Modelo sueco é bom desde que fique bem longe do Brasil
dom, 07/12/2014 - 08:42
Sabe o sujeito que a Suécia é um dos países menos desiguais do mundo?
Sabe que a diferença salarial entre um médico, um professor, um gari ou
um engenheiro é mínima?
Sabe que lá os impostos sobre a renda, a herança e sobre o patrimônio
são altíssimos? Sabe que lá a carga tributária é de 50 por cento do PIB
enquanto aqui é de 35 por cento do PIB?
O sujeito (ou os sujeitos) ama a Suécia, a Noruega, a Finlândia e a
Dinamarca, idolatra o modo de vida da Escandinávia mas, quando o papo é
sobre o Brasil, aí tudo muda de figura.
Experimentem sugerir aos amantes da Suécia que se implante no Brasil
um sistema tributário direto e progressivo sobre a renda, a herança e o
patrimônio...
Experimentem sugerir aos amantes dos descendentes dos vikings que se
aumente a carga tributária no Brasil para garantir a gratuidade da
educação pública, da pré-escola até a graduação, como é na Suécia...
Experimentem dizer que a brutal desigualdade social ainda existente
no Brasil deveria ser eliminada e em seu lugar deveríamos perseguir a
quase igualdade social da Noruega...
Experimentem dizer para eles que os salários do gari e do doutor deveriam ter diferenças pequenas entre si...
Experimentem, experimentem!
A verdade é que estas pessoas, quando falam sobre o Brasil, são as
primeiras a reclamar da 'alta carga tributária', da infernal legislação
trabalhista, da pouca vergonha que foi incluir as domésticas na
legislação trabalhista porque isto aumenta o 'custo Brasil', etc.
O que dizer do encantamento do sujeito quando viu que lá na Suécia a
licença maternidade e paternidade é de 01 ano e 04 meses? O sujeito
ficou maravilhado!
Agora, se alguém defender isto aqui na terra das palmeiras, o mesmo sujeito enlouquece dizendo que isto vai quebrar o país!
Defendem eles, na verdade, que o Brasil permaneça eternamente
atrasado e desigual. Defendem a civilização desde que essa civilização
aconteça lá fora, de preferência na Europa.
Se alguém propõe políticas públicas de aumento do salário mínimo, de
combate às desigualdades sociais e regionais ou de aumento na tributação
dos ricos, lá vai o nosso bom sujeito vociferar nas avenidas e nas
redes sociais contra um tal de ''comuno-bolivarianismo'' que se quer
instalar em Pindorama.
É que tudo isso na Suécia é muito chique e elegante, mas no Brasil, ao contrário, é 'comunismo'!
Arrematando, se dependêssemos dos bons sujeitos do Brasil, jamais chegaríamos a ser uma Suécia.
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