O fim do BNDES e o grande golpe do Brasil quebrado
por Mauro Santayana, para Revista do Brasil
Mentira mil vezes repetida torna-se verdade, pregava
Joseph Goebbels (centro), ministro da Propaganda de Hitler, que
conseguiu entorpecer os alemães com as teorias nazistas. Teoria parece
guiar os golpistas de 2016
Joseph Goebbels (centro), ministro da Propaganda de Hitler, que
conseguiu entorpecer os alemães com as teorias nazistas. Teoria parece
guiar os golpistas de 2016
Nos últimos anos, e mais especialmente a partir de 2013, o Brasil tem
se transformado, cada vez mais, no país de pequenos e grandes golpes,
canalhas, sucessivos e mendazes. Golpes na economia, golpes na
soberania e na estratégia nacional, golpes contra a democracia, que
culminaram no grande golpe jurídico-midiático-parlamentar de 2016.
Mas, sobretudo, golpes contra verdade, a consciência popular, a
própria realidade e a opinião pública. Com a criação e disseminação de
mentiras, fakes e falsos paradigmas apoiados mutuamente na
fabricação do consentimento para a desconstrução de um sistema político
que, com todos os seus defeitos – aliás, como toda democracia –
funcionava com um mínimo de governabilidade, de estabilidade
institucional e de equilíbrio entre os poderes da República.
Golpes voltados para sabotagem e destruição de um programa
nacionalista e desenvolvimentista que levou o Brasil da 14ª para a sexta
economia do mundo, em 9 anos, a partir de 2003, apoiado no retorno à
construção de plataformas de petróleo, hidrelétricas de grande porte,
ferrovias, refinarias, tanques, submarinos, navios, rifles de assalto,
caças, cargueiros aéreos militares, multiplicando o crédito, dobrando a
produção agrícola, triplicando a produção de automóveis.
Da imensa usina de contrainformação fascista montada, principalmente, a partir de 2013,
saíram – e continuam a sair – milhares de calúnias, seguindo uma
estratégia não escrita que usa pequenas “notícias” cotidianas. A maior
parte delas surreal, disseminada pela má fé, o ódio e a hipocrisia,
realimenta permanentemente, principalmente nas redes sociais, grandes
correntes e paradigmas midiáticos que adquiriram o ar de certeza para a
parcela mais ideologicamente imbecil, quanto mais apaixonadamente
ignorante, da população brasileira.
Uma das principais pós-verdades vendidas para esse público, hoje já
transformada em discurso e adotado como bandeira e muleta pelo atual
governo e boa parte da mídia, é de que o Brasil estaria totalmente
inviabilizado economicamente e, logo, necessitado de passar por um
urgente programa de “reformas” – com venda de ativos públicos e privados
para “sair do buraco”.
Ora, quebrados, ou quase isso, estávamos no último ano de governo do senhor Fernando Henrique Cardoso. Em 2002, depois de um nefasto e maior programa de “reformas” e de “privatizações” (na verdade, de desnacionalização) da economia brasileira em 500 anos, encerramos o ano com um PIB nominal e uma renda per capita em
dólares, segundo o Banco Mundial, menor do que de oito anos antes, no
final do governo Itamar Franco. E uma dívida com o FMI de US$ 40
bilhões.
Hoje o Brasil tem R$ 380 bilhões de dólares – mais de R$ 1 trilhão –
em reservas internacionais e é ainda, com toda a crise, a nona economia
do mundo. Entre as 10 principais economias do planeta, grupo em que nos
incluímos depois de 2002, pelos menos sete países – Estados Unidos,
Japão, Reino Unido, França, Itália, Canadá – têm dívida pública maior do
que a nossa.
O salário mínimo e a renda per capita são maiores, em
dólares, agora, do que no final de 2002, e as dívidas bruta, externa e
líquida são menores do que eram quando Fernando Henrique deixou o
poder.
Mas a mídia, os ministros, os “especialistas” e “analistas” do
“mercado” insistem em afirmar a todo o momento exatamente o contrário.
Que estamos redondamente quebrados e que a dívida nacional explodiu por
terem, talvez, na verdade, a mais descarada certeza de que conseguiram
realmente nos transformar impunemente, nos últimos quatro anos, a todos
os brasileiros em uma populosa nação de 208 milhões de idiotas.
Afinal, há muita diferença entre dificuldades fiscais momentâneas,
causadas entre outras coisas, por um programa de desonerações fiscais
equivocado, mas que deixou um déficit muito menor do que o de hoje –
agravado por volumosos aumentos de salários para o Judiciário e o
Ministério Público aprovados depois que Temer chegou ao poder – e os
dados macroeconômicos de um Brasil que já emprestou dinheiro ao FMI e
ocupa o posto de quarto maior credor individual dos Estados Unidos. (Basta pesquisar na página oficial do Tesouro norte-americano procurando a expressão mayor treasuries holders no Google.)
A razão pela qual o governo e o sistema de contrainformação fascista,
na internet principalmente, não alardeiam para a maioria da população o
excelente nível de reservas internacionais é óbvia. Essa informação
contradiz frontalmente o mito de que Lula, Dilma e os governos do PT
quebraram o Brasil, a ponto de deixar o país de chapéu na mão.
E anula, praticamente, a justificativa que está por trás de um
programa apressado, antidemocrático – porque a sociedade não está sendo
ouvida – e antipatriótico de privatizações que está entregando o Brasil a
toque de caixa e preço de banana podre aos estrangeiros. Como ocorreu,
por exemplo, com a venda da maior refinaria de resina PET da América Latina,
recém-inaugurada pela Petrobras (na qual foram investidos R$ 9 bilhões)
por apenas R$ 1,3 bilhão para capitais mexicanos, no final do ano
passado, provocando um prejuízo, apenas nesse caso, três vezes superior
àquele que teoricamente teria sido gerado por Dilma no caso Pasadena, se
ela já não tivesse, a bem da verdade, sido isentada pelo TCU dessas
acusações.
Ou da entrega – por meio de um discurso entreguista tão hipócrita
quanto calhorda – de reservas de petróleo do pré-sal para empresas 100%
estatais de outros países como Noruega e China, enquanto, para consumo
interno, defende-se a “desestatização” da Eletrobras e a própria
Petrobras, com a alegação de que o capital privado seria mais honesto e
competente.
Tudo isso em um país em que, paradoxalmente, com base em uma campanha
jurídica eivada de primeiras, segundas e terceiras intenções políticas,
se acaba de destruir cinicamente – e em alguns casos, desnacionalizar –
a base do capital privado nacional e da megaengenharia brasileiras,
justamente por serem consideradas, as duas, fontes de corrupção e de
serem excessivamente dependentes do governo.
BNDES poderoso e eficiente
São essas mesmas razões – a mentira e a manipulação e a necessidade
de sustentar o mito de que o PT quebrou o país – que fazem com que o
governo e a mídia deixem de mencionar, ou tentem esconder da maior parte
da população, que Temer e Meirelles herdaram dos governos Dilma e Lula,
quando assumiram o poder depois do golpe de 2016, um BNDES extremamente
poderoso e eficiente, com centenas de bilhões de reais em caixa.
Recursos que eles estão raspando dos cofres do nosso maior banco de
fomento, enviando-os “antecipadamente” para o Tesouro, com a desculpa de
estar diminuindo a dívida pública, quando ela é menor hoje do que em
2002 e esse dinheiro fará quase ou nenhuma diferença em percentual de
dívida com relação ao PIB, ao fim desse estúpido e gigantesco
austericídio.
Não é preciso lembrar ao ministro da Fazenda – que recebeu mais de R$
200 milhões em “consultoria” no exterior nos últimos três anos – que o
BNDES foi criado, em 1952, no segundo governo Vargas, para promover o
desenvolvimento econômico e social do país, e não para gerar recursos
para o pagamento de uma dívida pública que ainda se encontra em uma
classificação mediana do ponto de vista internacional.
Como não é preciso recordar que bancos precisam de dinheiro para
funcionar, retirar deles recursos, nesse caso, capitais públicos,
equivale a fechar as suas portas. Tampouco é preciso lembrar que, assim
como no caso da justificativa imbecil da queda de Dilma por “pedaladas”
fiscais, o dinheiro que está no BNDES, ou no Tesouro, pertencem ao mesmo
dono – o povo brasileiro –, que o que importa não é ficar fingindo que
se tratam de coisas diferentes, mas, no frigir dos ovos, gerir esses
recursos, economizados nos últimos anos, em benefício de todos os
cidadãos e não de firulas contábeis para se posar de bons moços para o
“mercado”.
Isso tudo em um momento em que o país, com mais de 14 milhões de
desempregados, padece com centenas de bilhões de dólares em projetos
importantíssimos – muitos deles estratégicos – paralisados
irresponsavelmente por decisão da Justiça nos últimos três anos. E
precisa desesperadamente recuperar suas maiores empresas, e de mais
infraestrutura e vagas de trabalho.
A intenção de acabar, na prática, com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, estrangulando-o enquanto principal
instrumento estratégico para a competitividade brasileira, não atende
apenas aos interesses de nossos concorrentes externos.
Faz parte da mesma estratégia de enfraquecer também o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federalpara
justificar privatizações, ou, no mínimo, “equilibrar” o “mercado”,
favorecendo bancos privados nacionais e estrangeiros no sistema
financeiro nacional.
Não por acaso, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco acaba de declarar, em seminário em Belo Horizonte, que o BB está pronto para privatização.
Franco presidiu o Banco Central no primeiro mandato de FCH, entre 1997 e
1999, era das grandes privatizações. Não é também por coincidência que
contratos do Minha Casa Minha Vida têm sido sistematicamente atrasados
pela Caixa. Anunciou-se nesta semana que o financiamento de imóveis
usados na Caixa agora só chegará, no máximo, a 50% do valor do bem a ser
adquirido.
A classe “média”, principalmente, aquela parcela que se assume como
vanguarda do fascismo nas redes sociais, ou está engolindo a seco, ou
deve mesmo estar satisfeita com essas notícias, e também com outras
novidades desse “novo” Brasil, ordeiro e progressista,
como a volta dos frequentes, quase semanais, aumentos do preço dos
combustíveis da Petrobras para as distribuidoras, rapidamente repassados
pelos postos, tão comuns na última década do século passado.
se transformado, cada vez mais, no país de pequenos e grandes golpes,
canalhas, sucessivos e mendazes. Golpes na economia, golpes na
soberania e na estratégia nacional, golpes contra a democracia, que
culminaram no grande golpe jurídico-midiático-parlamentar de 2016.
Mas, sobretudo, golpes contra verdade, a consciência popular, a
própria realidade e a opinião pública. Com a criação e disseminação de
mentiras, fakes e falsos paradigmas apoiados mutuamente na
fabricação do consentimento para a desconstrução de um sistema político
que, com todos os seus defeitos – aliás, como toda democracia –
funcionava com um mínimo de governabilidade, de estabilidade
institucional e de equilíbrio entre os poderes da República.
Golpes voltados para sabotagem e destruição de um programa
nacionalista e desenvolvimentista que levou o Brasil da 14ª para a sexta
economia do mundo, em 9 anos, a partir de 2003, apoiado no retorno à
construção de plataformas de petróleo, hidrelétricas de grande porte,
ferrovias, refinarias, tanques, submarinos, navios, rifles de assalto,
caças, cargueiros aéreos militares, multiplicando o crédito, dobrando a
produção agrícola, triplicando a produção de automóveis.
Da imensa usina de contrainformação fascista montada, principalmente, a partir de 2013,
saíram – e continuam a sair – milhares de calúnias, seguindo uma
estratégia não escrita que usa pequenas “notícias” cotidianas. A maior
parte delas surreal, disseminada pela má fé, o ódio e a hipocrisia,
realimenta permanentemente, principalmente nas redes sociais, grandes
correntes e paradigmas midiáticos que adquiriram o ar de certeza para a
parcela mais ideologicamente imbecil, quanto mais apaixonadamente
ignorante, da população brasileira.
Uma das principais pós-verdades vendidas para esse público, hoje já
transformada em discurso e adotado como bandeira e muleta pelo atual
governo e boa parte da mídia, é de que o Brasil estaria totalmente
inviabilizado economicamente e, logo, necessitado de passar por um
urgente programa de “reformas” – com venda de ativos públicos e privados
para “sair do buraco”.
Ora, quebrados, ou quase isso, estávamos no último ano de governo do senhor Fernando Henrique Cardoso. Em 2002, depois de um nefasto e maior programa de “reformas” e de “privatizações” (na verdade, de desnacionalização) da economia brasileira em 500 anos, encerramos o ano com um PIB nominal e uma renda per capita em
dólares, segundo o Banco Mundial, menor do que de oito anos antes, no
final do governo Itamar Franco. E uma dívida com o FMI de US$ 40
bilhões.
Hoje o Brasil tem R$ 380 bilhões de dólares – mais de R$ 1 trilhão –
em reservas internacionais e é ainda, com toda a crise, a nona economia
do mundo. Entre as 10 principais economias do planeta, grupo em que nos
incluímos depois de 2002, pelos menos sete países – Estados Unidos,
Japão, Reino Unido, França, Itália, Canadá – têm dívida pública maior do
que a nossa.
O salário mínimo e a renda per capita são maiores, em
dólares, agora, do que no final de 2002, e as dívidas bruta, externa e
líquida são menores do que eram quando Fernando Henrique deixou o
poder.
A razão pela qual o governo e o sistema de208 milhões de idiotas
contrainformação fascista escondem da população o excelente nível de
reservas internacionais é óbvia: a informação contradiz o mito de que os
governos do PT quebraram o Brasil. E anularia a justificativa que usam
para entregar o Brasil a toque de caixa e preço de banana podre aos
estrangeiros
Mas a mídia, os ministros, os “especialistas” e “analistas” do
“mercado” insistem em afirmar a todo o momento exatamente o contrário.
Que estamos redondamente quebrados e que a dívida nacional explodiu por
terem, talvez, na verdade, a mais descarada certeza de que conseguiram
realmente nos transformar impunemente, nos últimos quatro anos, a todos
os brasileiros em uma populosa nação de 208 milhões de idiotas.
Afinal, há muita diferença entre dificuldades fiscais momentâneas,
causadas entre outras coisas, por um programa de desonerações fiscais
equivocado, mas que deixou um déficit muito menor do que o de hoje –
agravado por volumosos aumentos de salários para o Judiciário e o
Ministério Público aprovados depois que Temer chegou ao poder – e os
dados macroeconômicos de um Brasil que já emprestou dinheiro ao FMI e
ocupa o posto de quarto maior credor individual dos Estados Unidos. (Basta pesquisar na página oficial do Tesouro norte-americano procurando a expressão mayor treasuries holders no Google.)
A razão pela qual o governo e o sistema de contrainformação fascista,
na internet principalmente, não alardeiam para a maioria da população o
excelente nível de reservas internacionais é óbvia. Essa informação
contradiz frontalmente o mito de que Lula, Dilma e os governos do PT
quebraram o Brasil, a ponto de deixar o país de chapéu na mão.
E anula, praticamente, a justificativa que está por trás de um
programa apressado, antidemocrático – porque a sociedade não está sendo
ouvida – e antipatriótico de privatizações que está entregando o Brasil a
toque de caixa e preço de banana podre aos estrangeiros. Como ocorreu,
por exemplo, com a venda da maior refinaria de resina PET da América Latina,
recém-inaugurada pela Petrobras (na qual foram investidos R$ 9 bilhões)
por apenas R$ 1,3 bilhão para capitais mexicanos, no final do ano
passado, provocando um prejuízo, apenas nesse caso, três vezes superior
àquele que teoricamente teria sido gerado por Dilma no caso Pasadena, se
ela já não tivesse, a bem da verdade, sido isentada pelo TCU dessas
acusações.
Ou da entrega – por meio de um discurso entreguista tão hipócrita
quanto calhorda – de reservas de petróleo do pré-sal para empresas 100%
estatais de outros países como Noruega e China, enquanto, para consumo
interno, defende-se a “desestatização” da Eletrobras e a própria
Petrobras, com a alegação de que o capital privado seria mais honesto e
competente.
Tudo isso em um país em que, paradoxalmente, com base em uma campanha
jurídica eivada de primeiras, segundas e terceiras intenções políticas,
se acaba de destruir cinicamente – e em alguns casos, desnacionalizar –
a base do capital privado nacional e da megaengenharia brasileiras,
justamente por serem consideradas, as duas, fontes de corrupção e de
serem excessivamente dependentes do governo.
BNDES poderoso e eficiente
São essas mesmas razões – a mentira e a manipulação e a necessidade
de sustentar o mito de que o PT quebrou o país – que fazem com que o
governo e a mídia deixem de mencionar, ou tentem esconder da maior parte
da população, que Temer e Meirelles herdaram dos governos Dilma e Lula,
quando assumiram o poder depois do golpe de 2016, um BNDES extremamente
poderoso e eficiente, com centenas de bilhões de reais em caixa.
Recursos que eles estão raspando dos cofres do nosso maior banco de
fomento, enviando-os “antecipadamente” para o Tesouro, com a desculpa de
estar diminuindo a dívida pública, quando ela é menor hoje do que em
2002 e esse dinheiro fará quase ou nenhuma diferença em percentual de
dívida com relação ao PIB, ao fim desse estúpido e gigantesco
austericídio.
Não é preciso lembrar ao ministro da Fazenda – que recebeu mais de R$
200 milhões em “consultoria” no exterior nos últimos três anos – que o
BNDES foi criado, em 1952, no segundo governo Vargas, para promover o
desenvolvimento econômico e social do país, e não para gerar recursos
para o pagamento de uma dívida pública que ainda se encontra em uma
classificação mediana do ponto de vista internacional.
Como não é preciso recordar que bancos precisam de dinheiro para
funcionar, retirar deles recursos, nesse caso, capitais públicos,
equivale a fechar as suas portas. Tampouco é preciso lembrar que, assim
como no caso da justificativa imbecil da queda de Dilma por “pedaladas”
fiscais, o dinheiro que está no BNDES, ou no Tesouro, pertencem ao mesmo
dono – o povo brasileiro –, que o que importa não é ficar fingindo que
se tratam de coisas diferentes, mas, no frigir dos ovos, gerir esses
recursos, economizados nos últimos anos, em benefício de todos os
cidadãos e não de firulas contábeis para se posar de bons moços para o
“mercado”.
Isso tudo em um momento em que o país, com mais de 14 milhões de
desempregados, padece com centenas de bilhões de dólares em projetos
importantíssimos – muitos deles estratégicos – paralisados
irresponsavelmente por decisão da Justiça nos últimos três anos. E
precisa desesperadamente recuperar suas maiores empresas, e de mais
infraestrutura e vagas de trabalho.
A intenção de acabar, na prática, com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, estrangulando-o enquanto principal
instrumento estratégico para a competitividade brasileira, não atende
apenas aos interesses de nossos concorrentes externos.
Faz parte da mesma estratégia de enfraquecer também o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federalpara
justificar privatizações, ou, no mínimo, “equilibrar” o “mercado”,
favorecendo bancos privados nacionais e estrangeiros no sistema
financeiro nacional.
Não por acaso, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco acaba de declarar, em seminário em Belo Horizonte, que o BB está pronto para privatização.
Franco presidiu o Banco Central no primeiro mandato de FCH, entre 1997 e
1999, era das grandes privatizações. Não é também por coincidência que
contratos do Minha Casa Minha Vida têm sido sistematicamente atrasados
pela Caixa. Anunciou-se nesta semana que o financiamento de imóveis
usados na Caixa agora só chegará, no máximo, a 50% do valor do bem a ser
adquirido.
A classe “média”, principalmente, aquela parcela que se assume como
vanguarda do fascismo nas redes sociais, ou está engolindo a seco, ou
deve mesmo estar satisfeita com essas notícias, e também com outras
novidades desse “novo” Brasil, ordeiro e progressista,
como a volta dos frequentes, quase semanais, aumentos do preço dos
combustíveis da Petrobras para as distribuidoras, rapidamente repassados
pelos postos, tão comuns na última década do século passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário