sexta-feira, 15 de setembro de 2017

PGR atribui a Moreira Franco crime que Palocci atribuiu a Dilma

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PGR atribui a Moreira Franco crime que Palocci atribuiu a Dilma

arosavo


Ricardo Mendonça, no Valor,
registra uma contradição que mostra como, no depoimento de Antonio
Palocci a Sérgio Moro, no afã de “agradar”, ele atribuiu a Dilma
Rousseff um crime que na delação de Lúcio Funaro fica claramente
descrito como tendo sido praticado por Moreira Franco, versão que a
Procuradoria Geral da República acatou e subscreveu:


 Na denúncia contra o presidente
Michel Temer, a Procuradoria-Geral da República sustenta que o ministro
Moreira Franco (Secretaria-Geral) favoreceu a Odebrecht na concessão do
aeroporto do Galeão, no Rio. Em troca, ele teria recebido R$ 4 milhões
da empreiteira, valor que, segundo o documento, foi entregue ao também
ministro Eliseu Padilha (Casa Civil)”
Adiante, Ricardo ressalta que “falando sobre a mesma rodada de
concessão a Sergio Moro, Palocci não mencionou Moreira Franco. Mas falou
em favorecimento à Odebrecht e atribuiu a corrupção à Dilma”.


Quando Moro pediu ao ex-ministro um exemplo de episódio de corrupção
no governo,  Palocci disse que “a Odebrecht desejava muito, nas
concessões de aeroportos, ter um aeroporto de porte sob seu comando na
medida em que o governo privatizou os aeroportos”. Como primeira rodada
de concessões, que tratava dos aeroportos de Guarulhos, de Campinas e de
Brasília, não ganhou,  “entrou com um recurso contra o consórcio
vencedor de Campinas (Triunfo e UTC) e pediu a ele que intercedesse para
mudar o resultado, o que não foi aceito”.


É a partir desse momento que Palocci
envolve Dilma: “Eu fui à presidente Dilma e ela disse que eles deveriam
ficar calmos, que numa próxima licitação ela cuidaria desse assunto. Aí
eles retiraram o recurso que eles tinham na Anac e foram beneficiados na
licitação do Galeão, no Rio de Janeiro. Como foram beneficiados? Houve
uma cláusula nessa licitação que impedia o vencedor da licitação de
Cumbica de participar do aeroporto do Galeão”, afirmou.
O repórter conta que, na delação, Funaro relata que os executivos da
Odebrecht é que  “foram recebidos por Moreira Franco, na época ministro
da Aviação Civil, para tratar desses assuntos”.


E obtiveram sucesso nas
reivindicações. As cláusulas do edital foram mantidas. A Odebrecht
disputou e conquistou a concessão do Galeão.
E que Moreira, segundo o delator, contrariando o que afirmou Palocci,
“que teria pedido e recebido R$ 4 milhões da Odebrecht” que, segundo a
PGR, teriam sido recebidos  por Eliseu Padilha.


O “pulo do gato”, malandro, da Lava jato é que, como Palocci é réu no
processo – como era Léo Pinheiro no caso do triplex – e, por isso, pode
mentir sem consequências jurídicas. Tecnicamente o que diz deveria
valer muito pouco ou nada, se desacompanhado de provas.


Provas, como se sabe, são aquelas coisas do direito do passado, que os acusadores deveriam produzir mas que, agora, no direito morano (não confunda com o romano) devem ser apresentadas pelo acusado.

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