Banco ataca e depois 'enche o carrinho' de Petrobras
Pivô da crise financeira global de 2008, banco de
investimentos dos EUA continua fazendo das suas; agora assimilado pelo
Bank of America, Merrill Lynch soltou relatório de críticas à Petrobras
em outubro do ano passado; "A empresa mais endividada do mundo",
calculou, com ampla repercussão na mídia familiar brasileira; mas agora
em janeiro, quando os papéis da estatal brasileira, empurrados para
baixo por avaliações como o do próprio Merrill Lynch, chegaram a R$ 15, o
que fez o banco americano? Comprou, é claro, milhões de ações da
própria Petrobras; primeiro ajudou a derrubar o valor da companhia e,
quando de fato ele caiu, comprou para saborear os lucros; a Comissão de
Valores Mobiliários vai se manifestar sobre a manobra ?
2008, quando foi flagrado como um dos maiores distribuidores de títulos
podres dos Estados Unidos – os subprime --, o banco de investimentos
Merril Lynch resolveu agora operar em cima da estatal brasileira
Petrobras. Adquirido pelo Bank of America, por ordem das autoridades
monetárias dos EUA, o banco de investimentos que deu grande contribuição
para quebrar as instituições do mundo todo acaba de realizar uma jogada
clássica, feita na fronteira da ética e da lei.
Em outubro do ano passado, relatório oficial do Merril Lynch apontou a
Petrobras como "a empresa mais endividada do mundo", numa nota que
prontamente ganhou repercussão na mídia familiar brasileira (leia abaixo
notícia a respeito do jornal O Estado de S. Paulo). Com a avaliação
negativa da petroleira brasileira, o BofA/Merril Lynch ajudou a empurrar
para baixo os papéis da companhia na bolsa de valores, que entraram em
janeiro alcançando o recorde negativo de cerca de R$ 15 por ação.
E então vem a segunda parte da jogada do BofA/Merril Lynch.
Entre os dias 20 e 24 de janeiro, quando as ações da Petrobras
chegavam ao seu ponto mais baixo, o que fizeram os operadores da
instituição americana? Encheram o carrinho, como se diz na gíria
financeira, de ações da Petrobras.
O Merrill Lynch, segundo levantamento publicado no site Infomoney
(leia abaixo), comprou no período nada menos que 12,9 milhões de ações
ON da estatal brasileira e outros 3,7 milhões de papéis PN. De quebra,
ainda buscou 2,1 milhões de papéis da Vale e mais 1,5 milhão de ações da
BRF. Todas empresas brasileiras com ações em baixa
Em resumo, o Merrill Lynch praticou o que se pode chamar de
estratégia de crítica a uma companhia – no caso, a maior do Brasil –
para derrubar seu valor e, em seguida, uma vez conseguido o intento,
comprou os mesmos papéis com o objetivo de saborear os lucros da sua
recuperação.
Sem dúvida, um caso para ser analisado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), considerada como xerife do mercado de ações.
Por menos que isso, a CVM já expediu multas milionárias e humilhou com suas investigações outras instituições.
O BofA/Merrill Lynch vai passar batido?
Abaixo, links para as notícias sobre o relatório com críticas à
Petrobras, de outubro, publicado no Estadão, e a respeito da compra de
milhões de ações da Petrobras, divulgado no site Infomoney:
http://www.infomoney.com.br/mercados/acoes-e-indices/noticia/3162990/banco-estrangeiro-encheu-carrinho-acoes-petrobras-vale-semana-passada
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,petrobras-e-a-empresa-com-mais-dividas-no-mundo,1087347,0.htm
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