Odebrecht avisou Temer que Dilma desconfiava que ele roubava
“Eu pedi para o Cláudio Mello (executivo de Relações
Institucionais da Odebrecht e promotor do jantar com Michel no Jaburu),
que tinha relação com os caciques do PMDB, para avisar lá, faça
chegar no ouvido de Temer que ela (Dilma Rousseff) está desconfiada de
que algumas pessoas do PMDB – inclusive ela pode estar desconfiada dele –
de que recebeu valores. Eu falei: Cláudio, eu não sei quem foi, agora
faça chegar nos ouvidos dele só para ele ficar avisado”
Esta é a declaração – literal – de Marcelo Odebrecht sobre uma
complicada história de propinas pagas ao PMDB (Eduardo Cunha e Henrique
Eduardo Alves, os achacadores) num contrato da Odebrecht com a
Petrobras, vinculado à Diretoria Internacional da empresa.
Marcelo diz que José Sergio Gabrielli, em 2010, aprovou o contrato,
mas abriu uma sindicãncia interna que, na gestão de Graça Foster, teve
seus resultados enviados para o Ministério Público.
Marcelo diz que isso originou uma violenta briga entre ele e a
presidente da empresa, que foi parar nos ouvidos de Dilma Rousseff, que o
interpelou para saber quem estava roubando. E ele saiu pela tangente – e
mandou dar o recado a Temer – dizendo que também havia gente do PT
envolvida, informação que só depois obteve ou encomendou.
Basta o episódio para mostrar que não é em Dilma que uma investigação
séria deve mirar. Marcelo Odebrecht, em suas próprias palavras, agiu
como cúmplice do então vice-presidente, até porque só poderia mandar
avisar alguém que supusesse ser o chefe dos achacadores.
Gabrielli e Graça fizeram a investigação e esta a remeteu para o Ministério Público.
Não foi “pedido de ajuda” para a campanha, foi achaque.
Que teve dinheiro para a política vindo da Odebrecht, claro, ninguém é besta de negar.
O que está evidente, pelas palavras de Odebrecht,é que Dilma – e seus
diretores na Petrobras – tentaram apurar. E ele, com o aviso a Temer,
tentou esconder.
Aqui, o ponto exato onde Marcelo Odebrecht fala do aviso a Temer.
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