouxas” e de conversa fiada, assim como suas congêneres
ocidentais, que produzem, a exemplo dela, monumentais burradas, quando
seus "criteriosos" conselhos seriam mais necessários.


Conversa
fiada que primou pela ausência, por exemplo, quando, às vésperas da
Crise do Subprime, que quase quebrou o mundo em 2008, devido à
fragilidade, imprevisão e irresponsabilidade especulativa do mercado
financeiro dos EUA, a Moody,s, e outras agências de classificação de
"risco" ocidentais, longe de alertar para o que estava acontecendo,
atribuíram "grau de investimento", um dos mais altos que existem, ao
Lehman Brothers, pouco antes que esse banco pedisse concordata.


Conversa
fiada que também primou pela incompetência e imprevisibilidade, quando,
às vésperas da falência da Islândia - no bojo da profunda crise
europeia, que, como se vê pela Grécia, parece não ter fim - alguns
bancos islandeses chegaram a receber da Moody´s o Triple "A"
(ilustração), o mais alto patamar de  avaliação, também poucos dias
antes de sua quebra.


Afinal,
as agências de classificação europeias e norte-americanas,  agem, antes
de tudo, com solidariedade de “classe”. Quando se trata de empresas e
nações “ocidentais”, e teoricamente desenvolvidas - apesar de
apresentarem indicadores macro-econômicos piores do que muitos países do
antigo Terceiro Mundo - as agências “erram” em suas previsões e só vêem
a catástrofe quando as circunstâncias, se impõem, inapelávelmente,
seguindo depois o seu caminho na maior cara dura, como se nada tivesse
acontecido.


Quando
se trata, no entanto, de países e empresas de nações emergentes, com
indicadores econômicos como um crescimento de 400% do PIB, em dólares,
em cerca de 12 anos, reservas monetárias de centenas de bilhões de
dólares, e uma dívida pública líquida de menos de 35%, como o Brasil, o
relho desce sem dó, principalmente quando se trata de um esforço
coordenado, com outros tipos de abutres, como o Wall Street Journal, e o
Financial Times, para desqualificar a nação que estiver ocupando o
lugar de "bola da vez".

 

Não
é por outra razão que vários países e instituições multilaterais, como o
BRICS, já discutem a criação de suas próprias agências de classificação
de risco. 


Não
apenas porque estão cansados de ser constantemente caluniados,
sabotados e chantageados por "analistas" de aluguel - como, aliás,
também ocorre dentro de certos países, como o Brasil - mas também porque
não se pode, absolutamente, confiar em suas informações.


Se
houvesse uma agência de classificação de risco para as agências de
“classificação” de risco ocidentais, razoavelmente isenta - caso isso
fosse possível no ambiente de podridão especulativa e manipuladora dos
"mercados" - a nota da Moody´s, e de outras agências semelhantes deveria
se situar, se isso fosse permitido pelas Leis da Termodinâmica, abaixo
do zero absoluto.


Em um mundo normal, nenhum investidor acreditaria mais na Moody´s, ou investiria um "cent" em
suas ações, para deixar de apostar e aplicar seu dinheiro em uma
empresa da economia real, que, com quase três milhões de barris por dia,
é a maior produtora de petróleo do mundo, entre as petrolíferas de
capital aberto, produz bilhões de metros cúbicos de gás e de etanol por
ano, em sua área, é a mais premiada empresa do planeta - receberá no mês
que vem mais um "oscar" do Petróleo da OTC - Offshore Technologies
Conferences - em tecnologia de exploração em águas profundas, emprega
quase 90.000 pessoas em 17 países, e lucrou mais de 10 bilhões de
dólares em 2013, por causa da opinião de um bando de espertalhões
influenciados e teleguiados por interesses que vão dos governos dos
países em que estão sediados aos de "investidores" e especuladores que
têm muito a ganhar sempre que a velha manada de analfabetos políticos
acredita em suas "previsões".


Neste
mundo absurdo que vivemos, que não é o da China, por exemplo, que - do
alto da segunda economia do planeta e de mais de 4 trilhões de dólares
em ouro e reservas monetárias - está se lixando olimpicamente para as
agências de "classificação" ocidentais, o rebaixamento da "nota" da
Petrobras pela Moody´s, absolutamente aleatório do ponto de vista das
condições de produção e mercado da empresa, adquire, infelizmente, a
dimensão de um oráculo, e ocupa as primeiras páginas dos jornais.


E
o pior é que, entre nós, de forma ridícula e patética, ainda tem gente
que, por júbilo ou ignorância, festeja e comemora mais esse conto do
vigário - destinado a enfraquecer a maior empresa do país - que não
passa de um absurdo e premeditado esbulho.


25 de fev de 2015



E SE FOSSEM OS RUSSOS ?



(Hoje em Dia) - O
advogado e blogueiro Pettersen Filho reproduz, em seu blog, anúncio da
embaixada dos EUA, recrutando jovens “líderes” brasileiros, como
“bolsistas”, com a seguinte mensagem:


“O
Departamento de Estado dos EUA, por meio do Atlas Corps – uma rede
internacional de líderes sem fins lucrativos, tem o prazer de anunciar
oportunidades para líderes emergentes da sociedade civil para obter
bolsas de estudos de 6 a 18 meses nos Estados Unidos. Interessados em se
candidatar devem ter de 2 a 10 anos de experiência trabalhando em
alguma ONG, nível universitário, até 35 anos de idade e fluência na
língua inglesa… 

Os
bolsistas selecionados serão inseridos em uma organização renomada na
área social nos Estados Unidos. Despesas com passagem aérea, visto de
entrada nos EUA, seguro saúde, alimentação, transporte local e
acomodação partilhada serão totalmente custeadas. Informações sobre o
programa e como se candidatar estão disponíveis no
site:http://apply.atlascorps.org.”


Não
bastando trazer ONGs de fora, ou criar, aqui mesmo, organizações que se
infiltram nos mais diferentes segmentos da sociedade brasileira - e,
como lembra Pettersen - estão especialmente ativas na Região Amazônica,
os EUA seguem firmes em sua permanente estratégia de cooptação de jovens
"líderes" locais de todo o mundo, por meio de organizações de fachada,
ou “associadas”.

A esperança é a de que eles, em seu retorno, espalhem o que "aprenderam"  e atuem na defesa dos interesses norte-americanos. 

Melhor,
ainda, se, no futuro, alguns chegarem a posições proeminentes em seus
respectivos países,  para,  como reza o slogan do AtlasCorps, "mudar sua
perspectiva e mudar o mundo" - como aconteceu,  com certeza, ao menos
quanto à primeira metade da frase, com um jovem sociólogo brasileiro,
financiado, nos anos 1960 - como lembrou em artigo o jornalista
Sebastião Nery - pela Fundação Ford, com expressiva quantia para fundar
uma organização chamada CEBRAP, muitos anos antes de chegar à
Presidência da República.

Se
fossem os russos e os chineses - parceiros do Brasil no BRICS - ou os
cubanos - conhecidos por seu envolvimento em causas humanitárias, como o
combate ao Ebola - que publicassem por aqui anúncio semelhante, dá para
imaginar como seria o alarido fantasioso e anacrônico, “anticomunista” e
“anti-bolivariano", dos hitlernautas brasileiros, nos portais e redes sociais. 

Mas
como se trata dos EUA - prestes a estrear, nos cinemas nacionais, nova
campanha de lavagem cerebral, com o filme "American Sniper" - nação
"libertadora" do Iraque, da Líbia e da Síria, países em que suas guerras
e "primaveras" deixaram  milhões de mortos e refugiados e que estão
entregues agora a terroristas originalmente armados pelos próprios EUA
para combater quem estava no poder anteriormente - o assunto, com
exceção de alguns sites da "blogosfera", quase passa em brancas nuvens
por aqui.

Locaute não é greve

Locaute não é greve, é golpe! (por Sandro Ari Andrade de Miranda) « Sul 21



Locaute não é greve, é golpe! 






Sandro Ari de Miranda
Sempre que observamos um movimento paredista de caminhoneiros a
triste lembrança do Chile volta do passado. Na época, insuflados por uma
ação da Agência Norte-americana de Inteligência, a CIA, um grupo de
caminhoneiros realizou uma grande paralisação no país visando conferir
legitimidade ao golpe militar que culminou no assassinato do Presidente,
democraticamente eleito, Salvador Allende.


O resto da história já é do conhecimento de todos. O Chile viveu uma
ditadura cruel, das mais selvagens da história, que contou com requintes
de selvageria, como o massacre de milhares de oposicionistas do regime
num estádio de futebol.


Sendo assim, quando os caminhoneiros do Brasil realizam uma
paralisação em diversos estados é preciso separar o joio do trigo, a
necessidade do golpismo, a luta política democrática do mero golpismo.


Sem ingressar no mérito das reivindicações, é preciso destacar que a
maior parte das organizações de trabalhadores de transporte acolheu
plenamente a proposta do Governo Federal costurada pelo sempre eficiente
Ministro Miguel Rosseto. Daí fica a pergunta: se as entidades de classe
acolheram a proposta apresentada pelo Governo, porque algumas cidades
ainda sofrem com a paralisação e bloqueio de rodovias? Quem ganha com o
caos?


Com certeza, não são os caminhoneiros, que terão uma Lei que garante
uma série de direitos trabalhistas sancionada na íntegra pela Presidenta
da República, além da isenção do pedágio para caminhões vazios e o
congelamento do preço do diesel por um período mínimo de seis meses,
dentre outras vantagens.


A resposta está nas entrelinhas do movimento, nas suas contradições, e
na presença de atores estranhos e alheios ou contrários à pauta de
reivindicação dos trabalhadores. Sugiro olhar e fotografar a placa da
maior parte dos caminhões paralisados e, com certeza, teremos uma
surpresa ao ver que grande parte é de Santa Catarina ou do Paraná. Ou
seja, são caminhões das grandes empresas de transportes, que emplacam os
seus caminhões em estados que fazem populismo com o IPVA, e se utilizam
da desinformação imposta pela mídia da direita golpista, especialmente a
Rede Globo, a Folha e a Veja, para sustentar uma crise fabricada.


Há uma imensa contradição entre a Agenda dos trabalhadores
rodoviários, que hoje são submetidos a jornadas humilhantes, com
garantias mínimas, ou forçados a falsificar contratos de terceirização
dos serviços, e o das empresas de transporte, ou ainda do grande
agronegócio, que se aproveitam da fragilidade legal do trabalho da
categoria para impor um regime quase escravagista e baixos valores de
fretes.


Assim, muitos dos trabalhadores que hoje fazem figuração no movimento
paredista são vítimas da ação deliberada do grupo dominante, e sem a
menor compreensão do processo político e social defendem a agenda dos
seus maiores inimigos, que são os grandes empresários do agronegócio e
das grandes empresas de transporte.


Isso não greve, e sim Locaute, ou Lockout, para utilizar a expressão
britânica. Trata-se de uma prática proibida pela legislação brasileira,
exercitada pelos empregadores, que tem por objetivo frustrar ou
dificultar o atendimento de reivindicações dos empregados.


No Locaute impende-se o acesso dos trabalhadores aos meios de
trabalho, ou simplesmente é suspendido o direito ao trabalho através do
uso desproporcional da força econômica. O resultado buscado pelos
dirigentes dos Locautes é sempre o enfraquecimento da pauta da classe
trabalhadora organizada para impor um regime de interesse do capital.
Não é por acaso que figuras desconhecidas, surgem, do nada, como
líderes, normalmente “laranjas” muito bem pagos pelos interessados nos
resultados do movimento contra-reivindicatório.


Assim, você brasileiro que hoje sofre com a chantagem egocêntrica de
um grupo de caminhoneiros que violentamente bloqueiam a circulação de
caminhões, ou com a campanha de pânico imposta pela mídia golpista,
especialmente a Rede Globo, fiquem certos que não são os trabalhadores
que lideram o essa organização paredista, Mas aqueles que se usufruem da
exploração de milhares de trabalhadores que atuam no segmento do
transporte.


Não há uma greve legítima, esta terminou na quarta-feira, na reunião
entre o movimento dos caminhoneiros e o Ministro Miguel Rosseto. Temos,
isto sim, um Locaute, medida absolutamente ilegal.


Quais os motivos deste movimento, que curiosamente começou no Paraná,
Estado onde o Governador, vinculado ao PSDB, enfrenta protestos diários
pelas denúncias de corrupção e pelo corte dos direitos de servidores
públicos, e mostra alguma forma no Rio Grande do Sul, onde o Governador
Sartori promete atrasar o pagamento da folha salarial dos servidores.


Talvez a resposta sejam a tentativa de abafar as denúncias contra
Aécio Neves e FHC na operação Lava-jato, ou ainda o vergonhoso escândalo
do HSBC, esquecido pela mídia, e que representa o maior caso de
corrupção e de lavagem de dinheiro do Planeta, ou para dar gás à sede
golpista de um grupo de conservadores que não consegue aceitar a perda
das eleições de outubro, ou ainda, claramente, para atrasar a sanção da
Lei dos Caminhoneiros, o que traria uma imensa e justa vantagem para
esta importante categoria profissional.


Se estamos diante de um Locaute, e não de uma greve, não há mais
exercício da Democracia, mas sim um típico caso de polícia, e que assim
deve ser tratado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.


.oOo.
Sandro Ari Andrade de Miranda, advogado, mestre em ciências sociais.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Para oposição e mídia, denúncias de corrupção são só marola

Para oposição e mídia, denúncias de corrupção são só marola - Carta Maior



Para oposição e mídia, denúncias de corrupção são só marola

Por que será que imprensa e oposição nunca tocam na raiz do
problema do sistema político: O sequestro da democracia pelo grande
capital econômico?


Maria Inês Nassif

 






Vitor Teixeira


O escândalo da Petrobras foi
eleito pelos meios de comunicação e pela oposição à presidenta Dilma
Rousseff como o terceiro turno, o episódio que, manipulado
cotidianamente por informações de um juiz, do Ministério Público e da
polícia veiculadas por uma mídia tradicional que tem lado – e não é o
lado do governo – mostra-se capaz de alimentar uma espiral crescente de
mal-estar com a política. Essa ação política, que ganhou força numa
eleição particularmente radicalizada, é a primeira desde o chamado
Mensalão que teve impacto de fato sobre a opinião pública.

Todavia,
o que vem da tentativa de hiperdimensionar a responsabilidade de um
único partido, o PT, sobre o episódio, tomando por base delações
premiadas de dois réus que são figuras centrais – e podem ser
considerados como chefes do esquema de corrupção incrustrado na
Petrobras –, não fica em pé, se submetido a qualquer análise feita sob
critérios de racionalidade. Na maioria dos casos, as “denúncias”
constituem-se numa sucessão de hipocrisias que, se são capazes de manter
um clima perigosamente crescente de aversão a todos os políticos,
sequer tocam na raiz do problema do sistema político brasileiro: a
captura do voto pelo poder econômico.

A Proposta de Emenda
Constitucional de número 352, urdida pelo presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), com o apoio da oposição, por exemplo, jamais poderia
ser desvinculada desse debate, se ele fosse efetivamente sério, e nunca
poderia ter sucesso no meio de um escândalo como o da Petrobras. A PEC
352, afinal, é a consagração de um sistema político que é caro e apoiado
no financiamento eleitoral e partidário por grandes empresas com
interesses no governo ou em assuntos em pauta no Legislativo, e cujo
sucesso depende de uma eleição de governantes, sim, mas fundamentalmente
de uma grande bancada de parlamentares, capazes de mobilizar mais
rapidamente seus assuntos tanto no Legislativo como no Executivo, via
pressão por liberação de emendas parlamentares ou aprovação de outras
leis. A constitucionalização do financiamento privado de campanha
pretendido por Cunha e seus seguidores eterniza esse sistema político
totalmente vinculado ao poder econômico.

A notícia de que o
presidente da CPI da Petrobras na Câmara, Hugo Motta (PMDB-PB), e o
relator Luiz Sérgio (PT-RJ) receberam dinheiro de empreiteiras
denunciadas na Operação Lava Jato, que investiga a corrupção na
Petrobras, não deveria ter surpreendido ninguém. O sistema político
brasileiro é assim. Aliás, a pergunta que se deveria fazer é: quantos
parlamentares eleitos receberam dinheiro para campanha de empresas que
têm profundos interesses na administração pública? Como isso não é
crime, essas doações podem ser levantadas na prestação de contas das
campanhas dos parlamentares.  E, como o interesse das empresas são nos
votos que poderão ter no plenário do Congresso, supõe-se que existam
financiados às pencas, tanto na oposição como no governo. As
financiadoras certamente serão, em sua maioria, as encrencadas na
Operação Lava Jato, pois são elas as poucas grandes empreiteiras
nacionais aptas a ganhar grandes licitações, da Petrobras, do governo
federal ou dos governos estaduais.

Aliás, se existe
possibilidade legal de as empresas financiarem a eleição de
parlamentares, pela lógica financiarão mais as que têm interesses mais
arraigados na administração pública: grandes empreiteiras, que
normalmente são as que vencem licitações para as grandes obras – que só
se concretizam se houver liberação orçamentária para tanto; setor
financeiro, para o qual qualquer decisão, por exemplo, sobre impostos,
envolve giro diário de enormes fortunas (quem não se lembra da rejeição
da CPMF?); setor agrícola, cuja articulação é crescentemente vitoriosa
no Congresso em questões legais que dificultam a reforma agrária e
aumentam o poder de negociação dos grandes empresários rurais com o
governo em geral, e com o Banco do Brasil em particular.

Com
fortes bancadas, grandes empresas têm mais poder no Congresso do que
qualquer outro eleitor. O voto do eleitor vale um. O voto de uma
empreiteira, ou do banco, vale os votos que conseguiu, com o seu
dinheiro, para eleger um parlamentar. No final das eleições, o deputado
ou senador que recebeu o dinheiro dessas empresas tem mais compromissos
com elas do que com o eleitor que ganha salário mínimo e mora na
periferia. Entre um e outro, certamente vai querer agradar o seu
financiador.

Sob essa ótica, a onda de comoção que se pretende
alimentar contra os políticos porque eles recebem financiamento de
campanha de empresas poderosas perde qualquer racionalidade, se for
considerado aceitável – ou desejável – manter o financiamento
empresarial de campanhas políticas. A grande distorção gerada por essa
permissividade do sistema político-eleitoral do país não desaparece se a
justiça conseguir colocar na cadeia todas as empresas e todos os
políticos que receberam propina no esquema da Petrobras. O sequestro da
democracia pelo grande capital econômico apenas é contido se o
financiamento empresarial for proibido.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Enfim, o desespero





vladimir
safatle




Enfim, o desespero




"A situação desesperadora da época na qual vivo me enche de
esperanças." A frase é de Marx, enunciada há mais de 150 anos. Ela
lembrava como situações aparentemente sem saída eram apenas a expressão de que
enfim podíamos começar a realmente nos livrar dos entulhos de um tempo morto.



Há tempos, insisti que o lulismo entraria em um esgotamento. Era uma questão
de cálculo. Chegaria um momento em que o crescimento só poderia continuar por
meio de políticas efetivas de combate à desigualdade e acumulação. Afinal,
estamos falando de um país que, ao mesmo tempo, apresenta crescimento econômico
próximo a zero e bancos, como o Itaú, com lucro anual de 20 bilhões de reais.
Um crescimento de 29% em relação a 2013, com inadimplência recuando para mínima
recorde.



"Políticas efetivas de combate à desigualdade e acumulação"
significam, neste contexto, ir atrás do dinheiro que circula no sistema
financeiro e seus rentistas blindados. Mas isto o governo não seria capaz de
fazer. Difícil fazê-lo quando você também se torna alguém a frequentar a roda
dos dançarinos da ciranda financeira. Ninguém atira no próprio pé, ainda mais
quando se é recém-chegado à festa.



Restou ao governo federal duas coisas. Primeiro, chorar por não ser tratado
como um tucano. É verdade. Nada melhor no Brasil do que ser tucano. Como
acontece hoje no Paraná, você pode quebrar seu Estado, colocar quatro de suas
universidades públicas em risco de fechamento por falta de repasse e, mesmo
assim, irão te deixar em paz. Nenhuma capa de revista sobre seus desmandos nem
sobre seus casos de corrupção.



Por estas e outras, o sonho de consumo atual de todo petista é ser tratado
como um tucano. Eles até que se esforçaram bastante.



Fora isto, resta ao governo ser refém de um Congresso que ele próprio
alimentou. Na figura de gente do porte de Eduardo Cunha e seus projetos de
implementar o "dia do orgulho heterossexual", entregar o legislativo
à bancada BBB (Bíblia, Boi e Bala) e contemplar cada deputado com seu quinhão
intocado de fisiologismo, o Brasil encontra a melhor expressão da decadência e
da mediocridade própria ao fim de um ciclo.



Neste contexto, podemos enfim ver claramente como as alternativas criadas
após o fim da ditadura militar não podiam de fato ir muito longe. Nenhuma delas
sequer passou perto da necessidade de quebrar tal ciclo de miséria política
dando mais poder não aos tecnocratas ou aos "representantes", mas
diretamente ao povo, que continua a esperar seu momento.



Por isto, a situação desesperadora me enche de esperanças.




domingo, 15 de fevereiro de 2015

Veto a nomeação política na Petrobras seria uma bobagem, diz Gabrielli -

Veto a nomeação política na Petrobras seria uma bobagem, diz Gabrielli -

Veto a nomeação política na Petrobras seria uma bobagem, diz Gabrielli














Alvo das investigações sobre as perdas causadas pela compra da refinaria
de Pasadena (EUA), o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli
diz achar "uma bobagem" impedir que os diretores da estatal sejam
indicados por partidos políticos.





"Por que o dirigente de uma empresa não pode ter filiação partidária?",
pergunta. Ele acha que a disputa por cargos nas estatais reflete o
desejo dos partidos de influir em decisões do governo, e não deveria ser
vista a princípio como sinal de corrupção.





Em entrevista à Folha, Gabrielli defendeu sua gestão na
Petrobras, que presidiu por seis anos. Aos 65 anos, ele se aposentou em
janeiro, quando deixou o cargo que ocupava no governo da Bahia desde sua
saída da Petrobras.





Gabrielli apoiou a decisão da estatal de não contabilizar no balanço as
perdas provocadas pelo esquema de corrupção descoberto na empresa. "É
quase impossível mensurar em balanço a corrupção se você não prova",
diz.









Folha - A presidente Dilma acusa a Petrobras, na época em que o
senhor era presidente, de ter fornecido ao conselho da estatal um
parecer sobre Pasadena que ela classificou de "técnica e juridicamente
falho". Houve erro de procedimento?


A decisão de comprar uma refinaria no exterior vem de 1998 e tinha uma
lógica: o mercado brasileiro de derivados estava estagnado e a havia
perspectiva de crescer o petróleo. Buscar refino no exterior era uma
estratégia adequada naquele momento. O acordo com a Astra tinha duas
cláusulas que não foram apresentadas nem à diretoria nem ao conselho. Se
fossem apresentadas ao conselho, mudaria a decisão? Acho que
dificilmente mudaria. A cláusula put é comum entre empresas que se
associam. A Marlin é uma cláusula de garantia para o sócio, mas nunca
foi efetivada.





Acha, então, que o parecer foi correto?

Não existe um parecer único sobre isso. O que existe é que há uma
disponibilização dos documentos para os dirigentes e há um resumo
executivo, onde não constavam essas duas cláusulas. Não é questão de ser
correto ou não. Agora, no estatuto da Petrobras está muito claro que o
conselho de administração pode decidir sobre a aquisição de empresas. Eu
era membro do conselho de administração, eu tenho responsabilidade
[sobre Pasadena]. Não é uma questão de defesa pessoal minha. É uma
questão de considerar o estatuto da empresa. Minha responsabilidade é
como conselheiro. E defendo que a decisão foi certa. Tinha que comprar
mesmo. Não existe esse prejuízo que o ministro [do TCU] José Jorge diz
que tem.





Considera que há erros no voto do TCU sobre Pasadena?

O ministro José Jorge foi motivado politicamente. Ele montou uma
comissão de cinco auditores que passou três meses na Petrobras e viu que
não havia assimetria no preço da refinaria. Mas ele ignorou esse
relatório e pediu um novo, que chegou a conclusões semelhantes. Então
ele pede a um assessor de confiança dele um novo relatório, que foi
feito em 30 dias e sem ir à Petrobras, e fundamenta o voto. Só posso
entender que a





O ex-ministro Jorge Hage afirmou que houve má-fé na compra da refinaria. Também acha que ele agiu politicamente?

Acho que o ministro Jorge Hage foi induzido ao erro pelo TCE, foi induzido ao erro pelo ministro José Jorge.





A Petrobras abandonou projetos de refinarias no Ceará e Maranhão,
além de outros que havia abraçado por decisão política do governo. Acha
que, na sua gestão, a empresa tentou dar passos maiores que as próprias
pernas?


Não. Uma refinaria leva entre seis e sete anos para ser construída. Você
tem que tomar uma decisão antecipando que você acha que vai acontecer
com o mercado. Se nesse período, há mudança, você ajusta o ritmo do
investimento. E é o que está acontecendo hoje. A Petrobras atrasou as
refinarias por razões diversas como imaturidade inicial do projeto,
aquecimento do mercado das empreiteiras, mudança do regime de chuvas,
dentre outros. Um motivo muito importante foi o reconhecimento da
Petrobras que o conhecimento tecnológico dela para construir refinarias
tinha ficado no passado. A última refinaria grande construída pela
Petrobras foi em 1980.





Mas acha que foi prudente construir quatro refinarias simultaneamente?

O problema não é ser prudente fazer quatro refinarias, o problema é que o
mercado estava crescendo a 60%. E se você não fizer, você tem que
importar derivados a preços altos, criando um déficit na balança
comercial brasileira. Por outro lado, por pressão do Conselho de
Administração, o preço da gasolina e do diesel teve que ser segurado por
um bom tempo, o que fez com que houvesse uma redução no caixa da
Petrobras, que importava por um valor maior do que vendia. Isso porque
faltava refino internamente. Então, se você olhar, ao longo do tempo,
não foi errado tentar fazer quatro refinarias. Você pode dizer que a
gente poderia fazer mais lentamente as quatro.





Não acha que essa interferência política foi danosa para a empresa?

Não acho que foi interferência política. O que interferiu foi a
expectativa do mercado crescer. O mercado nordestino cresceu mais que o
mercado brasileiro. Havia uma defasagem muito grande entre oferta e
demanda de derivados no Nordeste que era muito grande, tinha que
diminuir. Então, a escolha por refinarias no Nordeste tem a ver com
mercado. Mas é claro que todos os governadores vão pressionar para ter
uma refinaria no seu Estado porque não gera só emprego e renda, mas gera
receita. O Estado pressiona para isso. Mas me parece correto fazer as
quatro refinarias do Nordeste. Mas escolha não foi política, foi uma
escolha de necessidade do mercado.





Mas não houve um açodamento para fazer essas refinarias? Por exemplo,
a Petrobras iniciou a construção da refinaria Abreu e Lima sem um
projeto detalhado, ou com "uma conta de padeiro", como disse Paulo
Roberto Costa. O custo multiplicou por dez.


É uma figura de imagem equivocada que ele [Paulo Roberto Costa] fez.
Aquilo não foi uma conta de padeiro. Acontece que a última refinaria
construída foi em 1980 e houve uma desmontagem da engenharia da
Petrobras até 2003. E aí em 2005 você inicia um projeto de refinaria
retomando a capacidade técnica da engenharia da Petrobras. Evidentemente
que você vai fazer um projeto fraco, você não tem expertise suficiente
para isso. Talvez um dos erros importantes dessa fase preliminar e
divulgar uma estimativa de valor [de US$ 2,45 bilhões] que não tinha
nada a ver com a realidade do Brasil. Não tinha nem licitação, era uma
fase pré-conceitual. Na fase conceitual, que é a seguinte, o valor foi
para US$ 9 bilhões, esse sim um valor compatível com o cenário
internacional da época. Mas aí você vai para o mercado e enfrenta um
cenário de aquecimento, limitação do conteúdo nacional e variação do
câmbio. Um conjunto de coisas que interfere no preço.





Mas o senhor acha razoável o preço final de Abreu e Lima, que foi US$ 25 bilhões?

Não acho razoável. O valor final está muito alto. Mas eu acho que a
maior parte das questões de preço podem ser explicadas pelas
circunstâncias de uma refinaria pioneira no Estado de Pernambuco.





A corrupção entra nesta conta?

Não acho que seja só isso. É possível que tenha, Paulo Roberto [Costa]
está confessando que fez isso. Mas o que é que ele diz: ele diz que os
custos foram feitos de acordo com o mercado, o BDI, que é o lucro das
empreiteiras, foi feito de acordo com as regras da Petrobras, a
licitação foi feita dentro das regras previstas e mutreta aconteceu fora
da Petrobras, na relação com empresas que pagaram através de um doleiro
que não tinha nada a ver com a Petrobras. Isso é o que ele diz no
depoimento dele.





Não acha que havia uma triangulação e que a Petrobras era uma das pontas?

Não há triangulação. Se você faz uma negociação fora da Petrobras, como é
que lá dentro se descobre? Não há possibilidade de descobrir isso. Por
isso a dificuldade da Petrobras de colocar no balanço. Não há como
mensurar isso [a corrupção], a não ser que a polícia descubra o crime.
Um comportamento criminal é a polícia que descobre, não a empresa.





O senhor também tomaria a decisão de não publicar o custo da corrupção no balanço da Petrobras?

É quase impossível mensurar em balanço a corrupção se você não prova a
corrupção. Constatada e provada a corrupção, você tem que abater o valor
da empresa. Mas é depois da constatação. Não tem sentido fazer provisão
de corrupção. Mensurar corrupção, genericamente, é um absurdo.





As investigações sugerem que as empreiteiras tinham grande influência
na definição de regras contratuais. É normal que seja assim?


Acho legítimo que uma associação de empreiteiros [Associação Brasileira
de Engenharia Industrial] discuta cláusulas gerais, não específicas, em
contratos que se referem a todas as empreiteiras. Não vejo isso como
formação de cartel. Não é um problema, desde que não seja uma discussão
sobre um contrato específico. É uma discussão normal no mundo dos
negócios.





Acha que os controles internos da Petrobras falharam?

É um sistema de controles que envolve três mil pessoas e que as
principais auditorias colocaram como legítimo e correto nos últimos seis
anos. Não posso dizer que os controles não estão bons. O tratamento da
confissão de Paulo Roberto Costa não pode ser sistêmico. É um caso
pontual e tem que ser tratado com um caso de polícia. Não se deve
generalizar.





Funcionários que decidiram colaborar com as investigações, como
Venina Velosa e Frenando de castro Sá, disseram que foram perseguidos
depois de apontar irregularidades na empresa.


Eu acho isso interessante. A imprensa hoje tem um deus. O acusador é o
deus. Tudo que o acusador fala é verdade. Invertemos a lógica
constitucional de que as pessoas em princípio são inocentes. Venina está
inventado uma série de histórias. Eu acredito que para se cobrir. O que
ela provou? Tudo que ela diz é de ouvir falar. Francisco Sá também fala
de boatos e isso vira verdade.





Mas porque acha que há referências ao senhor partindo de Venina, Francisco Sá, Barusco...

E falo de uma empresa que tem três mil gerentes e você está falando de
dois ou três. São pessoas que estão se cobrindo de alguma coisa. A
Venina, por exemplo, nas acusações que ela faz contra mim, ela era a
responsável. Geovane [de Morais] era subordinada a ela. É mentirosa a
acusação.





Geovane de Morais foi indicado pelo PT para o cargo?

Ele é funcionário de carreira, não foi indicado por ninguém. Ele não
tinha nenhuma relação com o PT e eu não tinha relação nenhuma de amizade
com ele. Agora, para a imprensa, ser petista e ser sindicalista virou
crime. Não pode ser isso, é um absurdo.





Em depoimento, Barusco afirma que o PT teria ficado com um valor
entre 150 milhões e 200 milhões entre 2003 e 2013 em propinas fruto
contratos da Petrobras. Tinha conhecimento disso?


Esse valor equivale mais ou menos à contribuição legal que o PT recebeu.
O financiamento legal para partido não que dizer que houve corrupção.
Há uma criminalização em cima de hipóteses. Não há provas de que houve
propina para contribuição [de campanha]. Houve um volume que Barusco
está falando e um volume que o PT diz que recebeu legalmente.





Mas o senhor não acha que o financiamento de campanha do país não passa por esses grandes contratos, como os da Petrobras?

Acho que não passa diretamente. [O financiamento] passa pela
potencialidade de um de bom relacionamento do Estado com os fornecedores
do Estado. Não acho que seja dominante um processo de toma lá dá cá.





Não acha que há uma relação de causa e consequência?

Genericamente, há. Por isso sou a favor do financiamento público de
campanha. Mas não acredito que as empresas financiem A em relação ao
projeto B. Mas financia A porque há vários projetos no futuro em que A
pode me ajudar. Isso numa situação genérica.





Se não há uma relação direta, porque acha que os partidos têm essa
fome toda por cargos de diretoria numa empresa como a Petrobras?


A fome dos cargos é para que os partidos influam no que o Estado faz.
Não necessariamente é corrupção. Não acho que a corrupção é generalizada
no país. Não acho que o mundo político é generalizadamente corrupto.
Existem indivíduos corruptos e caso a caso têm que ser tratados pela
polícia. Corrupção não é um caso de empresa, nem de política. É um caso
de polícia.





Mas não acha que cargos de diretoria da Petrobras deveriam ser blindados de indicações políticas?

Isso é uma bobagem. O que você tem que fazer é que a diretoria aja
tecnicamente. Mas você cassar o direito político do dirigente de uma
empresa é um absurdo. Porque o dirigente de uma empresa não pode ter uma
filiação partidária. Claro que pode, o que não pode é usar o cargo para
ajudar o partido.





O que achou da indicação e Bendine para a presidência da Petrobras?

Ao escolher Bendine, o Conselho de Administração escolheu um
profissional que tem experiência nas áreas contábil, bancária e que tem
capacidade de mobilização de equipe. São os três elementos que me
parecem mais importantes para um dirigente da Petrobras enfrentar a
crise neste momento.





Como viu a saída de Graça Foster do cargo. Acha que foi uma demissão injusta?

Eu não vou comentar sobre isso.





Como acha que o PT deve enfrentar essa crise com os escândalos da Petrobras?

O partido tem que voltar mais as atividades para o movimento social. Tem
que avançar em alguns temas que são espinhosos como a taxação de
grandes fortunas e quem vai pagar o custo do ajuste fiscal. Vamos ter
que fazer escolhas importantes. Já o governo é diferente do partido, o
governo é de coalização, envolve vários partidos que não necessariamente
vão ter a mesma posição.





Acha que a presidente ouvir mais o partido?

A presidente ouve o partido. Mas sou um simples cidadão, na planície,
aposentado. Não vou falar sobre o que a presidente deve fazer.





Olhando para trás, acha que foi melhor você não ter sido candidato ao governo da Bahia em 2014?

Eu levei minha candidatura até o limite. Achava que era o melhor
candidato, mas o PT disse que não. Também acho que Rui Costa está
fazendo um bom início de mandato. Mas não vou falar sobre tese, é muito
complicado.





Ainda deseja disputar eleições?

Sou um homem aposentado de 65 anos. Não tenho nenhuma pretensão de
disputar cargos. Vou continuar militante de base do PT e ajudar a formar
novos quadros.





Como vê a oposição falar abertamente em impeachment da presidente Dilma?

A oposição perdeu no jogo e está querendo ganhar no tapetão. Acho que o
movimento social vai responder. Vamos voltar para as ruas e defender não
necessariamente o governo, mas os projetos que são bons para o país.





Se sente injustiçado?

O que mais me afeta pessoalmente, neste momento, é que não tem nenhuma
acusação direta contra mim e eu sou constantemente chamado a falar. Eu
me sinto crucificado pela imprensa. Meu direito de defesa é nulo.















11815

Livraria da Folha







Comentários

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Lorenzo Frigerio (8027)

(04h34) há 6 horas Denunciar
Cleptocracia
e rapinagem do bem público, para esse cara, é normal. Ele não tem o
menor constrangimento em confundir interesses públicos com políticos.
Para ele, são uma única coisa. E se o puséssemos na cadeia por isso,
diria que é "perseguição política". Nunca uma pessoa desse naipe
aprenderá que o progresso de um país se baseia na separação entre
política e máquina pública, entre público e privado. Um país ter uma
empresa de petróleo, assim como qualquer coisa que dê lucro, é uma
aberração.

O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem
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Carnaval 2015: Olha aí o carro alegórico do “Bloco do Camburão”

Carnaval 2015: Olha aí o carro alegórico do “Bloco do Camburão”



bloco_camburo_carnaval2015.jpgOs
foliões curitibanos resolveram não dar refresco neste Carnaval aos
deputados estaduais, que na semana passada chegaram à sessão da
Assembleia Legislativa do Paraná dentro de um camburão da polícia.


Neste domingo (15), além de marchinhas do camburão, moças e moços
desfilarão na Avenida Marechal Deodoro em carro alegórico que homenageia
os parlamentares.


Sobre a patética cena de deputados transportados pelo rabecão da polícia, Requião tripudia no Twitter:




Abaixo, veja quem são os deputados da Bancada do Camburão: (mais…)

Podemos perder todos os nossos arquivos digitais? - BBC Brasil

Podemos perder todos os nossos arquivos digitais? - BBC Brasil







Podemos perder todos os nossos arquivos digitais?




Cerf foi um dos responsáveis
por definir como pacotes de dados se moveriam pela rede de computadores
Seria possível perdermos todos os nossos
registros históricos do século 21? O matemático e engenheiro de sistemas Vint
Cerf, conhecido como "um dos pais da internet", diz que é possível.
Cerf, que é o vice-presidente da empresa Google, diz estar preocupado com a
ideia de perdermos todas as imagens e documentos que salvamos em computadores à
medida em que hardwares e softwares se tornam obsoletos.



Em uma conferência científica em San Jose, na Califórnia, ele afirmou que o
mundo pode entrar em uma "Idade das Trevas Digital" e que gerações
futuras podem vir a ter poucos ou mesmo nenhum registro do século 21.



Durante o encontro anual da Associação Americana para o Avanço das Ciências,
o engenheiro – que ajudou a definir como pacotes de dados se movem pela rede –
diz que seu foco agora é resolver o problema que ameaça erradicar nossa
história.



"Me preocupo muito. Já estamos passando por isso. Formatos antigos de documentos
que criamos ou apresentações podem não ser legíveis pelas versões mais recentes
dos softwares, porque a compatibilidade com versões anteriores não é sempre
garantida", disse à BBC.



Nossa vida, nossas memórias e nossas fotos de família mais queridas existem,
cada vez mais, como bits de informação – em nossos discos rígidos ou "na
nuvem", mas, por causa da aceleração da revolução digital, há um risco de
que elas se percam.



"O que pode acontecer ao longo do tempo é que mesmo se acumularmos
arquivos enormes de conteúdo digital, pode ser que não saibamos mais o que é
esse conteúdo."



Leia
mais: Em breve, fãs fanáticos por mídias sociais poderão ‘morar’ na Cidade
Facebook




'Pergaminho digital'



Avanço
das tecnologias digitais pode dificultar reconhecimento de conteúdo antigo no
futuro



A solução proposta por Vint Cerf é preservar cada tipo de software e de
hardware para que eles nunca se tornem obsoletos – da mesma forma que em um
museu, só que em formato digital, em servidores na nuvem.



"A ideia é fazer uma espécie de raio-X do conteúdo, do programa em que
ele pode ser aberto e do sistema operacional juntos, com uma descrição da
máquina onde este sistema está funcionando, e preservá-lo por longos períodos
de tempo. Esta foto instantânea digital irá recriar o passado no futuro",
explica.



Uma empresa, é claro, terá que oferecer este serviço, mas poucas empresas
duraram centenas de anos. Então como podemos garantir que tanto nossas memórias
pessoais quanto a história humana sejam preservadas? Não dá para garantir nem
mesmo que o Google esteja existindo no próximo milênio.



"Certamente não, mas acho divertido imaginar que estamos no ano 3000 e
você ainda faça pesquisas no Google. O 'raio-X instantâneo' que estamos
tentando fazer poderia ser transportado de um lugar para outro. Eu poderia
enviá-lo da nuvem do Google para outra nuvem, ou colocá-lo na máquina que estou
usando", diz Cerf.



"O importante aqui é a ideia de que, quando você mover esses bits de um
lugar para o outro, ainda saiba como acessá-los corretamente e interpretar as
partes diferentes. Tudo isso é possível se padronizarmos as descrições."



"E esta é a questão – como posso assegurar no futuro distante que os padrões
ainda sejam conhecidos e que possamos interpretar esse instantâneo
digital?"



O engenheiro diz que o conceito, chamado de "pergaminho digital",
foi demonstrado pelo cientista da computação experimental Mahadev
Satyanarayanan na Universidade Carnegie Mellon.



"Claro que há arestas a serem aparadas, mas já foi provado que o
conceito geral funciona", garante.





Quantas
horas você precisa dormir de acordo com sua idade?