Meirelles era o presidente do JBS e não sabia de nada? Por Mauro Lopes
sab, 20/05/2017 - 16:09
Atualizado em 20/05/2017 - 16:12
Por Mauro Lopes
Henrique Meirelles, a grande unanimidade das elites do país, que
insistem em colocá-lo acima de qualquer suspeita, tem um “detalhe” em
sua biografia que a imprensa golpista deixou passar: ele era o
presidente do grupo durante os anos em que o JBS repassou ao redor de
meio bilhão de reais aos políticos, com carta branca dos donos. Uma de
suas responsabilidades era exatamente o contato com o mundo político.
Não é incrível? E não sabia de nada? Não viu nada? Não “trocava
figurinhas” com o agora megadelator e seu ex-patrão Joesley Batista?
insistem em colocá-lo acima de qualquer suspeita, tem um “detalhe” em
sua biografia que a imprensa golpista deixou passar: ele era o
presidente do grupo durante os anos em que o JBS repassou ao redor de
meio bilhão de reais aos políticos, com carta branca dos donos. Uma de
suas responsabilidades era exatamente o contato com o mundo político.
Não é incrível? E não sabia de nada? Não viu nada? Não “trocava
figurinhas” com o agora megadelator e seu ex-patrão Joesley Batista?
Se sabia, é inexplicável que não tenha ainda entrado na dança. Se
sabia e atuou em parceria com Joesley, mais grave ainda. Se não sabia,
bem… se Meirelles foi o presidente do grupo entre 2012 e 2016 e não
soube que saíram R$ 500 milhões do caixa das empresas, nas mãos de quem
está a economia do país?
sabia e atuou em parceria com Joesley, mais grave ainda. Se não sabia,
bem… se Meirelles foi o presidente do grupo entre 2012 e 2016 e não
soube que saíram R$ 500 milhões do caixa das empresas, nas mãos de quem
está a economia do país?
O ministro e sua equipe divulgaram uma informação mentirosa ao
Brasil quando a questão de sua ligação com a JBS incomodou: numa nota
oficial do Ministério da Fazenda à imprensa em setembro de 2016
afirmou-se que Meirelles “se limitava a prestar consultoria” ao grupo. A
imprensa golpista, agora engalfinhada em torno da permanência ou não de
Temer, engoliu a história e o cargo fictício criado para Meirelles, que
seria presidente de um tal Conselho Consultivo, que não existe, com o
claro objetivo de reduzir a responsabilidade do ministro –leia aqui uma
reportagem sobre a nota do Ministério e a invenção do “Conselho
Consultivo”.
Brasil quando a questão de sua ligação com a JBS incomodou: numa nota
oficial do Ministério da Fazenda à imprensa em setembro de 2016
afirmou-se que Meirelles “se limitava a prestar consultoria” ao grupo. A
imprensa golpista, agora engalfinhada em torno da permanência ou não de
Temer, engoliu a história e o cargo fictício criado para Meirelles, que
seria presidente de um tal Conselho Consultivo, que não existe, com o
claro objetivo de reduzir a responsabilidade do ministro –leia aqui uma
reportagem sobre a nota do Ministério e a invenção do “Conselho
Consultivo”.
Meirelles nunca foi presidente deste “Conselho Consultivo”
inexistente, e sim presidente do Conselho de Administração do grupo JBS
entre 2012 e até sua entrada no governo Temer em 2016. Tinha poderes
amplos no grupo. A reportagem da revista Exame que anunciou a
contratação de Meirelles, em 2012, quase um press release do grupo,
tinha um título significativo: “O preço de Meirelles para o JBS” –ao
redor de R$ 40 milhões por ano! Na reportagem, Joesley Batista afirmou
taxativamente: “O Meirelles não vai ser apenas um consultor. Vai cobrar
resultados dos executivos e traçar estratégias para a expansão do
negócio; agora é com ele.” Muito longe da versão do Ministério da
Fazenda em 2016. Logo abaixo do título da reportagem, uma frase
explicitava o poder e o preço de Meirelles: “Joesley Batista deu carta
branca e uma montanha de dinheiro ao ex-presidente do Banco Central”.
Mas há mais. Leia mais estre trecho da reportagem/press release: “‘Além
de ter excelentes conexões empresariais, ele transita muito bem no
governo.’ (Meirelles interrompeu a entrevista no dia 9 de março para
receber o ministro Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional, na
sede da J&F, no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo.)” – se
quiser, leia toda a reportagem aqui.
inexistente, e sim presidente do Conselho de Administração do grupo JBS
entre 2012 e até sua entrada no governo Temer em 2016. Tinha poderes
amplos no grupo. A reportagem da revista Exame que anunciou a
contratação de Meirelles, em 2012, quase um press release do grupo,
tinha um título significativo: “O preço de Meirelles para o JBS” –ao
redor de R$ 40 milhões por ano! Na reportagem, Joesley Batista afirmou
taxativamente: “O Meirelles não vai ser apenas um consultor. Vai cobrar
resultados dos executivos e traçar estratégias para a expansão do
negócio; agora é com ele.” Muito longe da versão do Ministério da
Fazenda em 2016. Logo abaixo do título da reportagem, uma frase
explicitava o poder e o preço de Meirelles: “Joesley Batista deu carta
branca e uma montanha de dinheiro ao ex-presidente do Banco Central”.
Mas há mais. Leia mais estre trecho da reportagem/press release: “‘Além
de ter excelentes conexões empresariais, ele transita muito bem no
governo.’ (Meirelles interrompeu a entrevista no dia 9 de março para
receber o ministro Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional, na
sede da J&F, no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo.)” – se
quiser, leia toda a reportagem aqui.
Os Conselhos de Administração das empresas de capital aberto
deixaram de ser há mais de 20 anos os órgãos decorativos que foram no
século XX. Eles orientam, controlam e, por meio de comitês, exercem
funções executivas nas grandes empresas. Não é diferente na JBS, ao
contrário do que Meirelles quis fazer crer meses atrás. Veja no site do
grupo para investidores que sequer existe o tal “Conselho Consultivo”
soprado pela equipe do Ministério aos jornalistas da imprensa
conservadora, que engoliram sem sequer um clique no site: clique você
aqui; em seguida, clique na aba Informação Corporativa e você verá que o
que existe mesmo é um Conselho de Administração. Se você for até a área
do Conselho no site, lerá: “O Conselho de Administração da Companhia é o
órgão responsável por, em outras questões, determinar as suas políticas
e diretrizes dos seus negócios. O Conselho de Administração também
supervisiona a Diretoria (…)”.
deixaram de ser há mais de 20 anos os órgãos decorativos que foram no
século XX. Eles orientam, controlam e, por meio de comitês, exercem
funções executivas nas grandes empresas. Não é diferente na JBS, ao
contrário do que Meirelles quis fazer crer meses atrás. Veja no site do
grupo para investidores que sequer existe o tal “Conselho Consultivo”
soprado pela equipe do Ministério aos jornalistas da imprensa
conservadora, que engoliram sem sequer um clique no site: clique você
aqui; em seguida, clique na aba Informação Corporativa e você verá que o
que existe mesmo é um Conselho de Administração. Se você for até a área
do Conselho no site, lerá: “O Conselho de Administração da Companhia é o
órgão responsável por, em outras questões, determinar as suas políticas
e diretrizes dos seus negócios. O Conselho de Administração também
supervisiona a Diretoria (…)”.
Dá pra acreditar que como presidente do grupo ele não soube de
nada? Não viu? Não leu? Sumiram R$ 500 milhões dos cofres do grupo e
Meirelles não soube? Se ele soube, deve entrar nos processos em curso.
Se ele não sabia de nada mesmo, deve ser interditado, porque deixar um
néscio assim como ministro da Fazenda do Brasil é um risco sem medida.
nada? Não viu? Não leu? Sumiram R$ 500 milhões dos cofres do grupo e
Meirelles não soube? Se ele soube, deve entrar nos processos em curso.
Se ele não sabia de nada mesmo, deve ser interditado, porque deixar um
néscio assim como ministro da Fazenda do Brasil é um risco sem medida.
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