domingo, 21 de maio de 2017

Bancos não podem ditar o governo para o Brasil

Da prisão, Palocci deve estar dizendo: Bancos não podem ditar o governo para o Brasil, por Jorge Folena



Da prisão, Palocci deve estar dizendo: Bancos não podem ditar o governo para o Brasil

Da prisão, Palocci deve estar dizendo: Bancos não podem ditar o governo para o Brasil
por Jorge Rubem Folena de Oliveira
De uma hora para outra, as Organizações Globo (Jornal e
Televisão) liberaram delações que atingiram seus protegidos, Michel
Temer e Aécio Neves, e envolveram o juiz Sérgio Moro em acusações de
utilização de dinheiro de empresários para obstaculizar as atividades da
justiça, a fim de calar Eduardo Cunha, antes também protegido pela
mesma organização e utilizado para afastar Dilma Rousseff do cargo de
presidenta da República.
A
sociedade brasileira ficou perplexa com as graves acusações contra
todos os envolvidos, que teriam praticado no exercício de seus cargos
públicos os delitos pelos quais estão sendo investigados por decisão do
STF.
Sem
dúvida, é caso para a cassação dos mandatos e a imposição de duras
condenações contra todos os envolvidos, o que impõe definitivamente a
autodissolução das instituições políticas do país e determina a formação
de um novo pacto político para refundar a República brasileira, hoje
sequestrada pelo capital financeiro, que, nos últimos doze meses, agiu
para implementar reformas inteiramente prejudicais aos interesse do país
e do povo brasileiro, sem exceção.
Com
efeito, no (des)governo Temer, quem assumiu a frente das reformas
anti-povo e lesa nação foi justamente o ministro da Fazenda Henrique
Meirelles, ex-empregado do Banco Boston (comprado pelo Banco Itaú, no
Brasil) e do Grupo JBS, que controla a empresa Friboi, agora envolvida
diretamente no escândalo que destituirá Michel Temer do exercício da
função da Presidência da República.
A
Folha de São Paulo de 19/05/2017 registrou: “Meirelles diz que fica
mesmo se Temer sair e reafirma seguir com reformas”. Ora, como pode um
subordinado de Michel Temer (sem qualquer votação popular) manifestar
que continua no governo, sem o seu “chefe”, para impor a continuação das
reformas previdenciária e trabalhista, reprovadas por mais de 80 por
cento da população brasileira?
Com
sua fala, Meirelles sugere que é ele o chefe do atual (des)governo e
deixa claro que o objetivo das denúncias para a destituição de Temer é
que ele possa assumir indiretamente (sem a participação popular) o
controle efetivo do Brasil para os bancos e o mercado financeiro
internacional, que não têm pátria nem respeito pela soberania popular e
institucional dos países.
Por
isso que o mercado defende como constitucional a eleição indireta, a
ser realizada por um parlamento ilegítimo, patrocinado  por bancos e
empresas, por meio do financiamento privado vigente na campanha
eleitoral de 2014.
Assim,
sem qualquer participação da população, os bancos querem eleger
Meirelles, pois com ele na presidência todas as reformas pretendidas
estariam asseguradas e com o povo brasileiro a tudo assistindo
pacificamente, para depois se submeter à mais dura exploração.
Vale
lembrar que, em 2011, os bancos impuseram à Itália o burocrata Mario
Monti, que substituiu Silvio Berlusconi (a versão italiana de Michel
Temer), e que ao assumir o governo manifestou que ocupava “o delicado
posto para acalmar os anseios dos mercados financeiros”, o que, sem
dúvida fará Meirelles, caso não seja rechaçado pelos brasileiros, dos
quais mais de noventa por cento exigem eleições diretas e gerais para
todos os cargos políticos do país, diante da dissolução das instituições
políticas e da derrogação da ordem constitucional.
A
única normatização política efetivamente existente no Brasil, neste
momento, e que deve ser respeitada, é o direito natural de bases
populares, segundo o qual todo poder emenda exclusivamente da vontade
geral coletiva, e não de grupos que querem apenas tutelar o povo, como
se este não tivesse voz nem iniciativa.
O
que se ouve nas ruas é um massivo basta aos políticos anti-povo e que
traíram a nação, que clama pela urgente reconstituição da República, com
a formação de novas instituições políticas (no governo, no parlamento e
no judiciário), que legitimamente possam representar a vontade geral
coletiva, de onde emana todo o poder soberano do país.
Caso
mais uma vez, na História do Brasil, seja imposto ao povo (como desejam
o mercado financeiro e alguns veículos de comunicação social) um
governo que não represente seus legítimos interesses, poderá não haver
paz  e se instalar o caos. Inclusive com o surgimento de “líderes”
oportunistas de extrema direita (apoiados pela força do capital e pela
mesma mídia tradicional golpista de 2014, que jogou o país no caos
atual), que poderão induzir as massas empobrecidas, no Brasil de hoje,
para o pior caminho já visto na História da humanidade.
De
sua cela, Antonio Palocci deve estar dizendo: Meirelles não pode ser
presidente do Brasil! Daí o medo da sua delação, por parte dos bancos,
que assim escolhem eliminar Michel Temer, Aécio Neves e Sérgio Moro,
todos de uma só vez, numa versão do sacrifício dos anéis para preservar
os dedos.
Jorge Rubem Folena de Oliveira - Cientista político

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