Globo inicia nova campanha contra Abreu Lima
22 de junho de 2014 | 10:41 Autor: Miguel do Rosário
O Globo de hoje inicia uma nova campanha contra a Petrobrás, através de manipulações de dados sobre a refinaria Abreu e Lima.
O centro da mentira consiste em afirmar, com ênfase sensacionalista,
que o custo inicial do projeto da refinaria era de US$ 2,3 bilhões.
A estatal já respondeu, inúmeras vezes, e o jornal se recusa sequer a
publicar, nem que seja apenas para constar, a resposta da Petrobrás. A
teoria de “dar o outro lado” só vale quando o investigado é tucano.
Quando se trata de estatal federal, esquece.
A resposta da estatal sobre a questão do valor é esta:
(…) a Petrobras repudia a informação repercutida pela imprensa de que
o projeto da refinaria teria sido aprovado com base em “conta de
padaria”. O orçamento de US$ 2,4 bilhões se referia a concepção
preliminar e incipiente, feita pelo corpo técnico da empresa, como já
esclarecido inúmeras vezes. O valor inicial do projeto que deve ser considerado e que começou a ser construído era de US$ 13,4 bilhões. A previsão atualizada é de US$ 18,5 bilhões.
É a terceira vez seguida que a Petrobrás responde esse item ao Globo e ele não publica no jornal.
O jornal também está manipulando informações do Tribunal de Contas da
União, que ainda não chegou a nenhuma conclusão de sobrepreço. Mas o
Globo trata a mera investigação do TCU como prova de superfaturamento, o
que é absurdo.
Vale notar que o TCU tem atuação fortemente política, porque o
ministro do tribunal responsável pela análise dos contratos da Petrobrás
é José Jorge, um ex-senador do DEM. Que foi – pasmem! – ministro de
Minas e Energia do governo Fernando Henrique!
Ou seja, o ministro do TCU que hoje abastece a imprensa com
escândalos sensacionalistas sobre a estatal é o mesmo que respondeu pelo
afundamento da plataforma P-36 durante a gestão tucana.
Para o Globo e o PSDB, afundar plataforma, pode. Construir plataformas e refinarias, não pode.
Ao final da matéria, anuncia-se que amanhã tem mais. Título da
matéria de amanhã: “Petrobrás sabia que projeto de Abreu e Lima era
economicamente inviável”.
Inviável?
A Petrobrás deveria informar ao Globo qual o prejuízo total do afundamento da plataforma P-36.
Interessante fazer a comparação: a gestão petista está entregando uma
Petrobrás com várias refinarias de primeira linha, as maiores reservas
de petróleo do mundo, além de uma série de novas plataformas de extração.
Quantas refinarias foram construídas na gestão tucana? Quantas
plataformas foram feitas? Quanto petróleo foi descoberto? Essas
comparações precisam ser examinadas, porque a imprensa está confundindo,
como sempre, investigação com sensacionalismo. Se há problemas em
alguma obra na Abreu Lima, isso não invalida a sua importância
estratégica para elevar a capacidade de refino no país.
Pela primeira vez, em sua história, o Brasil caminha para se tornar
independente em seu próprio abastecimento de gasolina, o que levará a
uma economia de dezenas, ou mesmo centenas de bilhões de dólares, ao
longo dos próximos anos, porque não precisaremos mais importar gasolina
ou diesel, e, ao contrário, seremos exportadores de petróleo refinado.
Essas contas precisam ser divulgadas. Quanto o Brasil ganhará, em dez
anos, quando a Abreu Lima estiver pronta? Qual a importância
geopolítica, para um país, de possuir uma refinaria como a Abreu Lima,
que usará tecnologia de ponta, e será uma das unidades mais modernas do
mundo em seu campo de atuação?
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