Aldeia Giramundo: "Dilma Presidente
Eu era moleque e encontrei uma coleção na Biblioteca do meu pai de nome “História das Revoluções”. Ali, ao falar da Revolução Russa, despertei para a consciência política. Era algo subversivo, ler escondido palavras pesadas de um tal de Marx. O texto era didático e clareou na minha cabeça imagens que eu, adolescente, via e não entendia. Desigualdades, miséria, pobreza, favelas. Então tudo aquilo tinha uma origem? Foi uma descoberta do mundo e de mim mesmo. Algo que me acompanha, persegue, destina.
Na mesma época o Brasil iniciava sua redemocratização ( lenta, gradual e interminável). Repentinamente a estrela vermelha chamou minha atenção. Eram políticos diferentes. Usavam camisas Hering vermelha, falavam errado, pregavam a transformação da sociedade brasileira. Defendiam o direito dos trabalhadores, dos pobres, das mulheres, dos negros. Lutavam pelo fim da ditadura. Pela melhoria salarial. Eram operários, intelectuais, artistas, muitos deles gente simples e humilde, mas com a dor do sofrimento e a fala dos oprimidos.
Era 1982 e a luta acontecia pelo Governo do Estado. Aquele partido pequeno era massacrado diariamente pelos jornais e o Diário Oficial televisivo ( conhecido por Jornal Nacional, da Globo). A revista semanal denominava o partido de Bolchevique e dizia que a CUT era os soviete, e que o único objetivo do grupo era fazer a Revolução Socialista no Brasil ( ai que bom seria). A propaganda política era um desastre: permitiam-se só fotos dos candidatos e a voz oficial do narrador. Sentava na sala e ouvia o locutor narrar sobre a foto daquele barbudo e cabeludo, com um número embaixo, ‘Luiz Ignácio, metalúrgico, 1º grau completo, candidato a Governador’.
Nossa campanha era precária e primária. Era um boca a boca. Pessoa a pessoa. Entregando santinhos, brochinhos e explicando porque o Brasil seria diferente com o PT. Não havia dinheiro, então comprávamos os broches, contribuíamos com quanto dava e os nossos políticos eleitos entregavam 30% do salário para o partido ( o único até hoje assim). Acusavam-nos de sonhadores, idealistas e vivendo num mundo à parte. Mas lá íamos nós. Às vezes num domingo de manhã, numa reunião do partido ou do sindicato. Tudo pela causa, da maioria da população brasileira.
Final de 1983. Fomos à rua lutar por eleições ‘Diretas Já’. Éramos só nós: PT, CUT, PC do B, PDT, Lula, Brizola, Darcy, Genoíno, Plínio, Zé Dirceu, Gushiken, Erundina, Tarso, Suplicy, Chauí, etc... Todos nos acusavam de baderneiros e incapazes de aceitar as regras do jogo. No ano seguinte, os nossos comícios cresciam a cada reunião e aos poucos os outros partidos foram se juntando ao PT. Depois veio a imprensa e por último, a Globo. Eram milhões com uma certeza: a Democracia. Derrotados, assistimos a direita descontente com Maluf fazer acordo com o PMDB. Fomos acusados de novo de sermos sempre do contra.
Enquanto isso, o arsenal de agressões era diário, em todos os lugares e ruas. Partido dos Analfabetos. Comunistas. Destruidores da família e dos bons costumes. Vagabundos que pararam de trabalhar para entrar na política. Ignorantes. Financiados por Moscou. Criminosos. Defensores dos bandidos e dos direitos humanos. Incapacitados para o poder. E toda uma coleção de xingamentos baixos e vazios.
E foi assim. O Partido foi crescendo. Na Constituinte elegemos 16 deputados! E nela fomos responsáveis pelos mais importantes avanços sociais da Carta de 1988. E a cada pleito eram mais deputados ( hoje somos 97!), senadores, vereadores, e até Prefeitos. Até que em 1988 o Partido chegou onde poucos esperavam, na Prefeitura da maior cidade do país. Foi a glória. Fomos à rua comemorar, cantando a vitória e a mudança do Brasil. Passamos em frente a FIESP e berramos “Fiesp, Ciesp, óóóhhh” acompanhados de um gesto obsceno.
Sempre ao lado das lutas populares e defendendo os interesses sociais em primeiro lugar o partido foi governando. Enfrentando a mais cruel e diária oposição, que nenhum outro político ou agremiação sofriam ou sofrem. Erramos? Sim. Afinal não estávamos a 500 anos encastelados no poder e além disso, tivemos de enfrentar a oposição da própria burocracia estatal. Mas fomos tentando e inventando novas formas de governar. Olhamos para os de baixo com respeito e lhes demos dignidade. Erundina, por exemplo, comprou 4mil ônibus novos (35% a mais do que antes), construiu corredores, estabilizou a passagem em US$ 0,50 ( hoje é US$ 1,75). Investimos em educação e saúde públicas, transportes, habitação popular, melhoramos salários, ou seja, aquilo de que mais o povo precisava.
O Partido cresceu, se profissionalizou. A cúpula se afastou dos ideais só românticos e viu, com justiça, a possibilidade do poder. A mídia então começou a apertar em outro cerco. Além das agressões tradicionais, agora a questão era considerar o partido o inventor da corrupção no país. Como se nos últimos 500 anos o país vivesse num paraíso, em que tudo havia sido feito de forma honesta e que os políticos e partidos que dilapidaram a nação só agora conheciam a corrupção. Nada mais hipócrita e falso. Casos há no partido, mas até agora todos os seus responsáveis foram afastados, muitos estão sendo processados. O partido não fez vista grossa para a corrupção. Combate-a diariamente e pune severamente os responsáveis, e isso nos diferencia dos outros. Os outros, ao contrário, se elegem, se reelegem, se perpetuam no poder, ou nas estatais. Fingem que nada tem a ver com a corrupção, ou que é mas simples, dizem que é intriga do PT. Lula sofreu mais de 200 pedidos de impeachment e enfrentou 39 CPIs. O PSDB governa São Paulo há 23 anos ( ou vai dizer que o Montoro era do PMDB e que Quércia era oposição até 1989), e não sofreu nenhuma CPI. Isso é comprar a História. Falcatruas sem nenhuma, nenhuma investigação. Calhordas!
A Globo não permitiu que Lula vencesse em 1989. Mas também as agressões diárias do ‘homem de saco roxo’. E não faltou a polícia de São Paulo ( de Quércia e futuros membros do PSDB) colocar camisas do PT nos seqüestradores de Abilio Diniz no dia anterior a votação. Fraude eleitoral!
O Impeachment do Collor foi a mesma deturpação histórica das ‘Diretas Já’. O PT começou os protestos e foi acusado de não aceitar a derrota eleitoral. Com o crescimento das passeatas populares, aos poucos os outros foram aderindo, esperando apenas o barco afundar para tomar posse de seu espólio. Não podemos nos esquecer que FHC e Serra chegaram a fazer um acordo sórdido com Collor para estabelecer um ’ministério dos notáveis’( salafrários provavelmente).
Veio o Plano Real, e o PSDB conseguiu chegar ao poder. Iniciaram seu projeto de privatizações, endividamento interno e destruição da indústria nacional, para dar lugar a autocracia do mercado financeiro. Enganaram o povo durante 4 anos com a estabilidade. Reeleitos, começou a devastação do Brasil. Desvalorização do Real em 250%; dívida externa pulando para US$ 230 bilhões; desemprego a 13%; a dívida interna cresceu 14.000%; o que nos faz pagar cerca de R$ 140 bilhões ao ano de juros para bancos; estatais sucateadas; ‘apagão’ e racionamento de energia elétrica; explosão de preços de serviços privatizados; saúde e educação abandonadas. Um caos tão grande, que apesar de toda a campanha unificada da mídia, Lula venceu com mais de 60% dos votos do candidato do PSDB.
A festa durou dois meses. Do dia 27 de Outubro de 2002 a 1 de Janeiro de 2003. O Bombardeio perdurou por 1460 dias. Má administração. Só coloca gente do PT no governo. Corrupção. Lula é ignorante e analfabeto. Só que o povo foi percebendo as mudanças sociais do país e a esquizofrenia da imprensa. Lula é reeleito com mais de 63% dos votos. As reformas se aprofundaram. O Brasil mudou profundamente, mas ainda temos de mudar muito, mas muito mesmo. Por isso não podemos voltar atrás. Destruir todas as conquistas democráticas em nome de uma campanha sórdida, doentia e nojenta, de uma elite mesquinha, racista, machista, excludente, fascista, preconceituosa, homofóbica. Lula terminará seu mandato com a maior aprovação popular da História do Brasil, e da maior aprovação dentro de um regime democrático em todo o mundo. Como diria Obama, “That´s the man!”. O Brasil não pode correr o risco do retrocesso, do atraso, do conservadorismo de extrema-direita ditar as normas do país. Um país que durante 502 anos foi governado pela elite, para a elite e a partir da elite. Queremos novamente um governo do povo, para o povo e pelo povo. Queremos Dilma Presidente do Brasil!
Porque Dilma Presidente:
• Lula e Dilma criaram 16 milhões de empregos enfrentando duas crises mundiais ( uma delas a mais grave desde 1929) e uma brasileira ( herdada de FHC), FHC e Serra com o apoio maciço da mídia , do mercado internacional e nacional criaram só 5 milhões. Como o Crescimento Vegetativo do Brasil é de cerca de 1,2% e o emprego crescia a média de 0,8% o saldo foi extremamente negativo na era tucana;
• Lula e Dilma entregam o Brasil com uma taxa de 6,2% de desemprego contra 13% de FHC e Serra, ou seja mais do que o dobro. Se levarmos em conta que o Brasil tem hoje 14 milhões de brasileiros a mais esse número petista é mais impressionante ainda;
• O PIB brasileiro cresceu em média 4,5% nos 8 anos de Lula e Dilma, contra míseros 2,1% de FHC e Serra ( a segunda pior média da História republicana);
• Cerca de 28 milhões de brasileiros saíram da miséria no governo Lula e Dilma ( cerca de 60% do total), no governo FHC e Serra foram só 2 milhões;
• Segundo dados de agências independentes, o governo Lula e Dilma produziu a primeira distribuição de renda em toda a História do Brasil, hoje cerca de 51% da população é de classe média, as classes D e E foram reduzidas de 57% para 32%;
• O salário mínimo tem aumentos reais há 8 anos, e vale hoje com Lula e Dilma US$ 300, em 1998, o então Ministro José Serra pregou contra a proposta de subir o mínimo para US$ 100, “pois isto iria quebrar o Brasil”. Detalhe , ele valia míseros US$ 72 na época;
• Lula e Dilma criaram a maior plano de assitência social do mundo, o Bolsa Família, que atende 12 milhões de famílias (50 milhões de pessoas), considerado pela ONU o mais importante projeto social do mundo e que será apliacado por ela em vários países africanos;
• No governo Lula e Dilma o desmatamento na Amazõnia foi de 110.000 km2 ( uma enormidade ainda), mas 100% menor na era FHC e Serra que permitiram a devastação de 230.000 km2. Quase um Estado de São Paulo em 8 anos;
• Durante 8 anos FHC e Serra mantiveram os salários dos funcionários públicos congelados e mesmo com o crescimento da população brasileira em 10%, demitiram cerca de 200mil servidores. Lula e Dilma melhoraram o serviço público, com contratações e melhorias salariais. Um Fiscal Federal ganhava R$ 4mil em 2002 e hoje recebe R$ 15mil; um diplomata recebia R$ 1,5 mil de Serra e FHC, hoje Lula e Dilma pagam R$ 14,5 mil
• Lula e Dilma não tentaram privatizar a educação, sucateando-a e criando cursos desmembrados, criaram mais de 50 Universidades Públicas e Federais, as vagas cresceram 100%. Os professores de federais ganhavam R$ 950 com FHC e Serra, com Lula e Dilma recebem R$8,8 mil!;
• O Prouni concedeu bolsa integral para mais de 800mil alunos, o programa de Lula e Dilma é tão eficiente que o Serra vem prometendo um Prouni para o Ensino Médio ( com certeza, para salvar os colégios particulares que votam em peso nele);
• Com Lula e Dilma o Brasil parou de vender suas estatais a preço de banana e aportou capitais para as mesmas. Não é sem razão que a Petrobrás ( que começou a ser vendida por Serra e FHC, mudando até de nome para Petrobrax), quase dobrou sua produção de petróleo e achou em 2006 as maiores jazidas mundiais novas de petróleo, o Pré Sal;
• A São Paulo dos tucanos e dos bandeirantes que sequer conseguiu sediar um Pan-americano, viu Lula e Dilma trazerem o Pan de 2007 no Rio, a Copa de 2014 ( e São Paulo de Serra e FHC ainda nem sabe se vai ter condições de sediar um mísero joguinho) e o maior evento esportivo da humanidade, as Olimpíadas do Rio de 2016. OBrasil entrou na História;
• As exportações brasileiras pularam de minguados US$ 60 bilhões ao ano com FHC e Serra para US$ 210 bilões com Lula e Dilma;
• O Brasil com Lula e Dilma quitou a dívida com o FMI, reduziu a dívida externa do governo a parcos US$ 60 bilhões e tem reservas internacionais ( boa parte delas em títulos do governo americano) de cerca de US$ 235 bilhões. Na era FHC-Serra eram US$18 bilhões de reservas;
Por isto e por muito mais, no dia 31 de Outubro de 2010 vote em Dilma 13!!!Para o Brasil seguir mudando
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