Pré-Sal: quem desdenha quer vender. Baratinho, quase doado…
Ontem à tarde, postei aqui
algumas reflexões sobre a crise provocada pelos preços do petróleo e a
advertência de que havia gente “se aproveitando disso para ver se
convence os trouxas de que o petróleo não é mais o “ouro negro” e
consegue que o entreguemos de mão-beijada”.
Não deu tempo nem de esfriar: O Globo sai hoje com um editorial dizendo que “o pré-sal pode ser um patrimônio inútil”.
Com o petróleo barato e os altos custos da extração no pré-sal (uma
mentira, que tenta confundir o volume de investimento – alto – com o
custo de produção, baixo, pela quantidade de petróleo que gera, com
médias perto de 30 mil barris diários) para concluir que “foi erro
crasso do lulopetismo, movido a ideologia, suspender por cinco anos os
leilões, a fim de instituir o modelo de partilha no pré-sal, com alta
intervenção do Estado”.
Perdemos, porque deixamos de atrair, bilhões de dólares, dizem.
Das duas, uma: ou O Globo nos crê burros por não entregarmos
por uns poucos bilhões aquilo que vale trilhões ou crê que as
multinacionais do petróleo são mais asininas ainda, porque pagariam
bilhões por um “patrimônio inútil”.
Não há nada de novo entre os vendilhões do Brasil.
Há dois anos postei e posto de novo o que imaginava Monteiro Lobato,
nos anos 40, quando teimavam em dizer que o Brasil não tina petróleo e
ele se dedicava, à falta de muitos adultos que o acreditassem, explicar
para as crianças o que seria do Brasil quando estes facínoras forem,
afinal, desmascarados.
Em seu “O Poço do Visconde” deu o nome de “caxambueiros ” aos que
descriam de nossa capacidade de explorar petróleo. E conta que o povo
pegou estes marotos e “os fez passear pela cidade com caraças de burro
na cabeça — e no fim da passeata os jogou na lama dos mangues para serem
comidos pelos sururus”.
Que me perdoem os “politicamente corretos”, mas ainda é pouco para quem vende a sua pátria.
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