Folha reconhece que processos contra o PT andam mais rápido
Jornal de Otavio Frias critica a morosidade nas investigações do cartel de trem e metrô em São Paulo, em governos
tucanos desde 1998 e sinaliza favorecimento ao PSDB: “Como estas atingem
governos do PSDB, se cristaliza em parte da opinião pública a suspeita
de que os processos andam mais rápido quando na mira se acha o PT; a
Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça têm
a obrigação de demonstrar que esse não é o caso; os sinais, no entanto,
não são alentadores”
de S. Paulo’ critica a lentidão nas investigações do cartel de trem e
metrô em São Paulo, em governos tucanos desde 1998, e sinaliza
favorecimento ao PSDB:
“Como estas atingem governos do PSDB, se cristaliza em parte da
opinião pública a suspeita de que os processos andam mais rápido quando
na mira se acha o PT; a Polícia Federal (PF), o Ministério Público
Federal (MPF) e a Justiça têm a obrigação de demonstrar que esse não é o
caso; os sinais, no entanto, não são alentadores”.
Leia abaixo o editorial:
O lento trem do PSDB
Diante da celeridade com que transcorreram investigações do mensalão e
do petrolão, causa espécie a modorra com que são apuradas as alegadas
fraudes em serviços ferroviários metropolitanos no Estado de São Paulo.
Como estas atingem governos do PSDB, se cristaliza em parte da
opinião pública a suspeita de que os processos andam mais rápido quando
na mira se acha o PT.
A Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a
Justiça têm a obrigação de demonstrar que esse não é o caso. Os sinais,
no entanto, não são alentadores.
Completou-se um ano, afinal, desde que a PF concluiu o alentado
inquérito criminal sobre o cartel que manipulou licitações de trens nas
administrações dos tucanos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, de
1998 a 2008. O processo, contudo, estacionou no MPF.
Ao todo, 33 pessoas foram indiciadas pela PF por diversos crimes,
como corrupção ativa e passiva, formação de cartel e fraude a
licitações. Entre elas figuram ex-dirigentes da Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM) e das suas fornecedoras Siemens, Alstom,
CAF, Bombardier, Daimler-Chrysler, Mitsui e TTrans.
Para o procurador da República encarregado do caso, Rodrigo de
Grandis, a demora em apresentar denúncia à Justiça decorre da
necessidade de aguardar documentos de países estrangeiros que comprovem
lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Faltariam provas para fechar o
cerco a contas bancárias no exterior e empresas offshore.
O procurador, evidentemente, não deve atropelar procedimentos. O
problema é que Grandis já esteve na berlinda, inclusive com processo
disciplinar na corregedoria do MPF depois suspenso pelo Supremo Tribunal
Federal, por atrasar por quase três anos resposta a pedido da Suíça
para colaborar na investigação da companhia Alstom.
Para a PF, já há indícios suficientes para uma ação penal. A
inclinação da Justiça a instaurá-la já teria sido evidenciada com sua
decisão de decretar o bloqueio de R$ 600 milhões das empresas
envolvidas.
A precipitação nunca garantiu –ao contrário– que um processo será bem
instruído e levará à condenação dos culpados e ao ressarcimento dos
prejuízos. O mesmo, ou ainda mais, se deve dizer da morosidade na
investigação, sobretudo quando pode ser entendida como proteção a certo
partido político.
Nenhum comentário:
Postar um comentário