domingo, 16 de abril de 2017

JN inventa desculpa para mega destaque a Lula nas delações

JN inventa desculpa para mega destaque a Lula nas delações | Blog da Cidadania




JN inventa desculpa para mega destaque a Lula nas delações


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Todos estão notando o espaço desproporcionalmente maior dado aos
ex-presidentes Lula e Dilma no noticiário do Jornal Nacional no âmbito
das matérias sobre delações de ex-funcionários e controladores da
empreiteira Odebrecht. O caso de Lula, porém, é escandaloso. Apesar de
não haver nada que justifique, o tempo gasto para acusá-lo é GIGANTESCO.


Leitores, inclusive, estão vendo similaridade entre o que está acontecendo e matéria
que esta página publicou em fevereiro último, na qual foi relatado que
haveria um plano da Globo justamente para dar maior destaque a Lula e
Dilma quando o ministro Fachin liberasse as delações da Odebrecht.


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Difícil dizer ser as informações passadas a esta página estão se
materializando, mas um fato é inegável: Lula e Dilma estão ganhando
muito mais espaço do que os outros delatados, apesar de, no caso de
Dilma, pesar muito menos contra ela do que contra qualquer outro, e, no
caso de Lula, no máximo pesar contra si a mesma coisa que pesa contra
políticos do mesmo calibre.


Na verdade, contra Lula pesa menos do que contra um Aécio Neves, um José Serra ou um Michel Temer, como veremos adiante.


Como fazer para dar mais destaque aos dois ex-presidentes petistas?
Eis que, na locução de William Bonner, a fórmula encontrada foi
divulgada – até porque, a diferença de destaque para Lula e Dilma vinha
provocando cobranças e estranheza.


Diz Bonner:


“(…) Na terça-feira, o JN anunciou um
compromisso com você. Nos dias seguintes, nós detalharíamos as denúncias
dos [sic] políticos com maior destaque na vida nacional pelos cargos
que ocupam ou que ocuparam (…)”.
O critério é falho, para dizer o mínimo. Explico: onde entra a
GRAVIDADE das acusações? Um político contra o qual pesa somente citação
sem que o delator tenha afirmado ter sido feito por esse político algum
pedido direto de “vantagem indevida” está na mesma situação que um
político acusado de ser “chato” ao pedir propinas reiteradamente?


Mas mesmo se o critério alegado pelo JN fosse justo, Lula, o campeão
de tempo de reportagens do JN sobre si, não deveria ter maior destaque
que Michel Temer, que é nada mais, nada menos do que o PRESIDENTE DA
REPÚBLICA em exercício do cargo.


Ainda assim, o espaço dado a Lula e Dilma é desproporcional. Basta olhar a relação de reportagens do JN


As matérias do JN dos dias 12, 13 e 14 (sobre os políticos citados
por delatores, conforme consta na página do telejornal – link no
parágrafo anterior), atribuem o seguinte tempo de reportagem dedicado
pelo telejornal a cada um.


Fernando Henrique Cardoso – 2 minutos, 14 segundos
Foi citado nas delações da Odebrecht. O ministro Edson Fachin decidiu
enviar à Procuradoria da República em São Paulo as citações sobre
Fernando Henrique feitas pelo dono da Odebrecht. De acordo com o
Ministério Público, Emílio Odebrecht relatou o pagamento de dinheiro
para campanhas eleitorais do tucano via caixa 2, sem declaração à
Justiça Eleitoral.
Geraldo Alckmin – 4 minutos, 44 segundos –
Três executivos da Odebrecht citaram o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, nas delações. Os delatores do Grupo Odebrecht disseram que a
empresa teria repassado ao então candidato do PSDB ao governo de São
Paulo, Geraldo Alckmin, a pretexto de contribuição eleitoral, R$ 2
milhões em 2010 e R$ 8,3 milhões na eleição de 2014, dinheiro que não
teria sido declarado na prestação de contas de campanha. Os delatores
dizem ainda que Adhemar César Ribeiro, cunhado de Alckmin, recebeu
pessoalmente esses valores.
José Serra – 4 minutos, 55 segundos
– O senador é investigado por suspeita de corrupção ativa, passiva,
lavagem de dinheiro, fraude em licitações e formação de cartel. Aos
procuradores da República, sete delatores disseram que o esquema de
corrupção começou em 2007 quando José Serra era governador de São Paulo.
Segundo eles, as irregularidades foram na obra do trecho sul do
Rodoanel, via que liga as principais estradas que passam por São Paulo.
Michel Temer – 5 minutos, 28 segundos –
Ex-executivos da Odebrecht relataram um acordo entre o PMDB e a empresa
para pagamento de propina ao partido em troca do fechamento de um
contrato com a Petrobras. O delator Márcio Faria, ex-presidente da
Odebrecht Engenharia Industrial, disse que além dele participaram dessas
negociações outro executivo da Odebrecht, Rogério Araújo, e o lobista
João Augusto Henriques, que era uma espécie de intermediário entre a
construtora e o partido. O contrato era de US$ 825 milhões. A propina,
5% desse valor: US$ 40 milhões. Temer é acusado de estar presente a
essas tratativas. De saber delas.
Dilma Rousseff – 12 minutos, 28 segundos –
A ex-presidente Dilma Rousseff também foi citada por delatores da
Odebrecht. O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht
Alexandrino Alencar disse que dinheiro do esquema de corrupção abasteceu
a campanha da ex-presidente de 2014. Segundo ele, o tesoureiro da
campanha, Edinho Silva, pediu dinheiro de caixa dois e o repasse foi
feito para o assessor Manoel Sobrinho.
Aécio Neves – 16 minutos, 27 segundos –
O senador e presidente do PSBD, Aécio Neves, aparece em cinco
inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Nas planilhas de propina da
empresa, Aécio, identificado como “Mineirinho”, é acusado por esquema de
fraude em processos licitatórios na construção da Cidade
Administrativa, sede do governo de Minas, também é investigado por ter
pedido dinheiro de caixa 2 para a campanha dele à Presidência em 2014 e
doações eleitorais da Odebrecht em 2009 e em 2010 para campanhas de
aliados.
Lula – 30 minutos, 31 segundos –
Foi citado pelos delatores da Odebrecht em seis episódios. Os
executivos contaram ao Ministério Público que a Odebrecht pagava uma
espécie de mesada a José da Silva, o Frei Chico, irmão do ex-presidente
Lula. Também foi relatado que Odebrecht teria pago despesas do
ex-presidente Lula. Eles falam em aquisição de imóveis para uso pessoal,
instalação do Instituto Lula e pagamentos de palestras. Citam ainda o
pagamento de reformas em um sítio em Atibaia/SP.
Como se vê, não tem ninguém mais ou menos enrolado. Todos sofrem
acusações graves. O que poderia mudar, entre os supracitados, é o grau
de relevância política. Mas nada muda porque todos têm importância
similar. Todos já foram candidatos a presidente da República.


Na verdade, aliás, Michel Temer, Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio
Neves deveriam ganhar mais tempo porque estão no exercício de seus
mandatos e, portanto, são mais relevantes.


O tempo destinado pelo JN para acusar Lula e Dilma não tem explicação
aceitável. É jogada política. Como avisava post que esta página
publicou em fevereiro último, a Globo está manipulando as delações da
Odebrecht para prejudicar mais Lula e Dilma. Está comprovada a denúncia
que este blog fez dois meses atrás.


O vídeo abaixo ilustra como o JN está manipulando o noticiário sobre as delações.



 https://youtu.be/-V6dGtDSmrg








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