quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A Petrobras é o 1º caso de boi-de-piranha que saiu mais gordo do outro lado do rio. Por Mauro Donato

Diário do Centro do Mundo

 A Petrobras é o 1º caso de boi-de-piranha que saiu mais gordo do outro lado do rio.








A Petrobras é hoje a segunda empresa com maior valor de mercado na
Bolsa brasileira. A petroleira vale R$ 211,64 bilhões, ultrapassando em
27 milhões de reais o mais que lucrativo Itaú Unibanco. Só fica atrás da
Ambev. O resultado foi divulgado pela consultoria Economatica.


Que milagre é esse?


Uma das causas da indignação popular que saiu trajando verde e
amarelo e batendo panelas era que o PT havia afundado a Petrobras,
dilapidado o patrimônio da empresa, que levaria dez anos para se
recuperar – se é que tinha recuperação – , que era uma crise nunca antes
vista.


Esse discurso foi exaustivamente repetido por políticos,
parlamentares e empresários golpistas para derrubar Dilma Rousseff.
Foram meses e meses de gráficos explicativos e choramingos no Jornal
Nacional.


Com um mês e dez dias de Michel Temer como presidente, está tudo
azul?? Teve o maior crescimento percentual já registrado pela estatal
desde 2000? (ainda segundo a Economatica)


Onde está a mentira? O diabo não era tão feio quanto diziam ou a
empresa não vale isso tudo? Porque esses dois quadros não têm como andar
juntos.


Pergunte a qualquer dono de uma modesta mercearia de secos e molhados
quanto tempo leva para ele se recuperar de um tombo mesmo que pequeno.
Digamos, duas vezes o faturamento mensal. Muito tempo, certo?


Então como aquele ‘rombo bilionário’, ‘estratosférico’, fruto dos
‘desmandos da gestão petista’ está sanado e a empresa se valorizou na
velocidade de um cometa?


Em conluio com a operação Lava Jato, o tal ‘escândalo do petrolão’
fez com que as ações da estatal despencassem. Isso foi proposital. O
declínio dos papéis da Petrobras foi um período excelente para compra e
agora a venda garante um ganho espetacular. Isso tudo ocorre na maior
cara de pau, pois já nem estão mais preocupados em maquiar um pouquinho
que seja o golpe. Já passou pela goela do povo, agora é faturar.


A medida salvadora, a ‘bala de prata’ de Fernando Collor, era um
confisco que deixava todos na lona. Cada cidadão viu-se de um momento
para o outro com apenas 50 moedas no bolso. Obviamente aqueles que
sabiam o que iria acontecer, e muita gente engravatada sabia, sacou o
dinheiro antes.


Hoje o truque se repete. Mais uma vez a população foi a única a pagar
o pato, enfrenta a tal ‘crise’, perde emprego, aceita redução de
salário e aumento de carga horária pois ‘não tá fácil pra ninguém’ e bla
bla bla. Como já é de hábito citar no DCM: quem acredita nisso,
acredita em tudo.


Ou você acredita que a PEC 241 irá colocar as contas nos eixos e que o
teto imposto aos gastos públicos não irá afetar somente áreas como
educação e saúde? Meu caro, Michel Temer arrota que está zelando pelas
contas, que será o salvador da pátria estraçalhada deixada pelos
petistas, que cortou 5.500 servidores. Sim, demitiu. Mas contratou
7.200. O funcionalismo está quase dois mil ‘cargos de confiança’ mais
inchado.


Enquanto os ricos permanecerão ricos (alguns ainda mais), os filhos
das classes menos favorecidas irão amargar 20 anos de degradação do
serviço público que já não é exatamente uma Brastemp. E a Petrobras foi
perfeita para o plano. Ela tinha problemas e é uma fábrica de propinas
desde a chegada das caravelas. Mas é um fascinante caso de
boi-de-piranha que saiu mais gordo do outro lado da travessia.

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