domingo, 4 de janeiro de 2015

Até quando ?

Até quando a mídia vai blindar Aécio? | TIJOLAÇO |


Até quando ?

4 de janeiro de 2015 | 12:53 Autor: Miguel do Rosário
ScreenHunter_5437 Jan. 04 12.52


Os escândalos de Aécio tem sido sistematicamente varridos para
debaixo do tapete, como aliás acontece com todo escândalo tucano.


É só aparecer um tucano na história que as rotativas, misteriosamente, param de funcionar.


Os satélites pifam.


Na campanha eleitoral, quando Aécio foi posto sob os holofotes
nacionais, vieram à tôna histórias estranhas sobre tráfico de drogas em
Claudio, aeroportos construídos em terras do tio, helicópteros cheios de
pó, ossada humana em fazendas de Claudio, milhões de reais de verba
pública aplicado em rádios da família, denúncias de policial civil.


Com exceção do aeroporto, que não conseguiu esconder, a mídia não deu nada.


Aécio perdeu a eleição, mas permaneceu com a imagem imaculada de santo.


Dilma ganhou o pleito e seus adversários a chamam de “bandida”,
apesar de não existir, mesmo após anos de perseguição, um fio de cabelo
contra ela.


Se Dilma mandasse construir, com verba pública, uma casinha de
cachorro no quintal de sua casa em Belo Horizonte, seria vendido pela
mídia como o maior escândalo político desde a invenção do fogo.


Mas vocês sabem como é o Brasil: tucano pode tudo.


Leiam o post abaixo, do Nassif. Ele fala de mais um escândalo cabeludíssimo envolvendo a família Aécio.


Por ser um escândalo de bico grande, a Globo não vai inclui-lo sob o chapéu “escândalos em série”…


Então, peço-lhes que leiam com atenção e me digam o que acham disso.
Nós, do blogs, não temos os exércitos de repórteres amestrados da grande
imprensa, mas temos uma legião de milhares de internautas
insaciavelmente curiosos, e particularmente famintos por aquilo que a
mídia nega a seus leitores: ensopado tucano.


*


A pá de cal na carreira política de Aécio

SEX, 02/01/2015 – 12:15

ATUALIZADO EM 03/01/2015 – 15:28


Luis Nassif, no jornal GGN.


A carreira política de Aécio Neves – ou ao menos suas pretensões de
voltar a se candidatar à presidência da República – terminará nos
próximos dias.


Sua declaração recente, apresentando o governador de São Paulo
Geraldo Alckmin como o próximo candidato do PSDB, foi mais que um gesto
de elegância: respondeu a uma avaliação realista do que o espera pela
frente.


Não se sabe bem o que virá da Lava Jato.


Autoridade com acesso integral ao inquérito informa o seguinte:


Não há como conter vazamentos, que partem dos advogados, delegados e
procuradores e do próprio juiz, que está dando publicidade a todos os
depoimentos. Especificamente no caso da capa da Veja, o vazamento foi do
advogado do doleiro Alberto Yousseff.


Até agora, os vazamentos foram seletivos, aliás “completamente
seletivos”, diz ele. Quando o inquérito total vier à tona, haverá
“bombas de hidrogênio”, supõe que envolvendo próceres da oposição. Não
avançou sobre quem estaria envolvido, portanto não se sabe se a bomba
atingirá Aécio ou não.


Mesmo que não atinja, o fantasma que persegue Aécio atende pelo nome de “ação penal 209.51.01.813801-0″.


Em 8 de fevereiro de 2007 foi deflagrada a Operação Norbert, visando
apurar denúncias de lavagem de dinheiro na praça do Rio de Janeiro.
Conduzida por três jovens brilhantes procuradores – Marcelo Miller,
Fabio Magrinelli e José Schetino – foi realizada uma operação de busca e
apreensão nos escritórios de um casal de doleiros do Rio de Janeiro.


No meio da operação, os procuradores se depararam com duas bombas.


A primeira, envolvia o corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Carpena do Amorim.


Carpena foi peça central no assassinato de reputação da juíza Márcia
Cunha, trabalhando em parceria com a Folha de S. Paulo no período em que
o jornal se aliou a Daniel Dantas. Coube a Carpena endossar um dossiê
falso preparado por um lobista ligado a Dantas, penalizando uma juíza
séria.


Ao puxar o fio da meada de uma holding, os procuradores toparam com
Carpena. O caso foi desmembrado do inquérito dos doleiros, tocado pelo
Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e resultou na condenação do
ex-juiz a três anos e meio de prisão.


O segundo fio foi puxado quando os procuradores encontraram na mesa
dos doleiros uma procuração em alemão aguardando a assinatura de Inês
Maria, uma das sócias da holding Fundação Bogart & Taylor – que
abriu uma offshore no Ducado de Lichtenstein.


Os procuradores avançaram as investigações e constataram que a
holding estava em nome de parentes de Aécio Neves: a mãe Inês Maria, a
irmã Andréa, a esposa e a filha.


Como o caso envolvia um senador da República, os três procuradores
desmembraram do inquérito principal e encaminharam o caso ao então
Procurador Geral da República Roberto Gurgel. Foi no mesmo período em
que Gurgel engavetou uma representação contra o então senador Demóstenes
Torres.


O caso parou na gaveta de Gurgel.


No próximo mês deverá ser apreciado pelo atual PGR Rodrigo Janot. Há
uma tendência para que seja arquivado. Alega-se que Aécio não seria
titular da conta – que está em nome de familiares – mas apenas
beneficiário. Certamente não se levantará a versão jabuticaba da “teoria
do domínio do fato”, desenvolvida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).


Arquivado ou não, certamente será a pá de cal nas pretensões políticas de Aécio.


Comentário


Por Clever Mendes de Oliveira


Talvez Aécio Neves não tenha paciência para esperar


Luis Nassif,


Não gosto do Aécio Neves, mas não gosto por duas razões. Uma é que é
do PSDB. A minha resistência ao PSDB decorre do modo de fazer política
do partido que se resumia na construção da mentira de modo intelectual
para sustentar a ausência de carisma de que os próceres do PSDB sofriam.
Da falta de carisma é que se construiu frases como “o PSDB é um partido
fundado para trazer a ética para a política”, ou “o PSDB é um partido
fundado para tirar o fisiologismo da política” ou “governo bom o povo
põe, governo ruim o povo tira”, ou “a inflação é o mais injusto dos
impostos, pois recai sobre os mais pobres”.


A segunda razão diz respeito ao fato que Aécio Neves conseguiu
transformar-se em um político carismático. Não sou contra o político
carismático desde que o carisma ajude o político a se desenvolver como
político, principalmente galgando cargos de executivo, e desde que o
carisma seja um instrumento que facilite a interlocução do político com o
eleitor e desde que o carisma não seja utilizado para enganar o povo,
em uma condição de desprezo ou desconsideração pelo eleitor. O Aécio
Neves vem utilizando o carisma dele nessa condição. Aliás, os slogans do
partido que ainda são utilizados em campanhas do PSDB, alguns com menos
ênfase, porque serviriam para reforçar o PT, são utilizados exatamente
porque menosprezam o eleitor e sabem que esses slogans não vão ser
questionados pelo povo.


Aécio Neves percebeu que ele não precisa criar essas construções
intelectuais que dão aparência de verdade para enganar o povo. O carisma
dele assegura que as pessoas serão convencidas daquilo que ele diz
mesmo que o que ele diz não pareça fundamentado em anos de estudos
sociológicos como são os slogans de campanha do PSDB que eu relacionei
acima.


Agora, essa história de conta no estrangeiro para mim não tem o menor
valor. Não é porque eu considero que este lado de malversação de
dinheiro público é sempre uma história mal contada que só deveria sair
na mídia com a sentença transitado em julgado do Poder Judiciário. O
problema desta história de dinheiro no estrangeiro da família de Aécio
Neves é porque quem a propaga desconhece a particularidade do casamento
de Inês Maria, a mãe de Aécio Neves, com o banqueiro Gilberto Faria,
filho do fundador do Banco da Lavoura, Clemente Faria.


O Banco da Lavoura foi o maior banco do país no final da década de 40
e do Banco da Lavoura surgiram dois bancos, o Banco Real com Aloysio
Faria e que depois foi incorporado pelo ABN AAMRO que depois foi vendido
para o Santander e o Banco Bandeirantes com Gilberto Faria. Gilberto
Faria era pai de Clemente Faria Neto que faleceu em 12/07/2012 em um
acidente aéreo e era grande empresário dividindo com o irmão Gilberto
Faria Júnior a direção de um grupo empresarial que reunia cerca de 20
empresas entre elas a Minasmáquinas, revendedora de caminhões, máquinas
pesadas e automóveis de luxo da marca Mercedes-Benz, e das rádios
Alvorada, em Belo Horizonte, Sulamérica Paradiso, do Rio, e Jovem Pan,
de Santos. Além disso, Clemente Faria Neto antes do segundo casamento
dele fora casado com Ângela Gutierrez. Não é de se estranhar que o
grande empresariado brasileiro se encaminhou para apoiar Aécio Neves. E é
interessante ver que esses empresários todos investem em meios de
comunicação. O pai de Clemente Faria Neto, Gilberto Faria, padastro de
Aécio Neves era dono (ou detinha parte) da Transamérica.


Enfim, os milionários não são muito de abrir mão do dinheiro de seus
antepassados, mas os quase trinta anos de casamento da mãe de Aécio
Neves com o banqueiro Gilberto Faria e que perdurou até a morte do
banqueiro em 01/10/2008 formaram vínculo forte para permitir essas
contas ainda mais em um paraíso fiscal como é o do Ducado de
Linchestein.


O problema de Aécio Neves será permanecer durante quatro anos
apresentando atestado de bom comportamento. E não basta isso para o
sucesso dele. É preciso que o PT fracasse no segundo governo da
presidenta Dilma Rousseff.


Clever Mendes de Oliveira


BH, 02/01/2015

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