domingo, 30 de janeiro de 2011

A arte da gentileza | Brasilianas.Org

A arte da gentileza | Brasilianas.Org: "Penso cada vez mais nesse tema da gentileza como uma parte de algo bem maior - o ato de perdoar - e a bondade - esta também uma parte de algo maior - o ato de amar. E vale aqui uma digressão:

O conceito de amor é antigo e pouco debatido, mesmo hoje. Isso porque a sociedade atual só discute sexualidade, pornografia, questões muito distantes disso que é o amor. Minha opinião: cada civilização ou cultura enfatiza aquilo que a sua percepção coletiva percebe - ou enxerga - mais, e isso traduz-se também na linguagem: os esquimós (ou 'inooks', pertencentes ao povo Innuit) tem cerca de trezentas palavras para 'gelo' (gelo fino, gelo grosso, gelo molhado, gelo que queima ao toque); os havaianos tem muito mais para 'maré' (alta, baixa, sem ondas, com arrebentação próxima ou mais ao longe); mas os gregos (eles!) tinham três palavras para amor.

Eros, Philos e ágape.

Eros para algo como o que hoje sentimos como 'atração sexual' e sexualidade; Philos para outro sentimento (aproximado) com o atual de 'amizade' e companheirismo; e aí por último vem o Ágape.

Ele é o 'amor que devora' - mas não aquele tipo de sentimento que vem acompanhado do ciúmes e de Eros. Não. Algo mais intenso e misterioso, que eleva e purifica. Que transcende e arrebata. Não é fácil explicar, mas hoje associa-se Ágape ao sentimento dos santos por Deus, que tudo abandonavam e seguiam Seu caminho...

Por tudo isso, e depois de ler uma reportagem sobre os brasileiros serem o povo mais legal do mundo (link no http://www.cnngo.com/explorations/life/12-coolest-nationalities-earth-05...) e assistir ao filme 'Comer, Rezar, Amar' - a parte de Bali mostra como os estrangeiros nos vêem, verdadeiramente, e nossos hábitos (como se emocionar à toa e sermos carinhosos com os filhos, entre outras coisas) - eu começo a questionar a possibilidade das pessoas - em um ambiente estressante e concorrido como é o das grandes cidades - de estarem aptas a proceder com bondade e amor genuínos - o que requer abnegação, desprendimento e força de vontade. É verdade: há cada vez menos exemplos de gestos de bondade verdadeiramente altruístas, e somente em grandes calamidades (como a das enchentes no RJ) eu consigo ver essa faceta de nossa cultura, hoje tão mitigada e escondida. Mas tenho esperança. E fé. Abs.

– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

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