domingo, 26 de outubro de 2014

Tráfico de cocaína, familiares de Aécio e o aeroporto de Cláudio-MG

Tráfico de cocaína, familiares de Aécio e o aeroporto de Cláudio-MG

Tráfico de cocaína, familiares de Aécio e o aeroporto de Cláudio-MG

Desde o envolvimento direto do primo de Aécio Neves,
passando por um laboratório de refino de pó em Cláudio-MG até o
helicóptero dos Perrella. Entenda a polêmica da rota da cocaína em Minas
Gerais: um escândalo que carece de investigação

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As polêmicas de um escândalo com investigações
pendentes. Aeroporto de Cláudio, helicóptero do pó e a rota do tráfico
de drogas (Edição: Pragmatismo Político)
Uma distância de apenas 14 quilômetros separa os dois escândalos recentes da política nacional
que envolvem dois senadores por Minas Gerais, o ex-presidente do
Cruzeiro, Zezé Perrela (PDT) e o candidato a presidente Aécio Neves
(PSDB).


A pista de pouso e decolagem
construída durante o governo de Aécio Neves em Cláudio, no Centro-Oeste
mineiro, em um terreno que pertenceu a fazenda do tio avô do candidato
tucano fica distante 14 quilômetros de Sabarazinho, um povoado de
Itapecerica, também no Centro-Oeste Mineiro, onde o helicóptero da
empresa Limeira Agropecuária, da família do senador Zezé Perrela, fez
uma parada para reabastecimento carregado com 445kg de pasta base de
cocaína, em novembro do ano passado.


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A parada em um ponto de Sabarazinho aconteceu três horas e meia antes
da apreensão da aeronave por policiais militares e federais em um sítio
em Afonso Cláudio, no Espírito Santo. O valor da carga é estimada em R$
10 milhões, podendo multiplicar por dez com o refino. Segundo o
inquérito da PF, o carregamento foi feito em Pedro Juan Cabalero, no
Paraguai, e tinha como possível destino Amsterdam, na Holanda, o que
configura tráfico internacional.


No dia 20 do mês passado, reportagem do jornalista Lucas Ferraz, da
“Folha de S.Paulo”, revelou que Aécio Neves construiu a pista na fazenda
que pertenceu a seu tio-avô, além de ficar próxima a uma propriedade da
família do candidato. Na última semana, Aécio Neves admitiu que já usou
a pista, mesmo o espaço ainda não tendo sido homologado pela Agência
Nacional de Aviação Civil.


VEJA TAMBÉM: Aécio Neves nomeou desembargador que recebia dinheiro para soltar traficantes


O investimento do governo mineiro para a construção da pista foi de
R$ 14 milhões. Cláudio tem 25 mil habitantes e está distante 50
quilômetros de Divinópolis, onde já existia uma pista de pouso e
decolagem.O cruzamento dos dois escândalos – do helicóptero e da pista –
é comprovado pelos documentos considerados sigilosos do inquérito da
Polícia Federal (PF), que este repórter teve acesso.


A PF constatou, com base no rastreamento do GPS do helicóptero e nas
anotações do plano de vôo dos pilotos, ambos apreendidos e examinados
pela perícia técnica, que o helicóptero carregado com quase meia
tonelada de pasta base de cocaína parou em um ponto próximo ao povoado
de Sabarazinho.


Segundo o inquérito da PF, no dia 24 de novembro de 2013, às 14h17,
aproximadamente três horas e meia antes do helicóptero ser apreendido
pela polícia no município de Afonso Cláudio, no Espírito Santo, a
aeronave ficou parada por trinta minutos numa fazenda do povoado, onde
duas pessoas aguardavam o pouso com galões de combustível.


A localidade fica a 14 quilômetros da pista de Cláudio e também das
fazendas da família Tolentino, onde nasceu Risoleta Neves, esposa de
Tancredo Neves e avó de Aécio Neves.O município de Cláudio chega,
inclusive, a ser citado no inquérito na análise das mensagens
telefônicas dos pilotos, que foram captadas pelas Estações de Rádio Base
(ERB), que são os equipamentos que fazem a conexão entre os telefones
celulares e a companhia telefônica.


Cidade de Cláudio tinha refino de cocaína

Uma informação publicada pelo portal G1 em novembro de 2013
revelou que a Polícia havia identificado e fechado um laboratório de
refino de cocaína na cidade de Cláudio-MG. O local foi desarticulado
após uma denúncia anônima e foram encontradas cocaína e maconha. Ninguém
foi preso.


De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, parentes do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ficavam com as chaves do aeroporto de Cláudio.


O primo de primeiro grau do senador tucano, Tancredo Tolentino, foi
preso, junto com um desembargador nomeado pelo próprio Aécio, por vender
liminares para tirar traficantes de droga da prisão (veja aqui).


Helicóptero do pó

O helicóptero do pó foi apreendido no dia 24 de novembro.
Três dias depois, 27 de novembro, após a apreensão ganhar destaque na
mídia, o proprietário da terra fez uma denúncia para a Polícia Militar
de Divinópolis. Segundo a PM, tal denúncia foi feita de maneira
“anônima”. O proprietário afirma que avistou um helicóptero sobrevoando a
região em baixa altitude e depois encontrou em suas terras 13 galões,
de 20 litros cada, com substância semelhante a querosene.


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Distância entre o aeroporto de Cláudio e o povoado de Sabarazinho
Como o Boletim foi realizado após a apreensão do helicóptero, o
delegado da Polícia Federal em Divinópolis, Leonardo Baeta Damasceno,
afirma no inquérito não descartar o envolvimento de pessoas da região e
recomenda uma diligência sigilosa no local.


Porém, ainda de acordo com o inquérito que esse repórter teve acesso a
diligência não foi realizada. Em outra página do inquérito, o
proprietário é inocentado sem explicação convincente, dessa vez por
documento assinado pelo agente da PF, Rafael Rodrigo Pacheco Salaroli.


No final de abril, o copiloto do helicóptero dos Perrela confessou que estava com medo de morrer. “Estou acabado. Minha empresa quebrou e não consigo emprego”, revelou José de Oliveira Júnior.


Toda a trama ainda carece de investigação mais aprofundada e é possível que muito pouco até agora tenha sido revelado.


SAIBA MAIS: Dono do helicóptero do pó ganhou 3 contratos sem licitação de Aécio Neves

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