domingo, 12 de outubro de 2014

Dilma defende divulgação total da investigação da Operação Lava Jato -

Dilma defende divulgação total da investigação da Operação Lava Jato - Política - Estadão


Dilma defende divulgação total da investigação da Operação Lava Jato

Valmar Hupsel Filho, enviado especial a
Contagem (MG) - O Estado de S. Paulo
11 Outubro 2014 | 14h 39

Um dia depois de condenar os
"vazamentos seletivos" das investigações sobre os desvios de dinheiro na
Petrobrás, a presidente Dilma Rousseff (PT) defendeu neste sábado, 11, a
divulgação total de provas e depoimentos. "Para se divulgar, divulga-se
tudo", disse ela em Contagem, município da região metropolitana de Belo
Horizonte, onde desfilou em carro aberto e participou de ato político.


"Quero
saber todos os envolvidos e não vazamentos seletivos", completou,
argumentando que a divulgação seletiva durante a campanha eleitoral tem
intenções eleitoreiras e seriam "grande prejuízo para a democracia
brasileira".


Para Dilma, as provas e denuncias no bojo da Operação Lava
Jato "não estão sendo encaminhadas direito nessa fase". Ela afirmou que
já solicitou acesso a o que foi dito pelo ex-diretor de Abastecimento da
Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Yousseff, nas
delações premiadas para poder tomar providências. Segundo ela, o
presidente da República tem dever constitucional de apurar e só punir
quando tiver provas. "Sou a favor de, doa a quem doer, a pessoa tem que
responder o que faz sejam de qual partido sejam".


No estado de adversário político, Dilma provocou Aécio
questionando sua capacidade para ocupar cargos que ocupou no início da
carreira política. "Eu nunca virei vice-presidente da Caixa Econômica
Federal aos 25 anos. Todos os cargos que ocupei foram pelos meus méritos
e não por indicação", disse ela, diante de um discreto sorriso do
governador eleito Fernando Pimentel (PT).


Aécio foi nomeado vice-presidente da Caixa em maio de 1985
pelo então presidente José Sarney, que herdou a presidência da República
de Tancredo Neves, avô do hoje candidato tucano.


Ao citar o episódio, Dilma falava sobre aparelhamento da
máquina pública e havia dito que, durante governos tucanos, o
diretor-geral da Polícia Federal era um filiado ao PSDB. "Não há maior
aparelhamento da máquina do que colocar na direção-geral da Polícia
Federal um filiado a partido político", disse.





Dilma visitou o município de Contagem, um dos maiores colégios
eleitorais de Minas, na região metropolitana de Belo Horizonte. No
final da manhã, ela desfilou rapidamente em carro aberto pelo comércio
da cidade ao lado de Pimentel e do prefeito Carlin Moura (PcdoB).


Em seguida participou de um ato para a militância em um hotel
da cidade. No encontro, ela recebeu manifesto de apoio de dissidentes
PSB/Rede - o diretório nacional do partido apoia Aécio - da ala do PMDB
que apoiou Tarcísio Delgado, além de militantes do PRTB e PPL.


No primeiro turno, Dilma foi a candidata mais votada em Minas
com 43,45% contra 39,75% para Aécio. A petista venceu na maior parte do
estado, mas o tucano levou a melhor nas regiões mais populosas.

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