Caso Andressa: “Veja não faz e não publica dossiês”
Foto: Edição/247
Sem citar o nome do jornalista Policarpo Júnior, acusado por Andressa Mendonça de fazer parte de uma trama para chantagear o juiz Alderico Rocha Santos, a pedido de Carlos Cachoeira, Veja se defende e diz que a relação com o bicheiro era de “fonte-jornalista”; Veja, de fato, não fazia dossiês; a revista terceirizava a produção ao contraventor
No começo da semana, como se sabe, Andressa Mendonça, esposa do contraventor, quase foi presa depois de tentar chantagear o juiz Alderico Rocha Santos com a ameaça de publicar um dossiê em Veja, pelas mãos do jornalista Policarpo Júnior, que era chamado por Cachoeira, nos grampos da Operação Monte Carlo, de “caneta”. Só não foi presa porque pagou uma fiança de R$ 100 mil – e em dinheiro vivo.
Em sua nova edição, que dedica a capa à novela Avenida Brasil, Veja anuncia medidas judiciais para apurar o que chama de “uma bela de uma farsa”, protagonizada por Andressa.
A defesa, no entanto, deixa a desejar. Não há citação ao caso, na Carta ao Leitor, assinada por Eurípedes Alcântara – nela, ele aborda o julgamento da Ação Penal 470 e diz que “da lucidez, isenção e sabedoria jurídica dos onze ministros do STF poderá emergir um padrão mais elevado para a prática política no Brasil”.
Na reportagem interna sobre o caso, Veja não cita o nome de Policarpo Júnior. Diz apenas que “obscuros parlamentares ligados aos réus do mensalão tentaram criminalizar o trabalho de um jornalista da revista que teve Carlos Cachoeira como fonte de informação”.
Veja também anunciou providências judiciais para apurar a “farsa” e proclamou que “não faz e não publica dossiês”.
No entanto, apenas 50% da frase é verdadeira.
Veja, de fato, não faz dossiês. Até recentemente, a revista terceirizava a produção à equipe do bicheiro Carlos Cachoeira, integrada pelo araponga Idalberto Matias e pelo policial Jairo Martins.
Entretanto, evidentemente, publica. Foi assim, por exemplo, com diversos materiais produzidos pela trupe, como, por exemplo, as imagens do Hotel Naoum, em Brasília, em que autoridades do governo Dilma se encontram com José Dirceu.
A relação era tão próxima que o próprio Cachoeira se vangloriava de ter entregue a Policarpo todos os furos de sua carreira.
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