sábado, 19 de dezembro de 2015

Veja explica por que protege PSDB e Azeredo

Veja explica por que protege PSDB e Azeredo | Brasil 24/7









247 –
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Com esse argumento, a
revista Veja tenta explicar por que blinda, em suas páginas, políticos
do PSDB e o ex-presidente nacional do partido, Eduardo Azeredo, que, na
semana passada, foi condenado a vinte anos de prisão por supostamente
arquitetar o chamado "mensalão tucano".



Em editorial publicado pelo diretor
Eurípedes Alcântara, Veja sustenta que é necessário ter "senso de
proporção". Por isso, Veja dedicou apenas uma página ao caso – ao
contrário das dezenas de capas que publicou em relação ao chamado
"mensalão petista".



Para a revista, o caso tucano foi
pequeno, quando comparado ao petista, e nem deveria ser chamado de
mensalão, uma vez que os depósitos feitos para políticos que se aliaram a
Azeredo, na disputa pelo governo de Minas, em 1998, ocorreram apenas
uma vez. Por isso, segundo Veja, nunca existiu um "mensalão tucano".



É um argumento falacioso porque,
também no caso do PT, os depósitos ocorreram uma única vez, para pagar
dívidas de campanha. Ao contrário do discurso midiático, jamais houve
mensalão (como pagamentos mensais) e o próprio criador do termo, o
ex-deputado Roberto Jefferson, disse se tratar de uma figura retórica.
Portanto, se não houve mensalão tucano, também não houve mensalão
petista.



Outro argumento furado que Veja usa
em defesa de Azeredo é o fato de sua condenação ter ocorrido em primeira
instância, cabendo, portanto, recursos. A revista não lembra que
Azeredo renunciou ao mandato de deputado federal para escapar do Supremo
Tribunal Federal e que a corte desmembrou o caso tucano, reconhecendo
implicitamente ter sido um erro julgar réus sem direito ao foro
privilegiado (como José Genoino, por exemplo) diretamente no STF.



Com sua única página dedicada ao
caso e o editorial de Eurípedes, Veja apenas comprovou o que todos
sempre souberam: a revista é um aparelho ideológico do PSDB.

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