O Brasil não vai aceitar ser destruído pela mídia
Por Miguel do Rosário,
Incrível.
O juiz Sergio Moro já concedeu três delações premiadas a Alberto Youssef.
Sempre que o noticiário da Lava Jato começa a esfriar, ele é chamado
novamente, ou o próprio se convoca para depor, para fazer novas revelações
bombásticas (e sem provas, claro) contra o PT.
A relação entre Sergio Moro e Youssef é promíscua.
Ambos são do Paraná.
Aliás, todo o circo da Lava Jato gira em volta de figurões do Paraná.
Youssef estava envolvido com o prefeito tucano Jairo Gianoto, de Maringá,
condenado por um pesadíssimo esquema de corrupção.
Nessa época, o senador Alvaro Dias voava para lá e para cá no jatinho do
doleiro.
Aí Sergio Moro vira juiz e vai cuidar do caso Banestado.
Quem é o doleiro envolvido? O mesmo Youssef.
Moro “perdoa” Youssef através da concessão da delação premiada.
Youssef dedura bagrinhos e protege os tubarões.
Volta a roubar.
É preso de novo. Dedura de novo.
Volta a roubar.
É preso pela terceira vez.
Delação premiada novamente.
Me perdoem se eu erro alguma coisa. Não sou biógrafo, nem quero ser, de
Alberto Youssef.
Youssef se tornou uma espécie de coringa da oposição.
(Leia os posts: a história do doleiro que a mídia não contou e Youssef operava para FHC, Serra e Fernandinho Beira Mar,
sobre as históricas relações de Youssef com o PSDB).
Sempre que querem um dedo-duro seletivo, alguém que entenda o jogo político
da mídia, chamam ele.
E agora a imprensa nos informa que ele quer fazer “novo depoimento”, e a
Veja já sabe até o que é.
Claro, tudo é combinado previamente com o advogado de Youssef, um
tucaníssimo que desfrutou, por anos, de uma sinecura especial no governo do
Paraná.
Enquanto isso, centenas de milhares de empregos são ameaçados porque alguns
procuradores e um juiz, almofadinhas criados a leite de cabra, com o salário
garantido ao fim do mês, querem “passar a limpo” o Brasil.
O Ministério Público, como instituição, perdeu o bom senso há tempos, desde
a Ação Penal 470, uma farsa ridícula que começou por uma peça de acusação
inteiramente fictícia.
Não canso de repetir: estão tentando o mesmo golpe. E usando os mesmos
cérebros, os filhos mais brilhantes da direita aristocrática.
Sergio Moro foi o juiz que escreveu o voto de Rosa Weber, no qual ela
condenou Dirceu com uma frase positivamente fascista: “não tenho provas para
condená-lo, mas a literatura assim o permite”.
A frase de Weber me parece, inclusive, nascer de uma consciência
desesperada, como se ela quisesse mandar um recado à história: estou
encurralada; senão condenar Dirceu, minha cabeça estará em jogo.
Vladimir Aras, outro cérebro brilhante, foi o procurador que ajudou Gurgel a
escrever a peça de acusação da AP 470.
É Aras que vai à Itália coordenar a extradição de Pizzolato. Aliás, é
impressionante o esforço do MP para trazer o petista de volta da Itália. Usaram
toda a sua estrutura.
Se tivessem usado um décimo dessa estrutura para investigar o trensalão, a
sonegação da Globo, o Banestado, a privataria, o Brasil estaria bem melhor
hoje.
Não, preferiram usar toda a sua estrutura para pegar Pizzolato, condenado
por um crime que não cometeu.
A mesma coisa vale para João Paulo Cunha, condenado mesmo diante de provas
cabais de sua inocência.
Agora, não nos enganemos.
Não sejamos tolos ou demagógicos.
Às vezes ouço críticas: “Engraçado, ver a esquerda defendendo empreiteiros”.
A esquerda democrática jamais pode defender prisões arbitrárias ou violência
judicial, mesmo contra o homem mais rico do mundo.
A Constituição garante direitos iguais para todos.
No Brasil, parece garantir apenas para os amigos da Globo.
Não é amigo da Globo, pode ser o cara mais rico do Brasil: dê adeus a seus
direitos e liberdades.
As ditaduras adoram patrocinar esse tipo de demagogia fascista. Prendem
ricos para manipular os ódios de classe da população pobre e da classe média.
Não prendem todos os ricos, claro.
Apenas alguns cordeiros gordos, cujo sacrifício vem em nome do bem maior.
O Judiciário brasileiro se tornou uma instância política, arbitrária,
conservadora, e alegremente submissa aos ditames de uma mídia golpista.
Como esquecer que Ayres Brito, presidente do STF, ainda no cargo, escreveu o
prefácio de um livro de Merval Pereira sobre o mensalão?
E que saiu do STF diretamente para os quadros da Globo?
Hoje, além de funcionário da Globo, é colunista do Estadão…
A mídia é cada dia mais e mais golpista.
Veja o que acontece hoje.
Centenas de milhares de empregos estão ameaçados.
Setores estratégicos da economia estão paralisados, demitindo pessoas.
Se o desmonte da indústria de construção civil se consumar, haverá um efeito
cascata que afetará toda a economia brasileira.
A mídia fez alguma matéria sobre isso?
Você viu o Fantástico alertando para os exageros e a irresponsabilidade da
Operação Lava Jato?
Não.
O que você viu no Fantástico foi apenas a tal da menina veneno da Petrobrás
atacando Graça Foster sem provas.
O STF, por sua vez, novamente começa a se acovardar.
Os ministros do Supremo não tem instrumentos políticos ou mesmo psicológicos
para resistir à violência midiática.
Afinal, quem pode resistir aos tanques da mídia. Eles chantageiam qualquer
um.
Vivemos a era da mídia. O fim dela, mas um fim apocalíptico, que ela tenta
adiar desesperadamente através de um golpe branco de Estado.
A mídia sabe que precisa de um golpe, de qualquer jeito, para sobreviver aos
desafios que as mudanças tecnológicas lhe impuseram.
Ela precisa de um governo aliado para lhe dar dinheiro.
Se houver um golpe e a direita assumir o poder, o primeiro ato será em favor
da grande mídia corporativa.
A partir do momento em que blogs, feitos quase artesanalmente, começam a
ameaçar o seu poder; a partir do momento em que milhares de pessoas acreditam
muito mais num punhado de blogueiros malucos; que enxergam nesses blogueiros um
comprometimento com a verdade e um senso de responsabilidade muito superior ao
que vêem nos sisudos e engravatados colunistas de jornal; aí sim entendemos o
desespero da mídia.
Entendemos também a sua agressividade contra os blogs, arrumando qualquer
pretexto para processá-los e tentar intimidá-los e asfixiá-los judicial e
financeiramente.
Mas a sociedade está reagindo.
Até porque o momento é grave.
Oxalá tenhamos tempo de evitar o pior.
Entretanto, o mais importante é isso, que a sociedade começa a reagir a essa
mídia odiosamente fascista que prefere destruir o país a suportar mais alguns
anos de governo trabalhista.
O governo, por sua vez, tenta inutilmente passar a imagem de menino
obediente e comportado.
A gente critica duramente a Dilma, por várias razões.
Ela é ruim de política, um verdadeiro desastre.
Indecisa, muda, convencional.
Entretanto, diante da ofensiva conservadora, liderada por setores
completamente descompromissados com a questão social, e que mobiliza um
exército de analfabetos políticos, e uma classe média de espírito violento e
sectário, as forças progressistas voltam a se reunir em defesa da presidenta
Dilma.
Bem que ela podia ajudar um pouco, contudo.
Nem precisa falar nada, já que ela não gosta de aparecer.
Basta assinar algum decreto em prol da Petrobrás, como o uso das reservas
para comprar ações da estatal, o que nos daria uma extraordinária injeção de
ânimo.
Antes da privatização branca de FHC, a participação da União na Petrobrás
era de 82% e caiu para 55%. Com Lei da Partilha de Lula subiu para 64%.
Podíamos voltar aos 80% agora.
Enfim, a história brasileira está viva.
A direita quer se vingar do país como um todo, pela humilhante derrota que sofreu
em 2014.
Mauricinhos arrogantes e violentos são maus perdedores.
Quer se vingar dos empreiteiros, que fizeram vultosas doações ao PT, doações
que permitiram ao partido ganhar as eleições.
(E ao mesmo tempo são contra uma reforma política que liberte os partidos
dessa relação promíscua com o poder econômico. Querem que as doações continuem,
mas só para legendas de direita.)
Os empreiteiros doaram porque entendem que o PT tinha um plano de grandes
obras de infra-estrutura que os tucanos nunca tiveram.
Os tucanos só queriam saber de vender o que possuíamos, não de construir
algo novo.
Na era tucana, a Petrobrás foi sucateada. As descobertas de novas reservas
minguaram e o número de trabalhadores caiu. Os recursos investidos em pesquisa
e tecnologia eram ridículos.
A indústria naval, naqueles tristes anos, foi destruída.
E agora, que a indústria naval renasceu, com uma força extraordinária, a
direita midiática, com ajuda de cúmplices nos estamentos aristocráticos do
Estado, querem destruir tudo?
Não vão conseguir.
E se, Deus nos livre, conseguirem, será uma vitória suja.
Uma vitória que os comprometerá para sempre, porque já não existe censura
para denunciar suas patranhas.
Se destruírem o Brasil, nós o reconstruiremos, tijolo por tijolo.
Mas seremos doravante bem menos ingênuos. E faremos os culpados pagar caro,
muito caro, pelo sofrimento imposto ao povo brasileiro.
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