sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Eleitor e financiador de Aécio, na mídia banqueiro preso vira “amigo de Lula”

Eleitor e financiador de Aécio, na mídia banqueiro preso vira “amigo de Lula”

Eduardo Guimarães

Eleitor e financiador de Aécio, na mídia banqueiro preso vira “amigo de Lula”




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O Brasil foi subjugado por uma ditadura de
idiotas amnésicos. Qualquer cidadão que tenha nascido e crescido neste
país sabe muito bem o que todo mundo sempre soube: empreiteiros e
banqueiros fazem negociatas, corrompem políticos. E quando é que
passaram a ser incomodados pela lei? Só após o PT chegar ao poder.
Ponto.


Mas o pior mesmo é a tentativa escandalosa da mídia de vincular a Lula e ao PT o banqueiro André Esteves, do banco BTG-PACTUAL, preso na última quarta-feira por conspirar com o senador Delcídio do Amaral para atrapalharem a Operação Lava Jato.


Na Folha de São Paulo, por exemplo, matéria afirma que Esteves seria “empresário do PT”. Diz a matéria:


Nos anos Lula-Dilma, muitos empresários se aproximaram do
governo em busca de benesses e bons negócios. Quatro deles se
notabilizaram pelo crescimento do seu império no período: Marcelo
Odebrecht, André Esteves, Eike Batista e Joesley Batista



Epa! Esteves? Que papo é esse? Por que ele é “empresário do PT”?


Em O Globo desta quinta-feira, Esteves vira amigo “sobretudo do PT”


esteves 2


Como todos sabem, Esteves transitava com desenvoltura entre a classe política. Na mesma Folha, na coluna de Monica Bergamo, informação que mostra que classificar Esteves como “empresário do PT” é uma piada.


O banqueiro André Esteves era tão próximo de Lula que,
quando visitava o ex-presidente no Hospital Sírio-Libanês quando ele se
tratava de um câncer na laringe, subia ao quarto do petista por um
elevador privativo. Amigo também do senador Aécio Neves (PSDB-MG),
Esteves não escondia de ninguém que tinha votado nele para presidente em
2014. Ele foi inclusive a jantares de apoio ao tucano. O banqueiro
gostava de Lula -mas não do governo de Dilma Rousseff
“.


Que papo furado é esse? Todos os que Lula recebia no Hospital
Sírio-Libanês, quando esteve doente, subiam ao quarto dele pelo elevador
privativo. Lula, por óbvio, não recebia no hospital qualquer um que
quisesse visitá-lo. Só personalidades e amigos íntimos.


O mais incrível é isso ser dito no momento em que está sendo lembrado
que esse banqueiro pagou a lua-de-mel de Aécio, nos EUA, em 2013,
quando o tucano se casou com uma modelo para ter “família” para
apresentar na campanha de 2014.


Vale rever matéria de O Globo publicada em 11 de outubro de 2013.


esteves 1


No ano passado, Esteves doou R$ 6,2 milhões à campanha de Dilma
Rousseff e R$ 5 milhões à de Aécio. O deputado Eduardo Cunha recebeu R$
500 mil.


Como é que faz? O dinheiro para Aécio é limpo e o dinheiro para Dilma
se deve negócios escusos do banqueiro com o governo? Se for por isso,
Esteves, e tantos outros banqueiros e empreiteiros acusados, também têm
negócios, por exemplo, com Estados e municípios governados pelo PSDB,
ora bolas.


Causa engulhos a tentativa de vincular Esteves ao PT e a Lula. Quer
dizer que o banqueiro doa dinheiro para a campanha de Aécio, declara
voto em Aécio, paga a lua-de-mel de Aécio, mas é “amigo íntimo” de Lula?


Esteves, como qualquer outro empreiteiro ou banqueiro, faz agrados a
políticos importantes como seguro contra antipatia. Isso sempre foi
assim. E é óbvio que sempre que for possível um governo petista ou
tucano ser “gentil” com seus doadores, isso fatalmente ocorrerá.


Eis por que financiamento privado de campanhas é uma excrescência.
Qualquer campanha eleitoral custa uma pequena fortuna. Qualquer partido
que tente disputar uma eleição sem essas doações certamente estará
condenado a jamais vencer.


Quem realmente apoia a corrupção é quem tenta vender a história de
que toda a corrupção que finalmente está sendo investigada e punida por
ação exclusiva dos governos do PT só passou a existir depois que esse
partido chegou ao poder. Essa versão pretende proteger corruptos de
outros partidos para que roubem em paz se voltarem ao poder.

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