domingo, 14 de dezembro de 2014

Bombardeio tira R$ 100 bi das ações da Petrobras

Bombardeio tira R$ 100 bi das ações da Petrobras | Brasil 24/7












247 - Em
apenas três meses, mais de R$ 100 bilhões evaporaram das ações da
Petrobras. Em setembro deste ano, antes da fase mais aguda da Operação
Lava Jato, a Petrobras tinha um valor de mercado de R$ 229 bilhões.
Ontem, após mais um tombo, de 5,82%, o valor era de R$ 127 bilhões. Na
prática, em 90 dias, a queda foi de 45%. 



Nesse período, houve uma queda
acentuada nos preços do barril do petróleo, que recuaram de US$ 100 para
US$ 60, mas o bombardeio diário a que a Petrobras vem sendo submetida
tem peso significativo na explicação para a queda dos papéis. Ontem,
a
empresa adiou, pela segunda vez, a divulgação do seu balanço. O motivo
foi a divergência, entre os membros do conselho de administração, sobre
os valores que deveriam ser cortados dos ativos, diante das denúncias de
corrupção que atingem a companhia.



A tempestade contra a Petrobras vem
de várias frentes. No Paraná, procuradores da Lava Jato mantêm presos
fornecedores da estatal, num movimento que gera consequências em todas a
cadeia produtiva. Tanto a Engevix quanto a OAS já anunciaram mais de
mil demissões, cada uma, em seus estaleiros. Nos Estados Unidos, bancas
de advocacia aproveitam o momento negativo para ingressar com ações
judiciais contra empresa. E, na imprensa, a maré diária de denúncias foi
reforçada por uma nova personagem, a geóloga Venina Velosa, que, agora,
é vista pela oposição como um instrumento capaz de derrubar a
presidente Graça Foster e, assim, abrir o caminho para tentar atingir a
própria presidente Dilma Rousseff.



O bombardeio é intenso, mas o fato é
que, na vida real, a realidade da Petrobras é menos negativa do que
parecem. Embora não tenha divulgado seu lucro, que era estimado por
analistas em cerca de R$ 5 bilhões para o trimestre, a Petrobras soltou
um número: o crescimento de 13,7% nas vendas, que foram a R$ 88,3
bilhões. Além disso, a queda no barril do petróleo eliminou o discurso
dos críticos, que, até recentemente, apontavam 'defasagem' nos preços da
gasolina. Na prática, a estatal melhorou suas margens de lucro. Para
completar, numa entrevista recente, o principal executivo da francesa
Total, sócia da Petrobras no campo de Libra, afirmou que o barril a US$
60 não ameaça a rentabilidade dos investimentos no pré-sal.



A Petrobras nunca esteve tão barata,
mas isso não significa, no entanto, que o investimento na empresa
esteja imune a mais trovoadas. Como não divulgou seu balanço, a empresa
terá dificuldades para acessar o mercado de capitais em 2015. Por isso
mesmo, a empresa deve cortar gastos e investimentos em 2015 para, assim,
preservar seu caixa, de mais de R$ 62 bilhões. E quanto mais tempo
durar a crise, pior será para a empresa.



Graça Foster mantida


Apesar de todas as pressões, a
presidente já deu vários sinais de que pretende manter a presidente da
companhia, Graça Foster. O mais contundente quando o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, numa declaração que extrapola suas funções,
cobrou a demissão de toda a diretoria. Imediatamente, Dilma cobrou do
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que questionasse Janot sobre
eventuais indícios contra Graça e os atuais diretores. Janot disse que
não e Cardozo, em seguida, chamou uma coletiva para tornar pública essa
posição.



Embora a oposição pretenda
transformar Venina Velosa num instrumento para a queda de Graça, por
prevaricação, dificilmente será bem-sucedida nessa nova empreitada.
Venina foi demitida da Petrobras após ser responsabilizada por
sobrepreços na área de Abastecimento, do ex-diretor Paulo Roberto Costa,
a quem assessorou. E só tornou públicas suas acusações após a demissão.



Resta, agora, a pressão para que
Graça saia com o argumento de que, assim, será possível abrir caminho
para uma retomada da confiança na empresa. Nada indica, no entanto, que
Dilma esteja disposta a abrir mão de uma de suas mais importantes
auxiliares.











Comentários




  1. Indio Tupi 14.12.2014 às 15:52

    Aqui do Alto Xingu, os índios avisam,
    pela enézima vez, que ação não tem valor, tem preço, coisa completamente
    diferente. Valor é dado pelo custo de algo produzido, que contem
    parcela do custo fixo, dos insumos utilizados, da força de trabalho e do
    mais-valor por ela criado, ajustado pelo preço médio de mercado e pela
    conjuntura da oferta e da demanda. Preço de ação, que não constitui
    valor, é apenas uma expectativa acerca dos futuros dividendos -- se
    houverem -- e eventuais ganhos de capital -- se também houverem.

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