O mercado ganha se o Brasil perde. E se o Brasil ganha, o mercado…
4 de julho de 2014 | 11:39 Autor: Fernando Brito
Com a dica do professor de economia Cássio Moreira, reproduzo o insuspeito artigo da colunista Raquel Landim, da Folha, hoje.
É o que a gente tinha dito aqui quando falou que a “turma da bufunfa” seca a seleção brasileira para lucrar com a frustração dos brasileiros.
Ou como “torce” por pesquisas que empurrem Dilma para baixo.
É o outro lado de um terrorismo que, na falta de crises na
organização da Copa, torce até por desastres que entristeçam e tirem o
brilho da festa.
Torcem, como torcem por inflação, recessão, apagão ou qualquer coisa que faça o Brasil se sentir em crise.
É a turma do “quanto pior, melhor” da qual a Dilma falou ontem.
Nunca se viu misturarem tanto futebol com política.
Que ”Lobo de Wall Street”, que nada.
Perto dos “Urubus da Bovespa” o personagem é um santinho.
E tolo é quem acha que eles pararam com a “uruca”…
São todos Colômbia desde criancinha…
Brasil nas quartas aquieta ‘urubus’ do mercado financeiro
Raquel Landim, na Folha
A “Copa das Copas” conquistou até os piores “urubus” do mercado financeiro. Com o Brasil nas quartas de final, os investidores perderam a
esperança de lucrar com a derrota e pararam de “secar” a seleção.
Antes de a competição começar, a expectativa era que um colapso
na organização e/ou um vexame em campo, como a eliminação do Brasil logo
no início, poderiam impulsionar o preço das ações.
O ciclo seria o seguinte: um desastre na Copa recrudesceria o
pessimismo, diminuindo as chances de reeleição de Dilma, e favoreceria
as ações das estatais. Esses papeis estão sendo prejudicados pelo
intervencionismo do governo na economia.
Essa avaliação pipocou em relatórios e declarações de analistas
antes da Copa. Passado o sufoco da partida contra o Chile, que o Brasil
venceu nos pênaltis, o jogo virou.
“O ponto mais perigoso já passou. Estamos perto de um momento em
que uma performance da seleção será satisfatória, mesmo que não ganhe a
Copa”, diz Jorge Mariscal, chefe de análise para mercados emergentes do
banco suíço UBS.
O mercado agora faz a conta do efeito contrário. Se o Brasil
passar pela Colômbia hoje, pela semifinal e erguer a taça no fim da
semana que vem, Dilma vai subir nas pesquisas e a Bolsa pode cair?
“Se o Brasil for bem, favorece o governo. Mas ainda não está
claro quando tempo vai durar o efeito Copa nas intenções de voto e no
mercado”, diz José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do
Banco Fator.
Os investidores estão atentos às pesquisas eleitorais. Nesta
quinta-feira (3), o Datafolha divulgou um aumento nas intenções de voto
em Dilma para 38%.
Mas a oposição também cresceu e os demais candidatos somados
chegaram aos mesmos 38% -o que significa mais chances de segundo turno. O
mercado se animou e o Ibovespa subiu 1,59%.
A percepção dos analistas é que um sucesso na Copa renderá
dividendos eleitorais para Dilma apenas no curto prazo, porque a
economia continua decepcionando e a indústria vai muito mal.
Para André Sacconato, diretor de pesquisa da Brain (Brasil
Investimentos e Negócios), o Brasil teve um avanço institucional e as
pessoas hoje diferenciam futebol, economia e governo. “Essa história de
que o futebol é o ópio do povo está, felizmente, cada vez mais
distante”, diz.
Ópio do povo não é, mas “barato” do mercado, nem tanto…
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