Tucano de toga
Qual seria o pesadelo do juiz que aprovou as candidaturas de José Roberto Arruda e Paulo Maluf: Chávez ou Bolívar?
Gilmar Mendes, ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF), pode gabar-se de ser sincero. Se assim
for, não poderá deixar de admitir que, inelutavelmente, é parcial. No
caso dele, a transparência de suas observações mostra que ele é uma toga
a serviço de objetivos políticos, preferencialmente sintonizados com a
oposição. Prioritariamente, o PSDB. Faz sentido o amor partidário que
bate no peito de Gilmar. Projetou-se para a vida pública no governo
Fernando Henrique Cardoso, no qual foi também integrante da AGU. Por
indicação de FHC, em junho de 2002, fez a travessia para o STF.
Supremo Tribunal Federal (STF), pode gabar-se de ser sincero. Se assim
for, não poderá deixar de admitir que, inelutavelmente, é parcial. No
caso dele, a transparência de suas observações mostra que ele é uma toga
a serviço de objetivos políticos, preferencialmente sintonizados com a
oposição. Prioritariamente, o PSDB. Faz sentido o amor partidário que
bate no peito de Gilmar. Projetou-se para a vida pública no governo
Fernando Henrique Cardoso, no qual foi também integrante da AGU. Por
indicação de FHC, em junho de 2002, fez a travessia para o STF.
Homem frio. Muito recentemente, não se
constrangeu em mandar reiterados pedidos ao Palácio do Planalto para
reconduzir o advogado Henrique Neves, para mais um biênio no cargo de
ministro titular do Tribunal Superior Eleitoral, do qual, atualmente,
ele, Gilmar é vice-presidente. O mandato de Neves expirou dia 13 de
novembro.
constrangeu em mandar reiterados pedidos ao Palácio do Planalto para
reconduzir o advogado Henrique Neves, para mais um biênio no cargo de
ministro titular do Tribunal Superior Eleitoral, do qual, atualmente,
ele, Gilmar é vice-presidente. O mandato de Neves expirou dia 13 de
novembro.
Nesse sentido, dois telefonemas de
Gilmar tilintaram nos gabinetes do ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, e de Luís Adams, ministro-chefe da Advocacia-Geral da União
(AGU). Consta que, em meio a argumentos variados, teria usado certo tom
de exigência.
Gilmar tilintaram nos gabinetes do ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, e de Luís Adams, ministro-chefe da Advocacia-Geral da União
(AGU). Consta que, em meio a argumentos variados, teria usado certo tom
de exigência.
Na continuidade dessa história, expressão da politização
da Justiça, surgiu uma surpreendente aliança entre o presidente do TSE,
ministro Dias Toffoli, e Gilmar, o vice.
da Justiça, surgiu uma surpreendente aliança entre o presidente do TSE,
ministro Dias Toffoli, e Gilmar, o vice.
O Natal é o mesmo, mas, tudo indica, o cristão mudou. Logo
após sentar-se na cadeira do STF, identificaram no jovem Toffoli,
ex-funcionário da Casa Civil, um representante do chamado
“bolivarianismo”. Era ele, então, um ex-subordinado do ministro José
Dirceu, homem forte do governo Lula por um tempo.
após sentar-se na cadeira do STF, identificaram no jovem Toffoli,
ex-funcionário da Casa Civil, um representante do chamado
“bolivarianismo”. Era ele, então, um ex-subordinado do ministro José
Dirceu, homem forte do governo Lula por um tempo.
Por ironia da história, foi Gilmar o autor do batismo dado
às indicações dos governos petistas enviadas para o STF. Não se sabe se
a referência alude a Bolívar ou a Chávez. Ou o pesadelo de Gilmar será
com os dois?
às indicações dos governos petistas enviadas para o STF. Não se sabe se
a referência alude a Bolívar ou a Chávez. Ou o pesadelo de Gilmar será
com os dois?
Por decisão do suposto “bolivariano”
Toffoli, Gilmar Mendes tornou-se relator das contas de campanha de 2014
da presidenta Dilma Rousseff, em razão do fim do mandato de Henrique
Neves no TSE em meados de novembro.
Toffoli, Gilmar Mendes tornou-se relator das contas de campanha de 2014
da presidenta Dilma Rousseff, em razão do fim do mandato de Henrique
Neves no TSE em meados de novembro.
Dilma tem a prerrogativa constitucional
de escolher livremente qualquer dos três nomes indicados em lista
tríplice que está em suas mãos.
de escolher livremente qualquer dos três nomes indicados em lista
tríplice que está em suas mãos.
Para o governo, a pressão de Mendes se explicaria por
conta do grau de independência dos outros dois nomes da lista: Admar
Gonzaga e Tarcisio Vieira. Ambos duelaram com Gilmar em casos relevantes
na Corte eleitoral.
conta do grau de independência dos outros dois nomes da lista: Admar
Gonzaga e Tarcisio Vieira. Ambos duelaram com Gilmar em casos relevantes
na Corte eleitoral.
Exemplos: derrotaram Gilmar Mendes,
naquele momento, porta-voz da aprovação das candidaturas de José Roberto
Arruda e Paulo Maluf, identificados como fichas-sujas. Contra os
argumentos de Gilmar, bloquearam também vários direitos de resposta
contra Dilma, encaminhados pelo PSDB no decorrer da campanha eleitoral.
naquele momento, porta-voz da aprovação das candidaturas de José Roberto
Arruda e Paulo Maluf, identificados como fichas-sujas. Contra os
argumentos de Gilmar, bloquearam também vários direitos de resposta
contra Dilma, encaminhados pelo PSDB no decorrer da campanha eleitoral.
Gilmar Mendes não precisou tirar a toga.
Ele foi além dos limites. Transitou de uma posição política para um
engajamento partidário. Nessa direção já disse que o direito de resposta
concedido por Gonzaga contra a revista Veja, na véspera da
eleição, fez “muito mal ao Brasil”. Houve quem pensasse o contrário. Ele
foi derrotado pela maioria. Simples regra democrática.
Ele foi além dos limites. Transitou de uma posição política para um
engajamento partidário. Nessa direção já disse que o direito de resposta
concedido por Gonzaga contra a revista Veja, na véspera da
eleição, fez “muito mal ao Brasil”. Houve quem pensasse o contrário. Ele
foi derrotado pela maioria. Simples regra democrática.
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