Lula manda avisar que é “dono” do Taj Mahal
Equipe do ex-presidente rebate com ironia denúncia de que ele
seria dono de uma casa em Punta del Este, no Uruguai, e publica no
Facebook uma montagem de Lula com Marisa Letícia em frente ao Taj Mahal,
do qual também seria dono, na lógica do jornalista que o acusa; "A
propriedade não é de Lula, é de outra pessoa, mas não sendo dele, para
atribuir ao ex-presidente, basta dizer que ele a oculta. Ou seja, é dele
porque não é dele, entende?", diz o texto; a defesa de Lula também se
manifestou; "Não há também como ignorar que a perseguição a Lula sempre
cresce na exata proporção da indesejada emergência de atores de campo
político oposto na mira da Operação Lava Jato", afirma, em referência
indireta a Serra
ironia à reportagem "A conexão Uruguai da família Lula", divulgada na
revista IstoÉ desta semana, que aponta que Lula seria dono de uma casa
em Punta del Este, no Uruguai. Em seu Facebook, Lula publicou que, pela
lógica da revista, ele também seria dono do Taj Mahal.
"A propriedade não é de Lula, é de outra pessoa, mas não sendo dele,
para atribuir ao ex-presidente, basta dizer que ele a oculta. Ou seja, é
dele porque não é dele, entende?", diz o texto, irônico. A nota também
ressalta que "Lula nem colocou os pés" na cidade uruguaia "depois de ter
sido presidente". "Contra Lula a Lava-Jato investiga até terrenos na
Lua!", protesta.
A defesa de Lula também divulgou nota para responder à reportagem, em
que afirma que a denúncia apenas reforça a tese dos advogados de uso de
táticas de lawfare – expressão usada para indicar o uso da lei como uma
arma de guerra – contra o petista.
"Não há também como ignorar que a perseguição a Lula sempre cresce na
exata proporção da indesejada emergência de atores de campo político
oposto na mira da Operação Lava Jato", afirmam ainda os advogados, em
referência indireta a José Serra, acusado nesta sexta-feira 29 de ter
recebido R$ 23 milhões em propina da Odebrecht por meio de uma conta na
Suíça.
Confira abaixo o post de Lula no Facebook e a íntegra da nota dos advogados:
Nota da defesa:
Obra de ficção patética, a reportagem A conexão Uruguai da família
Lula (IstoÉ edição 28/10/2016) produziu efeito não previsto pela
publicação ao ajudar a defesa do ex-Presidente Luiz Inacio Lula da
Silva: é uma das mais contundentes provas de uso de táticas do lawfare
que temos demonstrado – e nossa tese sai agora mais revigorada depois da
consulta por nós feita nesta semana a especialistas nos Estados Unidos,
que acompanharam casos semelhantes no mundo. Prevalece o entendimento
de que a democracia está em risco em muitos países – Brasil incluído -,
em virtude da prevalência do ativismo judicial ideológico e das práticas
de lawfare, que beiram, para alguns, o facismo.
IstoÉ deixa à mostra indiscutível aliança entre procuradores, juiz e
setores da imprensa na Lava-Jato, evidenciando manipulação das leis e
dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política. Produziu,
assim, peça perfeita para marcar a guerra jurídica em andamento no
Brasil, face à inexistência de qualquer prova de que Lula tenha
praticado um ilícito. É o uso da lei em sua forma ilegítima, em ambiente
preparado artificialmente com o objetivo precípuo de macular a imagem e
reputação de Lula e sua família, de promover um ambiente de desilusão
popular, que busca dificultar sua atuação política mediante a abertura
de diversos procedimentos investigatórios sem a existência de
materialidade.
No embalo de informação errônea anteriormente divulgada – a de que
Luis Claudio Lula da Silva seria o novo "funcionário" do Juventud de Las
Piedras, time da primeira divisão do Uruguai, quando a verdade é que o
filho de Lula apenas recebeu do dirigente convite para conhecer o
projeto de reestruturação do clube – IstoÉ produziu sua ficção semanal.
Não há também como ignorar que a perseguição a Lula sempre cresce na
exata proporção da indesejada emergência de atores de campo político
oposto na mira da Operação Lava Jato.
Essa ilegítima perseguição política viola o Pacto Internacional de
Direitos Civis e Políticos incorporado pela ONU, que o Brasil se obrigou
a cumprir em 1992. Tal violação, dentre outras, foi submetida em julho
ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, que esta semana registrou o
comunicado e determinou ao governo brasileiro que apresente explicações
no prazo de dois meses.
Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira
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