domingo, 7 de maio de 2017

Prova de parcialidade

Marona: confronto Lula X Moro é prova de parcialidade do Judiciário | Brasil 24/7





Por Mário Marona, em seu Facebook


Em qualquer lugar civilizado do mundo, a justiça é resultado de um duelo entre promotoria e defesa.


A imprensa brasileira nunca foi tão
verdadeira ao confessar que, aqui, trata-se de um confronto entre o
juiz, que deveria ser imparcial, e o acusado, que deveria ter direito a
um julgamento honesto.



Veja e Isto É revelam que já foi cravado o último prego no caixão em que está sendo enterrada a justiça brasileira.


Leia, ainda, artigo de Fernando Brito, editor do Tijolaço:


A melhor sacada deste sábado é, sem
dúvida, do veterano e competente jornalista Mario Marona, que olha,
pensa e vê o que a mídia diz, mesmo quando não assume que diz.



As capas da Veja e da Istoé que começaram a circular hoje, sábado, têm um raro momento em que mostram a verdade.


E a verdade, observa Marona, é que
“a imprensa brasileira nunca foi tão verdadeira ao confessar que, aqui,
trata-se de um confronto entre o juiz, que deveria ser imparcial, e o
acusado, que deveria ter direito a um julgamento honesto”.



Está claro agora porque Moro adiou
por uma semana o depoimento de Lula. Neste intervalo, providenciou uma
procissão de “convertidos”, que nunca acusaram Lula nos seus inúmeros
depoimentos e, agora, foram colocados contra parede: ou diziam o que se
queria para tornar o depoimento de Lula o clímax roteirizado do filme
que produzem ou iriam seguir mofando na cadeia.



Temos um juiz que dirige o processo para um final que está desenhado desde o seu início.


A “investigação” e o julgamento “justo” não passam de uma pantomima.


“Em qualquer lugar civilizado do mundo”, observa Marona, o juiz avalia o resultado de “um duelo entre promotoria e defesa”.


Não em Curitiba.


As duas revistas confessam, em suas capas que quem duela com Lula é o próprio juiz.


E, portanto, trata-se de uma luta onde não há quem, de fato, seja o juiz, não parte.


Uma democracia jamais pode aceitar
isso. E como não existe processo fora da realidade, este processo,
sempre suspeito, revela sua mácula, sua nódoa irremovível.



A Justiça brasileira, ou ao menos o
que resta de senso jurídico no lamaçal que ela se tornou, deveria sanear
este processo em que Sérgio Moro, por deter o controle de todos os
casos e em que os promotorers tem o direito de negociar às escuras todas
as “delações”, formando o quadro que desejam, desde o início, com suas
convicções.



E sanear deveria ser retirar Moro do caso, por óbvia suspeição.


Claro que não o fará e, com isso, assumir, como instituição, a parcialidade que nele não se esconde.


E, com isso, tornará verdadeira a
frase com que Marona fecha seu raciocínio: “Veja e Isto É revelam que já
foi cravado o último prego no caixão em que está sendo enterrada a
justiça brasileira.”



Faltou apenas dizer que as suas
garras levam junto com ela qualquer possibilidade de sermos um país onde
o Direito seja a fórmula de composição dos conflitos humanos.



Com todos os seus “data vênia”, o Judiciário sacramenta a selvageria e o vale-tudo como a forma de vivermos neste país.

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