segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Brasil cai do 5º para o 7º lugar em ranking de investimento estrangeiro direto - Jornal O Globo

Brasil cai do 5º para o 7º lugar em ranking de investimento estrangeiro direto - Jornal O Globo



Brasil cai do 5º para o 7º lugar em ranking de investimento estrangeiro direto

  • País teve queda de 3,9% no volume recebido em 2013
  • Estados Unidos atraíram US$ 159 bilhões e China, US$ 127 bilhões
O Globo
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GENEBRA - O fluxo de investimento estrangeiro direto (IED) para o
Brasil recuou 3,9% em 2013, na comparação com o ano passado, mas se
manteve em nível elevado: US$ 63 bilhões, revelou pesquisa divulgada
nesta terça-feira pela agência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento
(Unctad). Com a queda, o Brasil caiu da quinta para a sétima colocação
no ranking do organismo. Mesmo assim, o país se manteve como o principal
destino de investimentos da América do Sul, respondendo por 47% do IED
para o continente.

As
Ilhas Virgens Britânicas receberam mais investimentos do que Índia e
Brasil juntos, revelou a pesquisa. O arquipélago caribenho, um paraíso
fiscal baseado no turismo, recebeu US$ 92 bilhões em 2013, segundo a
Unctad, o quarto maior volume.

A maior economia do mundo, os
Estados Unidos, atraiu US$ 159 bilhões. A China, segunda maior economia,
recebeu US$ 127 bilhões. Com uma alta de 83% no IED, para US$ 94
bilhões, a Rússia saltou da nona para a terceira posição, pela primeira
vez na História. Segundo a Unctad, o avanço foi puxado pela aquisição da
petroleira BP de 18,5% da Rosneft. Índia recebeu US$ 28 bilhões em IED
em 2013, segundo o relatório.

O estudo da Unctad destaca que o IED
subiu 11% no ano em todo o mundo e somou US$ 1,46 trilhão. Do total,
52% foram para os emergentes.

Fim do ‘boom’ das commodities

Segundo
o organismo, o declínio do volume destinado ao Brasil “deve ser visto
no contexto de um forte crescimento nos anos anteriores que elevaram o
IED no Brasil para altas históricas”. A queda do fluxo de investimentos
puxou o recuo do IED para o Mercosul, afirma a Unctad, que recuou 2,3%
em 2013, na comparação com 2012. No bloco sul-americano, Argentina
(-13%) e Paraguai (-32%), que têm peso menor para o resultado do grupo,
também recuaram.

Com o declínio do interesse de investidores pelas
principais economias da região, o fluxo de IED para a América do Sul
registrou queda de 7%. Com isso, o continente deixou de ser a principal
atração da América Latina, como vinha ocorrendo nos anos anteriores. No
entanto, as altas observadas na América Central (93%) e no Caribe (38%),
fizeram com que o IED para a região crescesse 18%.

"A queda do
fluxo de IED para a América do Sul veio após três anos de forte
crescimento impulsionado pela força dos preços de commodities que
abasteceram os lucros crescentes de investimentos, assim como ganhos da
indústria de mineração. Preços em queda de commodities parecem ter
parado o boom de IED nesta indústria", destaca o relatório.

Os
analistas de mercado brasileiros reduziram as previsões para IED no
Brasil em 2014 na última pesquisa Focus, feita semanalmente pelo Banco
Central, de US$ 60 bilhões para US$ 57,7 bilhões. Para 2015, a previsão
segue sendo de US$ 60 bilhões. O corte acontece em meio à crise de
credibilidade que o Brasil vem sofrendo no mercado internacional e aos
temores de que o país possa perder o grau de investimento de agências
internacionais de classificação de risco.

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