terça-feira, 24 de novembro de 2015

Folha reconhece que processos contra o PT andam mais rápido

Folha reconhece que processos contra o PT andam mais rápido | Brasil 24/7









247 - A ‘Folha
de S. Paulo’ critica a lentidão nas investigações do cartel de trem e
metrô em São Paulo, em governos tucanos desde 1998, e sinaliza
favorecimento ao PSDB:


“Como estas atingem governos do PSDB, se cristaliza em parte da
opinião pública a suspeita de que os processos andam mais rápido quando
na mira se acha o PT; a Polícia Federal (PF), o Ministério Público
Federal (MPF) e a Justiça têm a obrigação de demonstrar que esse não é o
caso; os sinais, no entanto, não são alentadores”.


Leia abaixo o editorial:


O lento trem do PSDB


Diante da celeridade com que transcorreram investigações do mensalão e
do petrolão, causa espécie a modorra com que são apuradas as alegadas
fraudes em serviços ferroviários metropolitanos no Estado de São Paulo.


Como estas atingem governos do PSDB, se cristaliza em parte da
opinião pública a suspeita de que os processos andam mais rápido quando
na mira se acha o PT.


A Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a
Justiça têm a obrigação de demonstrar que esse não é o caso. Os sinais,
no entanto, não são alentadores.


Completou-se um ano, afinal, desde que a PF concluiu o alentado
inquérito criminal sobre o cartel que manipulou licitações de trens nas
administrações dos tucanos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, de
1998 a 2008. O processo, contudo, estacionou no MPF.


Ao todo, 33 pessoas foram indiciadas pela PF por diversos crimes,
como corrupção ativa e passiva, formação de cartel e fraude a
licitações. Entre elas figuram ex-dirigentes da Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM) e das suas fornecedoras Siemens, Alstom,
CAF, Bombardier, Daimler-Chrysler, Mitsui e TTrans.


Para o procurador da República encarregado do caso, Rodrigo de
Grandis, a demora em apresentar denúncia à Justiça decorre da
necessidade de aguardar documentos de países estrangeiros que comprovem
lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Faltariam provas para fechar o
cerco a contas bancárias no exterior e empresas offshore.


O procurador, evidentemente, não deve atropelar procedimentos. O
problema é que Grandis já esteve na berlinda, inclusive com processo
disciplinar na corregedoria do MPF depois suspenso pelo Supremo Tribunal
Federal, por atrasar por quase três anos resposta a pedido da Suíça
para colaborar na investigação da companhia Alstom.


Para a PF, já há indícios suficientes para uma ação penal. A
inclinação da Justiça a instaurá-la já teria sido evidenciada com sua
decisão de decretar o bloqueio de R$ 600 milhões das empresas
envolvidas.


A precipitação nunca garantiu –ao contrário– que um processo será bem
instruído e levará à condenação dos culpados e ao ressarcimento dos
prejuízos. O mesmo, ou ainda mais, se deve dizer da morosidade na
investigação, sobretudo quando pode ser entendida como proteção a certo
partido político.

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