segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Lava Jato: o crime é cartel



ContrapontoPIG

Lava Jato: o crime é cartel.
A Economia privada
é um cartel!

 

Empresas privadas usurparam o orgulho do povo brasileiro !

 

Conversa Afiada - 15/12/2014  

“… é que se tratou de um caso clássico
em que o “principal”, ou seja, os acionistas, foi miseravelmente traído
por seus “agentes” (alguns administradores), o que ocorre com alguma
frequencia no setor privado”.



Delfim Netto, em “A verdadeira Petrobras”, na Carta Capital dessa semana.




É preciso esperar, toda semana, as reportagens de Fabio Serapião na Carta Capital para entender o que, de fato, resulta da Operação Lava Jato.



Essa
semana, a reportagem tem o título “o rio de lama corre para o mar” – “a
força-tarefa denuncia Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa e executivos
das empreiteiras. É só o início.”



É muito provável que o cartel
que se montou para explorar  obras da Petrobras tenha também atuado na
refinaria Abreu e Lima e outras dez refinarias, no Comperj, na
Transpetro, no setor elétrico, em fundações de empresas estatais, na
construção e modernização de aeroportos, na Copasa de Minas, na Cedae do
Rio, e em contratos milionárias na Sabesp, dos tucanos paulistas.



Etc, etc, etc.



“Cartel”, como se sabe, é crime em todo lugar do mundo: empresas se reúnem para fixar preços.




não é crime na São Paulo imaculada dos tucanos: o governador Padim Pade
Cerra considerou que “cartel” em São Paulo é imaculado: casa virgem.



É clube de bingo …



Mas, tucano, sabe como é, amigo navegante: é indígena, menor de idade e tem Alzheimer – é inimputável.



De volta ao bravo Serapião.



Ele
demonstra que o cartel funcionava com um núcleo duro das mesmas
empresas privadas, com cúmplices dentro da Petrobras, e um operador
financeiro, o Youssef.



As empresas privadas se reuniam, fixavam
os preços das concorrências de obras dentro de um pedaço de inúmeras
obras da Petrobras.





(Não há notícia de roubalheira na
exploração do pré-sal, sob a batuta do grande brasileiro Guilherme
Estrela, nem de conluio de bancos privados com a diretoria financeira do
Almir Barbassa).



Paulo Roberto Costa, registre-se, não era o presidente nem o dono da Petrobras.



Assim como Sérgio Machado, da Transpetro, não era presidente nem dono da Petrobras.



Eram executivos provavelmente cúmplices do cartel.



Paulo Roberto, instrumento do PP.



E Machado, do PMDB.



E através deles se consumava o crime contra a empresa e o povo brasileiro, acionista majoritário da Petrobras.



O cartel ganhava a concorrência fraudada.



O dinheiro precisava ser lavado e, em parte, enviado ao exterior.



Aí, entram os serviços do doleiro, que, por singularidade bem tupiniquim, só lavava dinheiro que prejudicasse o PT.



Nunca se viu doleiro com inclinação ideológica, mas, para o PiG, o Youssef só trapaceava se fosse para ferrar a Dilma.



Jamais lavou dinheiro de tucano gordo !



Quá, quá, quá !



Tantas fez o Youssef, mentiroso contumaz, que se tornou parte central do crime.



Não
só lavava dinheiro, como agenciava, ele próprio, a ação criminosa do
cartel de empresas privadas para vencer concorrências em outros campos
fora das diretorias do Paulo Roberto e do Sérgio Machado – e da
Petrobras.



Saiu por aí e foi a Pernambuco, onde manteve cordialíssimas relações com o governo de Eduardo Campos.



(Quem sabe o Youssef não identifica o dono do jatinho, aquele em que Blablarina viajou seis vezes ?)



O
esquema era assim: as empresas privadas se reúnem, fixam o preço,
subornam dois diretores da Petrobras, lavam o dinheiro com o Youssef, e o
Youssef monta crimes semelhantes em outras organizações estatais,
igualmente providas de cúmplices.



Youssef se torna banqueiro e empreendedor.



Claro que uma parte do dinheiro criminoso foi parar em partidos políticos e no bolso de políticos.



Não existe crime organizado que não se organize também na política.



(E no Judiciário, no Ministério Publico e na Polícia – Federal …)



Seria ingênuo supor que carteis de empresas privadas se formassem sem abastecer partidos políticos e políticos.



Com
a liberdade de empresas financiarem campanhas eleitorais, é óbvio: quem
monta carteis monta também uma estrutura de poder conivente.



Para subornar hoje, amanhã e depois.



Como subornou ontem e ante-ontem …



E
talvez por isso o Supremo ainda não tenha referendado a decisão da
maioria de 6 a 1 que proíbe dinheiro de empresas em campanha eleitoral.



Deve ser para estimular a roubalheira desenfreada que, institucionalmente, só pune pobre, preto, p … e petista !



O
que há de singular nesse episódio, amigo navegante, que, segundo a
Presidenta Dilma, permitiria que não ficasse pedra sobre pedra ?



(O Juiz Moro deixa antever alguma dúvida, porque, até agora,  não meteu a mão em nenhum dono de empreiteira… Só pegou diretores, bagrinhos)



Nada de singular !



Nada !



É mais velho que a Sé de Braga, diria minha santa mãe.



São os mesmos e as mesmas práticas da Castelo de Areia, da Satiagraha, com a repetição dos rostos cansados, como nas novelas da Globo.



São sempre os mesmos.



A começar pelo Youssef, o doleiro de inclinação ideológica.



Qual a diferença entre essa patifaria em torno da Petrobras e no trensalão tucano ?



Nenhuma.



É um cartel, que contou com cúmplices no aparelho de Estado.



Com diferenças.



No caso do trensalão, um esquecido Procurador da República
trancou-o na gaveta por três anos e, depois, no Supremo, foi absolvido
com a rapidez e a eficiência com que se conferiu dois HCs Canguru a um
condenado a dez anos por crimes que fariam corar o Juiz Moro !



Com a Lava Jato do PT, o Juiz Moro foi veloz como um tigre.



No caso do trensalão tucano de São Paulo, a Justiça tem a rapidez da anta.



(O da Justiça também foi gentil com os tucanos: marcou a audiência do Cerra para DEPOIS da eleição)



A Lava Jato foi acompanhada de delações seletivas para o PiG ferrar a Dilma, o Lula e o PT.



Até aí, nada de novo.



A Lava Jato vai pegar algum político ?



O Janot vai se esquecer do Sérgio Guerra, do Cerra, do Álvaro Dias ?



É uma dúvida cruel.



Como
é uma dúvida cruel entender por que Casa Civil do Ministro Mercadante
ainda não publicou a regulamentação da lei que pune com 20% do
faturamento bruto a empresa que cometer crime.



Como diz o Serapião, o rio de lama corre para o mar.



O mar dos negócios privados no Brasil.



A cartelização da Economia privada brasileira é um escândalo.



Basta
ver o que acontece na Indústria da TV Aberta – oh ! Ley de Médios ! -,
onde se explora a céu aberto a Bonificação por Volume que o
SupremoTribunal Federal considerou crime !



E no setor de telefonia, o mais caro do mundo ?



Quem são os agentes estatais que permitem a cobrança de BV pela Globo ?



Quem foram os agentes estatais que permitiram a cartelização do setor de telefonia ?



(Na gestão do Príncipe da Privataria eles  eram heróis “brilhantes” da Pátria !)



A
cartelização da Economia privada é um crime, como é um crime a
proliferação de agentes – como diz o Delfim – cúmplices nas empresas
estatais e nos partidos políticos.



Agora, de volta à Carta Capital, a notável artigo de Wanderley Guilherme dos Santos: “…
urge uma revisão estrutural no modo de operação do Estado brasileiro,
em seus órgãos de controle, não só a posteriori, mas de acompanhamento”.




Bingo, Wanderley !



O mesmo sistema institucional de acompanhamento da roubalheira na empresa privada brasileira precisa ser montado !



Não há corrupto sem corruptor.



Se
roubaram o orgulho do povo brasileiro, como disse o Dr Janot, há de ter
sido, também pela revelação de como a Economia privada brasileira,
cartelizada, opera !



O Dr Janot, Republicano, saberá tratar disso, com imparcialidade !



Assim como responsabilizará os políticos – de qualquer partido ! – cúmplices !



Não deixe de ler : “Lava Jato: o problema não é a Graça, mas o Governo !


 
Paulo Henrique Amorim

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