Fatos: reportagem forjada e pesquisa manipulada. Factóide: recontagem de votos
Para tucanos, interessa mudar a
pauta para que esses fatos caiam no esquecimento. Nesse contexto, um
factóide vem a calhar: pedir uma auditoria ou recontagem dos votos, para
tumultuar e funcionar como cortina de fumaça
pauta para que esses fatos caiam no esquecimento. Nesse contexto, um
factóide vem a calhar: pedir uma auditoria ou recontagem dos votos, para
tumultuar e funcionar como cortina de fumaça
por Helena Sthephanowitz
publicado
31/10/2014 16:05,
última modificação
31/10/2014 16:11
Há pelo menos dois fatos gravíssimos, com indícios
de crimes, na última eleição que não podem ser varridos para debaixo do
tapete, senão a legislação eleitoral, que busca equilíbrio no pleito,
vira letra morta para as próximas eleições.
O primeiro fato é um criminoso confesso, em processo de delação
premiada, fazer ou não (ainda não se sabe ao certo) divagações
abstratas sobre a presidenta da República, e candidata a reeleição, ter
conhecimento prévio de atividades criminosas praticadas por ele. Ato
contínuo, tais divagações alimentaram uma pseudorreportagem de capa
sensacionalista, panfletária e escandalosa da revista de maior
circulação nacional induzindo o leitor a pensar que aquilo seria a
comprovação de que a candidata não teria credenciais nem para merecer o
voto, nem para cumprir o mandato se eleita fosse.
Como se não bastasse, a pseudorreportagem foi usada no horário
eleitoral gratuito do candidato tucano, o maior interessado. A própria
candidata Dilma Rousseff foi obrigada a usar seu horário eleitoral para
fazer um pronunciamento duro repugnando o que ela chamou de terrorismo
eleitoral e intento criminoso, além de declarar que iria tomar as
medidas cabíveis na Justiça, diante da calúnia e difamação contra ela.
Seguiram-se batalhas judiciais para evitar que a pseudorreportagem
fosse usada como campanha eleitoral negativa e paralela, infringindo as
normas eleitorais. Além disso, um direto de resposta foi pedido
reconhecido como justo e necessário tanto pelo Ministério Público
Eleitoral como pelo Tribunal Superior Eleitoral, coisa que a revista só
cumpriu na forma que mandava a sentença às 16h30 da tarde do dia das
eleições, horário já próximo do fechamento das urnas.
A pseudorreportagem pautou a campanha e o noticiário nos dois
últimos dias anteriores e no próprio dia da eleição, funcionando como
boca de urna negativa contra a candidata Dilma Rousseff. Como se não
bastasse, no dia da eleição, um boato falso foi espalhado nas redes
sociais de que o doleiro delator teria morrido envenenado como "queima
de arquivo".
Estes fatos estão registrados. São notórios e incontestáveis. O que
não se sabe ainda é o que se passou nos bastidores e as tramas que
levaram ao desdobramento que teve. Então não vamos fazer ilações sobre o
que não se sabe, mas é inaceitável que não se investigue até o fim
para sabermos.
Se este episódio for varrido para debaixo do tapete se criará um
precedente muito perigoso, onde qualquer bandido pode vir a eleger
presidente da República da sétima economia do mundo através de
escândalos forjados. Note bem que qualquer candidato, de qualquer
partido, pode vir a ser vítima no futuro deste tipo de golpe eleitoral.
Bandidos envolvidos em escândalos podem ser cooptados por
corruptores inescrupulosos a serviço de megacorporações internacionais,
seja do setor bancário, seja do petróleo, seja da indústria bélica,
seja outras áreas interessadas em obter vantagens indevidas das
riquezas nacionais, através da eleição de um candidato dócil ou afinado
com seus interesses econômicos. Com seus tentáculos financeiros podem
perfeitamente plantar divagações em depoimento de um bandido, em
seguida oferecer "fontes" para plantar pseudo-reportagem em revistas,
inclusive patrocinadas com anúncios pelos setores econômicos
interessados, que serão repercutidas nas TVs e na campanha do candidato
interessado, podendo levar a vontade popular a ser manipulada por
informações falsas que causem um clima de catarse contra um candidato
que contrarie interesses poderosos em defesa do interesse popular.
Outro fato diz respeito à manipulação de pesquisas. Um dos donos do
Instituto Veritá denunciou pressões vindas do marketing da campanha de
Aécio Neves, para divulgar pesquisa que não expressava a realidade.
Pesquisas dos institutos Veritá e Sensus, com números muito diferentes
das demais, foram usadas na propaganda eleitoral do candidato tucano. O
PT prepara representação ao Ministério Público Eleitoral contra os
dois institutos, pois ministros do TSE relatam que as pesquisas de
ambos foram feitas sem observar o padrão estatístico do IBGE.
Conforme o grau de participação da campanha tucana nestes fatos, as
consequências podem ser bastante graves tanto na esfera judicial como
na própria opinião pública. O cidadão não gosta de ser enganado por
trapaças eleitorais.
Logo, para os tucanos, interessa de forma urgente mudar a pauta,
para que esses fatos caiam no esquecimento o mais rápido possível. E,
nesse contexto, um factóide vem a calhar: pedir uma auditoria ou
recontagem dos votos, para tumultuar e funcionar como cortina de
fumaça.
de crimes, na última eleição que não podem ser varridos para debaixo do
tapete, senão a legislação eleitoral, que busca equilíbrio no pleito,
vira letra morta para as próximas eleições.
O primeiro fato é um criminoso confesso, em processo de delação
premiada, fazer ou não (ainda não se sabe ao certo) divagações
abstratas sobre a presidenta da República, e candidata a reeleição, ter
conhecimento prévio de atividades criminosas praticadas por ele. Ato
contínuo, tais divagações alimentaram uma pseudorreportagem de capa
sensacionalista, panfletária e escandalosa da revista de maior
circulação nacional induzindo o leitor a pensar que aquilo seria a
comprovação de que a candidata não teria credenciais nem para merecer o
voto, nem para cumprir o mandato se eleita fosse.
Como se não bastasse, a pseudorreportagem foi usada no horário
eleitoral gratuito do candidato tucano, o maior interessado. A própria
candidata Dilma Rousseff foi obrigada a usar seu horário eleitoral para
fazer um pronunciamento duro repugnando o que ela chamou de terrorismo
eleitoral e intento criminoso, além de declarar que iria tomar as
medidas cabíveis na Justiça, diante da calúnia e difamação contra ela.
Seguiram-se batalhas judiciais para evitar que a pseudorreportagem
fosse usada como campanha eleitoral negativa e paralela, infringindo as
normas eleitorais. Além disso, um direto de resposta foi pedido
reconhecido como justo e necessário tanto pelo Ministério Público
Eleitoral como pelo Tribunal Superior Eleitoral, coisa que a revista só
cumpriu na forma que mandava a sentença às 16h30 da tarde do dia das
eleições, horário já próximo do fechamento das urnas.
A pseudorreportagem pautou a campanha e o noticiário nos dois
últimos dias anteriores e no próprio dia da eleição, funcionando como
boca de urna negativa contra a candidata Dilma Rousseff. Como se não
bastasse, no dia da eleição, um boato falso foi espalhado nas redes
sociais de que o doleiro delator teria morrido envenenado como "queima
de arquivo".
Estes fatos estão registrados. São notórios e incontestáveis. O que
não se sabe ainda é o que se passou nos bastidores e as tramas que
levaram ao desdobramento que teve. Então não vamos fazer ilações sobre o
que não se sabe, mas é inaceitável que não se investigue até o fim
para sabermos.
Se este episódio for varrido para debaixo do tapete se criará um
precedente muito perigoso, onde qualquer bandido pode vir a eleger
presidente da República da sétima economia do mundo através de
escândalos forjados. Note bem que qualquer candidato, de qualquer
partido, pode vir a ser vítima no futuro deste tipo de golpe eleitoral.
Bandidos envolvidos em escândalos podem ser cooptados por
corruptores inescrupulosos a serviço de megacorporações internacionais,
seja do setor bancário, seja do petróleo, seja da indústria bélica,
seja outras áreas interessadas em obter vantagens indevidas das
riquezas nacionais, através da eleição de um candidato dócil ou afinado
com seus interesses econômicos. Com seus tentáculos financeiros podem
perfeitamente plantar divagações em depoimento de um bandido, em
seguida oferecer "fontes" para plantar pseudo-reportagem em revistas,
inclusive patrocinadas com anúncios pelos setores econômicos
interessados, que serão repercutidas nas TVs e na campanha do candidato
interessado, podendo levar a vontade popular a ser manipulada por
informações falsas que causem um clima de catarse contra um candidato
que contrarie interesses poderosos em defesa do interesse popular.
Outro fato diz respeito à manipulação de pesquisas. Um dos donos do
Instituto Veritá denunciou pressões vindas do marketing da campanha de
Aécio Neves, para divulgar pesquisa que não expressava a realidade.
Pesquisas dos institutos Veritá e Sensus, com números muito diferentes
das demais, foram usadas na propaganda eleitoral do candidato tucano. O
PT prepara representação ao Ministério Público Eleitoral contra os
dois institutos, pois ministros do TSE relatam que as pesquisas de
ambos foram feitas sem observar o padrão estatístico do IBGE.
Conforme o grau de participação da campanha tucana nestes fatos, as
consequências podem ser bastante graves tanto na esfera judicial como
na própria opinião pública. O cidadão não gosta de ser enganado por
trapaças eleitorais.
Logo, para os tucanos, interessa de forma urgente mudar a pauta,
para que esses fatos caiam no esquecimento o mais rápido possível. E,
nesse contexto, um factóide vem a calhar: pedir uma auditoria ou
recontagem dos votos, para tumultuar e funcionar como cortina de
fumaça.
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