terça-feira, 18 de junho de 2019

The Intercept divulga 'Parte 7' de diálogo entre Moro e Dallagnol


The Intercept divulga 'Parte 7' de diálogo entre Moro e Dallagnol

Na 'Parte 7' que acaba de ser divulgada pelo The Intercept, ex-juiz Sergio Moro repreende o procurador Deltan Dallagnol por causa de FHC. Mensagens mostram que Lava Jato fingiu investigar ex-presidente tucano para criar percepção pública de 'imparcialidade'

Sergio Moro FHC Lava Jato
Lava Jato sofria acusações de ser parcial, sobretudo após viralização de imagem entre Moro e Aécio trocando confidências
Novas revelações do The Intercept mostram nesta terça (18) trecho do chat privado entre Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol que revela que o ex-juiz discordou de investigações sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na Lava Jato porque, nas palavras dele, não queria “melindrar alguém cujo apoio é importante”.
Segundo o The Intercept, o diálogo ocorreu em 13 de abril de 2017, um dia depois do Jornal Nacional ter veiculado uma reportagem a respeito de suspeitas contra o tucano.
Naquele dia, Moro chamou Deltan Dallagnol em um chat privado no Telegram para falar sobre o assunto. O juiz dos processos da Lava Jato em Curitiba queria saber se as suspeitas contra o ex-presidente eram “sérias”.
O procurador respondeu acreditar que a força-tarefa – por meio de seu braço em Brasília – propositalmente não considerou a prescrição do caso de FHC e o enviou ao Ministério Público Federal de São Paulo, segundo ele, “talvez para [o MPF] passar recado de imparcialidade”.
À época, a Lava Jato vinha sofrendo uma série de ataques, sobretudo de petistas e outros grupos de esquerda, que a acusavam de ser seletiva e de poupar políticos do PSDB. As discussões haviam sido inflamadas meses antes, quando o então juiz Moro aparecera sorrindo em um evento público ao lado de Aécio Neves e Michel Temer, apesar das acusações pendentes de corrupção contra ambos.
FHC foi citado na Lava Jato pelo menos nove vezes (1234 e 5678 e 9). Caso fossem investigados e comprovados, nem todos os possíveis crimes cometidos pelo ex-presidente estariam prescritos.
Naquele dia, antes de responder a Moro, Dallagnol encaminhou a dúvida do juiz para um chat em grupo chamado Conexão Bsb-CWB, no qual estavam procuradores das duas cidades. Foi de Brasília, onde o caso tramitava, que ele recebeu a resposta de que a documentação foi encaminhada a São Paulo sem a análise sobre a prescrição.
Veja o que o The Intercept já revelou até agora:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
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