Planos de saúdes impõem limites para exames e internações - vida - Estadao.com.br: "Planos de saúdes impõem limites para exames e internações
Pesquisa de duas entidades afirma que o problema afeta mais de 90% dos médicos que trabalham com planos
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Karina Toledo - O Estado de S.Paulo
Médicos ouvidos pelo Estado revelam estratégias de operadoras de planos de saúde para supostamente controlar gastos com exames e receitas e reclamam que elas limitam sua autonomia profissional e prejudicam a qualidade da assistência.
O problema atinge mais de 90% dos médicos que trabalham com convênios, diz pesquisa da Associação Paulista de Medicina (APM) e da Associação Médica Brasileira (AMB).
A reportagem teve acesso a uma carta enviada pela Fundação Copel de Previdência e Assistência Social a um de seus credenciados. No texto, a operadora apresenta uma proposta de reajuste do valor da consulta, mas estabelece como condição a obediência a determinados indicadores. O médico não poderia ultrapassar, por exemplo, o índice de 0,76 exames laboratoriais por beneficiário por mês. A empresa foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento da edição.
Em outro documento ao qual o Estado teve acesso, a operadora informava ao médico o número de consultas que ele havia realizado nos últimos três meses, a quantidade de exames pedidos, o índice de exames por consulta e o custo total dos exames solicitados. O extrato informava ainda qual era a média de exames e de gastos da especialidade. Nos casos em que o índice do médico ultrapassou a média, o número estava grafado em vermelho.
'É uma maneira de pressionar o médico psicologicamente. Ele pode pensar em pedir um exame, mas desiste com medo de extrapolar a média e sofrer alguma sanção por parte do plano. O prejudicado é o cliente', afirma Robson Azevedo, da Comissão de Defesa e Dignidade Profissional da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Ele conta que algumas operadoras estabelecem uma cota mensal de internações e, acima disso, não autorizam o atendimento.
'É estarrecedor, pois a pessoa que contratou o plano não tem ideia de que a operadora limita a assistência médica dessa maneira', diz José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB
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