Joaquim Barbosa é responsável pelos crimes da Veja
16 de março de 2014 | 03:50 Autor: Fernando Brito
O que a revista Veja faz, esta semana, não tem outro nome senão o de crime.
Publicar fotos tiradas clandestinamente por servidores do presídio,
possivelmente pagas a peso de ouro, para dar credibilidade a uma
história de privilégios supostamente gozados por José Dirceu na prisão,
sem um prova sequer, equivale a se publicar que a redação da revista da
Abril é sede de bacanais, regadas a champagne, com mulheres agenciadas
por Carlinhos Cachoeira, com base em informações de um contínuo que
pediu para não ser identificado.
Obvio que é pura invenção esta cena, mas o que impede, com o ódio que
a revista tem a Dirceu e com um histórico de roubar imagens de câmara
de segurança de um hotel para bisbilhotar quem falava ou deixava de
falar com o ex-ministro, antes de sua condenação, que a revista invente o
que quiser sobre sua vida na Papuda?
A ética?
Ora, por favor, vamos evitar as piadas, não é?
Mas é preciso dizer o que é a verdade.
A Veja age como uma mosca varejeira na situação que foi
criada pelo absurdo que está sendo promovido pelo Sr. Joaquim Barbosa,
ao deixar durante cinco meses um condenado ao regime semi-aberto em
clausura absoluta, usando de mil formas para evitar que ele exerça a
pena da maneira que a lei e o tribunal determinaram: trabalhar durante o
dia e recolher-se ao presídio à noite.
E o que está sendo “motivo” desta procrastinação são justamente
“reporcagens” como estas, baseadas – se é que são – em fontes anônimas.
Joaquim Barbosa fez o que pôde para tornar adequada às suas vontades a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, agora entregue a um juiz filho de um deputado do PSDB.
Em relação a Dirceu, revogou a decisão tomada pelo presidente
interino do STF, Ricardo Lewandowski, que mandava traitar a análise do
pedido de autorização de trabalho do ex-ministro.
Pior, confessou, de público, ter conduzido a dosimetria da pena
atribuída a ele e a outros réus com o fim de evitar que ficassem em
regime semi-aberto.
Joaquim Barbosa, a esta altura, não apenas deixa de agir com o
equilíbrio de um juiz, mas se assemelha àquela postura descrita por
Roberto Jefferson diante do mesmo Dirceu, de quem disse despertar “os
seus instintos mais primitivos”.
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