O menino pobre que foi morar em Miami | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”
Nasceu na Veja, morreu na Veja.
O atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa,
incensado numa histórica capa da Veja como o “menino pobre que mudou o
Brasil”, agora volta à mesma revista para dizer que vai pendurar as
chuteiras. O menino pobre virou um velho rico e, se mudou o Brasil,
talvez tenha sido para pior.
Na semana passada, foi o ministro Marco Aurélio Mello que disse, em
entrevista, que ouviu diretamente de Barbosa que ele tinha intenção de
sair.
Agora, novamente na Veja, Barbosa dá uma daquelas famosas entrevistas
“indiretas”, tão características do jornalismo vejiano, mas que, no
caso de Barbosa, me parecem confiáveis, porque provavelmente foram
pré-combinadas com o próprio Barbosa.
A declaração de Mello na semana anterior também deve ter sido
combinada. Barbosa testou a opinião pública. Como não houve nenhuma
reação particularmente negativa à sua decisão de sair do STF, ele volta a
carga esta semana.
Perguntado sobre o melhor partido, Barbosa diz que seria o PT, mas não o PT de hoje. Em suas palavras:
“Mas é o PT antigo, não esse PT de hoje, tomado por bandidos,
pela corrupção. Em termos de ideias, seria o PT de antes da candidatura
do Lula”.
Como Lula é candidato desde os primeiros anos do partido (sua
primeira candidatura foi em 1989), a declaração de Barbosa transborda
falsidade, com fins eleitorais.
É uma declaração, aliás, ilegal, porque ao juiz – diz a Constituição – é vedado exercer atividade político-partidária.
Dar entrevista desancando diretamente um partido, para uma revista
identificada como de oposição, é exatamente o que podemos afirmar que se
trata de “atividade político-partidária”.
Mas não me parece que Barbosa esteja preocupado com a Constituição.
Ele está mais preocupado em como vai sair na Veja.
JB afirma, na entrevista, que não será candidato a nada em 2014, mas numa próxima eleição, quem sabe?
Só não falou se será no Brasil.
Talvez seja em Miami, onde tem um apartamento, uma empresa, a Assas
JB Corporation, e ao menos um eleitor fiel, o homem da foto, Antonio
Mahfuz, que deu a seguinte declaração sobre seu ídolo:
“Renasce a esperança com o Justiceiro. Thanks God!”
* O crédito do título é um twitter do Emir Sader.
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